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Em mais um capítulo da polêmica discussão havida entre Roberto Amaral, diretor-geral da empresa ucraniano-brasileira Alcântara Cyclone Space (ACS) e o então diretor de Transporte Espacial e Licenciamento da Agência Espacial Brasileira, Brig. Antonio Hugo Pereira Chaves, a ACS disponibilizou em seu web-site uma carta de Roberto Amaral em resposta ao artigo "Uma bomba política", publicado por Merval Pereira na edição do último 10 no jornal "O Globo", no qual narra a discussão ocorrida em 26 de agosto (para saber mais sobre a discussão, acesse "Exoneração do Brig. Chaves da AEB").
Abaixo, reproduzimos a íntegra da carta:
"Caro Merval Pereira,
Sua sempre oportuna e sempre isenta coluna não teria sido publicada, hoje, com as falhas que a seguir indico, caso você me tivesse ouvido antes de escrevê-la.
Primeiro de tudo, o nela mencionado major brigadeiro da reserva não era representante da Força Aérea na Agência Espacial Brasileira, AEB. Para o cargo que ocupava fora convidado diretamente pelo presidente da Agência, Carlos Ganem. Sua demissão foi solicitada pelo Ganem ao MCT logo após o incidente, pois, antes de mim, na reunião citada, fora ele desrespeitado pelo seu hoje ex-auxiliar.
Em segundo lugar, não é correta a afirmação segundo a qual o acordo (na verdade Tratado) entre o Brasil e a Ucrânia, visando ao projeto Cyclone-4, fora objeto de 'polêmica logo no início do governo Lula'. A polêmica foi relativa ao Acordo de Salvaguardas firmado pelo governo anterior com os EUA. O Tratado com a Ucrânia foi assinado por mim, em nome do governo brasileiro, em 21.10.2003, e promulgado, após aprovação pelo Congresso Nacional, em 28.4.2005. O Acordo de salvaguardas com a Ucrânia foi promulgado em 2004. E não contém as restrições que nos foram impostas pelos EUA e aceitas pelo governo anterior. Aproveito para dizer-lhe: está havendo transferência de tecnologia.
Em terceiro lugar, a versão relativa à discussão comigo é fantasiosa. Não se tratou de quilombolas. A pacificação com os quilombolas foi comandada e levada a cabo por mim e concluída em março último nos Autos de uma Assentada perante a Justiça Federal do Maranhão. As dificuldades, que não foram criadas pela ACS, pertencem ao passado. Não se falou em PAC. Estou, realmente, empenhado em que as obras do Centro de Lançamento de Alcântara, pela seu caráter estratégico, sejam incluídas no PAC para que assim possamos promover ainda em 2010 o voo de qualificação, como determinou o Presidente da República. Mas essa é discussão que se trava em outro nível, com a Ministra Dilma e o presidente Lula. A reunião era puramente técnica: pretendia-se discutir a compatibilidade dos cronogramas de obras e serviços da ACS e da AEB. O ex-diretor foi grosseiro com o diretor-geral da parte ucraniana, O. Serdyuk, e com o vice-diretor técnico brasileiro, João Ribeiro Jr. Cumpri o dever de defendê-los e daí resultou o incidente, muito medíocre, sem os lances rocambolescos (à maneira dos westerns italianos) que lhe descreveram. Para você ter idéia, eu e meu agressor estávamos distantes um do outro por algo como dez metros e umas duas dezenas de diretores e técnicos.
Abraços de seu sempre devedor
Roberto Amaral"
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sábado, 12 de setembro de 2009
Resposta de Amaral ao artigo "Uma bomba política"
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