domingo, 8 de setembro de 2013

Fundo de investimento para os setores aeroespacial e de defesa

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Na última sexta-feira (06), a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), anunciaram o lançamento de uma chamada pública convidando gestoras de investimentos para a gestão de um fundo de investimento em participações (FIP) focado nos setores aeronáutico, aeroespacial, defesa, segurança e integração de sistemas.

O FIP terá um capital comprometido mínimo de R$130 milhões, sendo que o BNDES, a FINEP e a Embraer investirão cada uma o valor de R$40 milhões, com os R$10 milhões restantes sendo aportados pela agência de fomento Desenvolve SP, ligada ao Governo do Estado de São Paulo. O patrimônio poderá ser maior, uma vez que a gestora selecionada será responsável por captar novos investidores (possivelmente, investidores institucionais como fundos de pensão e empresas atuantes nestas áreas).

Segundo a nota do BNDES, o FIP "será um fundo de venture capital, ou seja, que investirá em pequenas e médias empresas inovadoras, com faturamento bruto de até R$ 200 milhões anuais. O gestor que vier a ser contratado deverá concentrar esforços para que cerca de 15% do capital efetivamente investido seja destinado a empresas inovadoras com faturamento bruto de até R$ 3,6 milhões por ano." O fundo será "estruturado com elementos de corporate venturing, no qual a presença de uma empresa líder, no caso a Embraer, permite estruturar e fortalecer a cadeia produtiva relacionada às suas atividades."

Basicamente, a função do FIP é investir em empresas por meio da aquisição de parte de suas ações ou outros valores mobiliários, tornando-se um sócio. Além de contribuir com o capital, o FIP também pode ter participação efetiva na gestão da empresa, rentabilizando o seu investimento. O investimento feito pelo fundo tem prazo definido e, normalmente, é realizado por meio da venda das participações a investidores estratégicos ou mediante abertura de capital em bolsas de valores. Ao término do prazo de duração do fundo, a expectativa de seus investidores (no caso, FINEP, BNDES, Embraer e etc.) é que os recursos inicialmente investidos tenham se valorizado (em fundos de venture capital, não é raro os retornos superarem três ou quatro vezes o montante inicialmente investido).

Nos Estados Unidos e na Europa, o conceito de corporate venturing para os setores aeroespacial e de defesa não é novo. Grandes conglomerados industriais, como a europeia EADS (Airbus) e a Boeing têm iniciativas nesta área. De fato, nos últimos anos algumas iniciativas similares foram idealizadas no Brasil, mas não chegaram a ser materializadas.

A iniciativa do FIP se soma ao programa Inova Aerodefesa, anunciado em maio, e é mais uma forma de financiamento de projetos das áreas aeroespacial, de defesa e segurança desenvolvidos pela iniciativa privada. No caso do Inova Aerodefesa, os investimentos serão não reembolsáveis, por meio de mecanismos de subvenção econômica.

(Blog Panorama Espacial, com informações do BNDES e FINEP)
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