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Brasília, 2 de setembro de 2014 – Foi realizado com sucesso na noite desta segunda-feira (1º) no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, o lançamento do foguete VS-30 V13, que teve como carga útil ativa um motor L5 movido a propelente líquido. A coordenação geral da operação é de responsabilidade do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).
O lançamento ocorreu às 23h02 e o voo do foguete durou três minutos e 34 segundos, tempo em que alcançou a área de segurança prevista para a operação. Durante o trajeto foram feitas a coleta de dados para estudos de um GPS de aplicação espacial desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e de um dispositivo de segurança para veículos espaciais, concebido no Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE).
Também foi verificado todo o desempenho do veículo que teve o módulo de experimentos (carga útil) impulsionado pelo motor L5, durante 90 segundos, movido a oxigênio líquido e etanol. “Neste primeiro voo do Estágio Propulsivo Líquido verificou-se o bom funcionamento do motor pelo tempo previsto”, afirmou o coronel aviador Avandelino Santana Júnior, coordenador geral da Operação Raposa.
Segundo ele, o lançamento previsto para ocorrer na sexta-feira (29/8) foi adiado para que as equipes verificassem um problema de pressurização no sistema de abastecimento do veículo.
“Após os ensaios realizados no final de semana, decidimos transferir as atividades para o período da tarde desta segunda, culminando com o lançamento noturno a fim de solucionar dificuldades de abastecimento do Estágio Propulsivo Líquido (EPL) com oxigênio líquido. Não tenho dúvidas de que tiramos lições importantes com esta operação e que colocamos o Brasil num rol de países que detém tecnologia própria para operar veículos espaciais movidos a propelente líquido”, finaliza o coordenador.
Para o diretor do CLA, coronel engenheiro Cesar Demétrio Santos, o lançamento representou um salto evolutivo na missão da organização. “Com a Operação Raposa, o CLA alcança um patamar de importância estratégica ainda maior no conjunto do Programa Nacional de Atividades Espaciais.
Demos um passo essencial visando à operação de veículos espaciais movidos a combustível líquido, que permitem uma maior capacidade de carga e precisão de inserção em órbita, essenciais para atividades envolvendo o Veículo Lançador de Satélite (VLS) e sucessores”.
Recurso – A Operação Raposa, iniciada no último dia 12 de agosto, é financiada pela Agência Espacial Brasileira (AEB) e teve o apoio de esquadrões de transporte de carga e pessoal, helicópteros e patrulha marítima da Força Aérea Brasileira (FAB).
O IAE é o responsável pelo fornecimento, integração e treinamento das equipes no que se refere ao veículo, incluindo a carga-útil EPL L5 e o sistema de transmissão de dados. A empresa Orbital Engenharia é responsável pelo Sistema de Alimentação Motor Foguete (SAMF) e pela integração das redes elétricas, juntamente com a equipe do IAE.
O Centro Aeroespacial Alemão (DLR) participou da operação com trabalhos de coleta de dados em voo por meio de uma estação móvel de telemetria. O CLA se responsabiliza pelo lançamento, rastreio, coleta de dados, segurança de superfície e voo. Outra participação importante é do Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI), que responde pela verificação da calibração dos instrumentos.
A Marinha do Brasil (MB) e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) realizaram a interdição do tráfego marítimo e aéreo na região, respectivamente, condição importante para o sucesso da operação.
Fonte: AEB / CLA.
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