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O setor espacial (além do meio-ambiente e do planeta como um todo, evidentemente!) deve ser uma dos grandes beneficiados com a decisões e objetivos buscados na Cúpula das Nações Unidas sobre Mudança Climáticas (COP-15), realizada este mês em Copenhague, na Dinamarca.
A edição de dezembro da revista Space Intelligence News, editada pela Ascend Worldwide, traz uma pequena nota ("Despite 'Climategate' scandal space industry is set to be a winner in global warming research") sustentando, num enfoque mais industrial, esta afirmação que, aliás, é também embasada por algumas notícias vindas de Copenhague.
Dada a crescente preocupação mundial com o aquecimento do Globo, projetos de satélites científicos e meteorológicos para estudos e medições sobre os impactos e consequências do aquecimento global tendem a ganhar ainda mais importância. Satélites de observação terrestre para a medição do desmatamento, desertificação e derretimento de geleiras também são citados por especialistas e autoridades como instrumentos essenciais para o combate ao aquecimento.
As preocupações com o meio-ambiente já há algum tempo têm se mostrado um forte apelo para justificar (e angariar recursos) para projetos de satélites de sensoriamento remoto, inclusive no Brasil. Na visão de muitos analistas, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) acertou ao optar por orientar suas principais ações a temas ambientais, embora definições e recursos para alguns projetos essenciais, como o de um satélite-radar, ainda não tenham sido alcançados.
Já há algum tempo, existe a expectativa de que o satélite Amazônia-1, baseado na Plataforma Multimissão (PMM) tenha o seu cronograma acelerado com o recebimento de recursos oriundos do Fundo Amazônia, gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), questão que parece ter saído da mídia. Talvez, com tudo o que se discutiu no COP-15, alguns projetos e necessidades nacionais recebam mais um importante impulso, não apenas político, mas principalmente financeiro.
Paralelamente às questões internas, o governo brasileiro busca ampliar junto à comunidade internacional o seu papel de colaborador nos esforços de redução do desmatamento. Há pouco mais de uma semana, o INPE assinou com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) um acordo para repasse de tecnologia e experiência brasileiras no monitoramento por satélite do desmatamento (saibam mais na matéria "Inpe vai repassar tecnologia brasileira de monitoramento por satélite do desmatamento", da Agência Brasil), iniciativa certamente louvável. Ao mesmo tempo em que realiza estes atos de política externa, é fundamental que o governo não se esqueça de que existem deficiências internas nos sistemas de monitoramento disponíveis que de algum modo precisam ser supridas.
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