terça-feira, 17 de setembro de 2013

Polo Aeroespacial do Rio Grande do Sul

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Rio Grande do Sul quer sediar outro polo aeroespacial

Brasília 13 de Setembro de 2013 – O segundo polo aeroespacial do país deve ser instalado no Rio Grande do Sul. Há cinco meses o governo do estado assinou acordo com a companhia israelense do ramo da eletrônica de defesa Elbit Systems, para que ela seja a empresa integradora da iniciativa, por meio da sua subsidiária no Brasil, a AEL Sistemas.

Com o parecer positivo do presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Coelho, para sua criação o grupo que forma o polo se organiza para auxiliar o país no desafio de se tornar menos dependente de tecnologias estrangeiras.

Em entrevista para o Informe da Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica.(Abipti), o presidente da Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec), Luiz Antonio Antoniazzi, diz como a iniciativa será estruturada e operada.

Uma das constantes reclamações da nossa indústria aeroespacial é a falta de compras públicas. Muitas empresas já fecharam as portas por não conseguir se manter. É viável a construção deste novo polo?

Segundo estimativas do Plano Nacional de Atividades Espaciais (Pnae), o governo federal deve investir R$ 9 bilhões para a construção de 14 satélites. O plano também ressalta que os equipamentos deverão ter conteúdo local, assim como a montagem, teste e lançamento do satélite. Dessa forma, haverá demanda e recursos suficientes para tornar a nossa iniciativa perfeitamente viável. O polo se concentrará no desenvolvimento de pequenos satélites. Para isso, detemos toda a infraestrutura necessária, pois trabalharemos em conjunto com a base industrial, as universidades, os institutos de pesquisa e o governo do estado.

As universidades, indústria e institutos de pesquisa têm expertise para trabalhar com tecnologias do setor?

Hoje, a indústria eletroeletrônica gaúcha está voltada para componentes aeronáuticos. A AEL, que é uma grande empresa de Porto Alegre, é fornecedora da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer). O que ela fará é trazer o conhecimento e a expertise da Elbit, que tem reconhecimento internacional na área de eletrônicos de defesa e que tem cooperações técnicas internacionais, com a Rússia na parte de satélites, a Ucrânia em lançadores e com uma empresa alemã na área de controle de satélites. Pretendemos absorver esse conhecimento e transferi-lo para as demais indústrias que farão parte desse grupo.

O conhecimento virá todo de fora?

Não. Dominamos muito conhecimento de grupos de pesquisa das universidades pertencentes ao polo gaúcho. Cito o exemplo de um grupo de pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que tem reconhecimento internacional no que diz respeito ao impacto das radiações cósmicas sobre os componentes dos equipamentos do satélite. Esse know-how será transferido para a indústria e resultará em produtos que incorporarão satélites produzidos, desenvolvidos e montados aqui.

Além da UFRGS, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) também têm grupos de pesquisa e desenvolvimento nesta área espacial.

Qual é a participação do Cientec no polo?

Atuaremos na avaliação de conformidade de componentes de equipamentos que serão construídos no país. Faremos todos os ensaios de avaliação nos nossos laboratórios, que é a nossa expertise. Essa será a nossa grande contribuição.

Como será o gerenciamento do polo?

No atual estágio, a Secretaria de Ciência e Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico do Rio Grande do Sul (Scit) coordena todo o processo. Ela integra a universidade, o instituto tecnológico, a indústria e o governo. Em um segundo momento, será criada a Rede Espacial. Ela funcionará nos moldes da RedePetro, iniciativa que congrega empresas privadas e instituições de ensino e pesquisa para que, juntas, possam fazer frente aos desafios do mercado por meio de novas tecnologias e de parcerias produtivas.

A Rede Espacial será um grupo permanente, coordenado pela secretaria, que integrará a indústria, a academia e as demandas do governo federal por satélite. Ele deve se reunir a cada 15 dias para discutir as demandas reais com todos os atores da iniciativa.

Fonte: Abipti, via website da AEB.
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