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O ministro da Defesa Nelson Jobim fez hoje (06) uma extensa apresentação sobre as mudanças, perspectivas e projetos para a área de Defesa no Brasil, em seminário sobre o reaparelhamento das Forças Armadas promovido pela Federação das Indústria do Estado de São Paulo (FIESP), em São Paulo.
Ao longo de cerca de duas horas, Jobim discorreu sobre o que ele intitula "Nova Defesa", uma nova realidade para as Forças Armadas, com base na Estratégia Nacional de Defesa (END), e em vários momentos de sua apresentação, foram abordados questões relacionadas às atividades espaciais.
Ao tratar da necessidade de se ter capacidades de monitoramento e controle, um dos eixos estruturantes da END, o ministro falou sobre a ideia (ou seria projeto?) de um sistema espacial brasileiro, uma constelação de satélites de imageamento para se atender as necessidades brasileiras, não apenas militares, mas também em agricultura, monitoramento ambiental, entre outras. Nesse ponto, Jobim criticou o fato do Brasil ser dependente da compra de imagens de satélites de outros países, que, a qualquer momento, poderiam cessar o fornecimento. A autonomia, disse ele, virá apenas quando o País possuir seus próprios satélites.
O ministro também discorreu sobre setores considerados estratégicos pela END, como o cibernético, espacial e nuclear. Mencionou o problema dos quilombolas na base de lançamento de Alcântara, no Maranhão, que já está sendo equacionado, e também a necessidade de se dispor de satélites de diferentes órbitas e funções, como de observação terrestre, meteorológico e comunicações. Demonstrando estar muito bem informado a respeito, Jobim destacou que em 2025, em razão das regras da ICAO (International Civil Aviation Organization), o controle de tráfego aéreo deverá ser feito por meio de satélites (sistema CNS/ATM), e que a consequência para os países que não adotarem este sistema será o pagamento de seguros aeronáuticos muito mais caros.
Ainda na linha da necessidade de se dispor de meios de monitoramento e controle, e entrando ponto a ponto nas necessidades de cada força, o ministro apresentou slides com mapas de infraestruturas estratégicas para o País, como hidrelétricas, linhas de transmissão, plataformas petrolíferas e oleodutos, etc. Em seguida, apresentou brevemente o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), a ser operado pela Marinha do Brasil, e o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), do Exército. Conceitualmente, o SisGAAz envolverá uma rede de satélites e outros sensores para o monitoramento de 4,5 milhões de quilômetros quadrados da costa brasileira, a chamada "Amazônia Azul". Quanto ao Sisfron, Jobim disse que será "um sistema de satélites", radar e ótico. O sistema também contará com sensores essenciais, de banda P, tecnologia dominada no Brasil por uma única empresa (não foi mencionado o nome da empresa, mas trata-se da OrbiSat).
Em relação aos projetos para o fortalecimento do poder aéreo (Força Aérea Brasileira), o ministro elencou a modernização do Centro de Lançamento de Alcântara, já em andamento, e também o programa do Veículo Lançador de Satélites (VLS).
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