terça-feira, 14 de setembro de 2010

AEB: Carlos Ganem fala ao blog

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Semana passada, logo após a cerimônia de lançamento da pedra fundamental da Alcântara Cyclone Space (ACS) (para saber mais, clique aqui e aqui), o blog teve uma rápida com Carlos Ganem, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB). Foram poucas perguntas, mas como de costume, Ganem não deixou nenhuma delas sem resposta.

A primeira questão, em linha com as afirmações do presidente da AEB e de outras autoridades sobre o interesse da ACS em se tornar um "player" do mercado comercial de lançamentos espaciais, foi relacionada a necessidade do Brasil ter um acordo de salvaguardas tecnológicas com os EUA, uma vez que considerável número de satélites e cargas úteis comerciais, "alvos" da ACS, conta com componentes de origem daquele país. Carlos Ganem respondeu afirmando o propósito do governo brasileiro em retomar o diálogo com os Estados Unidos na área espacial. Não apenas com o Departamento de Estado, órgão responsável pela negociação de tratados e acordos internacionais, mas também com instituições de pesquisas espaciais, como a National Aeronautics and Space Administration (NASA - Jet Propulsion Laboratory), e a NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration). Os dois países poderiam considerar, inclusive, iniciativas que envolveriam outros países sul-americanos.

Ainda sobre a ACS, Ganem destacou que os satélites do Sistema Geoestacionário Brasileiro (SGB) deverão ser desenhados para se adequarem a capacidade do foguete Cyclone 4, isto é, massa total em torno de 1,7 toneladas. Segundo o blog apurou com outras pessoas que acompanham de perto as atividades do grupo de trabalho do SGB, considera-se seriamente a ideia de se ter satélites distintos para missões de meteorologia e comunicações. Até o final deste ano, deverá ser concluído o estudo sobre a viabilidade de estruturação do sistema na forma de Parcerias Público Privadas (PPP).

Perguntamos ainda sobre a retomada da revisão do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), sobre a qual muito se falou no final do ano passado e início de 2010, mas que foi paralisada este ano em razão de problemas de natureza burocrática (problemas com o convênio). Segundo comentários de bastidores, os trabalhos visando à revisão do programa serão retomados em breve, informação esta que Ganem confirmou.

O blog aproveitou a oportunidade e perguntou a Carlos Ganem se existe alguma possibilidade dele permanecer na presidência da AEB, caso Dilma Rousseff seja eleita. Ganem não comentou o assunto, alegando não haver qualquer definição ou elemento a respeito. Destacou, no entanto, alguns avanços em sua gestão na Agência, como a proximidade da conclusão da Plataforma Multimissão (após 14 aditivos ao contrato principal, assinado em 1998), avanços na ACS, finalização da Torre Móvel de Integração do VLS, investimentos em recursos humanos (para 2010 e 2011, serão ao todo R$ 13 milhões), entre outras. "Em 2008, recebi de fato uma massa falida. Tirei [o Programa Espacial] do ranço e que se encontrava", afirmou.
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