.
O jornal "O Estado de S. Paulo", em sua edição de 14 de julho, traz uma reportagem ("País quer monitorar "faixa cega" de radar") sobre o interesse do governo brasileiro em contar com satélites geoestacionários para o sistema CNS/ATM (Communication Navigation Surveillance / Air Traffic Management) para controle do tráfego aéreo nacional. Grosso modo, a função destes satélites seria a de amplificar os sinais emitidos por satélites de constelações de posicionamento global como o norte-americano GPS, o russo Glonass e o futuro sistema europeu Galileo.
A reportagem do Estadão foi motivada pela viagem do Ministro da Defesa (MD), Nelson Jobim, à França durante esta semana, que deve, inclusive, envolver uma visita às instalações da companhia espacial EADS Astrium, em Toulouse, no sul da França.
Embora seu nome não tenha sido divulgado, a notícia trata do projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB), que se aproxima a cada dia de algo mais concreto. Aos poucos, os comentários e ações tomadas nos bastidores sobre o SGB, que o blog tem acompanhado desde o ano passado, quando foi criado, vão se tornando públicos.
Curiosamente, o foco do SGB em CNS/ATM abordado na reportagem de hoje contraria (sabe-se se lá por que razão...) as informações que chegaram ao blog no início de maio, oriundas de duas fontes distintas. Segundo estas pessoas, ambas envolvidas com a iniciativa, o SGB seria formado por ao menos dois satélites de médio porte (até 2 toneladas), com finalidades exclusivas em comunicações militares e governamentais. O sistema CNS/ATM, razão inicial do SGB quando concebido no início da atual década, ficaria de lado.
As recentes ações e declarações de Jobim mostram que o ministro tem crescentemente conquistado mais importância em questões do Programa Espacial Brasileiro, ao ponto de, talvez por desilusões passadas, ter se tornado a referência dos interessados na concretização dos projetos do MD. Hoje, orbitam ao redor da pasta de Jobim iniciativas espaciais extremamente relevantes, como o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), novos lançadores do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), e satélites (SGB e de sensoriamento remoto). Em relação ao CLA e lançadores, nenhuma surpresa, afinal, são projetos de responsabilidade do Comando da Aeronáutica, subordinado ao Ministério da Defesa. A novidade mesmo são os satélites, que, ressalte-se, estão previstos na Estratégia Nacional de Defesa (END), anunciada no final do ano passado. Imagina-se que as pretensões espaciais do MD sejam consideradas na revisão do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), a cargo da Agência Espacial Brasileira (AEB).
.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Aliás, o ministro Nelson Jobim, em turnê pela França visitou ontem a empresa Astrium (da EADS) e hoje visitará a Thales Alenia Space.
Duvido que fará essas visitas sozinho. Pessoas do CTA e do Inpe provavelmente estarão com ele entre um acordo, um cafezinho e mais outro acordo.
Quem sabe não venha na área espacial o mesmo que vai ocorrer na área de submarinos?
abraços
Postar um comentário