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Primeiros resultados com os experimentos da Operação Maracati II serão divulgados em três meses
16-12-2010
Desde que o Programa Microgravidade, da Agência Espacial Brasileira (AEB), foi criado já foram realizados três voos. Porém, a primeira vez em que a carga útil foi recuperada foi na Operação Maracati II, finalizada dia 12 de dezembro, no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. Algumas partes da carga útil do VSB-30, como o módulo cinco, a caixa em que voou o experimento que fez análise de expressão genética e proteica de plantas em condições de microgravidade e o forno multiusuário, desenvolvido pelo Laboratório de Materiais (LAS), do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), denominado Formu_S, foram trazidos para a AEB para serem expostos aos servidores da instituição.
No início de 2011, as peças serão devolvidas ao Instituto de Aeronáutica e Espaço para que eles as analisem e chequem se tudo correu da maneira prevista durante o voo do VSB-30. Os experimentos que voaram também serão analisados pelos pesquisadores e os primeiros resultados devem surgir em três meses.
“A recuperação da carga útil é de extrema importância porque quase todos os pesquisadores dependem das amostras para realizarem análises dos resultados dos experimentos”, explica Alessandra Brandão, coordenadora do Programa Microgravidade.
Como grande parte dos experimentos são de instituições de ensino que entram de férias na época do Natal, as amostras obtidas serão guardadas e os estudos só deverão começar em fevereiro. Kátia Scortecci, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), guardará suas amostras de cana de açúcar em temperatura de -80º C e começará as análises em fevereiro, quando as atividades na universidade retornarem.
Segundo relatos dos pesquisadores, os resultados obtidos com o voo podem gerar até três anos de publicações em revistas científicas. Alguns dos projetos que voaram, como o “GPS para Aplicações Aeroespaciais (GPS-AE)”, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), podem gerar novas tecnologias para o Programa Espacial Brasileiro, já que o Brasil ainda não possui um receptor GPS qualificado para ser usado em foguetes e satélites.
É importante lembrar que poucos países no mundo têm acesso ao ambiente de microgravidade. “Isso faz com que os resultados sejam ainda mais importantes para avanços científicos e tecnológicos”, afirma Alessandra.
VSB- 30 – O VSB-30 é um foguete de sondagem brasileiro. Ele possui dois estágios, mede aproximadamente 12,6 metros e utiliza propelente sólido. Para experimentos em ambiente de microgravidade, o VSB-30 permite que a carga útil permaneça cerca de seis minutos acima da altitude de 110 km, sem resistência atmosférica, sem acelerações dos propulsores e em queda livre. Ele é o primeiro produto espacial fabricado no país certificado, em 6 de agosto de 2009. O VSB-30 já foi lançado sete vezes na Europa. Este foi o terceiro lançamento do foguete no Brasil. Todos os lançamentos do VSB-30 foram bem sucedidos e a Alemanha encomendou mais foguetes para apoiarem o programa de microgravidade deles.
Fonte: AEB
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