quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Tempestades geomagnéticas

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INPE estuda tempestades geomagnéticas severas

12/02/2009

Tempestades geomagnéticas acontecem quando partículas muito energéticas e campos magnéticos muito intensos emitidos pelo Sol atravessam o meio interplanetário e interagem com o campo geomagnético da Terra, podendo causar danos no espaço e na superfície terrestre. Dependendo da intensidade, o fenômeno pode causar graves prejuízos nas telecomunicações e na estabilidade de grandes sistemas, como usinas nucleares.

Há quatro anos, as tempestades geomagnéticas severas são objeto de estudo no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Resultados importantes destas investigações serão apresentados de 4 a 10 de outubro, em Ubatuba (SP), durante um congresso que trará ao Brasil os mais importantes cientistas da área. O evento é coordenado em conjunto pelo INPE e pela NASA. A programação está na página http://www.dge.inpe.br/maghel/ilws

Walter Gonzalez, da Divisão de Geofísica Espacial do INPE, que estuda as tempestades geomagnéticas há mais de duas décadas, conta que atualmente os pesquisadores estão mais atentos às perturbações consideradas como “severas” devido a repercussões tecnológicas, como os danos nas telecomunicações.

“Durante as tempestades geomagnéticas ocorrem auroras nas regiões polares e a aceleração de partículas carregadas. A intensificação de correntes elétricas na magnetosfera e na superfície terrestre causa prejuízos em satélites e danos ao Sistema de Posicionamento Global (GPS), nas telecomunicações e até mesmo perigo para astronautas”, explica o pesquisador do INPE.

Atualmente é possível prever esse tipo de acontecimento com apenas uma hora de antecedência, o que tem ajudado um pouco a evitar acidentes e interrupções nas telecomunicações e no sistema nuclear. Para melhorar esta previsão, já foram lançadas missões com instrumentos capazes de medir campos bem próximos ao Sol e assim antecipar, de um a três dias, a ocorrência de tempestades geomagnéticas intensas.

Efeitos das erupções intensas observadas no Sol são percebidos pelos magnetômetros na superfície terrestre pelo menos 30 horas depois. Mas nem toda erupção solar significa ocorrência de tempestade geomagnética. Isto depende da direção do campo magnético solar/interplanetário, parâmetro de difícil medição.

Muito rara, uma tempestade geomagnética considerada severa fica entre 600 e 700 nT. Em 2003, por exemplo, aconteceram duas tempestades de 400 nT. Já o fenômeno de maior intensidade registrado ocorreu há 150 anos e atingiu 1.600 nanoteslas (nT). “Naquele ano de 1859 não havia nada de especial no Sol. Então acreditamos que um fenômeno muito intenso possa acontecer a qualquer momento”, diz o Dr. Walter Gonzalez.

Recentemente, a NASA divulgou que uma tempestade geomagnética como a de 1859, considerando a tecnologia moderna, causaria nos Estados Unidos um prejuízo dez vezes maior que o relacionado ao furacão Katrina, principalmente pela extensão do colapso na energia elétrica.

MAGHEL

No INPE, a Linha de Pesquisa Magnetosfera e Heliosfera (MAGHEL) pertence à Divisão de Geofísica Espacial (DGE). Seu objetivo é o estudo dos processos básicos da interação Sol-Terra através de observações e abordagem teórica e simulação computacional. A obtenção de dados envolve observatórios geomagnéticos e satélites, mediante colaborações com instituições do exterior, como o JPL de Pasadena, Califórnia, o SEL/NOAA de Boulder, Colorado, a Universidade da Califórnia e outras. Mais informações em http://www.dge.inpe.br/maghel

Clima Espacial

O Programa de Clima Espacial do INPE tem um site para monitorar a atividade solar, o meio interplanetário, o campo magnético terrestre e as condições ionosféricas. É possível ver imagens da atividade solar atualizadas quase em tempo real e observar a intensidade do campo magnético terrestre minuto a minuto, verificando a densidade da ionosfera sobre o Brasil e o nível de cintilação do sinal do sistema de navegação GPS. Confira em http://www.inpe.br/climaespacial

Fonte: INPE
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