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Na postagem "Novos problemas para a ACS", de 21 de dezembro último, mencionamos as chances bastante remotas de que o primeiro voo do lançador ucraniano Cyclone 4 a partir de Alcântara (MA) ocorra em 2010. Assim, o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, muito provavelmente não terá a sua expectativa atendida - assistir o lançamento do Cyclone 4 até o término de seu mandato. De fato, Lula parece não ter muita sorte em se tratando de materialização de projetos espaciais, assim entendidos os voos de lançadores e colocação de satélites em órbita.
Durante o seu governo, poderia ter havido outra chance de assistir a um voo de veículo-lançador a partir de solo brasileiro - do VLS-1 V03, em maio de 2003 - não fosse o trágico incêndio na torre de integração que acabou vitimando 21 técnicos do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/DCTA), três dias antes de sua decolagem.
Em matéria de satélites, durante o governo Lula foi lançado ao espaço apenas um satélite, o sino-brasileiro CBERS-2B, construído com o objetivo de ocupar o hiato entre o seu antecessor CBERS 2 e sucessor CBERS 3, este último com previsão de colocação em órbita não antes de 2011. O Presidente da República, no entanto, não pôde assistir ao lançamento de satélites "totalmente" nacionais, como Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso puderam com o SCD-1 (1993) e SCD-2 (1998), respectivamente. Provavelmente, a exemplo dos lançadores, Lula não terá a oportunidade de comemorar no exercício de seu atual mandato novos feitos espaciais, como possivelmente farão seus colegas da Argentina (SAC-D/Aquarius) e Chile (SSOT).
Curiosamente, Lula e seus ministros tiveram a oportunidade este ano de entrar num projeto que daria a chance de assistirem ao lançamento de um satélite construído no País, com considerável índice de nacionalização, ainda em 2010. Por variadas razões, a iniciativa não teve a velocidade desejada, o que praticamente acabou com o seu maior apelo.
Apesar dos longos períodos sem lançamentos, não se pode deixar de reconhecer o mérito do atual governo quanto ao aumento de investimentos. De fato, desde a tragédia do VLS-1 V03, o orçamento do Programa Espacial passou a receber volumes mais substanciais de recursos, ainda que insuficientes para toda a gama de projetos espaciais desenvolvidos ou ambicionados pelo País.
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2 comentários:
André,
Falta de sorte ou colaboradores incompetentes na área?
Um abraço,
Sengedradog
André,
Especificando melhor: quando disse colaboradores quis me referir aos gestores políticos do programa. É o reflexo de nossa política levando cargos que deveriam ser ocupados essencialmente por gente que tem vocação para a área e não cabides políticos. Acorda Lula!
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