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Entrevista de Gilberto Câmara, ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, publicada no Estadão
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) "está no fundo do poço", segundo seu ex-diretor Gilberto Câmara, que pediu demissão do cargo há um ano. Não só o Inpe, diz, como vários outros institutos e universidades federais que se esforçam para produzir ciência e tecnologia, mas não conseguem, por causa de uma legislação "arcaica". Indignado, Câmara escreveu um artigo para o Jornal da Ciência, publicado na edição online em 22 de maio. Na sequência, conversou com exclusividade com o Estado.
O que o senhor quer dizer com "fundo do poço"?
Gilberto Câmara - Que o Inpe perdeu a capacidade de cumprir suas missões porque os meios necessários são limitados pelo sistema de administração direta e pelo controle da Advocacia-Geral da União (AGU), Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU), em que predomina a regra do 'não pode' e funcionários são contratados para a vida eterna.
O Inpe opera nesse sistema há muito tempo. O que mudou?
Gilberto Câmara - O sistema ficou muito mais apertado. Até certo tempo atrás, havia certa tolerância, por exemplo, em relação à captação de recursos externos via fundações e ao uso da lei de licitações para compra de bens tecnológicos. Mas essa tolerância está cada vez menor.
Quando as dificuldades começaram?
Gilberto Câmara - De uns cinco anos para cá, quando a AGU passou a interpretar leis de forma mais estrita. A posição é que qualquer recurso que entre nas universidades tem de ir para o orçamento da União e ser gasto segundo a lei de licitações. Essa posição liquida as instituições, tirando delas o mínimo de autonomia que existia.
Como ser mais eficiente?
Gilberto Câmara - O certo seria cultivar um sistema de mérito, só que isso é impossível na administração direta. Há incompatibilidade entre cultura de mérito e sistema baseado no controle dos meios - por exemplo, com licitações baseadas em menor preço e contratação de funcionários vitalícios. Não dá para comprar satélite como se compra carro, comparando três modelos e escolhendo o mais barato. Quero contratar pessoas por tempo determinado, não funcionários para o resto da vida.
O que o senhor quer dizer com cultura de mérito?
Gilberto Câmara - Uma cultura de mérito pressupõe que quem recebe recurso recebe para produzir determinado resultado. O sistema atual é totalmente antagonista à cultura de mérito necessária à produção de conhecimento. A exceção é São Paulo, porque a Fapesp julga fins, não meios. AGU, CGU e TCU não estão nem aí para resultados.
Qual seria a solução?
Gilberto Câmara - Essencialmente, um novo regime administrativo para institutos e universidades - e o melhor regime para isso hoje é o de organização social (OS). Não é o melhor que poderíamos criar, mas é o melhor que temos.
Quais são os reflexos no Inpe?
Gilberto Câmara - Há paralisia total nas decisões. Todos os editais do CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), por exemplo, estão sendo feitos pela Agência Espacial Brasileira, porque a AGU disse que o Inpe não pode mais contratar para o programa CBERS.
Os serviços prestados pelo Inpe estão ameaçados?
Gilberto Câmara - O risco é mais sutil. Serviços continuarão a ser prestados, mas não serão melhorados. A previsão do tempo não deixará de ser feita, mas a capacidade do Inpe de melhorar essa previsão está comprometida. O mesmo vale para o monitoramento da Amazônia: não vai acabar, mas não vai melhorar. Em resumo, o sistema está bichado.
(Herton Escobar/O Estado de S.Paulo)
Leia também o artigo "Perspectivas do fundo do poço", de Gilberto Câmara, publicado na página 4 do Jornal da Ciência de 31 de maio de 2013: http://www.jornaldaciencia.org.br/impresso/JC738.pdf
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segunda-feira, 3 de junho de 2013
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
"O que podemos aprender com as falhas de componentes do CBERS-3?"
Reproduzimos abaixo os comentários feitos por Gilberto Câmara, ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), referentes a uma reportagem publicada no "Jornal SindCT" no último mês de novembro (para ler a reportagem, acesse a postagem "Os problemas do CBERS 3"). Tais comentários foram enviados por Câmara ao blog Panorama Espacial e também circulados hoje na comunidade espacial.
"O que podemos aprender com as falhas de componentes do CBERS-3?"
Gilberto Câmara (pesquisador do INPE, diretor do INPE de 2005 a 2012)
Na semana passada, o jornal do SindCT (Sindicato dos Servidores Públicos Federais em Ciência e Tecnologia) publicou o artigo "Falha em componente atrasa lançamento do CBERS-3".
A matéria faz um apanhado dos problemas enfrentados com os conversores DC/DC do CBERS-3. Em sua primeira parte, apresenta o problema de forma equilibrada. Infelizmente, a segunda parte da artigo cai na armadilha usual de "buscar culpados". Faz questionamentos genéricos, buscando inclusive identificar "quem deverá arcar com os gastos financeiros extras?".
Não se pode negar que se trata de um problema delicado. As decisões que a equipe do INPE está a tomar para resolver o problema não são fáceis. Mas é importante que a comunidade inpeana e os interessados pelo programa espacial evitem julgamentos precipitados. A lógica de "buscar culpados" é enganosa e injusta.
A equipe do INPE tem todas as condições e conhecimento para investigar o defeito nos conversores DC/DC, determinar qual foi a origem da falha e tomar a melhor decisão possível dentro das circunstâncias. Antes de ter opiniões apressadas, é preciso saber que os componentes com qualificação espacial usados no CBERS são tecnologia de duplo uso e estão sujeitos a controles de exportação. É também importante entender a cadeia de eventos que levou o INPE a comprar os conversores DC/DC da empresa MDI.
O projeto CBERS tem, até agora, duas grandes fases: o projeto e construção do CBERS-1,2 e 2B (1990-2003) e o do CBERS 3 e 4 (2000-2015). Na primeira fase, a responsabilidade brasileira era de 30% do satélite e a indústria espacial chinesa ainda estava se desenvolvendo. Na segunda fase, nosso compromisso é de construir 50% do satélite, inclusive com metade da carga útil. A indústria espacial chinesa está madura e lança mais de 20 satélites por ano.
Outra grande diferença entre a primeira e a segunda fase do programa CBERS foi o grande aumento do controle de exportação de produtos sensíveis pelo governo americano. O projeto das partes brasileiras do CBERS-1,2, e 2B foi feito nos anos 90, quando as restrições de exportação de componentes dos EUA eram menores que hoje. Nos satélites CBERS-1,2, e 2B, a participação brasileira incluía o fornecimento de subsistemas que tinham componentes de fabricação americana, que foram comprados de empresas dos EUA sem maiores problemas durante a década de 90.
A estratégia adotada no programa CBERS desde o início dos anos 2000 e seguida até hoje é: (a) o INPE contrata os subsistemas à industria brasileira; (b) compra no mercado internacional os componentes eletrônicos não produzidos no Brasil; (c) fornece os componentes às empresas para que os integrem nos equipamentos que contratamos; (d) testa e qualifica esses subsistemas no LIT. As empresas assim atuam como extensões do INPE, que é o "mestre de obras" dos satélites.
Esta lógica de compra de componentes pelo INPE foi adotada pelo instituto devido a dois fatores importantes: controle de qualidade e redução de custos. Ao comprar os componentes, o INPE faz a inspeção e o controle de qualidade antes de entregá-los à industria. De forma geral, isto aumenta a confiabilidade dos equipamentos. Outro aspecto é a redução de custos. A lei brasileira prejudica o desenvolvimento tecnológico nacional. Há um imposto de importação muito alto sobre componentes eletrônicos, que teria de ser pago pela indústria caso os importasse diretamente. O INPE é dispensado de pagar este imposto. Como o cliente final é o INPE, o instituto considera que fica caro financiar o Tesouro Nacional com dinheiro público. Assim assumimos a responsabilidade pela importação.
O INPE se preparou para usar no CBERS-3/4 a mesma lógica que havia funcionado no CBERS-1/2/2B: comprar componentes de boa qualidade e repassá-los à indústria. Só que as regras americanas de exportação haviam mudado.
Nos EUA, aconteceram eventos no final dos anos 90 que mudaram fundamentalmente a política americana de controle de armas. A divisão entre conservadores e democratas, que hoje está mais forte que nunca hoje, aprofundou-se nos anos do governo de Bill Clinton (1993-2002). O escandalo Monica Lewinsky enfraqueceu a popularidade de Clinton. Em 1996, os republicanos assumiram o controle da Câmara dos Deputados, e chegaram a votar o impeachment de Clinton em 1998 (ele foi absolvido pelo Senado). Antes como agora, os republicanos construíram sua imagem publica na defesa do isolacionismo americano e no medo do inimigo externo (antes, a URSS e hoje a China).
No anos 90, houve um escândalo envolvendo as empresas Loral e Hugues. Elas foram acusadas pelo governo americano de fornecer informações secretas à China que teriam permitido aos chineses melhorar a qualidade e a precisão de seus satélites e misseis. A alegação dizia que a Loral e a Hugues teriam interesse em vender satélites para a China e de lançar seus satélites para clientes não americanos com foguetes chineses, mais baratos e mais confiáveis. Ao mesmo tempo, um segundo escândalo aconteceu na área nuclear. O FBI e a CIA informaram ao Governo dos EUA que teria havido um roubo de projetos de armas nucleares americanas pela China. Bombas nucleares denotadas em explosões subterrâneas pela China teriam o mesmo perfil sismico que dispositivos dos EUA.
Os dois escândalos (nuclear e espacial) levaram a Câmara dos Deputados (de maioria republicana) a criar o equivalente de uma CPI ("Select Committee") sobre "US National Security and Military/Commercial Concerns with China". Isto no auge do escandalo Lewinsky e do impeachment de Clinton. O relatorio (disponível na internet) concluiu: "China has stolen or otherwise illegally obtained U.S. missile and space technology that improves China's military and intelligence capabilities."
Neste clima de caça às bruxas chinesas, o Congresso americano aprovou em 1999 o “Strom Thurmond National Defense Authorization Act For Fiscal Year 1999", onde decretou que “all satellites and related items that are on the Commerce Control List of dual use items in the Export Administration Regulations (...) shall be transferred to the United States Munitions List and controlled under section 38 of the Arms Export Control Act". Em outras palavras, a partir de 1999 todos os itens relacionados com tecnologia de satélites foram reclassificados de “tecnologia de uso dual” para “armas de guerra” e sujeitos diretamente ao controle do exportações americano. O ato tem provisões adicionais específicas para a China, e estabelece que fica proibida qualquer exportação para a China de itens na lista de munições.
Esta mudança substancial da legislação americana não foi acompanhada de perto nem pelo INPE, nem pela AEB, nem pelo Itamaraty, nem pela indústria. Como resultado, no início dos anos 2000, quando o INPE fez o projeto dos equipamentos a ser usados nos satélites CBERS-3 e 4, usou a mesma lógica dos satélites anteriores. Os projetos foram feitos no período de 2000 a 2005 e as licitações para escolha das empresas brasileiras fornecedoras de subsistemas foram feitas de 2004 a 2006. A partir de 2007, o INPE começou a comprar os componentes eletrônicos necessários para a construção dos subsistemas do CBERS para os projetos já contratados de 2004 a 2006. E aí enfrentamos as barreiras de exportação.
Tivemos problemas em muitos componentes. Em meados de 2006, o INPE tentou comprar um transistor de potência ("field effect transistor") para ser usado no transmissor de dados das câmaras de imageamento do CBERS-3 e 4. O equipamento é fabricado por uma subsidiária americana da Fujitsu, que se negou a fornecê-lo. Como o INPE já havia comprado o mesmo componente antes de 2000 para uso nos CBERS 1, 2 e 2B, ficamos surpresos com as novas restrições.
No inicio de 2007, eu (então diretor do INPE) e Miguel Henze (na época Diretor de Satélites e Aplicações da AEB) fomos a Washington para uma reunião com a Sra. Ann Ganzer, diretora do Defense Trade Controls Policy, Bureau of Political Military Affairs do Departamento de Estado, e portanto responsável pela aplicação das regras de controle de exportação de componentes sensíveis.
Explicamos à Sra. Ganzer que o CBERS era um satélite exclusivamente civil, e que os subsistemas brasileiros eram enviados à China como "caixas-pretas" e o projeto desses subsistemas não era compartilhado com os chineses. Também manifestamos nossa surpresa com a mudança das regras de controle de exportação. Após ouvir a nossas explicações sobre o programa CBERS, a Sra. Ganzer apresentou em detalhe a política dos EUA em vigor desde 1999, descrita acima. Ela nos disse que, a partir de 1999, o CBERS é considerado um programa associado à China e satélites CBERS estão sujeitos ao embargo previsto na lei americana.
Assim sendo, foi apenas em 2007 que o Governo brasileiro (através do INPE e da AEB) tomou conhecimento das novas regras de controle de exportação. Naquele momento, as licitações dos subsistemas do CBERS já estavam fechadas e as empresas contratadas já estavam projetando os equipamentos.
Para complicar ainda mais a vida do INPE, a lei americana não é clara. A lista de componentes controlados não é disponível publicamente de forma detalhada. A orientação do Departamento de Estado é que as empresas interessadas em vender componentes façam um pedido de licença de exportação, que é analisado caso a caso. Assim sendo, não é possível estabelecer um limite claro sobre o que é possível comprar dos EUA e o que será vetado.
O INPE adotou então a seguinte postura:
(a) Solicitar as empresas americanas potencialmente fornecedoras que fizessem pedidos de licença de exportação. Caso uma empresa inicialmente contactada não quisesse fazer este pedido, buscava-se outro fornecedor com capacidade equivalente.
(b) Quando não havia fornecedor americano, buscava-se um fornecedor europeu com componentes equivalentes não sujeito ao controle de exportação dos EUA.
(c) Quando não havia fornecedores americanos com licença de exportação nem europeus com componentes equivalentes, o INPE refez o projeto do subsistema para usar componentes que pudessem ser importados.
No caso do transmissor de dados de banda X, não houve fornecedores americanos que tivessem licenças de exportação nem europeus com equivalência. Foi preciso refazer o projeto, com aumento de custos e atraso de prazo.
No caso dos conversores DC/DC, o fornecedor originalmente desejado pelo INPE não se interessou em fornecê-los. O INPE comprou então os componentes da empresa MDI. Esta empresa tem reputação no mercado e já forneceu componentes para diversos programas, como KOMPSAT (satélite coreano) e SAC-D (satélite argentino). Os componentes da MDI foram inspecionados pelo LIT e fornecidos às empresas. O INPE agiu neste caso com o mesmo procedimento adotado com os demais componentes.
Os conversores DC/DC foram apenas alguns dentre milhares de componentes adquiridos pelo INPE. Todos adquiridos por processos semelhantes, atendendo a parâmetros ditados em normas internacionais. Os equipamentos que usavam os conversores DC/DC foram testados e qualificados pelo LIT, que adota procedimentos de qualidade de padrão mundial. Todos os testes e verificações padrões foram feitos. O problema com os conversores só foi verificado na China, nos procedimentos finais que antecedem ao lançamento.
Os subsistemas brasileiros do satélite CBERS-3 tem milhares de componentes, alguns fornecidos por empresas americanas, outros pela Europa e até pela China. O INPE adotou com a empresa MDI o mesmo procedimento que temos com todos os fornecedores. Todas as empresas contratadas tem experiencia no mercado e são fornecedoras de outros programas espaciais. As decisões de projeto foram tomadas em boa fé, a partir da técnica disponível, da maturidade das equipes, e das circunstâncias. A indisponibilidade ampla de componentes, e a consequente escolha da MDI, foram circunstâncias com as quais as equipes tiveram que lidar.
Além das dificuldades de comprar produtos de qualificação espacial no Exterior, a equipe do INPE teve de enfrentar ainda a total incompreensão da burocracia estatal, especialmente dos advogados da CJU/AGU-SJC. Entre muitos exemplos de desconexão com o interesse público, a AGU questionou, por exemplo, a substituição de componentes por seus equivalentes. Recusou-se a entender como funcionam os controles de exportação de tecnologia de uso dual. Chegou a acusar o INPE de ser uma "casa da Mãe Joana" por ter de substituir componentes embargados por outros equivalentes não sujeitos a embargos americanos.
Verifica-se assim que há uma longa cadeia de eventos desde o inicio do projeto do CBERS-3 até a falha dos conversores DC/DC ocorrida há poucos meses. Deve-se resistir ao máximo à tentação de construir "teorias da conspiração". Num projeto de alta complexidade numa área de tecnologia dual, é impossível atribuir uma falha a um único responsável. De quem é a culpa? Da everestiana burocracia brasileira? Da empresa MDI? Do INPE? Da AEB? De Monica Lewinsky? Ou do Strom Thurmond, o senador racista da Carolina do Sul que teve uma filha mulata com uma empregada negra?
O único fato inegável é que só erra quem faz. E na área espacial, é preciso fazer muitas vezes para poder acertar. O programa espacial chines é um bom exemplo. Apesar do grande número de satélites lançados, o tempo de vida médio de um satélite chines ainda é muito inferior os dos equivalentes americanos. Uma das razões é a menor qualidade dos componentes eletrônicos usados nos satélites da China. Nem por isso, os chineses desanimam. Pelo contrário, buscam entender as razoes das falhas e tentam de novo.
Se em lugar de ter recursos humanos e materiais para lançar um satélite a cada quatro anos, o Brasil lançasse quatro satélites por ano, problemas como os conversores DC/DC já teriam sido identificados e corrigidos. Ao receber recursos reduzidos, coloca-se a reputação do INPE em jogo de forma perigosa. Enquanto o programa espacial brasileiro não tiver uma dimensão industrial significativa, problemas como o conversor DC/DC continuarão a aparecer, sempre com julgamentos negativos que não refletem a qualidade do time do INPE.
A atividade espacial é intrinsecamente de risco, que pode se manifestar das mais variadas formas - a falha de componentes e equipamentos é uma delas. É preciso conviver com eles e mitigá-los com medidas técnicas e programáticas. Tentar punir indivíduos ou organizações por conta de decisões técnicas coletivas não resolve o problema. Demonstra apenas ignorância sobre a realidade.
A equipe que trabalha no programa CBERS enfrenta dilemas quase intransponíveis. Além das dificuldades inerentes a um programa de satélites sofisticado, temos de vencer os embargos comerciais, as limitações de recursos e a total incompreensão de parte da burocracia estatal. Antes de acusar, é mais justo reconhecer o enorme esforço que nosso time está a fazer para que o projeto tenha sucesso.
Cordialmente
Gilberto
P.S. Para maiores informações, vejam os links
http://en.wikipedia.org/wiki/Cox_Report
http://en.wikipedia.org/wiki/Timeline_of_Cox_Report_controversy
http://www.house.gov/coxreport/
http://www.dod.mil/dodgc/olc/docs/1999NDAA.pdf
http://www.pmddtc.state.gov/official_itar_and_amendments.htm
P.S.2 Para quem quiser entender um pouco mais sobre a persistência chinesa, sugiro assistir a um docudrama sobre a vida de Qian Xuesen, pai do programa espacial chinês:
http://www.youtube.com/watch?v=WwlayRDU3Oo
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domingo, 12 de agosto de 2012
Aniversário do INPE: bate-boca entre Raupp e Câmara
Ministro e ex-diretor trocam acusações em plena cerimônia após divulgação de plano para remodelar instituto de S. José
11 de agosto de 2012
Chico Pereira
São José dos Campos
A festa de 51 anos de criação do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), de São José dos Campos, realizada ontem, foi marcada por protesto de servidores e bate-boca entre o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, e Gilberto Câmara, ex-diretor do instituto.
O desentendimento verbal entre Raupp e Câmara foi presenciado por pelo menos 100 pessoas que participaram da solenidade, no auditório do LIT (Laboratório de Integração e Testes).
Ao saudar Câmara, que estava na plateia, o ministro chamou a atenção para a camiseta preta que ele usava com a inscrição “Não ao desmonte do Inpe”.
“Meu caro Gilberto de camisa preta, depois quero fazer uma observação a isso”, disse Raupp.
Câmara respondeu que era um protesto contra a tentativa que está sendo feita para “desmontar o Inpe”, numa referência ao projeto de remodelação da instituição elaborada por Raupp.
Visivelmente irritado, o ministro rebateu: “fico impressionado, partir de uma pessoa como você uma dúvida com relação ao meu encaminhamento e partir para uma atitude de contestação que não conheço. Gosto da contestação do sindicato, que é permanente. Contestações em épocas que você deveria colaborar para os encaminhamentos eu considero bem menos”.
Em outro trecho de seu pronunciamento em defesa do projeto de reestruturação do Programa Espacial Brasileiro e do papel do Inpe nesse contesto, Raupp voltou a criticar Câmara: “durante a administração do Gilberto Câmara, o Inpe se desalinhou completamente das ações do governo federal. O governo dava dinheiro para fazer o Amazônia e o Cbers (satélites) e ele botava em outras coisas”.
“É isso que vocês querem? Desorganização? Não pode ser assim. Tem que ter alinhamento, governança. É isso que está se buscando, integração, isso é legítimo e dever de um governo que dá valor aos impostos que o cidadão paga. Usar bem os recursos e não desperdiçar”, afirmou Raupp para a plateia.
Ele voltou a criticar Câmara no final do seu pronunciamento: “aprecio muito o sindicato porque é franco. Eu não aprecio pessoas que fizeram tudo errado e agora querem se pontificar como aliado de vocês (sindicato). Isso para mim é ruim”.
Câmara evitou comentar as declarações do ministro.
Protesto. Pelo menos 30 servidores participaram da cerimônia vestidos com camiseta preta com a mesma inscrição.
Foi a forma do SindcT (Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do setor Aeroespacial) mostrar o descontentamento e a apreensão da comunidade do Inpe com as propostas de Raupp.
O ministro rebateu as críticas de que planeja “fatiar” o instituto com a transferência de setores considerados estratégicos para outras esferas do governo federal, como do Cptec (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos) para o Instituto Nacional de Meteorologia, e do setor de engenharia e tecnologia espacial para a AEB (Agência Espacial Brasileira).
“Não existe e nem existira desmonte. Não sou homem de operar desmonte, sou de operar construções. Tudo isso são delírios”, disse Raupp.
NOTA OFICIAL DO MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Com relação à reportagem "Ministro retoma plano para 'desmonte' do Inpe em S. José", tenho a esclarecer:
A política especial brasileira vem passando por uma profunda revisão, visando sua atualização e adequado atendimento das necessidades do País em campos como da ciência espacial e da atmosfera, da observação da terra, da previsão do tempo e estudos climáticos, da engenharia e da tecnologia espacial, dentre outros.
A nova situação inclui também acréscimo de investimentos, a partir de 2007.
Com a nova política espacial, o papel do Inpe, será ainda mais relevante e dinâmico em importantes contextos, como no organograma dos órgãos públicos federais, na sua contribuição para a sociedade brasileira e na sua participação na produção científica e tecnológica mundial.
Portanto, não tem fundamento na verdade qualquer afirmação ou inferência de que há um plano de desmonte para o Inpe.
Ao contrário, almeja-se para o Inpe papel semelhante ao desempenhado por órgãos congêneres de países exitosos em termos de definição e execução de programas espaciais, como Estados Unidos e China.
Também para confirmar que se quer dotar o Inpe das melhores condições para o cumprimento de suas imprescindíveis atividades, encontra-se em andamento um processo de concurso público para a contratação de 107 novos servidores, sendo 17 pesquisadores, 22 tecnologistas, 40 técnicos e 28 analistas de Ciência e Tecnologia.
As propostas para o redimensionamento do papel do Inpe na política espacial brasileira não foram elaboradas nem estão sendo encaminhadas às escondidas. Ao contrário, estão sendo tratadas com toda a transparência cabível.
Elas foram apresentadas, publicamente, em reuniões com o Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Setor Aeroespacial, com o Conselho Técnico Científico do Inpe e com a Câmara Municipal de São José dos Campos. Nessas ocasiões, solicitei contribuições à proposta. As propostas foram discutidas também no âmbito do Programa Nacional de Atividades Espaciais, com participação de representantes da comunidade científica e da comunidade empresarial da área aeroespacial.
Por fim, quero lembrar, em especial à comunidade de São José dos Campos, que sempre pautei e pautarei minha atuação, não por ações de desmonte, mas sim por ações de construção.
Marco Antonio Raupp
Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação
Fonte: jornal "O Vale".
Comentários: sobre a possível junção do CPTEC, unidade do INPE localizada em Cachoeira Paulista (SP) e que desenvolve pesquisas e previsões em meteorologia, com o INMET, vinculado ao Ministério da Agricultura, interessante observar que em 24 de julho, foi publicado no Diário Oficial da União a Portaria Interministerial nº 678, dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação, e Agricultura, que constituiu um grupo de trabalho para a elaboração de relatório contendo proposta para "(i) a ampliação de mecanismos de integração e coordenação de atividades entre o Instituto Nacional de Meteorologia - INMET e o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos - CPTEC do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE; e (ii) a integração institucional entre o CPTEC e o INMET, como preconizada no relatório do Grupo de Trabalho instituído pela Portaria Interministerial nº 545, de 01 de novembro de 2004, pelos Ministros do MCTI e MAPA, e em concordância com o determinado na reunião interministerial realizada em 16/03/2005 no Gabinete do Ministro da Ciência e Tecnologia."
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segunda-feira, 14 de maio de 2012
Leonel Perondi é o novo diretor do INPE
Segunda-feira, 14 de Maio de 2012
A nomeação de Leonel Fernando Perondi como diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (14/5). Ele substitui Gilberto Câmara, à frente do instituto desde dezembro de 2005. Ainda não foi definida a data da cerimônia de posse do novo diretor.
Graduado em Engenharia Mecânica Aeronáutica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Leonel Perondi é mestre em Engenharia e Tecnologia Espaciais pelo INPE e doutor em Theoretical Physics pela University of Oxford.
No INPE desde 1982, Perondi atuou como coordenador geral de Engenharia e Tecnologia Espacial (ETE) de 2002 a 2004 e foi gerente do Programa Sino-Brasileiro de Satélites CBERS, de 2002 a 2005. Também foi diretor substituto entre 2001 e 2005, ano que chegou a assumir interinamente a direção geral. De 2007 a 2011, atuou como membro do Conselho Técnico Científico do INPE.
Fonte: INPE
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sexta-feira, 11 de maio de 2012
Leonel Perondi na direção do INPE
A reportagem de hoje (11) da Folha de S. Paulo destaca que o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marco Antonio Raupp, escolheu o pesquisador Leonel Perondi como o novo diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em substituição a Gilberto Câmara, demissionário desde agosto de 2011.
O nome de Perondi está agora em análise pela Casa Civil, como de praxe em indicações para cargos do governo. Sua indicação, aliás, confirma os rumores que circulavam nos bastidores desde dezembro de 2011, quando a lista tríplice foi entregue ao MCTI. No final de janeiro, o blog publicou: "Especula-se que um ex-vice diretor do INPE seja um deles, juntamente com o chefe de uma importante unidade (por muitos, considerada independente) do Instituto, e um pesquisador do INPE, engenheiro formado na década de setenta pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). Ainda, há rumores, vindos de duas pessoas familiarizadas com o assunto, de que um dos integrantes assumiria uma diretoria da Agência Espacial Brasileira (AEB)."
De acordo com seu curriculum Lattes, Leonel Fernando Perondi é graduado em engenharia mecânica pelo ITA (1980), com mestrado pelo INPE e doutorado pela Universidade de Oxford. Entre 2001 e 2005, foi diretor substituto do INPE, tendo atuado também em projetos de engenharia e tecnologia espaciais, como o programa CBERS (gerente-geral entre 2002 e 2005). Caso sua indicação seja confirmada, o INPE muito provavelmente voltará a ter mais enfoque em projetos de engenharia de satélites, algo que, segundo alguns críticos, poderia ter sido mais efetivo na gestão de Câmara.
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domingo, 15 de janeiro de 2012
Expectativa em São José dos Campos
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O ano começou com muita expectativa em São José dos Campos (SP), quanto ao anúncio do novo diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em substituição a Gilberto Câmara, que pediu demissão em agosto do ano passado. No último dia 12, o Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Setor Aeroespacial (SindCT) divulgou nota indicando "irritação da comunidade inpeana" com a demora na definição.
Após as apresentações das propostas de doze candidatos, realizadas em 13 de dezembro, o comitê de busca preparou uma lista tríplice e a enviou para Aloizio Mercadante, ministro da Ciência, Tecnologia & Inovação. Segundo pessoas familiarizadas com o tema ouvidas pelo blog, o anúncio do novo diretor é aguardado para breve, uma vez que, segundo se comenta, o ministro Mercadante deverá assumir o Ministério da Educação na reforma ministerial planejada para o final de janeiro ou início de fevereiro.
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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
"De olho na Terra", novo artigo de José Monserrat Filho
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De olho na Terra, com pleno acesso a dados ambientais
José Monserrat Filho, Chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da Agência Espacial Brasileira (AEB)
“A informação ambiental deve estar à disposição do público, com todas as limitações definidas em lei e interpretadas de forma restrita, tendo em vista o interesse público por sua divulgação, para que o acesso à informação seja oportuno, eficaz e facilitado a todos os usuários interessados.” (Princípio propugnado pela Declaração da Cúpula da Terra (Eye on Earth))
A Cúpula da Terra de 2011, chamada em inglês de “Eye on Earth Summit” (Cúpula de Olho na Terra), reuniu mais de mil participantes em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, de 12 a 15 de dezembro, e lançou sua declaração final com endereço certo: a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio + 20, a realizar-se no Rio de Janeiro, de 20 a 22 de junho do corrente ano.
A documento conclama os países e organizações participantes da Rio + 20 a apoiarem à criação de um tratado internacional que estabeleça acesso fácil, rápido e oportuno à informação (geoespacial) ambiental, conforme a proposta formulada pelo Brasil.
A ideia é elaborar um instrumento internacional com base no Ponto 10 da Declaração da Rio 92, que diz: “O melhor modo de tratar as questões ambientais é com a participação de todos os cidadãos interessados, em vários níveis. No plano nacional, toda pessoa deverá ter acesso adequado à informação sobre o ambiente de que dispõem as autoridades públicas, incluída a informação sobre os materiais e as atividades que oferecem perigo a suas comunidades, assim como a oportunidade de participar dos processos de adoção de decisões. Os Estados deverão facilitar e fomentar a sensibilização e a participação do público, colocando a informação à disposição de todos. Deverá ser proporcionado acesso efetivo aos procedimentos judiciais e administrativos, entre os quais o ressarcimento de danos e recursos pertinentes.”
A Declaração começa enfatizando que “a informação confiável, relevante e oportuna” é que dá força à tomada de decisões capazes de promover o desenvolvimento sustentável. E que “nossa colaboração tem por objetivo promover a colaboração entre comunidades, redes relevantes, sistemas, instituições e provedores de tecnologia para a integração de informações econômicas, ambientais e sociais em um sistema de informações compartilhadas voltado para o avanço do desenvolvimento sustentável, aproveitando o rápido desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação, bem como o fortalecimento da formação de capacidades e do apoio tecnológico aos países em desenvolvimento e aos países com economias em transição”.
A repercussão foi altamente positiva. “Não haverá desenvolvimento sustentável sem informação relevante acessível ao público”, sustentou o diretor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) no Quênia, Peter Gilruth.
O diretor do INPE, Gilberto Câmara, relatou os resultados da política transparente democrática do Brasil de distribuição gratuita de dados de satélite (da série CBERS – Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) e ofereceu uma série de argumentos justificando a necessidade de um tratado internacional sobre acesso à informação ambiental.
Daniel Schneider, alto funcionário do Departamento de Estado dos EUA, assegurou que os EUA apoiam fortemente os objectivos da Cúpula da Terra.
Entre as personalidades que ocuparam a tribuna da conferência, cabe destacar: Sha Zukang, Subsecretário-Geral das Nações Unidas para Assuntos Econômicos e Sociais e Secretário-Geral da Rio + 20; Achim Steiner, diretor-executivo do PNUMA; Bill Clinton, ex-Presidente dos EUA; Jane Goodall, cientista famosa por suas pesquisas sobre macacos na África Oriental; Sylvia Earle, oceanógrafa, pesquisadora do National Geographic Magazine; e Russell Mittermeier, biólogo e primatologista, Presidente do Ong Conservation International.
Prestigiaram o evento representantes do Banco Mundial, União Internacional de Telecomunicações (UIT), Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas, da Agência Europeia do Ambiente, União Internacional para Conservação da Natureza, de outras organizações das Nações Unidas, empresas como Microsoft e Google e de indústrias geoespaciais.
A Cúpula da Terra também debateu outros temas cruciais, como as redes globais, o carbono azul e a preservação dos oceanos, a gestão de desastres naturais, o biodiversidade. Mas a questão do “Acesso para todos” (Access for all) à informação ambiental, inclusive e em especial as obtidas por satélites, acabou predominando e sendo o assunto central da declaração final.
Eis a seguir tradução não oficial da declaração, que corre por minha conta e risco.
Declaração da Conferência de Cúpula Eye on Earth
Nós, ministros e representantes de alto nível de governos, empresas privadas, academia e sociedade civil (The Eye on Earth Community), presentes à 1ª Conferência de Cúpula De Olho na Terra (Eye on Earth Summit), realizada em Abu Dhabi, Emirados Árabes, de 12 a 15 de dezembro de 2011,
Profundamente preocupados com a evidência de mudanças ambientais sem precedentes em todos os níveis, inclusive possíveis mudanças irreversíveis com implicações potencialmente negativas para o desenvolvimento econômico e social, em especial para as camadas mais pobres e vulneráveis da sociedade¹,
Conscientes de que a cooperação com intercâmbio de – e acesso a – observações e informações oportunas, confiáveis e relevantes para ampla rede de atores é a parte crítica da interface necessária entre a ciência e a política para levar adiante o avanço e a implementação dos objetivos, metas e indicadores no rumo do desenvolvimento sustentável,
Recordando o Princípio 10 da Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, o qual, entre outras, reconhece que cada indivíduo terá acesso adequado à informação ambiental em poder de autoridades públicas e que os Estados devem facilitar e estimular a conscientização e a participação pública, tornando a informação amplamente disponível,
Recordando o Plano Estratégico de Bali para Apoio Tecnológico e Capacitação² e enfatizando a importância da sua implementação plena,
Convencidos de que o fortalecimento da capacidade de gerir, intercambiar e facilitar o acesso à informação em países em desenvolvimento e países com economias em transição ajudará a promover o desenvolvimento e implementação de objetivos, metas e indicadores do desenvolvimento sustentável,
Conscientes das oportunidades oferecidas pelo rápido avanço das tecnologias da informação e comunicação para aumentar o acesso, o intercâmbio e a gestão da informação, bem como a importância de promover o mais amplo aproveitamento dessas oportunidades,
Reconhecendo o papel essencial das atuais redes e sistemas temáticos e geográficos para o intercâmbio de – e acesso à – informação, inclusive o papel do Grupo de Observação da Terra (GEO) e seus Grupos com base na Terra, no Mar, na Atmosfera e no Espaço sobre o Sistema dos Sistemas de Observações de Terra (GEOSS), e também o papel e as atividades da Associação de Infra-estrutura de Dados Espaciais Globais (GSDI) na entrega da plataforma de dados espaciais para facilitar a descoberta, o acesso e a integração de dados e serviços,
Tendo em vista que a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio + 20), a reunir-se no Rio de Janeiro em 2012, representa uma oportunidade para renovar o compromisso político do papel da informação na promoção do desenvolvimento sustentável, inclusive quanto aos temas da Conferência: economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza, bem como o quadro institucional para o desenvolvimento sustentável,
Notando o interesse que tem sido expresso à proposta de desenvolvimento de um tratado global com base no Princípio 10 da Declaração do Rio,
Expressando nosso profundo agradecimento ao Governo dos Emirados Árabes Unidos por organizar e acolher a 1ª Conferência de Cúpula De Olho na Terra (EyE Summit), em parceria com o Programa Ambiental das Nações Unidas (PNUMA),
Declaramos que:
1. Aspiramos a uma visão em que a tomada de decisões no rumo do desenvolvimento sustentável é empoderada pelo disponibilização de – e acesso equitativo à – informação confiável, relevante e oportuna;
2. Decidimos que nossa colaboração tem por objetivo promover a colaboração entre comunidades, redes relevantes, sistemas, instituições e provedores de tecnologia para a integração de informações econômicas, ambientais e sociais em um sistema de informações compartilhadas voltado para o avanço do desenvolvimento sustentável, aproveitando o rápido desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação, bem como o fortalecimento da formação de capacidades e do apoio tecnológico aos países em desenvolvimento e aos países com economias em transição;
3. Concordamos em promover nossa colaboração com base nos seguintes princípios:
(A) A agenda para a cooperação deve ser flexível, equilibrada, orientada por propósitos, focada em problemas, com prazos limitados mas de longa duração, e ser desenvolvida respeitando a diversidade das partes interessadas e suas estruturas de governança, de modo a firmar um clima de confiança entre os parceiros;
(B) As modalidades de cooperação devem inspirar-se no princípio da ação subsidiária para que as funções sejam executadas de forma compartilhada entre os que estejam em melhores condições para cumpri-las, e para que as informações sejam mantidas próximas da fonte, a fim de não se perder o conhecimento de seu uso e de suas limitações;
(C) Para coletar, gerir e difundir informação ambiental são necessários mecanismos eficazes, e quem a coleta ou produz é responsável pela garantia de sua qualidade;
(D) A informação deve ser disponibilizada, de modo a evitar a duplicação desnecessária de dados coletados, a cumprir a obrigação de disseminá-la e a apoiar a tomada de decisões;
(E) A informação ambiental deve estar à disposição do público, com todas as limitações definidas em lei e interpretadas de forma restrita, tendo em vista o interesse público por sua divulgação, para que o acesso à informação seja oportuno, eficaz e facilitado a todos os usuários interessados;
4. Intensificamos esforços para incorporar informação e programas ambientais no currículo do ensino de todos os níveis: fundamental, médio e superior, além de programas de aprendizagem para a formação profissional, como os de ensino à distância;
5. Concordamos em trabalhar com as Nações Unidas para estabelecer um fórum de cooperação entre redes de informação ambiental temática e sub-global, com vistas a realçar ainda mais sua conectividade e eficácia no apoio à avaliação do intercâmbio de informação e tomada de decisões para o desenvolvimento sustentável;
6. Decidimos trabalhar com o Grupo de Observação da Terra (GEO), com outras iniciativas relevantes e com parceiros interessados, no apoio ao desenvolvimento e expansão dos padrões atuais de interoperabilidade para o intercâmbio de dados e informação, bem como de um enfoque global no provimento de plataformas web de apoio ao intercâmbio de informações;
7. Resolvemos apoiar o desenvolvimento de condições adequadas, institucionais e legislativas, capazes de levar adiante a implementação do Princípio 10 da Declaração do Rio, com base, inter alia, nas Diretrizes para o Desenvolvimento da Legislação Nacional sobre Acesso à Informação, Participação Pública e Acesso à Justiça em Matéria Ambiental, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)³;
8. Estamos comprometidos a nos engajar nas – e a fortalecer as – iniciativas existentes já envolvidas na cooperação técnica para a formação de capacidades e o apoio tecnológico para o acesso à informação e seu intercâmbio nos países em desenvolvimento e nos países com economias em transição, inclusive apoiando o desenvolvimento de redes, a cooperação regional, a coleta, pesquisa, análise, monitoramento de dados, a avaliação ambiental integrada e as estruturas legislativa e institucional para acesso à informação;
9. Instamos por maior desenvolvimento de parcerias público-privadas para o uso das tecnologias da informação e comunicação, e incentivamos o setor privado a usar suas capacidades de pesquisa e desenvolvimento para ampliar a implementação dos objetivos e metas nacionais e internacionais acordadas para o desenvolvimento sustentável;
10. Saudamos a Exposição Eye on Earth, as iniciativas especiais identificados e os trabalhos técnicos efetuados pela Conferência de Cúpula em matéria de rede institucional, governança e política para o intercâmbio de informação; necessidades de conteúdo e usuários; infra-estrutura técnica; formação de capacidades, educação e conscientização, e aplicações de casos demonstrativos (showcasing applications);
11. Pretendemos, doravante, desenvolver ainda mais a comunidade Eye on Earth, apoiada e incentivada pela Iniciativa Global Abu Dhabi de Dados Ambientais (Abu Dhabi Global Environmental Data Iniciative – AGEDI) e pelo PNUMA, em prol do progresso das iniciativas especiais e de outros projetos e programas similares, presentes e futuros, inclusive o desenvolvimento de capacidades nacionais;
12. Apelamos ao PNUMA e a todos os participantes da cooperação em prol do desenvolvimento para que ajudem, quando solicitados, os países em desenvolvimento e os países em transição, por meio de programas direcionados à formação de capacidades em seus esforços para desenvolver legislação nacional adequada e apoiar o acesso público às informações, em sintonia com as diretrizes do PNUMA sobre o Princípio 10;
13. Apelamos aos Governos, aos organismos das Nações Unidas, às outras organizações internacionais, às agências doadoras multilaterais e bilaterais, à sociedade civil e ao setor privado para que continuem contribuindo para a implementação das iniciativas especiais aprovadas na Conferência de Cúpula e das ações acima descritas;
14. Resolvemos marcar um encontro, antes do final de 2013, para revisar o progresso da implementação da presente declaração e considerar os rumos para os trabalhos futuros.
Assumimos estes compromissos para reforçar a infra-estrutura de conhecimento e informação necessária ao avanço do bem-estar humano e dos três pilares do desenvolvimento sustentável: o econômico, o ambiental e o social.
Notas
(1) Resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, nº 63/220, de 19/12/2008.
(2) Decisão do Conselho Administrativo da UNEP, 23/1-I, que adota o Plano Estratégico de Bali para o Apoio Tecnológico e a Formação de Capacidades, de 25/03/2005.
(3) Aprovada na 11 ª Sessão Especial do Conselho do Conselho Administrativo/Fórum Global de Ministros do Meio Ambiente do UNEP, Indonésia, 25/02/2010.
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De olho na Terra, com pleno acesso a dados ambientais
José Monserrat Filho, Chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da Agência Espacial Brasileira (AEB)
“A informação ambiental deve estar à disposição do público, com todas as limitações definidas em lei e interpretadas de forma restrita, tendo em vista o interesse público por sua divulgação, para que o acesso à informação seja oportuno, eficaz e facilitado a todos os usuários interessados.” (Princípio propugnado pela Declaração da Cúpula da Terra (Eye on Earth))
A Cúpula da Terra de 2011, chamada em inglês de “Eye on Earth Summit” (Cúpula de Olho na Terra), reuniu mais de mil participantes em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, de 12 a 15 de dezembro, e lançou sua declaração final com endereço certo: a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio + 20, a realizar-se no Rio de Janeiro, de 20 a 22 de junho do corrente ano.
A documento conclama os países e organizações participantes da Rio + 20 a apoiarem à criação de um tratado internacional que estabeleça acesso fácil, rápido e oportuno à informação (geoespacial) ambiental, conforme a proposta formulada pelo Brasil.
A ideia é elaborar um instrumento internacional com base no Ponto 10 da Declaração da Rio 92, que diz: “O melhor modo de tratar as questões ambientais é com a participação de todos os cidadãos interessados, em vários níveis. No plano nacional, toda pessoa deverá ter acesso adequado à informação sobre o ambiente de que dispõem as autoridades públicas, incluída a informação sobre os materiais e as atividades que oferecem perigo a suas comunidades, assim como a oportunidade de participar dos processos de adoção de decisões. Os Estados deverão facilitar e fomentar a sensibilização e a participação do público, colocando a informação à disposição de todos. Deverá ser proporcionado acesso efetivo aos procedimentos judiciais e administrativos, entre os quais o ressarcimento de danos e recursos pertinentes.”
A Declaração começa enfatizando que “a informação confiável, relevante e oportuna” é que dá força à tomada de decisões capazes de promover o desenvolvimento sustentável. E que “nossa colaboração tem por objetivo promover a colaboração entre comunidades, redes relevantes, sistemas, instituições e provedores de tecnologia para a integração de informações econômicas, ambientais e sociais em um sistema de informações compartilhadas voltado para o avanço do desenvolvimento sustentável, aproveitando o rápido desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação, bem como o fortalecimento da formação de capacidades e do apoio tecnológico aos países em desenvolvimento e aos países com economias em transição”.
A repercussão foi altamente positiva. “Não haverá desenvolvimento sustentável sem informação relevante acessível ao público”, sustentou o diretor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) no Quênia, Peter Gilruth.
O diretor do INPE, Gilberto Câmara, relatou os resultados da política transparente democrática do Brasil de distribuição gratuita de dados de satélite (da série CBERS – Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) e ofereceu uma série de argumentos justificando a necessidade de um tratado internacional sobre acesso à informação ambiental.
Daniel Schneider, alto funcionário do Departamento de Estado dos EUA, assegurou que os EUA apoiam fortemente os objectivos da Cúpula da Terra.
Entre as personalidades que ocuparam a tribuna da conferência, cabe destacar: Sha Zukang, Subsecretário-Geral das Nações Unidas para Assuntos Econômicos e Sociais e Secretário-Geral da Rio + 20; Achim Steiner, diretor-executivo do PNUMA; Bill Clinton, ex-Presidente dos EUA; Jane Goodall, cientista famosa por suas pesquisas sobre macacos na África Oriental; Sylvia Earle, oceanógrafa, pesquisadora do National Geographic Magazine; e Russell Mittermeier, biólogo e primatologista, Presidente do Ong Conservation International.
Prestigiaram o evento representantes do Banco Mundial, União Internacional de Telecomunicações (UIT), Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas, da Agência Europeia do Ambiente, União Internacional para Conservação da Natureza, de outras organizações das Nações Unidas, empresas como Microsoft e Google e de indústrias geoespaciais.
A Cúpula da Terra também debateu outros temas cruciais, como as redes globais, o carbono azul e a preservação dos oceanos, a gestão de desastres naturais, o biodiversidade. Mas a questão do “Acesso para todos” (Access for all) à informação ambiental, inclusive e em especial as obtidas por satélites, acabou predominando e sendo o assunto central da declaração final.
Eis a seguir tradução não oficial da declaração, que corre por minha conta e risco.
Declaração da Conferência de Cúpula Eye on Earth
Nós, ministros e representantes de alto nível de governos, empresas privadas, academia e sociedade civil (The Eye on Earth Community), presentes à 1ª Conferência de Cúpula De Olho na Terra (Eye on Earth Summit), realizada em Abu Dhabi, Emirados Árabes, de 12 a 15 de dezembro de 2011,
Profundamente preocupados com a evidência de mudanças ambientais sem precedentes em todos os níveis, inclusive possíveis mudanças irreversíveis com implicações potencialmente negativas para o desenvolvimento econômico e social, em especial para as camadas mais pobres e vulneráveis da sociedade¹,
Conscientes de que a cooperação com intercâmbio de – e acesso a – observações e informações oportunas, confiáveis e relevantes para ampla rede de atores é a parte crítica da interface necessária entre a ciência e a política para levar adiante o avanço e a implementação dos objetivos, metas e indicadores no rumo do desenvolvimento sustentável,
Recordando o Princípio 10 da Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, o qual, entre outras, reconhece que cada indivíduo terá acesso adequado à informação ambiental em poder de autoridades públicas e que os Estados devem facilitar e estimular a conscientização e a participação pública, tornando a informação amplamente disponível,
Recordando o Plano Estratégico de Bali para Apoio Tecnológico e Capacitação² e enfatizando a importância da sua implementação plena,
Convencidos de que o fortalecimento da capacidade de gerir, intercambiar e facilitar o acesso à informação em países em desenvolvimento e países com economias em transição ajudará a promover o desenvolvimento e implementação de objetivos, metas e indicadores do desenvolvimento sustentável,
Conscientes das oportunidades oferecidas pelo rápido avanço das tecnologias da informação e comunicação para aumentar o acesso, o intercâmbio e a gestão da informação, bem como a importância de promover o mais amplo aproveitamento dessas oportunidades,
Reconhecendo o papel essencial das atuais redes e sistemas temáticos e geográficos para o intercâmbio de – e acesso à – informação, inclusive o papel do Grupo de Observação da Terra (GEO) e seus Grupos com base na Terra, no Mar, na Atmosfera e no Espaço sobre o Sistema dos Sistemas de Observações de Terra (GEOSS), e também o papel e as atividades da Associação de Infra-estrutura de Dados Espaciais Globais (GSDI) na entrega da plataforma de dados espaciais para facilitar a descoberta, o acesso e a integração de dados e serviços,
Tendo em vista que a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio + 20), a reunir-se no Rio de Janeiro em 2012, representa uma oportunidade para renovar o compromisso político do papel da informação na promoção do desenvolvimento sustentável, inclusive quanto aos temas da Conferência: economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza, bem como o quadro institucional para o desenvolvimento sustentável,
Notando o interesse que tem sido expresso à proposta de desenvolvimento de um tratado global com base no Princípio 10 da Declaração do Rio,
Expressando nosso profundo agradecimento ao Governo dos Emirados Árabes Unidos por organizar e acolher a 1ª Conferência de Cúpula De Olho na Terra (EyE Summit), em parceria com o Programa Ambiental das Nações Unidas (PNUMA),
Declaramos que:
1. Aspiramos a uma visão em que a tomada de decisões no rumo do desenvolvimento sustentável é empoderada pelo disponibilização de – e acesso equitativo à – informação confiável, relevante e oportuna;
2. Decidimos que nossa colaboração tem por objetivo promover a colaboração entre comunidades, redes relevantes, sistemas, instituições e provedores de tecnologia para a integração de informações econômicas, ambientais e sociais em um sistema de informações compartilhadas voltado para o avanço do desenvolvimento sustentável, aproveitando o rápido desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação, bem como o fortalecimento da formação de capacidades e do apoio tecnológico aos países em desenvolvimento e aos países com economias em transição;
3. Concordamos em promover nossa colaboração com base nos seguintes princípios:
(A) A agenda para a cooperação deve ser flexível, equilibrada, orientada por propósitos, focada em problemas, com prazos limitados mas de longa duração, e ser desenvolvida respeitando a diversidade das partes interessadas e suas estruturas de governança, de modo a firmar um clima de confiança entre os parceiros;
(B) As modalidades de cooperação devem inspirar-se no princípio da ação subsidiária para que as funções sejam executadas de forma compartilhada entre os que estejam em melhores condições para cumpri-las, e para que as informações sejam mantidas próximas da fonte, a fim de não se perder o conhecimento de seu uso e de suas limitações;
(C) Para coletar, gerir e difundir informação ambiental são necessários mecanismos eficazes, e quem a coleta ou produz é responsável pela garantia de sua qualidade;
(D) A informação deve ser disponibilizada, de modo a evitar a duplicação desnecessária de dados coletados, a cumprir a obrigação de disseminá-la e a apoiar a tomada de decisões;
(E) A informação ambiental deve estar à disposição do público, com todas as limitações definidas em lei e interpretadas de forma restrita, tendo em vista o interesse público por sua divulgação, para que o acesso à informação seja oportuno, eficaz e facilitado a todos os usuários interessados;
4. Intensificamos esforços para incorporar informação e programas ambientais no currículo do ensino de todos os níveis: fundamental, médio e superior, além de programas de aprendizagem para a formação profissional, como os de ensino à distância;
5. Concordamos em trabalhar com as Nações Unidas para estabelecer um fórum de cooperação entre redes de informação ambiental temática e sub-global, com vistas a realçar ainda mais sua conectividade e eficácia no apoio à avaliação do intercâmbio de informação e tomada de decisões para o desenvolvimento sustentável;
6. Decidimos trabalhar com o Grupo de Observação da Terra (GEO), com outras iniciativas relevantes e com parceiros interessados, no apoio ao desenvolvimento e expansão dos padrões atuais de interoperabilidade para o intercâmbio de dados e informação, bem como de um enfoque global no provimento de plataformas web de apoio ao intercâmbio de informações;
7. Resolvemos apoiar o desenvolvimento de condições adequadas, institucionais e legislativas, capazes de levar adiante a implementação do Princípio 10 da Declaração do Rio, com base, inter alia, nas Diretrizes para o Desenvolvimento da Legislação Nacional sobre Acesso à Informação, Participação Pública e Acesso à Justiça em Matéria Ambiental, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)³;
8. Estamos comprometidos a nos engajar nas – e a fortalecer as – iniciativas existentes já envolvidas na cooperação técnica para a formação de capacidades e o apoio tecnológico para o acesso à informação e seu intercâmbio nos países em desenvolvimento e nos países com economias em transição, inclusive apoiando o desenvolvimento de redes, a cooperação regional, a coleta, pesquisa, análise, monitoramento de dados, a avaliação ambiental integrada e as estruturas legislativa e institucional para acesso à informação;
9. Instamos por maior desenvolvimento de parcerias público-privadas para o uso das tecnologias da informação e comunicação, e incentivamos o setor privado a usar suas capacidades de pesquisa e desenvolvimento para ampliar a implementação dos objetivos e metas nacionais e internacionais acordadas para o desenvolvimento sustentável;
10. Saudamos a Exposição Eye on Earth, as iniciativas especiais identificados e os trabalhos técnicos efetuados pela Conferência de Cúpula em matéria de rede institucional, governança e política para o intercâmbio de informação; necessidades de conteúdo e usuários; infra-estrutura técnica; formação de capacidades, educação e conscientização, e aplicações de casos demonstrativos (showcasing applications);
11. Pretendemos, doravante, desenvolver ainda mais a comunidade Eye on Earth, apoiada e incentivada pela Iniciativa Global Abu Dhabi de Dados Ambientais (Abu Dhabi Global Environmental Data Iniciative – AGEDI) e pelo PNUMA, em prol do progresso das iniciativas especiais e de outros projetos e programas similares, presentes e futuros, inclusive o desenvolvimento de capacidades nacionais;
12. Apelamos ao PNUMA e a todos os participantes da cooperação em prol do desenvolvimento para que ajudem, quando solicitados, os países em desenvolvimento e os países em transição, por meio de programas direcionados à formação de capacidades em seus esforços para desenvolver legislação nacional adequada e apoiar o acesso público às informações, em sintonia com as diretrizes do PNUMA sobre o Princípio 10;
13. Apelamos aos Governos, aos organismos das Nações Unidas, às outras organizações internacionais, às agências doadoras multilaterais e bilaterais, à sociedade civil e ao setor privado para que continuem contribuindo para a implementação das iniciativas especiais aprovadas na Conferência de Cúpula e das ações acima descritas;
14. Resolvemos marcar um encontro, antes do final de 2013, para revisar o progresso da implementação da presente declaração e considerar os rumos para os trabalhos futuros.
Assumimos estes compromissos para reforçar a infra-estrutura de conhecimento e informação necessária ao avanço do bem-estar humano e dos três pilares do desenvolvimento sustentável: o econômico, o ambiental e o social.
Notas
(1) Resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, nº 63/220, de 19/12/2008.
(2) Decisão do Conselho Administrativo da UNEP, 23/1-I, que adota o Plano Estratégico de Bali para o Apoio Tecnológico e a Formação de Capacidades, de 25/03/2005.
(3) Aprovada na 11 ª Sessão Especial do Conselho do Conselho Administrativo/Fórum Global de Ministros do Meio Ambiente do UNEP, Indonésia, 25/02/2010.
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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Câmara: "Fusão da AEB com Inpe está morta"
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Fusão da AEB com Inpe está morta, diz Gilberto Câmara, presidente do instituto
quarta-feira, 30 de novembro de 2011, 20h19
A proposta apresentada no meio do ano pelo presidente da AEB, Marco Antônio Raupp, de fundir a autarquia com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) não está mais sendo discutida dentro do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. A proposta não avançou porque sofreu forte oposição de Gilberto Câmara, diretor geral do Inpe. A ideia de Raupp era que a incorporação da AEB com o Inpe pudesse fortalecer o Programa Espacial Brasileiro a partir de uma atuação integrada das duas instituições.
"Falei 'ótimo' desde que a resultante disso se chame Inpe. O Instituto tem uma história é uma das instituições de pesquisa mais respeitadas do Brasil, muito mais antiga que a AEB. A AEB tem dois funcionários. Como ele (Marco Antônio Raupp) não topou, não rolou. A proposta morreu.", explica Gilberto Câmara.
A proposta, por ora está engavetada. Entetanto, Câmara está deixando o Inpe até o final do ano, o que poderá fazer com que a discussão seja recolocada quando o Intituto passar a ter outro diretor. Câmara diz que está "cansado"e pretende se dedicar mais a área acadêmica. Em 2012 ele deve se afastar para fazer um curso de pós-doutorado na Alemanha.
O novo dirtetor da o Instituto será escolhido pelo ministro Aloízio Mercadante a partir de uma lista tríplice apresentada pelo Comitê de Busca que é formado por profissionais que atuam em áreas afins às do Inpe.
Embraer
Câmara discorda da maneira como o governo vem trabalhando no projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro. Sua maior insatisfação reside no fato de o Inpe não ter sido incluído nas discussões. Além disso, segundo ele, o governo ainda não indicou como a experiência do Instituto será aproveitada no programa. Sobre a joint venture da Telebrás com a Embraer, Câmara diz que não vai haver "integração nenhuma" como dizem os representantes do governo.
Isso porque a companhia vai comprar um satélite pronto, já que não tem nenhuma experiência em integração. "Integração não é o que a Embraer vai fazer, ela vai acompanhar. A Embraer vai comprar pronto. A melhor maneira de integrar um satélite é fazendo", afirma ele.
Segundo ele, para que "a Embraer possa ser o que o governo quer que ela seja" é preciso investimento na empresa. Câmara procura amenizar a sua insatisfação com a exclusão do Inpe. "Como o Inpe vai passar o seu conhecimento para a Embraer, eu não sei. E nem quero falar sobre esse assunto agora que eu estou saindo. Isso faz parte de um debate que vai acontecer nos próximos anos".
Prêmio
Gilberto Câmara esteve nesta quarta em na Câmara dos Deputados onde foi homenageado em nome do Inpe com a Medalha Mérito Legislativo pelo trabalho que o Inpe desenvolve na área ambiental com monitoramento de queimadas, entre outras ações. A Medalha Mérito Legislativo é a maior honraria concedida pela Câmara dos Deputados a pessoas com relevantes serviços prestados ao País.
Fonte: Teletime. Colaborou Ildefonso.
Comentários: embora o INPE tenha um representante no grupo de trabalho do SGB, a informação que chegou ao conhecimento do Blog Panorama Espacial é que, de fato, sua função é meramente de observação, uma vez que o escopo do projeto já estaria definido. O não envolvimento (ou envolvimento inexpressivo) do INPE no SGB tem parcela de culpa do próprio Instituto, incapaz ou desinteressado em se alinhar com iniciativas que estavam sendo desenhadas em Brasília. Nos bastidores, comenta-se que um dos motivos que teriam levado à decisão de saída do Gilberto Câmara seria o enfraquecimento de suas relações com importantes "stakeholders" do Programa Espacial Brasileiro, inclusive Forças Armadas e indústria.
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Fusão da AEB com Inpe está morta, diz Gilberto Câmara, presidente do instituto
quarta-feira, 30 de novembro de 2011, 20h19
A proposta apresentada no meio do ano pelo presidente da AEB, Marco Antônio Raupp, de fundir a autarquia com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) não está mais sendo discutida dentro do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. A proposta não avançou porque sofreu forte oposição de Gilberto Câmara, diretor geral do Inpe. A ideia de Raupp era que a incorporação da AEB com o Inpe pudesse fortalecer o Programa Espacial Brasileiro a partir de uma atuação integrada das duas instituições.
"Falei 'ótimo' desde que a resultante disso se chame Inpe. O Instituto tem uma história é uma das instituições de pesquisa mais respeitadas do Brasil, muito mais antiga que a AEB. A AEB tem dois funcionários. Como ele (Marco Antônio Raupp) não topou, não rolou. A proposta morreu.", explica Gilberto Câmara.
A proposta, por ora está engavetada. Entetanto, Câmara está deixando o Inpe até o final do ano, o que poderá fazer com que a discussão seja recolocada quando o Intituto passar a ter outro diretor. Câmara diz que está "cansado"e pretende se dedicar mais a área acadêmica. Em 2012 ele deve se afastar para fazer um curso de pós-doutorado na Alemanha.
O novo dirtetor da o Instituto será escolhido pelo ministro Aloízio Mercadante a partir de uma lista tríplice apresentada pelo Comitê de Busca que é formado por profissionais que atuam em áreas afins às do Inpe.
Embraer
Câmara discorda da maneira como o governo vem trabalhando no projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro. Sua maior insatisfação reside no fato de o Inpe não ter sido incluído nas discussões. Além disso, segundo ele, o governo ainda não indicou como a experiência do Instituto será aproveitada no programa. Sobre a joint venture da Telebrás com a Embraer, Câmara diz que não vai haver "integração nenhuma" como dizem os representantes do governo.
Isso porque a companhia vai comprar um satélite pronto, já que não tem nenhuma experiência em integração. "Integração não é o que a Embraer vai fazer, ela vai acompanhar. A Embraer vai comprar pronto. A melhor maneira de integrar um satélite é fazendo", afirma ele.
Segundo ele, para que "a Embraer possa ser o que o governo quer que ela seja" é preciso investimento na empresa. Câmara procura amenizar a sua insatisfação com a exclusão do Inpe. "Como o Inpe vai passar o seu conhecimento para a Embraer, eu não sei. E nem quero falar sobre esse assunto agora que eu estou saindo. Isso faz parte de um debate que vai acontecer nos próximos anos".
Prêmio
Gilberto Câmara esteve nesta quarta em na Câmara dos Deputados onde foi homenageado em nome do Inpe com a Medalha Mérito Legislativo pelo trabalho que o Inpe desenvolve na área ambiental com monitoramento de queimadas, entre outras ações. A Medalha Mérito Legislativo é a maior honraria concedida pela Câmara dos Deputados a pessoas com relevantes serviços prestados ao País.
Fonte: Teletime. Colaborou Ildefonso.
Comentários: embora o INPE tenha um representante no grupo de trabalho do SGB, a informação que chegou ao conhecimento do Blog Panorama Espacial é que, de fato, sua função é meramente de observação, uma vez que o escopo do projeto já estaria definido. O não envolvimento (ou envolvimento inexpressivo) do INPE no SGB tem parcela de culpa do próprio Instituto, incapaz ou desinteressado em se alinhar com iniciativas que estavam sendo desenhadas em Brasília. Nos bastidores, comenta-se que um dos motivos que teriam levado à decisão de saída do Gilberto Câmara seria o enfraquecimento de suas relações com importantes "stakeholders" do Programa Espacial Brasileiro, inclusive Forças Armadas e indústria.
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sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Cooperação Brasil - Gabão
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Encontro no Gabão discute acesso a dados espaciais
Sexta-feira, 04 de Novembro de 2011
Para discutir a infraestrutura que permitirá a países africanos receber gratuitamente imagens de satélites, o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Gilberto Câmara, reúne-se com dirigentes da recém-criada agência espacial do Gabão nos dias 4 e 5 de novembro, em Libreville. Está previsto encontro com o presidente do Gabão, Ali Bongo.
Também participam das reuniões no Gabão o gerente do Programa de Sistemas de Solo, José Teixeira da Matta Bacellar, e o chefe do Centro Regional da Amazônia do INPE, Cláudio Almeida. Além das imagens, o INPE oferece a países africanos detentores de florestas toda a sua tecnologia para o processamento de dados e a experiência acumulada em mais de 20 anos de monitoramento na Amazônia.
A iniciativa do INPE de implantar na África estações para recepção dos satélites CBERS-3, CBERS-4 e Amazônia-1 e, ainda mais importante, por meio de uma política de livre distribuição dos dados, garantirá a países em desenvolvimento o acesso gratuito à tecnologia imprescindível ao monitoramento de florestas e de desastres naturais. As informações espaciais também servem ao mapeamento de áreas agrícolas e para avaliar o crescimento de áreas urbanas, entre outras aplicações.
O CBERS-3 será lançado no segundo semestre de 2012, enquanto os satélites Amazônia-1 e CBERS-4 estão previstos para 2013 e 2014, respectivamente. Além do Gabão, estão sendo instaladas estações para recepção de dados de satélites no Egito e no Quênia, para complementar as estações já instaladas nas Ilhas Canárias e na África do Sul.
“Estamos certos que para a África a distribuição aberta dos dados tem muito mais impacto e traz mais benefícios do que o uso de satélites construídos sob uma política de distribuição comercial”, diz Gilberto Câmara.
A democratização dos dados espaciais é uma das bandeiras levantadas pelo Brasil, por meio do INPE, nos fóruns internacionais. Do Gabão, o diretor do INPE irá para a Itália participar de reunião do CEOS (Comitê de Satélites de Observação da Terra, na sigla em inglês) nos dias 8 e 9 de novembro, oportunidade em que serão discutidos temas como capacitação e políticas de acesso livre a informações espaciais.
Fonte: INPE
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Encontro no Gabão discute acesso a dados espaciais
Sexta-feira, 04 de Novembro de 2011
Para discutir a infraestrutura que permitirá a países africanos receber gratuitamente imagens de satélites, o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Gilberto Câmara, reúne-se com dirigentes da recém-criada agência espacial do Gabão nos dias 4 e 5 de novembro, em Libreville. Está previsto encontro com o presidente do Gabão, Ali Bongo.
Também participam das reuniões no Gabão o gerente do Programa de Sistemas de Solo, José Teixeira da Matta Bacellar, e o chefe do Centro Regional da Amazônia do INPE, Cláudio Almeida. Além das imagens, o INPE oferece a países africanos detentores de florestas toda a sua tecnologia para o processamento de dados e a experiência acumulada em mais de 20 anos de monitoramento na Amazônia.
A iniciativa do INPE de implantar na África estações para recepção dos satélites CBERS-3, CBERS-4 e Amazônia-1 e, ainda mais importante, por meio de uma política de livre distribuição dos dados, garantirá a países em desenvolvimento o acesso gratuito à tecnologia imprescindível ao monitoramento de florestas e de desastres naturais. As informações espaciais também servem ao mapeamento de áreas agrícolas e para avaliar o crescimento de áreas urbanas, entre outras aplicações.
O CBERS-3 será lançado no segundo semestre de 2012, enquanto os satélites Amazônia-1 e CBERS-4 estão previstos para 2013 e 2014, respectivamente. Além do Gabão, estão sendo instaladas estações para recepção de dados de satélites no Egito e no Quênia, para complementar as estações já instaladas nas Ilhas Canárias e na África do Sul.
“Estamos certos que para a África a distribuição aberta dos dados tem muito mais impacto e traz mais benefícios do que o uso de satélites construídos sob uma política de distribuição comercial”, diz Gilberto Câmara.
A democratização dos dados espaciais é uma das bandeiras levantadas pelo Brasil, por meio do INPE, nos fóruns internacionais. Do Gabão, o diretor do INPE irá para a Itália participar de reunião do CEOS (Comitê de Satélites de Observação da Terra, na sigla em inglês) nos dias 8 e 9 de novembro, oportunidade em que serão discutidos temas como capacitação e políticas de acesso livre a informações espaciais.
Fonte: INPE
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sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Programa Espacial Brasileiro no Valor Econômico
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Presidente da Agência Espacial pede R$ 1 bi por ano
Por Virgínia Silveira
Para o Valor, de São José dos Campos
O programa espacial brasileiro (PEB) está diante de um dilema: ou vira uma prioridade do governo, com direito a um orçamento mais de duas vezes superior aos R$ 300 milhões atuais, ou vai continuar pequeno e incapaz de atender as necessidades brasileiras na área de defesa, vigilância, comunicações, meteorologia e proteção ambiental. Sem recursos humanos qualificados e uma gestão organizada, o programa, como está sendo desenvolvido hoje, também não permitirá a criação de uma indústria fornecedora competitiva e inovadora.
Essa é a avaliação do novo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antônio Raupp, que está propondo ao governo federal diversas mudanças na condução do programa. Para começar, Raupp defende uma alteração na estrutura de poder e comando do segmento, com a criação de um Conselho Nacional de Política Espacial, que seria constituído pela presidente da República e pelos ministros das áreas de interesse do setor, e a transformação da agência que preside em um órgão executivo das políticas emanadas desse conselho. A AEB continuaria vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), mas ganharia mais poder para a execução do programa espacial."O conselho definiria a política espacial e a AEB a executaria, contratando os órgãos e as empresas para participarem dos projetos, além de fazer o acompanhamento dos contratos", explicou. A agência hoje, na opinião de Raupp, é apenas um órgão coordenador, mas sem capacidade de governança.
Raupp informa que a primeira previsão para o orçamento do programa espacial este ano foi R$ 320 milhões, mas com as restrições orçamentárias, o valor caiu para R$ 270 milhões, sendo R$ 50 milhões relativos ao compromisso assumido pelo Brasil na integralização do capital da empresa Alcantara Cyclone Space (ACS).
A ACS é uma empresa pública binacional de capital brasileiro e ucraniano, que tem o objetivo de comercializar e lançar satélites utilizando o foguete ucraniano Cyclone-4 a partir do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão. O investimento total aplicado no programa espacial desde 1980 soma R$ 5,2 bilhões.
Na Índia, segundo Raupp, os investimentos na área espacial já superaram a cifra de US$ 1 bilhão por ano e a China aplica cerca de US$ 2 bilhões anuais em seu programa espacial. "Isso sem citar os Estados Unidos e a Europa, que não dá para comparar. Estou olhando apenas para o Bric [grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China] e ainda assim nós estamos atrás de todos eles", disse.
Em qualquer país do mundo, segundo Raupp, o programa espacial também serve para estimular uma indústria inovadora e competitiva. "De 2005 para cá 25% dos recursos destinados ao PEB vão para a indústria. Nos países com programa espacial avançado essa participação é de 66%. Isso significa que temos ainda um longo caminho pela frente", afirmou.
De acordo com Raupp, existem demandas hoje que nunca foram atendidas pelo programa espacial e com as restrições orçamentárias as dificuldades são ainda maiores. "Temos de estabelecer prioridades. Por exemplo: não temos nenhum satélite meteorológico ou de comunicação estratégica militar. Isso é fundamental e crítico no nosso programa espacial."
O presidente da AEB acredita que o projeto de um satélite geoestacionário brasileiro (SGB) poderia se tornar viável por intermédio de um arranjo empresarial que envolva empresas internacionais e nacionais, além da participação dos institutos de pesquisa.
Segundo Raupp, foi feito um estudo de viabilidade para o projeto do SGB, que previa uma parceria público privada (PPP) e a empresa Oi aparece como uma das interessadas. "A Embraer Defesa e Segurança é uma empresa que poderia se candidatar a um arranjo desses. Outras empresas brasileiras que estão se capacitando na área de defesa também devem ser consideradas nesse projeto", disse.
Raupp lembra que o Programa Nacional de Banda Larga, que está sendo desenvolvido pelo Ministério das Comunicações, prevê a utilização de satélites para prover internet em áreas remotas do país. "Nesse caso, o próprio programa de banda larga, através da Telebras, usando os fundos de telecomunicações, poderia ser uma alternativa de financiamento ao projeto do SGB", explicou.
A proposta de criação do Conselho, segundo o presidente da AEB, está sendo discutida com o governo e a comunidade científica, mas os órgãos executores do programa espacial (Inpe e DCTA) já se posicionaram a favor. "A resistência diz respeito somente à proposta de fusão do Inpe com a AEB, mas eu não vou mais brigar por causa disso. A criação do conselho, no entanto, é fundamental", disse.
A proposta de fusão fazia parte do processo de reestruturação do programa espacial brasileiro, liderado pela AEB, mas foi descartada depois que o diretor do Inpe, Gilberto Câmara, se colocou contrário à ideia. O diretor do Inpe decidiu reavaliar sua posição temendo que a fusão interferisse na integridade da instituição e também que o nome do Inpe fosse alterado.
Segundo Raupp, houve um mal entendido, pois ao contrário do que se pensou, não havia a intenção de transformar o Inpe numa agência. "Um instituto de pesquisa não pode ser uma agência espacial. Ele tem que olhar para si mesmo e a agência tem que estar aberta para as empresas e para outros institutos tecnológicos", afirmou.
Em agosto o diretor do Inpe anunciou que deixaria o cargo em dezembro, dois anos antes do prazo previsto para o fim do seu mandato. Em carta que enviou ao jornal "Folha de S. Paulo", Câmara disse que sua saída estava relacionada "à exaustão causada pela luta diária com uma legislação e estruturas institucionais totalmente inadequadas a instituições de ciência e tecnologia", além de se sentir frustrado pela falta de renovação dos quadros do Inpe.
Indústria nacional amplia participação em projetos
Para o Valor, de São José dos Campos
Em maio deste ano o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), vinculado ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), fechou um contrato inédito com a Mectron, fabricante de mísseis e de produtos de alta tecnologia para o mercado aeroespacial, hoje controlada pelo grupo Odebrecht. A empresa vai fornecer os sistemas da rede elétrica do foguete VLS, considerado um sistema de alto valor agregado e responsável pelos principais comandos do veículo.
"Esse foi um marco importante no envolvimento da indústria nacional no projeto do VLS, pois representa uma significativa participação no programa, tanto pela importância do sistema, quanto pelo valor do contrato, da ordem de R$ 22 milhões", disse o diretor do IAE, brigadeiro Francisco Carlos Melo Pantoja. Antes desse contrato as empresas só participavam do fornecimento de subsistemas menores do VLS.
A capacitação da Mectron na área de sistemas elétricos, segundo Pantoja, só foi possível depois que a empresa participou do desenvolvimento de outras redes elétricas, que embora menos complexas, foram importantes para a aquisição de experiência nessa área.
A Mectron atuou no desenvolvimento de mísseis para a Força Aérea Brasileira (FAB) e também no projeto Sara, do IAE, um satélite de reentrada atmosférica projetado para operar em órbita baixa. Para atuar no desenvolvimento dos sistemas elétricos do VLS, segundo Pantoja, a Mectron já contratou cinco especialistas aposentados do IAE, que trabalhavam nessa área no VLS.
A Embraer, segundo Pantoja, também demonstrou certo interesse em participar dos programas de lançadores do DCTA e uma das possibilidades analisadas é a da empresa se tornar um "main contractor" do programa e ser a responsável pela contratação de todas as empresas envolvidas no seu desenvolvimento e produção. Consultada, a Embraer não comentou o assunto.
Uma das dificuldades da participação industrial, segundo Pantoja, é que o mercado de lançadores não se autossustenta, porque as encomendas são pequenas. "Daí a necessidade de subsídio governamental", afirma.
Outra possibilidade de fornecimento importante dentro do programa de lançadores do IAE, segundo Pantoja, é na parte dos sistemas propulsivos (motores). Atualmente, a empresa Cenic desenvolve motores em fibra de carbono para o VLS.
Já o VSB-30, foguete de sondagem de pequeno porte, com 13 metros de comprimento, utilizado em missões suborbitais científicas e tecnológicas, já foi certificado e segundo Pantoja, está pronto para ser transferido para a indústria. Entre as empresas que já trabalham no projeto estão a Villares, Cenic, Fibraforte, Mectron, Compsis, Avibras e Orbital, entre outras.
A estatal sueca Swedish Space Corporation (SSC), dedicada ao desenvolvimento de tecnologia espacial, comprou vários foguetes de sondagem VSB-30. A empresa já utilizou com sucesso o foguete em 11 lançamentos de experimentos científicos e tecnológicos apoiados pela Agência Espacial Europeia (ESA).
O VSB-30, de acordo com o diretor do IAE, foi o primeiro produto espacial brasileiro a ser vendido no mercado externo e também o primeiro a receber uma certificação de nível internacional., A certificação do VSB-30, emitida em outubro de 2009, contou com uma rigorosa avaliação das Agências Espaciais Europeia (ESA) e Alemã (DLR) e também das companhias envolvidas no programa europeu de microgravidade, como a Astrium e a Kayser-Thredee. (VS)
Fonte: "Valor Econômico", 02/09/2011, via NOTIMP.
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Presidente da Agência Espacial pede R$ 1 bi por ano
Por Virgínia Silveira
Para o Valor, de São José dos Campos
O programa espacial brasileiro (PEB) está diante de um dilema: ou vira uma prioridade do governo, com direito a um orçamento mais de duas vezes superior aos R$ 300 milhões atuais, ou vai continuar pequeno e incapaz de atender as necessidades brasileiras na área de defesa, vigilância, comunicações, meteorologia e proteção ambiental. Sem recursos humanos qualificados e uma gestão organizada, o programa, como está sendo desenvolvido hoje, também não permitirá a criação de uma indústria fornecedora competitiva e inovadora.
Essa é a avaliação do novo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antônio Raupp, que está propondo ao governo federal diversas mudanças na condução do programa. Para começar, Raupp defende uma alteração na estrutura de poder e comando do segmento, com a criação de um Conselho Nacional de Política Espacial, que seria constituído pela presidente da República e pelos ministros das áreas de interesse do setor, e a transformação da agência que preside em um órgão executivo das políticas emanadas desse conselho. A AEB continuaria vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), mas ganharia mais poder para a execução do programa espacial."O conselho definiria a política espacial e a AEB a executaria, contratando os órgãos e as empresas para participarem dos projetos, além de fazer o acompanhamento dos contratos", explicou. A agência hoje, na opinião de Raupp, é apenas um órgão coordenador, mas sem capacidade de governança.
Raupp informa que a primeira previsão para o orçamento do programa espacial este ano foi R$ 320 milhões, mas com as restrições orçamentárias, o valor caiu para R$ 270 milhões, sendo R$ 50 milhões relativos ao compromisso assumido pelo Brasil na integralização do capital da empresa Alcantara Cyclone Space (ACS).
A ACS é uma empresa pública binacional de capital brasileiro e ucraniano, que tem o objetivo de comercializar e lançar satélites utilizando o foguete ucraniano Cyclone-4 a partir do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão. O investimento total aplicado no programa espacial desde 1980 soma R$ 5,2 bilhões.
Na Índia, segundo Raupp, os investimentos na área espacial já superaram a cifra de US$ 1 bilhão por ano e a China aplica cerca de US$ 2 bilhões anuais em seu programa espacial. "Isso sem citar os Estados Unidos e a Europa, que não dá para comparar. Estou olhando apenas para o Bric [grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China] e ainda assim nós estamos atrás de todos eles", disse.
Em qualquer país do mundo, segundo Raupp, o programa espacial também serve para estimular uma indústria inovadora e competitiva. "De 2005 para cá 25% dos recursos destinados ao PEB vão para a indústria. Nos países com programa espacial avançado essa participação é de 66%. Isso significa que temos ainda um longo caminho pela frente", afirmou.
De acordo com Raupp, existem demandas hoje que nunca foram atendidas pelo programa espacial e com as restrições orçamentárias as dificuldades são ainda maiores. "Temos de estabelecer prioridades. Por exemplo: não temos nenhum satélite meteorológico ou de comunicação estratégica militar. Isso é fundamental e crítico no nosso programa espacial."
O presidente da AEB acredita que o projeto de um satélite geoestacionário brasileiro (SGB) poderia se tornar viável por intermédio de um arranjo empresarial que envolva empresas internacionais e nacionais, além da participação dos institutos de pesquisa.
Segundo Raupp, foi feito um estudo de viabilidade para o projeto do SGB, que previa uma parceria público privada (PPP) e a empresa Oi aparece como uma das interessadas. "A Embraer Defesa e Segurança é uma empresa que poderia se candidatar a um arranjo desses. Outras empresas brasileiras que estão se capacitando na área de defesa também devem ser consideradas nesse projeto", disse.
Raupp lembra que o Programa Nacional de Banda Larga, que está sendo desenvolvido pelo Ministério das Comunicações, prevê a utilização de satélites para prover internet em áreas remotas do país. "Nesse caso, o próprio programa de banda larga, através da Telebras, usando os fundos de telecomunicações, poderia ser uma alternativa de financiamento ao projeto do SGB", explicou.
A proposta de criação do Conselho, segundo o presidente da AEB, está sendo discutida com o governo e a comunidade científica, mas os órgãos executores do programa espacial (Inpe e DCTA) já se posicionaram a favor. "A resistência diz respeito somente à proposta de fusão do Inpe com a AEB, mas eu não vou mais brigar por causa disso. A criação do conselho, no entanto, é fundamental", disse.
A proposta de fusão fazia parte do processo de reestruturação do programa espacial brasileiro, liderado pela AEB, mas foi descartada depois que o diretor do Inpe, Gilberto Câmara, se colocou contrário à ideia. O diretor do Inpe decidiu reavaliar sua posição temendo que a fusão interferisse na integridade da instituição e também que o nome do Inpe fosse alterado.
Segundo Raupp, houve um mal entendido, pois ao contrário do que se pensou, não havia a intenção de transformar o Inpe numa agência. "Um instituto de pesquisa não pode ser uma agência espacial. Ele tem que olhar para si mesmo e a agência tem que estar aberta para as empresas e para outros institutos tecnológicos", afirmou.
Em agosto o diretor do Inpe anunciou que deixaria o cargo em dezembro, dois anos antes do prazo previsto para o fim do seu mandato. Em carta que enviou ao jornal "Folha de S. Paulo", Câmara disse que sua saída estava relacionada "à exaustão causada pela luta diária com uma legislação e estruturas institucionais totalmente inadequadas a instituições de ciência e tecnologia", além de se sentir frustrado pela falta de renovação dos quadros do Inpe.
Indústria nacional amplia participação em projetos
Para o Valor, de São José dos Campos
Em maio deste ano o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), vinculado ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), fechou um contrato inédito com a Mectron, fabricante de mísseis e de produtos de alta tecnologia para o mercado aeroespacial, hoje controlada pelo grupo Odebrecht. A empresa vai fornecer os sistemas da rede elétrica do foguete VLS, considerado um sistema de alto valor agregado e responsável pelos principais comandos do veículo.
"Esse foi um marco importante no envolvimento da indústria nacional no projeto do VLS, pois representa uma significativa participação no programa, tanto pela importância do sistema, quanto pelo valor do contrato, da ordem de R$ 22 milhões", disse o diretor do IAE, brigadeiro Francisco Carlos Melo Pantoja. Antes desse contrato as empresas só participavam do fornecimento de subsistemas menores do VLS.
A capacitação da Mectron na área de sistemas elétricos, segundo Pantoja, só foi possível depois que a empresa participou do desenvolvimento de outras redes elétricas, que embora menos complexas, foram importantes para a aquisição de experiência nessa área.
A Mectron atuou no desenvolvimento de mísseis para a Força Aérea Brasileira (FAB) e também no projeto Sara, do IAE, um satélite de reentrada atmosférica projetado para operar em órbita baixa. Para atuar no desenvolvimento dos sistemas elétricos do VLS, segundo Pantoja, a Mectron já contratou cinco especialistas aposentados do IAE, que trabalhavam nessa área no VLS.
A Embraer, segundo Pantoja, também demonstrou certo interesse em participar dos programas de lançadores do DCTA e uma das possibilidades analisadas é a da empresa se tornar um "main contractor" do programa e ser a responsável pela contratação de todas as empresas envolvidas no seu desenvolvimento e produção. Consultada, a Embraer não comentou o assunto.
Uma das dificuldades da participação industrial, segundo Pantoja, é que o mercado de lançadores não se autossustenta, porque as encomendas são pequenas. "Daí a necessidade de subsídio governamental", afirma.
Outra possibilidade de fornecimento importante dentro do programa de lançadores do IAE, segundo Pantoja, é na parte dos sistemas propulsivos (motores). Atualmente, a empresa Cenic desenvolve motores em fibra de carbono para o VLS.
Já o VSB-30, foguete de sondagem de pequeno porte, com 13 metros de comprimento, utilizado em missões suborbitais científicas e tecnológicas, já foi certificado e segundo Pantoja, está pronto para ser transferido para a indústria. Entre as empresas que já trabalham no projeto estão a Villares, Cenic, Fibraforte, Mectron, Compsis, Avibras e Orbital, entre outras.
A estatal sueca Swedish Space Corporation (SSC), dedicada ao desenvolvimento de tecnologia espacial, comprou vários foguetes de sondagem VSB-30. A empresa já utilizou com sucesso o foguete em 11 lançamentos de experimentos científicos e tecnológicos apoiados pela Agência Espacial Europeia (ESA).
O VSB-30, de acordo com o diretor do IAE, foi o primeiro produto espacial brasileiro a ser vendido no mercado externo e também o primeiro a receber uma certificação de nível internacional., A certificação do VSB-30, emitida em outubro de 2009, contou com uma rigorosa avaliação das Agências Espaciais Europeia (ESA) e Alemã (DLR) e também das companhias envolvidas no programa europeu de microgravidade, como a Astrium e a Kayser-Thredee. (VS)
Fonte: "Valor Econômico", 02/09/2011, via NOTIMP.
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quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Sobre a saída de Gilberto Câmara do INPE
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A Folha de S. Paulo de hoje (18) traz uma reportagem noticiando que o atual diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Gilberto Câmara, deixará seu cargo no final do ano, em dezembro. A reportagem cita como motivos o descontentamento de Câmara com a parceria com a Ucrânia no projeto da Alcântara Cyclone Space, e frustrações do dirigente com a não renovação do quadro do INPE e os rumos que o Programa Espacial Brasileiro deve tomar com a restruturação ora em discussão. O que se comenta é que haveria outros.
Já há alguns meses, desde ao menos de junho, que se especulava sobre a possível saída de Câmara, por razões variadas, dentre elas a perda de apoio em vários setores relacionados ao Programa Espacial. Mais adiante, à medida que as informações fiquem mais claras, o blog detalhará o acontecimento e as perspectivas para a seleção do novo diretor.
Embora a seleção caiba a um comitê de busca formado por especialistas, inclusive externos, em Ciência & Tecnologia, Aloizio Mercadante e Marco Raupp devem ter um importante papel no processo, com a oportunidade de alinhar as atividades e planejamento estratégico do Instituto com a revisão do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) e com outras iniciativas das quais a atividade espacial é um dos mais importantes componentes.
Sobre sua saída e a matéria da Folha, Câmara, que está na China acompanhando a comitiva do ministro Aloizio Mercadante, divulgou uma nota de esclarecimento, a qual reproduzimos abaixo:
Esclarecimento
Em relação à matéria publicada, hoje, 18 de agosto, na Folha de São Paulo, o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Gilberto Câmara, esclarece:
Estimados Senhores,
Matéria publicada na Folha de 18.8.2011 noticia meu pedido de afastamento da direção do Inpe e atribui minha saída a divergências com o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Dr. Marco Antonio Raupp. Trata-se de uma afirmação que não corresponde aos fatos presentes e passados.
Tenho grande respeito por Marco Raupp, fruto de 25 anos de convivência. Raupp sempre defendeu o desenvolvimento da ciência e tecnologia brasileiras em todos os cargos públicos que ocupou. Quando foi diretor do Inpe, de 1985 a 1988, criou o programa de satélites sino-brasileiros (Cbers) e o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), duas iniciativas de grande benefício para o Brasil e que o Inpe realiza até hoje. Raupp deu grande contribuição como gestor na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), no Parque Tecnológico de São José dos Campos, no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) e no Instituto Politécnico do Rio de Janeiro.
Tenho plena confiança de que a gestão de Raupp na Agência Espacial Brasileira será marcada por um aumento nos orçamentos e nos recursos humanos do programa espacial, em coerência com seu histórico de serviços ao País. Raupp é um grande cientista brasileiro e merece o respeito da sociedade.
Minha saída do Inpe se deve à exaustão causada pela luta diária com uma legislação e com estruturas institucionais totalmente inadequadas a instituições de C&T. Soma-se a frustração pela falta de renovação dos quadros do Inpe. É muito desgastante saber que o Brasil corre o risco de perder os excelentes serviços que o Inpe presta à sociedade. Nossos melhores especialistas têm mais de 30 anos de casa e podem se aposentar a qualquer momento. Confio na sensibilidade do ministro Aloizio Mercadante e do Dr. Raupp para conseguir soluções adequadas para que o Inpe continue a ser uma instituição de excelência e um orgulho para o Brasil.
Pequim, 18 de agosto de 2011
Gilberto Câmara
Diretor do Inpe
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sábado, 6 de agosto de 2011
Mais sobre os 50 anos do INPE
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Nos últimos dias, alguns jornais e revistas publicaram reportagens sobre os 50 anos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), comemorados em 4 de agosto, em cerimônia realizada na sede da instituição, em São José dos Campos (SP).
Em nota divulgada pelo INPE, foram destacados alguns trechos do discurso do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante. “Toda essa tecnologia, essa inteligência, é um orgulho do Brasil, uma contribuição imensa ao desenvolvimento do país”, disse. O ministro também destacou a construção do sistema de alerta para melhorar a capacidade de prevenção diante de desmoronamentos e inundações causados pelos extremos climáticos (CEMADEN), e a expectativa de avanços no monitoramento da Amazônia em 2012, com o lançamento do CBERS 3, o primeiro satélite da segunda geração do programa sino-brasileiro.
Ontem (5), em reportagem de Virgínia Silveira no jornal "Valor Econômico" repercutindo o aniversário do INPE, foi dado destaque para a necessidade de novas contratações para o Programa Espacial Brasileiro, algo mencionado por Câmara em seu discurso. De acordo com o diretor, atualmente o Instituto tem um déficit de 600 servidores. O ministro reconhece o problema e tem feito gestões para atenuá-lo. "Nós conseguimos uma brecha para fazer um concurso imediato para a contratação de 75 pesquisadores para o Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais. No que diz respeito ao Inpe, a nossa expectativa é conseguir, ainda este ano, a previsão orçamentária que nos permita realizar o concurso no ano que vem", afirmou à reportagem.
Alcântara Cyclone Space
O texto de Virgínia Silveira também faz referência à cooperação ucraniano-brasileira no projeto da Alcântara Cyclone Space, citando informações de Mercadante. O ministro comentou que o governo ucraniano se comprometeu a fazer um aporte de recursos de cerca de US$ 180 milhões na binacional até o mês que vem, setembro. "O objetivo, segundo o ministro, é que seja restabelecido um equilíbrio entre as responsabilidades que foram acordadas entre o governo brasileiro e da Ucrânia em relação ao projeto. O Brasil já investiu US$ 107 milhões na ACS e a Ucrânia US$ 60 milhões, informou o presidente da AEB, Marco Antônio Raupp."
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domingo, 24 de julho de 2011
Os 50 anos do INPE no "Estadão"
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Aos 50 anos, Inpe busca renovação
Cerca de 70% dos funcionários do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais têm mais de 20 anos de casa; nº de servidores está em queda
Afra Balazina
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) - responsável pelo desenvolvimento de satélites, monitoramento do desmatamento na Amazônia e das queimadas do País, além da elaboração da previsão do tempo - chega aos 50 anos com uma inquietação. Aproximadamente 70% dos pesquisadores e especialistas que trabalham ali têm mais de 20 e 30 anos de casa.
Para manter os serviços de qualidade, o Inpe necessita urgentemente renovar seu quadro de funcionários, com a abertura de pelo menos 400 vagas. "É uma bomba-relógio. Temos uma enorme carência de jovens", diz Gilberto Câmara, diretor do Inpe.
O plano diretor do Inpe para o período 2011 a 2015 dá a dimensão do problema: "A geração dos "cabelos brancos", com mais de 50 anos, trabalha como nunca; realiza tanto as tarefas gerenciais e de planejamento típicas de sua idade quanto tarefas de bancada, desenvolvimento e montagem, que normalmente seriam atribuições de jovens cientistas e engenheiros."
Para completar, o número de servidores permanentes está em queda desde 2006. E nos próximos três anos, uma quantidade significativa de pessoas estará em condições de se aposentar.
"Hoje, temos pesquisadores com experiência e produzindo muito, mas eles vão embora um dia e não há outros aprendendo com os mais velhos", afirma.
De acordo com o documento, em 1989 o instituto tinha 1,6 mil servidores, sendo somente 50 com mais de 20 anos de serviço. "Passados 20 anos, somos apenas 1.070 servidores, dos quais só 300 têm menos de 20 anos de casa", diz o plano diretor.
Se forem considerados apenas os engenheiros e tecnologistas (especialistas no desenvolvimento de novas tecnologias), a situação piora. Em 1989, 95% deles "tinham menos de 20 anos de serviço e, hoje, 72% têm mais de 20 anos de casa".
O diretor afirma que há várias pessoas terceirizadas ou que fazem pós-doutorado no instituto. "Mas eles não têm estabilidade e não permitem garantir que o Inpe, a médio e longo prazo. vai continuar", alerta.
Câmara ressalta que a abertura de vagas depende da Presidência da República. "O ministro Aloizio Mercadante é inteiramente favorável. Esperamos que a presidente (Dilma Rousseff) também seja sensível", diz.
Ambiente. O Inpe começou focado nas pesquisas espaciais. Mas, ao longo do tempo, passou a ter um papel importante também na área ambiental. O instituto faz o monitoramento do desmatamento da Amazônia e das queimadas no País. Também realiza a previsão do tempo (mais informações nesta página) e estuda as mudanças climáticas.
Para o futuro, o diretor diz que o monitoramento deve ser ampliado para os demais biomas brasileiros, como a Mata Atlântica, o Cerrado e a Caatinga.
O peruano José Antonio Marengo, chefe do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Inpe (que estuda as mudanças globais), afirma que um dos trabalhos em andamento tenta mostrar qual foi o custo da seca de 2005 na Amazônia.
"Há poucas avaliações econômicas. Se o estudo der certo, a metodologia depois poderá ser aplicada para a seca de 2010 e a enchente de 2009", afirma.
Visibilidade. O diretor Gilberto Câmara ressalta que o Inpe foi a instituição científica brasileira melhor classificada no ranking do Cybermetrics Lab, do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), na Espanha, que mede os acessos na web.
Obteve o 38.º lugar - os primeiros lugares são todos de instituições americanas: o Instituto Nacional de Saúde, a agência espacial (Nasa) e a agência de oceanos e atmosfera (Noaa).
Entre as brasileiras, aparecem a Embrapa (50.º lugar) e a Fiocruz (99.º lugar). "O Inpe é hoje o centro de pesquisa mais visível, com maior presença na vida das pessoas. Isso dá uma dimensão do bom papel que desempenha", diz Câmara.
Críticas. O fundador e primeiro diretor do Inpe foi o cearense Fernando de Mendonça, de 86 anos. Formado no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e com doutorado na Universidade de Stanford, ele conta que se inspirou na Nasa (lançada em 1958) para criar o instituto brasileiro.
Mas os programas do País usavam cerca de 1% a 3% do valor gasto nos projetos americanos. "Nunca tivemos a ambição de colocar alguém na Lua. A ambição era o progresso brasileiro."
Em sua opinião, o Inpe segue atualmente por um caminho equivocado. "Hoje em dia tem muitas áreas de serviço, como o meteorológico e a observação de queimadas. Acho que o instituto deveria se dedicar mais às pesquisas." De acordo com ele, "uma vez que se chega ao ponto de serviço, ele deveria ser entregue para um setor adequado do governo cuidar".
Mendonça critica a falta de criatividade e o fato de as linhas de pesquisa serem basicamente as mesmas que ele iniciou há 50 anos. Ele ainda aponta que o supercomputador adquirido pelo Inpe é subutilizado cientificamente e mais voltado para os serviços.
O ex-diretor do Inpe avalia que, ao gastar R$ 50 milhões para comprar o supercomputador, deveriam ter investido pelo menos R$ 5 milhões em formação de pessoas que "viessem a praticar ciência com aquela máquina". O que não foi feito.
"No Brasil, é muito mais fácil construir prédio e comprar computador do que formar gente."
O atual diretor, porém, elogia "a visão inteligente" do antecessor e diz que o instituto nunca se afastou do objetivo inicial. "O Inpe não é apenas uma instituição que faz satélite. O grande diferencial são os benefícios concretos à população."
Governo estuda fundir instituto com agência espacial
Afra Balazina
Marco Antonio Raupp, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), avalia que o programa espacial do País está muito pequeno para o tamanho do Brasil. Ele diz que a agência não tem um corpo técnico e, para melhorar a situação, uma das saídas é a fusão da AEB e do Inpe. Seria uma forma de dar mais eficiência ao programa sem aumentar tanto os gastos. Com a fusão, no entanto, a parte do Inpe que cuida do ambiente poderia ficar deslocada.
Raupp, que já foi diretor do Inpe e presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), lista os avanços que o programa espacial precisa fazer. Ele lembra que os satélites usados pelo Inpe para monitorar o desmatamento na Amazônia hoje não conseguem ver através das nuvens e seria importante o desenvolvimento de satélites com sensores de radar.
A Agência Nacional de Águas (ANA) também precisa de satélites mais modernos para fazer a gestão de bacias - ela utiliza um de 18 anos atrás. "Também não temos satélite próprio para a área de meteorologia", diz.
O atual diretor do Inpe, Gilberto Câmara, aceita a ideia da fusão. Mas faz ressalvas. "Queremos uma fusão com a AEB com a perspectiva de fortalecer o Inpe. O órgão final deve se chamar Inpe." O debate sobre o futuro do programa espacial passa, diz ele, sobre quanto o País está disposto a investir. Para concretizar as missões previstas, como lançamento dos satélites em 2015 e 2016, será preciso dobrar o orçamento até 2014.
Fonte: jornal "O Estado de S. Paulo", 24/07/2011, via NOTIMP.
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terça-feira, 31 de maio de 2011
INPE: Política espacial no setor de satélites
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Uma apresentação feita no início de maio pelo diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Gilberto Câmara, acerca da política espacial no setor de satélites traz algumas informações interessantes. A apresentação foi realizada numa das várias reuniões que têm sido promovidas para a revisão do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), sob responsabilidade da Agência Espacial Brasileira (AEB).
Num dos slides, Câmara destaca o total já contratado junto a indústria espacial nacional: R$ 450 milhões, sendo que destes, pouco mais de R$ 320 milhões se referem aos satélites construídos em parceria com a China, o CBERS 3 e 4. Na imagem abaixo, há indicações sobre o montante de cada contrato outorgado às indústrias brasileiras no caso do programa sino-brasileiro:
Outro slide conta com uma tabela que demonstra ganhos, tanto em preço como em prazo, com a assinatura de contratos recorrentes com as indústrias. Diga-se de passagem, esta é uma tendência que tem sido muito discutida no exterior, especialmente nos Estados Unidos. A estrutura do Lattes, por exemplo, baseado na Plataforma Multimissão (PMM), foi contratada pelo valor de R$ 1,98 milhão, com prazo de execução de 21 meses, tendo por paradigma o Amazônia-1, também baseado na PMM, cujo contrato assinado foi de R$ 3,9 milhões e prazo de 27 meses. Houve, portanto, um ganho de 49% em preço e de 6 meses em prazo.
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Workshop do GEO sobre mudanças climáticas
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Workshop discute uso de dados de observação da Terra em relatórios do IPCC
31/01/2011
Em Genebra, de 1º a 4 de fevereiro, workshop organizado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) e pelo Grupo de Observação da Terra (GEO) discute a necessidade de dados de satélites e outras tecnologias para estudo das mudanças ambientais causadas pelo aquecimento global.
O Brasil, por meio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), integra o Comitê Executivo do GEO, organização intergovernamental que congrega 80 países, a Comissão Européia e ainda 58 organizações internacionais em prol do fornecimento de observações detalhadas da Terra.
O IPCC é o painel da Organização das Nações Unidas (ONU) encarregado de avaliar a informação científica sobre os efeitos das mudanças climáticas, destacar seus impactos ambientais e socioeconômicos e traçar estratégias de mitigação.
O workshop irá levantar dados de observação da Terra para subsidiar o IPPC em análises de vulnerabilidade e adaptação às mudanças do clima, em especial nas áreas de uso do solo, recursos hídricos e eventos extremos. Os dados devem integrar as publicações do quinto Relatório de Avaliação do IPPC, a ser lançado entre 2013 e 2014.
O diretor do INPE, Gilberto Câmara, participa de sessão sobre os recursos e informações disponíveis para o estudo do uso do solo e detecção de mudanças na sua cobertura causadas por desmatamentos. Também participa do workshop José Marengo, climatologista do INPE e membro do IPCC.
É objetivo do workshop orientar como o Global Earth Observation System of Systems (GEOSS) pode melhorar o fornecimento de dados multidisciplinares para o uso da comunidade científica que se dedica aos estudos do clima. Este “sistema de sistemas”, uma das mais importantes iniciativas lideradas pelo GEO, amplia a capacidade de monitoramento ambiental do planeta ao mesmo tempo em que facilita o acesso aos dados.
A ideia do GEOSS é conectar os produtores de dados ambientais aos usuários finais desses produtos, otimizando seu uso por meio de uma infraestrutura pública global e de acesso gratuito às informações. Assim, serão compartilhadas informações dos diversos sistemas de monitoramento de tendências globais, para acompanhamento de níveis de carbono, mudanças climáticas, perda de biodiversidade, desmatamento, recursos hídricos, temperaturas do oceano e outros indicadores.
Mais informações sobre o GEO e o GEOSS no site www.earthobservations.org
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Workshop discute uso de dados de observação da Terra em relatórios do IPCC
31/01/2011
Em Genebra, de 1º a 4 de fevereiro, workshop organizado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) e pelo Grupo de Observação da Terra (GEO) discute a necessidade de dados de satélites e outras tecnologias para estudo das mudanças ambientais causadas pelo aquecimento global.
O Brasil, por meio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), integra o Comitê Executivo do GEO, organização intergovernamental que congrega 80 países, a Comissão Européia e ainda 58 organizações internacionais em prol do fornecimento de observações detalhadas da Terra.
O IPCC é o painel da Organização das Nações Unidas (ONU) encarregado de avaliar a informação científica sobre os efeitos das mudanças climáticas, destacar seus impactos ambientais e socioeconômicos e traçar estratégias de mitigação.
O workshop irá levantar dados de observação da Terra para subsidiar o IPPC em análises de vulnerabilidade e adaptação às mudanças do clima, em especial nas áreas de uso do solo, recursos hídricos e eventos extremos. Os dados devem integrar as publicações do quinto Relatório de Avaliação do IPPC, a ser lançado entre 2013 e 2014.
O diretor do INPE, Gilberto Câmara, participa de sessão sobre os recursos e informações disponíveis para o estudo do uso do solo e detecção de mudanças na sua cobertura causadas por desmatamentos. Também participa do workshop José Marengo, climatologista do INPE e membro do IPCC.
É objetivo do workshop orientar como o Global Earth Observation System of Systems (GEOSS) pode melhorar o fornecimento de dados multidisciplinares para o uso da comunidade científica que se dedica aos estudos do clima. Este “sistema de sistemas”, uma das mais importantes iniciativas lideradas pelo GEO, amplia a capacidade de monitoramento ambiental do planeta ao mesmo tempo em que facilita o acesso aos dados.
A ideia do GEOSS é conectar os produtores de dados ambientais aos usuários finais desses produtos, otimizando seu uso por meio de uma infraestrutura pública global e de acesso gratuito às informações. Assim, serão compartilhadas informações dos diversos sistemas de monitoramento de tendências globais, para acompanhamento de níveis de carbono, mudanças climáticas, perda de biodiversidade, desmatamento, recursos hídricos, temperaturas do oceano e outros indicadores.
Mais informações sobre o GEO e o GEOSS no site www.earthobservations.org
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sábado, 6 de novembro de 2010
INPE na Cúpula do GEO
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GEO: democratização dos dados de observação da Terra para o desenvolvimento sustentável
05/11/2010
Durante a Cúpula Ministerial do Grupo de Observação da Terra (GEO, na sigla em inglês) em Beijing, China, nesta quinta-feira (4/11), o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Gilberto Câmara, discursou como representante do Brasil. Confira aqui a íntegra do discurso.
A construção de um sistema global que ofereça e transforme em informação vital para a sociedade os dados obtidos por satélites, entre outras tecnologias de observação da Terra, é um dos objetivos do GEO, organização intergovernamental que congrega 84 países, a Comissão Européia e ainda 56 organizações internacionais.
O compartilhamento de dados para o desenvolvimento sustentável – Data Democracy – e o treinamento e infraestrutura para o seu melhor uso – Capacity Building – são pilares do GEO. São áreas em que o Brasil é pioneiro e avança a passos largos, por já ter estabelecida uma política aberta e gratuita para todos os dados dos seus satélites de observação da Terra.
Em seu discurso, Gilberto Câmara lembrou que, ainda em 2007, foi anunciado pelo Brasil o oferecimento gratuito de dados do CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, na sigla em inglês) para os países da África. Neste ano, assinou com o parceiro chinês neste programa de satélites um novo acordo que estende o acesso livre aos dados a todas as nações em desenvolvimento.
Foram citados, também, o satélite Amazônia-1, com lançamento previsto para 2012 e que vai monitorar florestas e agricultura em regiões tropicais do mundo; o desenvolvimento de softwares livres para processamento de imagens de sensoriamento remoto e construção de sistemas de informação geográfica; e a capacitação de técnicos estrangeiros para o monitoramento de florestas, todas iniciativas alinhadas a Data Democracy e Capacity Building conduzidas no Brasil pelo INPE.
Isto significa que, além de disponibilizar os dados, o INPE atua na construção da capacidade para recebê-los, interpretá-los, utilizá-los e levá-los com facilidade ao usuário final.
Hoje integrante de seu Comitê Executivo, o Brasil deve sediar uma Plenária do GEO em 2012. Esta semana na China, de 3 a 5 de novembro, duas plenárias e uma reunião ministerial com representantes dos países membros do GEO definiram metas para o triênio 2011-2013 que visam melhorar o acesso aos dados de observação da Terra, estudar suas aplicações e implantar o GEOSS (Sistema Global de Sistemas de Observação da Terra), idealizado para ampliar a capacidade de monitoramento ambiental do planeta.
Fonte: INPE
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GEO: democratização dos dados de observação da Terra para o desenvolvimento sustentável
05/11/2010
Durante a Cúpula Ministerial do Grupo de Observação da Terra (GEO, na sigla em inglês) em Beijing, China, nesta quinta-feira (4/11), o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Gilberto Câmara, discursou como representante do Brasil. Confira aqui a íntegra do discurso.
A construção de um sistema global que ofereça e transforme em informação vital para a sociedade os dados obtidos por satélites, entre outras tecnologias de observação da Terra, é um dos objetivos do GEO, organização intergovernamental que congrega 84 países, a Comissão Européia e ainda 56 organizações internacionais.
O compartilhamento de dados para o desenvolvimento sustentável – Data Democracy – e o treinamento e infraestrutura para o seu melhor uso – Capacity Building – são pilares do GEO. São áreas em que o Brasil é pioneiro e avança a passos largos, por já ter estabelecida uma política aberta e gratuita para todos os dados dos seus satélites de observação da Terra.
Em seu discurso, Gilberto Câmara lembrou que, ainda em 2007, foi anunciado pelo Brasil o oferecimento gratuito de dados do CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, na sigla em inglês) para os países da África. Neste ano, assinou com o parceiro chinês neste programa de satélites um novo acordo que estende o acesso livre aos dados a todas as nações em desenvolvimento.
Foram citados, também, o satélite Amazônia-1, com lançamento previsto para 2012 e que vai monitorar florestas e agricultura em regiões tropicais do mundo; o desenvolvimento de softwares livres para processamento de imagens de sensoriamento remoto e construção de sistemas de informação geográfica; e a capacitação de técnicos estrangeiros para o monitoramento de florestas, todas iniciativas alinhadas a Data Democracy e Capacity Building conduzidas no Brasil pelo INPE.
Isto significa que, além de disponibilizar os dados, o INPE atua na construção da capacidade para recebê-los, interpretá-los, utilizá-los e levá-los com facilidade ao usuário final.
Hoje integrante de seu Comitê Executivo, o Brasil deve sediar uma Plenária do GEO em 2012. Esta semana na China, de 3 a 5 de novembro, duas plenárias e uma reunião ministerial com representantes dos países membros do GEO definiram metas para o triênio 2011-2013 que visam melhorar o acesso aos dados de observação da Terra, estudar suas aplicações e implantar o GEOSS (Sistema Global de Sistemas de Observação da Terra), idealizado para ampliar a capacidade de monitoramento ambiental do planeta.
Fonte: INPE
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quarta-feira, 27 de outubro de 2010
INPE e a "Data Democracy" na Cúpula GEO
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INPE defende expansão do compartilhamento de dados de satélites no GEO
27/10/2010
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) vai participar da Cúpula do Grupo de Observação da Terra (GEO, na sigla em inglês), entre os dias 3 e 5 de novembro, em Beijing, na China, defendendo a política global de livre acesso a dados de satélites. O GEO é uma organização intergovernamental que congrega 84 países, a Comissão Européia e ainda 56 organizações internacionais.
O INPE vai integrar a delegação brasileira, que será encabeçada pelo ministro Fábio Pitaluga, do Ministério das Relações Exteriores. Ao lado dele, estará o diretor do INPE, Gilberto Câmara, entre outros representantes do país.
O Brasil apoia a distribuição gratuita dos dados de satélites, a chamada Data Democracy, e também o programa Capaccity Building, que está sendo implementado pelo INPE. O Capaccity Building consiste não só em disponibilizar os dados, mas também em construir capacidade para recebê-los, interpretá-los, utilizá-los e levá-los com facilidade ao usuário final.
Nestes três dias na capital chinesa, haverá duas plenárias e uma reunião ministerial com representantes dos países membros do GEO, para avaliar o andamento do plano de implementação adotado na criação do grupo, em 2005, e definir as metas para o triênio 2011-2013. O objetivo é melhorar o acesso aos dados de observação da Terra e estudar suas aplicações, além de coordenar esforços para a fundação do Sistema Global de Sistemas de Observação da Terra (GEOSS).
O uso de dados de satélites de observação da Terra é uma ferramenta importante para o desenvolvimento econômico sustentável e garante benefícios para a sociedade em nove áreas: agricultura, biodiversidade, clima, ecossistemas, energia, saúde, desastres naturais, recursos hídricos e clima.
Fonte: INPE
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INPE defende expansão do compartilhamento de dados de satélites no GEO
27/10/2010
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) vai participar da Cúpula do Grupo de Observação da Terra (GEO, na sigla em inglês), entre os dias 3 e 5 de novembro, em Beijing, na China, defendendo a política global de livre acesso a dados de satélites. O GEO é uma organização intergovernamental que congrega 84 países, a Comissão Européia e ainda 56 organizações internacionais.
O INPE vai integrar a delegação brasileira, que será encabeçada pelo ministro Fábio Pitaluga, do Ministério das Relações Exteriores. Ao lado dele, estará o diretor do INPE, Gilberto Câmara, entre outros representantes do país.
O Brasil apoia a distribuição gratuita dos dados de satélites, a chamada Data Democracy, e também o programa Capaccity Building, que está sendo implementado pelo INPE. O Capaccity Building consiste não só em disponibilizar os dados, mas também em construir capacidade para recebê-los, interpretá-los, utilizá-los e levá-los com facilidade ao usuário final.
Nestes três dias na capital chinesa, haverá duas plenárias e uma reunião ministerial com representantes dos países membros do GEO, para avaliar o andamento do plano de implementação adotado na criação do grupo, em 2005, e definir as metas para o triênio 2011-2013. O objetivo é melhorar o acesso aos dados de observação da Terra e estudar suas aplicações, além de coordenar esforços para a fundação do Sistema Global de Sistemas de Observação da Terra (GEOSS).
O uso de dados de satélites de observação da Terra é uma ferramenta importante para o desenvolvimento econômico sustentável e garante benefícios para a sociedade em nove áreas: agricultura, biodiversidade, clima, ecossistemas, energia, saúde, desastres naturais, recursos hídricos e clima.
Fonte: INPE
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quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Notícia sobre o Programa GPM
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Brasil se prepara para integrar uma constelação de satélites que vai monitorar as chuvas na Terra
14/10/2010
Cesar Baima
RIO - O Programa Internacional de Medidas de Precipitação (Global Precipitation Measurement, GPM) vai aprimorar programas em curso, produzindo estimativas de chuva a cada 3 horas. Para tanto, já está em negociação com a Nasa, a agência espacial dos EUA, e a CNES, a agência espacial francesa, a inclusão de instrumentos das duas instituições em um satélite nacional, batizado GPM-Brasil, que deverá ser lançado até 2015, conta Gilberto Câmara, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
- Há um problema sério na previsão do tempo, principalmente em relação a chuvas intensas, que em zonas urbanas podem provocar desastres - diz Câmara. - Com as mudanças climáticas, aumentarão as chuvas de maior intensidade e o Brasil é um país que poderá sofrer muito. Então, para nós é importante ter formas de medir isso, o que poderá levar a uma redução no número de mortes decorrentes de tempestades. Será um projeto de uso direto da sociedade, e não só científico.
Segundo o diretor do Inpe, o GPM-Brasil deverá usar a mesma plataforma do Amazônia 1, satélite de monitoramento de recursos terrestres que deve ser lançado em 2013. Seu desenvolvimento, previsto no Plano Nacional de Atividades Espaciais, tem recursos do Orçamento da União.
- O ponto de vista do espaço é único, permite uma cobertura com alta precisão - reforça Michael Freilich, diretor de Ciências da Terra da Nasa.
Mas, antes mesmo do Amazônia 1, em novembro do ano que vem o Brasil deverá lançar o CBERS-3, sigla em inglês para Satélites Sino-Brasileiros de Recursos Terrestres. No início deste ano, o CBERS-2B, lançado em 2007, apresentou problemas e suas operações foram encerradas antes do previsto. Mas, graças à cooperação internacional, o país não enfrenta prejuízos nos principais dados que eram monitorados por ele - queimadas, desmatamento e mudanças no uso da terra.
Fonte: Jornal O Globo.
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Brasil se prepara para integrar uma constelação de satélites que vai monitorar as chuvas na Terra
14/10/2010
Cesar Baima
RIO - O Programa Internacional de Medidas de Precipitação (Global Precipitation Measurement, GPM) vai aprimorar programas em curso, produzindo estimativas de chuva a cada 3 horas. Para tanto, já está em negociação com a Nasa, a agência espacial dos EUA, e a CNES, a agência espacial francesa, a inclusão de instrumentos das duas instituições em um satélite nacional, batizado GPM-Brasil, que deverá ser lançado até 2015, conta Gilberto Câmara, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
- Há um problema sério na previsão do tempo, principalmente em relação a chuvas intensas, que em zonas urbanas podem provocar desastres - diz Câmara. - Com as mudanças climáticas, aumentarão as chuvas de maior intensidade e o Brasil é um país que poderá sofrer muito. Então, para nós é importante ter formas de medir isso, o que poderá levar a uma redução no número de mortes decorrentes de tempestades. Será um projeto de uso direto da sociedade, e não só científico.
Segundo o diretor do Inpe, o GPM-Brasil deverá usar a mesma plataforma do Amazônia 1, satélite de monitoramento de recursos terrestres que deve ser lançado em 2013. Seu desenvolvimento, previsto no Plano Nacional de Atividades Espaciais, tem recursos do Orçamento da União.
- O ponto de vista do espaço é único, permite uma cobertura com alta precisão - reforça Michael Freilich, diretor de Ciências da Terra da Nasa.
Mas, antes mesmo do Amazônia 1, em novembro do ano que vem o Brasil deverá lançar o CBERS-3, sigla em inglês para Satélites Sino-Brasileiros de Recursos Terrestres. No início deste ano, o CBERS-2B, lançado em 2007, apresentou problemas e suas operações foram encerradas antes do previsto. Mas, graças à cooperação internacional, o país não enfrenta prejuízos nos principais dados que eram monitorados por ele - queimadas, desmatamento e mudanças no uso da terra.
Fonte: Jornal O Globo.
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quarta-feira, 13 de outubro de 2010
CBERS 3 no espaço em novembro de 2011
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Cbers-3 será lançado em novembro de 2011
A próxima versão do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, o Cbers-3, será lançada em novembro do próximo ano, segundo o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Gilberto Câmara
A previsão de Câmara foi feita nesta quarta-feira, dia 13, durante a reunião de cúpula do Comitê de Satélites de Observação da Terra (Ceos), no Rio de Janeiro, que vai até quinta-feira, dia 14. O Inpe ocupa atualmente a presidência do Ceos.
Em 12 de maio deste ano, o Inpe anunciou o fim de operações do Cbers-2B, com o qual perdeu contato desde março. Os atrasos no cronograma de lançamento do Cbers-3 estariam relacionados com o embargo à venda de componentes eletrônicos de aplicação espacial, imposto à China pelos Estados Unidos, segundo reportagem do jornal "Valor Econômico" publicada em maio. A próxima versão do satélite será lançada da China, assim como os Cbers-1, Cbers-2 e Cbers-2B.
"Enquanto isso, estamos usando imagens dos satélites norte-americano, o Landsat, e indiano, o Resourcesat", disse Câmara, em entrevista coletiva nesta quarta-feira. "A Índia está presente aqui e confirmou a disposição de renovar o acordo de recepção de dados, de tal forma que o novo satélite indiano vai poder ser usado", completou Câmara, referindo-se ao Resourcesat-2, a ser lançado no fim deste ano.
Segundo Câmara, os acordos para compartilhamento de dados entre as agências garantem o monitoramento do solo brasileiro. "Os dados desses satélites suprem as necessidades. Naturalmente, gostaríamos de ter mais dados, mas a tendência é que a próxima geração de satélites de observação da Terra aumente muito a quantidade e a qualidade de informações que a gente presta para o Brasil", afirmou o diretor do Inpe.
O compartilhamento de dados de monitoramento terrestre via satélite é uma das principais agendas do Ceos. Em 2004, o Inpe foi pioneiro ao disponibilizar imagens de satélite gratuitamente, para usuários de todo o mundo. Dois anos depois, a Nasa, agência espacial dos Estados Unidos, adotou iniciativa semelhante.
Também durante a entrevista coletiva, o secretário-geral do Grupo sobre Observações da Terra (GEO, na sigla em inglês), José Achache, destacou o acesso a dados livres como ponto crítico da cooperação científica entre agências espaciais do mundo todo. O GEO reúne 84 países e trata de todo o tipo de monitoramento sobre a Terra (não apenas o espacial).
Gilberto Câmara também destacou avanços em negociações para cooperação científica com a Nasa, conforme encontros no âmbito da reunião de cúpula do Ceos, nesta terça-feira, dia 12. A disposição colaborativa da agência norte-americana iria além da liberação de informações dos satélites e estaria relacionada a mudanças na política espacial promovidas pelo governo de Barack Obama.
"A Nasa, com a nova política espacial, está focando em observações da Terra, entendendo o planeta em que vivemos, e numa ênfase muito definitiva em colaboração internacional. Nove das 13 missões de pesquisa [da Nasa] envolvem colaboração internacional substancial", afirmou Michael Freilich, diretor da Divisão de Ciência da Terra da Nasa, depois de citar o caso da lacuna deixada pelo Cbers-2B como exemplo da importância da colaboração internacional nesse campo.
Cúpula
Durante a reunião de cúpula do Ceos também foi anunciada a adesão de dois membros: o National Satellite Meteorological Center (NSMC), órgão da China Meteorological Agency (CMA), e a South African National Space Agency (Sansa). Criado em 1984, o Ceos concentra 28 agências espaciais e 20 organizações internacionais.
Ao fim da reunião, nesta sexta-feira, dia 15, a Agenzia Spaziale Italiana (ASI) assume a presidência rotativa do comitê. A reunião também resultará num relatório sobre todos os fatores influentes nas mudanças climáticas que podem ser monitorados via satélite. O objetivo é subsidiar a reunião do GEO, em Pequim (China), em novembro, e a Conferência das Partes (CoP-16) da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, em inglês), em Cancún (México), em dezembro.
(Vinicius Neder, com informações da Assessoria de Comunicação do Inpe)
Fonte: JC E-mail, 13/10/2010
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Cbers-3 será lançado em novembro de 2011
A próxima versão do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, o Cbers-3, será lançada em novembro do próximo ano, segundo o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Gilberto Câmara
A previsão de Câmara foi feita nesta quarta-feira, dia 13, durante a reunião de cúpula do Comitê de Satélites de Observação da Terra (Ceos), no Rio de Janeiro, que vai até quinta-feira, dia 14. O Inpe ocupa atualmente a presidência do Ceos.
Em 12 de maio deste ano, o Inpe anunciou o fim de operações do Cbers-2B, com o qual perdeu contato desde março. Os atrasos no cronograma de lançamento do Cbers-3 estariam relacionados com o embargo à venda de componentes eletrônicos de aplicação espacial, imposto à China pelos Estados Unidos, segundo reportagem do jornal "Valor Econômico" publicada em maio. A próxima versão do satélite será lançada da China, assim como os Cbers-1, Cbers-2 e Cbers-2B.
"Enquanto isso, estamos usando imagens dos satélites norte-americano, o Landsat, e indiano, o Resourcesat", disse Câmara, em entrevista coletiva nesta quarta-feira. "A Índia está presente aqui e confirmou a disposição de renovar o acordo de recepção de dados, de tal forma que o novo satélite indiano vai poder ser usado", completou Câmara, referindo-se ao Resourcesat-2, a ser lançado no fim deste ano.
Segundo Câmara, os acordos para compartilhamento de dados entre as agências garantem o monitoramento do solo brasileiro. "Os dados desses satélites suprem as necessidades. Naturalmente, gostaríamos de ter mais dados, mas a tendência é que a próxima geração de satélites de observação da Terra aumente muito a quantidade e a qualidade de informações que a gente presta para o Brasil", afirmou o diretor do Inpe.
O compartilhamento de dados de monitoramento terrestre via satélite é uma das principais agendas do Ceos. Em 2004, o Inpe foi pioneiro ao disponibilizar imagens de satélite gratuitamente, para usuários de todo o mundo. Dois anos depois, a Nasa, agência espacial dos Estados Unidos, adotou iniciativa semelhante.
Também durante a entrevista coletiva, o secretário-geral do Grupo sobre Observações da Terra (GEO, na sigla em inglês), José Achache, destacou o acesso a dados livres como ponto crítico da cooperação científica entre agências espaciais do mundo todo. O GEO reúne 84 países e trata de todo o tipo de monitoramento sobre a Terra (não apenas o espacial).
Gilberto Câmara também destacou avanços em negociações para cooperação científica com a Nasa, conforme encontros no âmbito da reunião de cúpula do Ceos, nesta terça-feira, dia 12. A disposição colaborativa da agência norte-americana iria além da liberação de informações dos satélites e estaria relacionada a mudanças na política espacial promovidas pelo governo de Barack Obama.
"A Nasa, com a nova política espacial, está focando em observações da Terra, entendendo o planeta em que vivemos, e numa ênfase muito definitiva em colaboração internacional. Nove das 13 missões de pesquisa [da Nasa] envolvem colaboração internacional substancial", afirmou Michael Freilich, diretor da Divisão de Ciência da Terra da Nasa, depois de citar o caso da lacuna deixada pelo Cbers-2B como exemplo da importância da colaboração internacional nesse campo.
Cúpula
Durante a reunião de cúpula do Ceos também foi anunciada a adesão de dois membros: o National Satellite Meteorological Center (NSMC), órgão da China Meteorological Agency (CMA), e a South African National Space Agency (Sansa). Criado em 1984, o Ceos concentra 28 agências espaciais e 20 organizações internacionais.
Ao fim da reunião, nesta sexta-feira, dia 15, a Agenzia Spaziale Italiana (ASI) assume a presidência rotativa do comitê. A reunião também resultará num relatório sobre todos os fatores influentes nas mudanças climáticas que podem ser monitorados via satélite. O objetivo é subsidiar a reunião do GEO, em Pequim (China), em novembro, e a Conferência das Partes (CoP-16) da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, em inglês), em Cancún (México), em dezembro.
(Vinicius Neder, com informações da Assessoria de Comunicação do Inpe)
Fonte: JC E-mail, 13/10/2010
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segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Cúpula do CEOS no Rio de Janeiro
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Cúpula do CEOS discute monitoramento do sistema terrestre no Rio de Janeiro
11/10/2010
O Comitê de Satélites de Observação da Terra (CEOS, Commitee on Earth Observation Satellites), que este ano está sendo presidido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), vai se reunir de 12 a 15 de outubro, no Sheraton Hotel do Rio de Janeiro, para discutir o uso de imagens de satélites no monitoramento do sistema terrestre.
Estão confirmadas as presenças, além do diretor do INPE, Gilberto Câmara, de representantes de diversas agências espaciais do mundo como NASA (Agência Espacial Americana), ESA (Europa) ASI (Itália), CNEs (França), CSA (Canadá) e CONAE (Argentina).
No encontro, serão abordadas as contribuições do CEOS para a iniciativa de FCT (Forest Carbon Tracking), que se insere no contexto de orientação de políticas globais de Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação de florestas (REDD+), através do sensoriamento remoto por satélite.
Criado em 1984, o CEOS concentra 28 agências espaciais e 20 organizações internacionais e deve ganhar dois novos membros na Cúpula do Rio: o NSMC (National Satellite Meteorological Center), órgão da CMA (China Meteorological Agency), e a SANSA (South Africa National Space Agency). Além disso, o CEOS vai nomear um novo presidente para 2011.
Durante a Cúpula, as agências espaciais membros do CEOS também vão alinhar seus planos de ação para o próximo ano e elaborar um relatório para a reunião do GEO (Group on Earth Observation), em novembro, em Beijing. O CEOS prepara também um relatório para a Cúpula sobre o Clima das Nações Unidas (COP-16), cuja próxima edição será em Cancun.
Brasil
A política de dados livres adotada pelo INPE fez do Brasil um exemplo mundial na área de Observação da Terra, tornando o Sensoriamento Remoto uma ferramenta de fácil acesso. O sucesso desta iniciativa pioneira levou outros países, como os Estados Unidos, a disponibilizar gratuitamente dados orbitais de média resolução.
A distribuição gratuita através da internet começou em 28 de junho de 2004, com as imagens do CBERS-2 (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres). Logo após, o INPE tornou livre o acesso às imagens históricas dos satélites LANDSAT. Atualmente o Centro de Dados de Sensoriamento Remoto do Instituto, instalado em Cachoeira Paulista (SP), tem disponíveis imagens dos satélites CBERS-2 e 2B, Landsat 1, 2, 3, 5 e 7, e ResourceSat-1. As imagens de todos estes satélites são fornecidas sem custo para qualquer usuário do mundo.
O Brasil possui um dos acervos de imagens de satélites mais antigos do mundo, pois recebe os dados LANDSAT desde 1973 através da estação do INPE em Cuiabá (MT). Lançado em 1972, o Landsat-1 foi o primeiro equipamento orbital de sensoriamento remoto de recursos terrestres, sendo o Brasil o terceiro país a receber este tipo de imagem, depois apenas dos Estados Unidos e Canadá.
Os países da América do Sul que estão na abrangência da estação de Cuiabá são os mais beneficiados. O INPE tem também cooperações para fomentar esta iniciativa em nações como África, Ilhas Canárias, Gabão e Gana.
Fonte: INPE
Comentário: atualmente, o Brasil, representado pelo INPE, ocupa a presidência do CEOS (de outubro de 2009 a outubro de 2010). No mês de fevereiro, o Instituto já havia sediado uma reunião do comitê (vejam a postagem "INPE sedia reunião do CEOS").
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Cúpula do CEOS discute monitoramento do sistema terrestre no Rio de Janeiro
11/10/2010
O Comitê de Satélites de Observação da Terra (CEOS, Commitee on Earth Observation Satellites), que este ano está sendo presidido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), vai se reunir de 12 a 15 de outubro, no Sheraton Hotel do Rio de Janeiro, para discutir o uso de imagens de satélites no monitoramento do sistema terrestre.
Estão confirmadas as presenças, além do diretor do INPE, Gilberto Câmara, de representantes de diversas agências espaciais do mundo como NASA (Agência Espacial Americana), ESA (Europa) ASI (Itália), CNEs (França), CSA (Canadá) e CONAE (Argentina).
No encontro, serão abordadas as contribuições do CEOS para a iniciativa de FCT (Forest Carbon Tracking), que se insere no contexto de orientação de políticas globais de Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação de florestas (REDD+), através do sensoriamento remoto por satélite.
Criado em 1984, o CEOS concentra 28 agências espaciais e 20 organizações internacionais e deve ganhar dois novos membros na Cúpula do Rio: o NSMC (National Satellite Meteorological Center), órgão da CMA (China Meteorological Agency), e a SANSA (South Africa National Space Agency). Além disso, o CEOS vai nomear um novo presidente para 2011.
Durante a Cúpula, as agências espaciais membros do CEOS também vão alinhar seus planos de ação para o próximo ano e elaborar um relatório para a reunião do GEO (Group on Earth Observation), em novembro, em Beijing. O CEOS prepara também um relatório para a Cúpula sobre o Clima das Nações Unidas (COP-16), cuja próxima edição será em Cancun.
Brasil
A política de dados livres adotada pelo INPE fez do Brasil um exemplo mundial na área de Observação da Terra, tornando o Sensoriamento Remoto uma ferramenta de fácil acesso. O sucesso desta iniciativa pioneira levou outros países, como os Estados Unidos, a disponibilizar gratuitamente dados orbitais de média resolução.
A distribuição gratuita através da internet começou em 28 de junho de 2004, com as imagens do CBERS-2 (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres). Logo após, o INPE tornou livre o acesso às imagens históricas dos satélites LANDSAT. Atualmente o Centro de Dados de Sensoriamento Remoto do Instituto, instalado em Cachoeira Paulista (SP), tem disponíveis imagens dos satélites CBERS-2 e 2B, Landsat 1, 2, 3, 5 e 7, e ResourceSat-1. As imagens de todos estes satélites são fornecidas sem custo para qualquer usuário do mundo.
O Brasil possui um dos acervos de imagens de satélites mais antigos do mundo, pois recebe os dados LANDSAT desde 1973 através da estação do INPE em Cuiabá (MT). Lançado em 1972, o Landsat-1 foi o primeiro equipamento orbital de sensoriamento remoto de recursos terrestres, sendo o Brasil o terceiro país a receber este tipo de imagem, depois apenas dos Estados Unidos e Canadá.
Os países da América do Sul que estão na abrangência da estação de Cuiabá são os mais beneficiados. O INPE tem também cooperações para fomentar esta iniciativa em nações como África, Ilhas Canárias, Gabão e Gana.
Fonte: INPE
Comentário: atualmente, o Brasil, representado pelo INPE, ocupa a presidência do CEOS (de outubro de 2009 a outubro de 2010). No mês de fevereiro, o Instituto já havia sediado uma reunião do comitê (vejam a postagem "INPE sedia reunião do CEOS").
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