segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Novos problemas para a ACS

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A empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), já experiente na resolução de vários imbróglios (questões orçamentárias, quilombolas, dentre outros) começa a enfrentar novos problemas para a implementação do complexo espacial do foguete ucraniano Cyclone 4 no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.

No início de dezembro, durante visita oficial do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Ucrânia, chegou a ser anunciado que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiaria parte dos investimentos dos parceiros ucranianos (as empresas estatais Yuzhnoye e Yuzhmash) na ACS (leiam a postagem “Visita de Lula à Ucrânia: ACS”). Politicamente, essa é a intenção, mas o blog apurou que existem limitações legais para a materialização do financiamento. Inclusive, pessoas que acompanham o tema afirmam ser pouco provável que se encontre uma solução para a liberação dos recursos do BNDES. Existem alternativas sendo consideradas, mas a maioria delas alteraria significativamente os termos do tratado binacional sobre o binômio Alcântara/Cyclone 4 assinado em outubro de 2003. Acredita-se que a busca de uma solução para este problema será uma das prioridades dos dirigentes da ACS e do Programa Espacial Brasileiro ao menos nos primeiros meses de 2010.

Outra notícia negativa para a ACS veio na semana passada, quando deveria ter sido realizada uma audiência pública no município de Alcântara para a discussão do Estudo de Impactos Ambientais (EIA/RIMA) relacionado à implantação do complexo de lançamento. A audiência foi cancelada pela Justiça Federal, atendendo a um pedido do Ministério Público Federal (leiam a notícia aqui), em razão do horário da reunião (18h30), “tido como inviável e perigoso para o deslocamento das pessoas interessadas”.

Com os problemas de capitalização da binacional e o atraso nas licenças ambientais, o objetivo de se lançar o primeiro Cyclone 4 até o final de 2010 torna-se ainda mais remoto. Tanto que, privadamente, já se reconhece que o primeiro voo não ocorrerá durante o governo Lula.

Foguete ainda não existe fisicamente

De acordo com uma fonte familiar ao projeto ucraniano-brasileiro consultada pelo blog, o foguete Cyclone 4 já está com quase todo o seu desenvolvimento concluído, restando ainda apenas algumas partes. O lançador, porém, ainda não existe fisicamente, o que só corrobora as remotas chances de vir a voar em 2010.
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Um comentário:

O mar vivo da não existência disse...

É o exemplo do nível de nossos gestores.