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A edição de maio da revista Via Satellite traz uma reportagem sobre a possibilidade de mudanças no mercado mundial de lançamentos geoestacionários com a potencial entrada de um novo operador - a SpaceX com o lançador Falcon 9, o retorno em operação do Zenit 3SL, da Sea Launch, e os chineses, tudo isto previsto para os próximos anos. Para quem se interessa pelo assunto, a leitura é recomendada.
O último parágrafo da reportagem resume a análise do autor. Traduzimos para o português:
"O mercado de serviços de lançamento parece estar a beira de mudanças, mas ainda serão necessários anos antes que algum impacto real seja notado nos preços dos lançamentos. Nos próximos anos, a Sea Launch terá que demonstrar que é capaz de se recuperar, enquanto que a SpaceX terá que provar que pode ir além de lançamentos de demonstração, executando missões pagas. Então, levará muitos anos para que a Sea Launch e a SpaceX desenvolvam um histórico [track record] de confiabilidade que a Arianespace e a ILS já têm. Estes dois operadores continuarão a capturar a "fatia do leão" em lançamentos pelos próximos anos, mas a pressão vinda da potencial entrada de novos operadores terá um impacto nos custos de lançamento e no mercado como um todo."
O caso da SpaceX
O caso da operadora norte-americana SpaceX, do empreendedor Elon Musk, exige comentários à parte. Em sua carteira de pedidos, a empresa já conta com contratos importantes obtidos com a NASA e outras agências governamentais, fontes dos recursos para o desenvolvimento de sua família de lançadores. Em missões geoestacionárias, destinadas ao lançador Falcon 9, a SpaceX tem estado bem ativa na busca de contratos, embora o Falcon 9 ainda careça da exigida confiabilidade. Além de um acordo com a operadora SES, de Luxemburgo, comenta-se que o Falcon 9 também lançará o satélite tailandês Thaicom 6.
Apesar de ter obtido alguns contratos (principalmente por seus fretes com preços baixos), antes de rivalizar de igual para igual com a Arianespace e ILS, a Space X terá que, além de provar a confiabilidade do Falcon 9, enfrentar outros desafios, como garantir a sua sustentação financeira e se firmar no mercado governamental norte-americano, onde a empresa já começa a ter atritos (veja aqui) envolvendo a Boeing e Lockheed Martin, que dominam o mercado de lançamentos governamentais norte-americanos.
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