terça-feira, 25 de janeiro de 2011

WikiLeaks: EUA e o acordo espacial Brasil-Ucrânia

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Demorou, mas o WikiLeaks, fenômeno mundial para as relações internacionais, finalmente chegou até o Programa Espacial Brasileiro. É que mostra reportagens publicadas hoje (25) nos jornais "Folha de S. Paulo" e "O Globo".

Basicamente, as reportagens fazem referência a um telegrama vazado que contém uma resposta do Departamento de Estado norte-americano sobre um apelo feito pela Ucrânia para os EUA reconsiderassem sua decisão de não apoiar a parceria espacial Brasil-Ucrânia.

Trata-se da velha, porém sempre presente, questão do acordo de salvaguardas tecnológicas (TSA, sigla em inglês) que um estado-lançador precisa deter com os países de origem dos satélites (ou de componentes de satélites) para a execução dos lançamentos. Um acordo com os EUA, que responde por significativa fatia do mercado de satélites, é essencial para o sucesso de qualquer empreitada de lançamento espacial.

As duas reportagens, porém, devem ser lidas com cautela. Parece haver certa confusão entre iniciativas de transferência de tecnologia e esforços comerciais, sendo este último o caso da binacional Alcântara Cyclone Space (ACS). Isto é, a parceria espacial Brasil-Ucrânia, de início, não envolveria transferência tecnológica, mas tão somente uma empreitada para a exploração comercial de lançamentos espaciais. O AST com os EUA não saiu por que o Brasil não quis ratificá-lo, o que não condiz com a afirmação de que os americanos tentaram impedir o acordo Brasil-Ucrânia.

Curioso também observar que os EUA podem ser a "tábua de salvação" da ACS, ao menos da parcela ucraniana (ver a postagem "Tensão na Alcântara Cyclone Space").

O blog aguardará maiores desdobramentos sobre o caso da ACS, que podem acontecer dentro dos próximos dias, para analisar mais profundamente a questão.

Para ler as reportagens, clique sobre os títulos abaixo:

"EUA tentaram impedir programa brasileiro de foguetes, revela WikiLeaks"

"Ucrânia recorreu aos EUA por foguete com o Brasil"
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Um comentário:

Aureo André disse...

Meu xará André, O brasil deveria cobrir integralmente o passivo financeiro da parte ucraniana e acelerar o projeto. Claro que o custo ucraniano seria o uso irrestrito da tecnologia deles pelos interesses nacionais. Quanto aos Yankees, são useiros e vezeiros na arte de sabotar, como já comentou o Coronel roberto monteiro de oliveira outra ocasião.