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A gaúcha AEL Sistemas entregou no final de junho os primeiros modelos do computador de bordo (on board computer - OBC) da plataforma orbital do Projeto SIA (Sistemas Inerciais para Aplicação Aeroespacial), iniciativa liderada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), de São José dos Campos (SP).
Segundo Marcos Arend, Diretor de Tecnologia da AEL Sistemas, a entrega compreendeu duas unidades do OBC, além de um sistema automático de testes, capaz de avaliar as interfaces entre as diferentes unidades que compõem o subsistema.
Arend destacou ao blog Panorama Espacial as principais características do OBC, que “tem uma complexidade razoável”. O equipamento nacional foi projetado para ser a prova de falhas simples, resistente à radiação e fez uso extensivo de novas tecnologias a fim de reduzir massa e volume.
Outra característica importante foi o uso massivo de hardware reconfigurável, permitindo a alteração ou acréscimo de novas funcionalidades, aumentando o ciclo de vida do equipamento.
O OBC é composto por dez sub-unidades, sendo as cinco principais: a de processamento (UPC); a interface de telecomando e telemetria (UTMC); de diagnósticos e supervisão do subsistema (UR); a unidade de controle e distribuição de potência (UDP); e a de comunicação interfaces (UAT) com os demais componentes do sistema inercial, como o giroscópio, sensor de estrelas e atuadores.
O equipamento tem vida útil estimada em quatro anos com confiabilidade de 0.99.
Marcos Arend revelou que para o desenvolvimento do OBC, a AEL Sistemas fez um investimento interno considerável, tendo expectativa de no futuro ter um modelo qualificado para aplicações em plataformas orbitais.
Os modelos entregues devem ser submetidos a vários testes nos laboratórios do INPE e receberão os algoritmos de controle de atitude órbita desenvolvidos pelo grupo do projeto SIA. A expectativa é que no próximo ano ocorra a contratação de modelos de qualificação e de voo.
Outras iniciativas em espaço
O trabalho da AEL Sistemas no campo espacial não se resume ao OBC. A empresa participa de projetos de satélites brasileiros, fornecendo os subsistemas de suprimento de energia (11 diferentes dispositivos), sendo o maior fornecedor em número de equipamentos.
No ano passado, a AEL trabalhou ativamente junto com outros parceiros do Rio Grande do Sul na elaboração de uma proposta de desenvolvimento de um microssatélite multimissão para aplicações militares (MMM), no âmbito do Inova Aerodefesa.
Segundo Arend, a empresa mantém o interesse em pequenas plataformas para aplicações espaciais, considerando as várias iniciativas e projetos que estão surgindo no Brasil, inclusive no Rio Grande do Sul. Vale citar o caso do NanosatC-Br-1, primeiro cubesat nacional, que conta com envolvimento significativo da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Nota do blog: para mais informações sobre o OBC, veja a reportagem "Desenvolvimento do primeiro computador de bordo brasileiro para satélites é concluído", da Agência O Globo.
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