domingo, 16 de outubro de 2011

O que esperar do novo PNAE

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Durante o Congresso Latino-Americano de Satélites, realizado no Rio de Janeiro no início deste mês, Himilcon Carvalho, Diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos da Agência Espacial Brasileira (AEB) apresentou em sua palestra alguns elementos que devem constar na nova versão do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), ora em discussão.

Carvalho listou as demandas concretas, já identificadas, do Programa Espacial Brasileiro, a saber: Sistema Nacional de Prevenção e Alerta de Desastres; Estratégia Nacional de Defesa; Monitoramento Ambiental; e Segurança alimentar e hídrica. Tais demandas justificariam o desenvolvimento de missões de observação terrestre, meteorologia e comunicações, além, é claro, de meios de acesso ao espaço (um requisito da Estratégia Nacional de Defesa).

Satélites

O novo PNAE propõe dezesseis missões satelitais no período de 2012 a 2020 (ver gráfico abaixo). Cumprindo-se o cronograma proposto, a partir de 2012, o Programa Espacial Brasileiro teria ao menos um lançamento anual, com um pico de quatro missões em 2018.

Seguindo o exemplo do CBERS 2B, construído principalmente com subsistemas usados como modelos de engenharia para os dois primeiros satélites da série, a AEB adotará a mesma estratégia para o CBERS de segunda geração (além do CBERS 3 e 4, será feito o CBERS 4B, com previsão de lançamento em 2016), e o Amazônia-1, que deverá contar também com o Amazônia-1B, com expectativa de lançamento em 2015.

A AEB planeja também uma missão científica, baseada na Plataforma Multimissão (PMM), para o estudo do espectro do solo e da vegetação (Flora Hiperespectral), chamada FLORA-1, com lançamento planejado para 2016. Segundo informações recebidas pelo blog, tal missão poderia ser desenvolvida em conjunto com os Estados Unidos. Chama atenção a não inclusão da missão GPM (Global Precipitation Measurement), muito importante para o Sistema Nacional de Prevenção e Alerta de Desastres, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Inicialmente, a proposta era que o projeto fosse feito em parceria com a França ou Estados Unidos.

A missão radar, essencial para o monitoramento da região amazônica, está prevista para 2018. Ao invés de ser baseado na PMM, como inicialmente considerado (MAPSAR, em colaboração com a Alemanha), a AEB agora apresenta o satélite como sendo da classe de 2500 kg, possivelmente utilizando-se da plataforma desenvolvida para o CBERS, o que indicaria a possibilidade de se desenvolvê-la em parceria com a China, como tem sido buscado pela AEB.

O novo PNAE terá ainda uma orientação para missões de microssatélites científicos. Seriam três, uma voltada para clima espacial (CLE-1, em 2018), e duas de astrofísica (AST-1 e AST-2, em 2019 e 2020, respectivamente), a serem lançadas pelo futuro Veículo Lançador de Microssatélites (VLM).

Foguetes de sondagem e lançadores

As iniciativas em foguetes de sondagem e lançadores, lideradas pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), de São José dos Campos (SP), devem continuar apostando fortemente na cooperação com a Alemanha, que este ano completa quarenta anos (mais sobre essa cooperação, em breve no blog Panorama Espacial). Muito embora não haja definição dentro do IAE sobre o caminho a ser seguido para o desenvolvimento do VLM, dentre as várias possibilidades (cooperação com França, Rússia, Ucrânia, Alemanha ou Itália), a AEB parece apostar na cooperação com os alemães, numa extensão do projeto SHEFEX (SHarp Edge Flight EXperiment).

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3 comentários:

iurikorolev disse...

Caro Mileski
Os cronogramas ficaram muito pequenos para leitura
Abrs

Andre Mileski disse...

Iuri, por favor, me passe o seu e-mail que encaminho as imagens em melhor resolução. Abs., André.

iurikorolev disse...

Parece que eles fazem assim que é para ninguém ler rsrsrs
meu e-mail é iurikorolev@yahoo.com.br
Abrs