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INPE participa da Assembleia Geral da União Astronômica Internacional
03/08/2009
Astrofísicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) participam no Rio de Janeiro, de 3 a 14 de agosto, da 27ª Assembleia Geral da União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês). Esta é a primeira vez que a assembleia, considerada o maior evento da astronomia mundial, é realizada no Brasil.
Cerca de dois mil cientistas de todo o mundo apresentarão trabalhos que abrangem desde o Sistema Solar, passando por nossa galáxia até estudos que decifram os primórdios do Universo.
Durante o evento, os pesquisadores do INPE mostrarão resultados de vanguarda sobre a evolução de galáxias, as estrelas compactas (como estrelas de nêutrons), os sistemas binários, as regiões de formação estelar, além de cosmologia e astropartículas. “Esses trabalhos estão na fronteira do conhecimento científico e visam compreender os processos físicos que regem o nosso Universo e os seus constituintes”, diz Oswaldo Duarte Miranda, chefe da Divisão de Astrofísica do INPE.
Toda a programação científica, com simpósios, plenárias e sessões especiais, acontece no Centro de Convenções Sul América, que fica na Avenida Paulo de Frontin com a Avenida Presidente Vargas, Cidade Nova.
Mas a 27ª Assembleia Geral da IAU também terá atividades voltadas ao público leigo. Uma tenda de 450 metros quadrados na Praça Marechal Floriano (Cinelândia), no centro do Rio, estará montada durante o dia desde esta terça-feira (4/8) até sábado (8/8). Assim como diversas instituições científicas, o INPE estará presente neste espaço.
A Assembleia da IAU no Brasil é ainda mais significativa por 2009 ter sido instituído como o Ano Internacional da Astronomia, em comemoração os 400 anos das primeiras observações telescópicas do céu feitas por Galileu Galilei. Para os astrofísicos brasileiros, a expectativa é que o evento sirva para aprimorar as pesquisas nacionais na área, aumentar a cooperação internacional, além de mostrar à população o reconhecimento internacional que os estudos de astronomia brasileiros vêm recebendo.
Mais informações sobre a 27ª Assembleia Geral da IAU no site www.astronomy2009.com.br
A Astrofísica no INPE
O INPE realiza pesquisas teóricas e observacionais em diversas áreas da Astrofísica, com ênfase em desenvolvimento instrumental. Os projetos instrumentais da sua Divisão de Astrofísica (DAS) cobrem diferentes faixas do espectro eletromagnético, tais como ondas de rádio, radiação óptica e infravermelha e raios X e gama, além de detectores de ondas gravitacionais.
Atualmente, entre seus principais projetos, está sendo desenvolvido um imageador de raios X, o Mirax, e o radiointerferômetro BDA para investigações de fenômenos solares e cósmicos.
O Mirax é um instrumento astronômico de raios X que investigará a região central do plano galáctico e seus objetos, como buracos negros e estrelas de nêutrons. Estará a bordo do Lattes, um satélite científico desenvolvido pelo INPE e com lançamento previsto para 2012, que atenderá não só aos objetivos astronômicos do Mirax como também a missão Equars, esta voltada para estudos na baixa, média e alta atmosfera e ionosfera na região equatorial. No caso da missão Mirax, o objetivo é o estudo de raios X do centro da galáxia, observando continuamente a região central do plano galáctico para realizar estudos espectroscópicos de banda larga.
Já o BDA (Brazilian Decimetric Array) será o primeiro radiointerferômetro em ondas decimétricas desenvolvido e construído no Brasil. Único na América Latina, cobrirá uma lacuna entre os instrumentos situados na Europa e nos Estados Unidos, abrangendo uma cobertura de 24 horas de observações do Sol e da Astronomia no mundo. Capaz de gerar 10 imagens do Sol por segundo, terá aplicações nas áreas de observação dos fenômenos solares, em investigações das emissões de rádio de fontes galácticas e extragalácticas no céu do hemisfério sul. Neste projeto, o INPE conta com a colaboração de diversas instituições nacionais e estrangeiras, como o Indian Institute of Astrophysics, o Tata Institute of Fundamental Research do National Center for Radio Astronomy, ambos da Índia, a Universidade da Califórnia - Berkeley, a Universidade Federal de São Carlos, a Pontifícia Universidade Católica de Poços de Caldas e a Universidade do Vale do Paraíba.
Outro destaque é o projeto Gráviton, voltado para o estudo das chamadas ondas gravitacionais. Um de seus resultados é o detector Mario Schenberg, primeiro experimento de gravitação brasileiro que se encontra em operação no Instituto de Física da USP, em São Paulo. O INPE participa do Projeto Gráviton junto com outras quatro instituições - USP, ITA, Unicamp e Cefet-SP. O detector de ondas gravitacionais Mario Schenberg permite o estudo de fenômenos astrofísicos que não podem ser observados através de outras ondas ou partículas. E uma das chaves para a compreensão da origem do Universo pode estar na observação das fontes emissoras de radiação no espectro gravitacional. Vários países estão buscando a primeira detecção de ondas gravitacionais por fontes astrofísicas, como buracos negros e estrelas de nêutrons, e o Brasil faz parte desta empreitada.
O INPE mantém em operação o maior radiotelescópio do país, em Atibaia (SP), e ainda contribui com o desenvolvimento de instrumentação para grandes telescópios como o Soar (Southern Astrophysical Research), instalado no Chile, cujo espelho tem mais de 4 metros de diâmetro.
Em colaboração com outras instituições do Brasil e do exterior, o INPE pesquisa e participa do desenvolvimento de instrumentos para o estudo da Radiação Cósmica de Fundo em Microondas (RCFM) para entender os mecanismos responsáveis pela formação das galáxias e outras estruturas do Universo.
Além disso, o INPE mantém cursos de mestrado e doutorado que formam continuamente pesquisadores em Astrofísica. Também, a DAS/INPE contribui para a divulgação da Astronomia ao público leigo e oferece cursos de extensão para professores e estudantes de graduação.
Fonte: INPE
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