sexta-feira, 20 de março de 2009

Seminário sobre satélites: SGB

.
Não houve repercussão na imprensa sobre o seminário "Satélites impulsionando o Desenvolvimento do País", organizado pela Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) e a Associação Brasileira de Telecomunicações (Telecom), no Rio de Janeiro, no último dia 13. O foco era comunicação via satélite, seja privada, seja governamental. O projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB), como de praxe, foi objeto de discussões.

Além do press release divulgado pela Agência Espacial Brasileira (cliquem aqui), a ACRJ (aqui) e a Telecom (aqui) divulgaram notas sobre o seminário. Vejam alguns trechos abaixo:

ACRJ:

"O Brasil não possui um satélite próprio com fins militares, apenas satélites comerciais. Hoje, o país tem nove satélites de operadoras instaladas no país e 31 posições orbitais ocupadas por empresas estrangeiras. Dentro de dois anos, o governo brasileiro deverá ter o primeiro de três satélites geoestacionários que deverão ser lançados ao espaço até 2013. O presidente da Agência Espacial Brasileira, Carlos Ganem, alertou para o risco de o país não ter o primeiro satélite geoestacionário pronto em 2010. "Para garantir a ocupação das três posições orbitais a que tem direito, o Brasil poderá recorrer ao aluguel de um satélite estrangeiro ou a parceria com outros países".

Ganem se queixou das dificuldades enfrentadas pela Agência para o desenvolvimento do Programa Nacional de Atividades Espaciais, entre eles, o corte no orçamento da AEB e os problemas com comunidades quilombolas no Centro Espacial de Alcântara (MA), que limitaram a área destinada ao lançamento de foguetes para transportar satélites até a órbita."


Telecom:

“Se o Brasil não enviar os satélites ao espaço até 2013 correrá o risco de perder importantes posições orbitais de interesse da Pátria. Com isso, teria que utilizar satélites estrangeiros, caracterizando uma dependência externa para sua soberania e defesa.

[...]

No final do encontro, será produzido um documento com propostas a serem encaminhadas ao ministro das Comunicações Hélio Costa e ao Grupo de Trabalho nomeado através da Portaria do MCT nº 91, de 10 de setembro de 2008, que visa dar continuidade ao processo de implementação do Projeto Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB), constante do Programa Nacional de Atividades Espaciais.”


As informações que chegam sobre o SGB são desencontradas. Há quem afirme que o projeto é considerado como uma das prioridades da atual gestão da AEB (o blog soube que haveria inclusive discussões em andamento com o BNDES para a obtenção de recursos ao projeto). Do outro lado, pessoas também envolvidas com o Programa Espacial dizem que a AEB já se convenceu de que o projeto não será lançado em curto ou médio prazo. As conversas de bastidores, no entanto, continuam. “Há ainda muito jogo político”, afirmou ao blog uma pessoa bastante familiarizada com o assunto.
.

Um comentário:

iurikorolev disse...

Mileski
É o que sempre falo.
Brasil parece fadado ao destino de eterna Botocúndia ...