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Estudo alerta para baixo investimento em política espacial
Orçamento caiu de R$ 415 milhões em 2009 para R$ 353 milhões em 2010, valor bem menor do que o de outros países do Bric
Estudo da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados, divulgado nesta semana, alerta para a fragilidade institucional e orçamentária da atual Política Espacial Brasileira. Para 2010, o orçamento previsto na proposta orçamentária é de R$ 353 milhões, contra R$ 415 milhões em 2009. Segundo o diretor da Agência Espacial Brasileira, Carlos Ganem, para fazer frente a todos os desafios, seria necessário o dobro dos recursos atuais.
Os outros países do Bric, no mesmo patamar de desenvolvimento do Brasil, destinam muito mais recursos públicos aos seus programas. A China investe mais de US$ 1 bilhão e planeja vôos tripulados à Lua até 2020. A Índia tem orçamento superior a US$ 800 milhões ao ano e a agência espacial russa conta com orçamento da ordem de US$ 2 bilhões.
Atrasos
As conseqüências são a postergação das metas estabelecidas pelo programa espacial brasileiro. Alguns exemplos, apenas para mencionar os principais projetos, são: atraso no lançamento do Cbers-3, inicialmente previsto para 2009 e adiado para 2011, e atraso no lançamento do VLS 1, cujo lançamento do quarto protótipo estava previsto para 2007 - e agora está marcado, para efeito de teste, para 2011.
A Agência Espacial Brasileira planeja lançar três satélites geoestacionários até 2013, para comunicação de dados, sendo o primeiro deles conhecido como SGB, Satélite Geoestacionário Brasileiro. Caso esses artefatos não sejam colocados em órbita, o Brasil poderá perder posições orbitais definidas pela União Internacional de Telecomunicações (UIT).
Fatia pequena
Em todo o mundo, a necessidade crescente de telecomunicações e a evolução tecnológica no setor, como a implantação da TV Digital, estão transformando o setor de satélites numa indústria multibilionária.
Segundo dados de 2008 da Space Foundation, a atividade espacial mundial, incluindo bens e serviços, indivíduos, corporações e governos, movimentou US$ 257 bilhões, dos quais 35% em serviços satelitais comerciais; 32% em infraestrutura comercial; 26% só do orçamento espacial do Governo dos EUA; 6% dos outros governos; e somente 1% com lançadores e indústria de suporte.
Os Estados Unidos detêm 41% do mercado global de satélites, deixando 59% para o restante do mundo, sendo de 1,9% a participação do mercado brasileiro.
A íntegra do estudo está disponível em:
http://www2.camara.gov.br/internet/fiquePorDentro/Temasatuais/politica-espacial-brasileira/documento-de-referencia-da-consultoria-legislativa-1
Fonte: Assessoria de Comunicação da Câmara dos Deputados, via JC E-mail, 11/02.
Comentário: para saber mais sobre os estudos referentes ao Programa Espacial Brasileiro realizados pelo Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica, acessem a postagem "Discussões sobre Política Espacial no CAEAT".
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4 comentários:
Olá Mileski,
primeiramente parabéns pelo blog.
Tenho uma dúvida a respeito dos orçamentos de 2009 e 2010 para o programa espacial brasileiro.
Neste artigo se está afirmando que o orçamento diminuiu de 2009 (R$ 415 milhões) para 2010 (R$ 353 milhões), mas em um outro artigo deste blog, com a análise do orçamento 2010, se afirma que o orçamento da AEB aumentou de R$ 282 milhões (2009) para R$ 293 milhões (2010).
Foi o orçamento da AEB que aumentou e o do programa espacial como um todo que diminuiu?
Obrigado,
Marcelo.
Marcelo, primeiramente, grato pelo elogio. Quanto à diferença de números sobre o orçamento do Programa Espacial Brasileiro, a explicação está na Alcântara Cyclone Space (ACS), empresa que irá explorar comercialmente o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, com o lançador ucraniano Cyclone 4. Os recursos destinados à joint-venture (cerca de R$ 50 milhões anuais) não entra no orçamento da Agência Espacial Brasileira (AEB), mas sim no do Ministério da Ciência e Tecnologia, que destina os recursos para a integralização de capital na empresa. Os valores de R$ 282 milhões (2009) e 293 milhões (2010) se referem aos projetos coordenados pela AEB. Existem também recursos vindos de outros ministérios (Meio Ambiente, Defesa, Agricultura, etc.) que acabam, indiretamente, beneficiando o Programa Espacial Brasileiro. Espero ter esclarecido sua dúvida. André
Olá Mileski,
Parabéns pelo Blog, entrei no endereço para ver o ducumento da camara porém já não consta mais. Vc teria para me enviar?
Obrigada,Joana
Joana, veja o documento nesse link: http://www2.camara.gov.br/documentos-e-pesquisa/fiquePorDentro/temas/politica-espacial-brasileira/documento-de-referencia-da-consultoria-legislativa-1
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