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Conselho de Altos Estudos da Câmara recebe diretor do INPE
20/03/2009
Em Brasília, o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Gilberto Câmara, falou sobre o programa de satélites CBERS e o monitoramento de clima e meio ambiente durante reunião do Conselho de Altos Estudos da Câmara, na última quarta-feira (18/3). Os parlamentares mostraram-se interessados na atuação do INPE frente às mudanças climáticas, especialmente na adaptação e prevenção dos efeitos de desastres naturais.
O assunto está na pauta da Câmara desde a tragédia provocada pelas enchentes em Santa Catarina em novembro do ano passado, o que motivou, inclusive, a criação de uma comissão externa de deputados. O diretor do INPE sugeriu a realização de outra reunião para que possa apresentar os estudos e conclusões do Instituto em relação às questões climáticas, especialmente o relatório que está sendo elaborado sobre as enchentes em Santa Catarina.
Gilberto Câmara destacou que, especificamente sobre esse desastre, o INPE fez a previsão, na quinta-feira anterior ao final de semana das chuvas, de que cairia uma quantidade de água acima do normal. “Mas não conseguimos prever o volume correto. Previmos que poderia chover 150 milímetros nos três dias, mas choveu 450”, informou.
O diretor do INPE pediu ajuda aos deputados para recuperar R$ 45 milhões do orçamento de 2009 previstos para o instituto e que foram cortados pelo governo federal. Os recursos destinam-se à construção dos satélites CBERS 3 e 4. Ele também agradeceu o apoio no repasse de R$ 120 milhões para a compra de um novo supercomputador, que aumentará em 50 vezes a capacidade de previsão climática do INPE.
Segundo Câmara, com esse supercomputador teria sido possível prever corretamente o volume de chuvas que atingiu Santa Catarina em novembro de 2008, e a Defesa Civil poderia ter tomado providências para evitar grande parte das mortes e dos prejuízos que atingiram o estado.
Imagens de satélite
Além das questões climáticas, o monitoramento do INPE é utilizado no controle do desmatamento na Amazônia e em estudos sobre a produção agrícola. Por ser o Brasil um país continental, o monitoramento por satélite é a única forma viável de controle do território e de aspectos ambientais, como o desmatamento.
Com os primeiros satélites da série CBERS, produzidos em parceria com a China, o INPE já distribuiu mais de 500 mil imagens do território nacional desde 2004, 50% delas para empresas e 25% para universidades e centros de pesquisa. As imagens são distribuídas gratuitamente, pela internet, também para os demais órgãos de governo. Segundo Gilberto Câmara, Argentina, México e Indonésia têm interesse no sistema de monitoramento brasileiro, o único no mundo especializado em florestas tropicais.
Com custo de produção de 150 milhões de dólares – o Brasil paga a metade do valor, enquanto a China assume os outros 50% -, cada satélite tem vida útil de quatro anos. Apesar do preço aparentemente alto, a fabricação dos satélites gera empregos de alto nível no Brasil. Segundo o diretor do INPE, a instituição fechou contratos de R$ 320 milhões com empresas brasileiras para a construção dos equipamentos.
(Com informações e fotos da Agência Câmara)
Fonte: INPE
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