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A mais recente edição (nº 171) da revista "Caros Amigos", de orientação esquerdista, tem como reportagem de capa uma matéria sobre o Programa Espacial Brasileiro, com fortes críticas às ideias defendidas por Marco Antonio Raupp, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), sobre um maior envolvimento da iniciativa privada no programa. A chamada da reportagem já resume bem a sua orientação: "Risco de terceirização e privatização do Programa Espacial Brasileiro ameaça a soberania nacional e completa quadro de desmonte do setor sofrido na década de 1990."
Embora não cite a fonte, a autora reproduz um trecho do artigo "Espaço: Instrumento de poder e soberania para o Brasil", de Marco Raupp, publicado na edição nº 124 de Tecnologia & Defesa, e em cima dele constrói a tese de que o programa será terceirizado e privatizado.
Ontem (27), num website de inclinação socialista (Vermelho.org.br), foi divulgado outro artigo sobre o Programa Espacial Brasileiro, intitulado "Indo para o espaço". O texto conta com várias imprecisões e desatualizações, e, como de praxe, imputa o "insucesso" do programa brasileiro às pressões externas de EUA e outros países. Curiosamente, segue uma linha favorável à cooperação no campo de lançadores com a Ucrânia, o que conflita, aliás, com a posição dominante nos movimentos sindicais ligados ao setor de Ciência & Tecnologia.
Os dois textos trazem ideias e argumentos, no mínimo, antigos e antiquados. Apesar dos esforços de Raupp em mostrar que não haverá privatização do programa, convencer alguns setores do governo e sociedade (sindicatos, partidos políticos, etc.) quanto à "modernização" do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) - que exige sim uma maior participação e representatividade da iniciativa privada, até por uma questão de sobrevivência e relevância - não será tarefa fácil. A conferir.
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