sábado, 28 de fevereiro de 2009

Mestrado na área espacial

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Mestrado na área espacial une Ucrânia e UnB

Curso deverá começar em agosto de 2009. Será o primeiro do Brasil fora de São Paulo

Camila Rabelo
Da Secretaria de Comunicação da UnB

Uma parceria entre a Universidade de Brasília e a Universidade Nacional da Ucrânia será responsável por desenvolver o primeiro curso de pós-graduação na área espacial no Brasil, fora do estado de São Paulo. O início das atividades está previsto para agosto, depois de o projeto ser aprovado pelo Decanato de Pesquisa e Pós-graduação e pelos colegiados da UnB.

O curso da Universidade de Brasília, apoiado pela Agência Espacial Brasileira, formará profissionais especializados, uma das maiores lacunas do programa nacional para o setor. A proposta dá início ao acordo de cooperação entre a instituição brasiliense e a européia. O embaixador da Ucrânia no Brasil, Volodymyr Lakomov, se reuniu com o reitor da UnB, José Geraldo de Sousa Jr, em fevereiro, para discutir as diretrizes do convênio, com assinatura prevista para os próximos dois meses.

“É um projeto de interesse nacional. A universidade tem de ser aliada dos assuntos estratégicos para o país”, disse José Geraldo. O Brasil trabalha em parceria com a Ucrânia na área espacial há quatro anos. As duas nações criaram, em 2006, a empresa binacional Alcântara Cyclone Space, sediada em Brasília. Ela será responsável por coordenar os lançamentos da base de Alcântara, no Maranhão, a partir de 2010, e exigirá mão-de-obra qualificada.

Conforme o projeto, a UnB oferecerá, inicialmente, mestrado profissionalizante em Gestão, Desenvolvimento e Inovação Tecnológica de Sistemas Espaciais. A expectativa é criar, nos anos seguintes, mestrado e doutorado acadêmicos. Os cursos unirão a experiência da universidade ucraniana no desenvolvimento de foguetes com os estudos da instituição brasiliense em propulsão espacial.

PESQUISA - Atualmente, a UnB desenvolve dois importantes projetos na área. O Departamento de Engenharia Elétrica realiza os últimos testes para o lançamento, em abril de 2009, do primeiro foguete com tecnologia de propulsão híbrida (leia mais em UnB lançará foguete com tecnologia inédita). A alternativa desenvolvida na instituição mistura combustíveis sólido e líquido, o que permite maior controle da combustão, além de baratear os custos.

No Instituto de Física, avançam os estudos de propulsor a plasma, que são tecnologias para controlar a órbita de satélites. A UnB trabalha no segundo protótipo. O professor da unidade responsável pelo projeto, José Leonardo Ferreira, diz que um terceiro poderá ser testado no espaço.

O Brasil nunca colocou um propulsor a plasma de satélite em órbita, embora desenvolva a tecnologia desde 1985. O maior atrativo da tecnologia é a utilização em missões de exploração do sistema solar. A alternativa permite operações que duram anos, enquanto que os propulsores químicos, tradicionais, funcionam por minutos e até segundos.

“Com a implementação do mestrado profissionalizante, aumentam as possibilidades de apoio aos estudos e de desenvolvimento de novos projetos”, destacou o professor do IF José Leonardo Ferreira, um dos idealizadores do projeto do mestrado profissional.

Fonte: UnB Agência
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