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MCT apoia operação de combate ao desmatamento na Amazônia
18/05/2011 - 15:52
O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, anunciou hoje (18) novos instrumentos que vão auxiliar no combate ao desmatamento na Amazônia. Os dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), via monitoramento por satélites, passam a ser informados online para reforçar o trabalho de fiscalização em campo, em especial, nas áreas embargadas.
Durante apresentação dos dados do Deter (sistema baseado em monitoramento por satélites do Inpe), Mercadante informou que a pasta trabalha de forma integrada para fortalecer a operação dos órgãos ambientais, para o fornecimento de informações de qualidade e em tempo real, com foco nos municípios críticos.
Os dados foram apresentados pelo diretor do Inpe, Gilberto Câmara, e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no Ministério do Ambiente, em Brasília. A avaliação, durante os meses de março e abril, indicou para o alerta de desmatamento de 593 km2 na Amazônia. Deste total, 480 km2 foram verificados no Mato Grosso, 67,2 Km2 no Pará, 41,3 km2 em Rondônia, 2,3 Km2 no Acre, 1,1 Km2 em Roraima e 0,9 Km2 no Maranhão.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, considerou a situação atípica depois de um longo período com registro de queda na taxa de desmatamento na região amazônica, com destaque para o estado mato-grossense, onde estão sendo utilizadas práticas legalmente proibidas (inclusive com o uso de correntes e tratores) e durante o período de chuvas, quando as nuvens prejudicam a visualização.
“Os dados apresentados mostram 62% dos municípios com redução do desmatamento e 15% dos municípios com aumento do desmatamento em áreas que tradicionalmente não tinha esse desmatamento”, frisou. Ela informou que o combate tem sido feito por meio de várias ações, com o deslocamento de mais agentes de fiscalização ao local, parceria da Polícia Federal, instalação de um gabinete de crise, avaliações, relatórios e reuniões semanais, além da cooperação com o Inpe e antecipação das atividades planejadas.
Na ocasião, Mercadante anunciou lançamentos de satélites para os próximos anos na intenção de tornar os dados fornecidos pelo Inpe ainda mais precisos. “No ano que vem nós vamos ver com cinco vezes mais eficiência do que já vemos” ressaltou. No total, estão previstos investimentos da ordem de R$ 1 bilhão de reais para a uma nova geração de satélites, com ganho para o monitoramento de florestas, nos próximos três anos: o satélite Cibers 3, em 2012, do Amazônia 1, em 2013 e do Cibers 4, em 2014.
“Esse trabalho conjunto vai trazer respostas bem rápidas e mais eficientes pra gente poder documentar o que aconteceu, sustentar juridicamente o Ministério Público e, ao mesmo tempo, melhorar a nossa política de prevenção com dados de qualidade em tempo real. E nós estamos trabalhando integralmente, mobilizados e juntos”, destacou Mercadante.
Sistema de alerta
Em função da cobertura de nuvens variável de um mês para outro e, também, da resolução dos satélites, o Inpe não recomenda a comparação entre dados de diferentes meses e anos obtidos pelo Deter.
Este sistema registra tanto áreas de corte raso, quando os satélites detectam a completa retirada da floresta nativa, quanto áreas classificadas como degradação progressiva, que revelam o processo de desmatamento na região.
Em operação desde 2004, o Deter é um sistema de alerta para suporte à fiscalização e controle de desmatamento. Embora os dados sejam divulgados em relatórios mensais ou bimestrais, os resultados do Deter são enviados quase que diariamente ao Ibama, responsável por fiscalizar as áreas de alerta.
Como o Deter utiliza dados do sensor Modis do satélite Terra, com resolução espacial de 250 metros, é possível detectar polígonos de desmatamento com área maior que 25 hectares. Nem todos os desmatamentos maiores que 25 hectares são identificados pelo sistema, devido à eventual cobertura de nuvens.
A menor resolução dos sensores usados pelo Deter é compensada pela capacidade de observação diária, que torna o sistema uma ferramenta ideal para informar rapidamente aos órgãos de fiscalização sobre novos desmatamentos.
Os números apontados pelo Deter são importantes indicadores para os órgãos de controle e fiscalização. No entanto, para computar a taxa anual do desmatamento por corte raso na Amazônia, o Inpe utiliza o Prodes (www.obt.inpe.br/prodes), que trabalha com imagens de melhor resolução espacial capazes de mostrar também os pequenos desmatamentos.
A cada divulgação sobre o sistema de alerta Deter, o Inpe apresenta também um relatório de avaliação amostral dos dados. Os relatórios, assim como todos os dados relativos ao Deter, são públicos e podem ser consultados em www.obt.inpe.br/deter
Fonte: MCT
Comentário: o aumento no desmatamento da Amazônia, destacado desde ontem (18) pelos principais órgãos de imprensa do País, só reforça a necessidade do Brasil contar com um sistema de satélites mais efetivo de observação terrestre, tanto em termos de revisitas (maior número) como em tecnologia, não apenas com sensores óticos, mas também com imageadores radares, capazes de produzir imagens mesmo com cobertura de nuvens, que é algo frequente na região amazônica.
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