quarta-feira, 24 de setembro de 2014

6 perguntas a Joel Chenet, da Thales Alenia Space

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O blog Panorama Espacial recentemente entrevistou por e-mail Joel Chenet, vice-presidente da franca-italiana Thales Alenia Space para o Brasil, sobre os planos do grupo para o Brasil e a América Latina. Com respostas curtas, Chenet apresentou linhas gerais sobre a estratégia da empresa.

O senhor poderia dar um breve panorama sobre a presença da Thales Alenia Space (TAS) no Brasil e América Latina?

A Thales Alenia Space tem uma forte presença aqui, com histórias no Brasil e na Argentina, e várias prospecções em andamento na América Latina, em países como a Colômbia e o Peru. Originalmente, a Thales Alenia Space foi uma das empresas fundadoras da NAHUELSAT [Nota do blog: operadora de comunicações da Argentina criada na década de noventa, não mais existente] e também entregou dois satélites para a Star One, participando da expansão desta bem conhecida operadora. Hoje, a Thales Alenia Space está totalmente comprometida em entregar o SGDC para a Visiona e a Telebras. Na Argentina, a empresa também está trabalhando numa forte parceria com a fabricante local INVAP para a construção dos satélites de comunicações Arsat 1 e 2. O Arsat 1 foi enviado ao centro espacial de Kourou, na Guiana Francesa, de onde deve ser lançado no meio de outubro, enquanto que o Arsat 2 entrará em fase de integração e testes nas instalações da INVAP. [Nota do blog: A TAS fornece as cargas úteis de ambas as missões]

Em relação ao Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), em maio foi concluída a fase de projeto do sistema. Quais são os próximos passos? O projeto esta dentro do cronograma?

A cada três meses, há uma reunião com o cliente [Visiona / Governo] para tratar do status do programa, sendo o próximo passo a Revisão Crítica do Projeto [Critical Design Review], prevista para acontecer até o final do ano. Esta revisão analisará se todos os equipamentos a serem entregues estão perfeitamente em linha com a performance demandada para o satélite. O SGDC está bem alinhado dentro de nosso cronograma.

Muito se fala sobre a transferência de tecnologia associada ao SGDC, e um memorando de entendimentos foi assinado em dezembro. Como estão as tratativas para a sua implementação?

As discussões com a Agência Espacial Brasileira para a conclusão dos primeiros contratos relacionados à transferência de tecnologia ainda estão em andamento, e temos por objetivo estar prontos antes do final deste ano para o início de sua implementação.

[Nota do blog: sobre a transferência de tecnologia associada ao SGDC, veja mais informações em "Programa Espacial: orçamentos de 2014 e 2015"]

Em julho, em reportagem do Valor Econômico, Cesar Kuberek, executivo do grupo, falou sobre os planos da Thales de triplicar suas vendas na América Latina. Como o setor espacial esta inserido neste plano estratégico?

Espaço na América Latina é um mercado muito importante em dois segmentos principais, telecomunicações e observação (ótica e radar de alta resolução e meteorologia). Há várias oportunidades em razão do crescimento da [demanda] por internet e também da necessidades dos governos em gerenciar e monitorar o meio-ambiente e áreas vizinhas.

Como e sabido, o Programa Espacial Brasileiro não passa por seu melhor momento, dada a falta ou mesmo o contingenciamento de recursos. A situação e idêntica para o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), que enfrenta atrasos em razão de indisponibilidade orçamentária. Qual e o posicionamento da TAS frente a estes percalços?

A Thales Alenia Space não está no Brasil visando objetivos de curto prazo, mas sim com uma visão de longo prazo. Enfrentar dificuldades orçamentárias é sempre um assunto sério, mas estamos confiantes que no final o governo, de uma forma ou de outra, investirá em espaço, assim como todos os grandes países do mundo.

Em comunicações comerciais, depois de alguns anos de pouca competitividade e reduzida presença no mercado global, a TAS da sinais de recuperação, com a conquista desde o início do ano de contratos para quatro satélites geoestacionários. Qual e sua visão sobre a competitividade da TAS e oportunidades na América Latina?

Nós nos fortalecemos para retornar a este mercado e estamos tentando entregar propostas de valor a nossos clientes. Ao mesmo tempo, anunciamos há apenas alguns dias nossa nova linha de produtos para satélites totalmente elétricos, e acreditamos que isso abrirá muitas oportunidades no crescente mercado de telecomunicações aqui da América Latina.

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