segunda-feira, 16 de novembro de 2009

VSB-30 na Europa

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FOGUETE DE SONDAGEM BRASILEIRO É LANÇADO NA EUROPA

16/11/2009

O foguete de sondagem VSB-30 pode ser transferido para a indústria aeroespacial brasileira com a sua qualificação como sistema e a sua transformação em um item de produção. Os sete vôos bem sucedidos do veículo demonstraram sua ótima performance, o que constitui importante realização para o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e para o País, que tem seu nicho no rol dos países detentores de bens de alta tecnologia.

Além do voo de qualificação e, outro, operacional, ocorrido do Campo de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, e os cinco operacionais em que experimentos científicos europeus foram lançados do campo sueco de Esrange, outros dois lançamentos devem ocorrer ainda neste mês de novembro.

No primeiro deles, com data marcada para o dia 14, a carga útil denominada TEXUS 46 realizará experimentos científicos importantes, como a determinação de alta precisão de propriedades termofísicas de ligas metálicas em estado de fusão, para fins de modelamento de solidificação das ligas em ambiente industrial; o resfriamento sob baixa temperatura de levitador eletromagnético, dentro da cadeia de produção contínua de aço; e a medição da tensão superficial e viscosidade em amostra de PdSi (paládio-silício).

O segundo lançamento está programado para o dia 23, quando o VSB-30 levará ao espaço a carga útil TEXUS 47 com outra série de experimentos europeus, objetivando: medir os resultados da solidificação de uma “liga transparente”; obter respostas moleculares de células vegetais sob o efeito de mudanças no campo gravitacional; investigar reações gravitrópicas primárias rápidas do fungo Phycoomyces blakesleeanus, sob o efeito de micro e hipergravidade; e, por fim, verificar a convecção vibratória em zonas de flutuação de silício.

O IAE presta serviço de apoio para fins de integração do foguete no Campo de Lançamento, enviando três de seus especialistas a Esrange. Isso inclui os trabalhos de integração mecânica e pirotécnica, além dos testes elétricos necessários para cobrir as atividades de lançamento. Um serviço que continua sendo contratado pelo consórcio europeu devido à exigüidade de suas equipes.

Até que a transferência para a indústria ocorra plenamente, o IAE gerencia a produção do foguete e conduz melhoramentos em alguns de seus subsistemas e meios elétricos de solo. E, caso a demanda justifique, o meio industrial poderá aprimorar os processos de fabricação de modo a baratear a produção.

Isso significa que os resultados estão aparecendo com o seu pleno desenvolvimento tecnológico. Um motivo de orgulho para o Brasil e que deverá ser ainda maior quando o VSB-30 se tornar o primeiro foguete de sondagem nacional a ser produzido integralmente no parque industrial brasileiro.

O Foguete de Sondagem VSB-30

A missão do VSB-30 é a de impulsionar um conjunto de experimentos (carga útil) com massa de 400 kilos, em uma trajetória cujo apogeu é de 250 km, permanecendo no ambiente de microgravidade por seis minutos acima de 110 km.

A microgravidade proporciona aos experimentos um ambiente em que a única ação externa é o campo gravitacional terrestre. Durante este período, a carga útil aciona um sistema que elimina quaisquer movimentos angulares e a formação de cristais torna-se uniforme, conferindo propriedades melhores aos produtos químicos, orgânicos e inorgânicos, e a ligas metálicas.

No futuro, fábricas instaladas no espaço produzirão os produtos obtidos da experiência adquirida em vôos de foguete de sondagem e outros recursos existentes para o mesmo fim.

Fonte: IAE/DCTA
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4 comentários:

rondini disse...

Olá Mileski, olá amigos do blog.

VSB-30, um pequeno foguete de grandes resultados!
Espero que o desenvolvimento do vls siga o mesmo caminho, afinal tenho acompanhado muitos testes de qualificação, considerados bem sucedidos, mas não consigo entender o porque de tanta demora, afinal já ouvi um outro prazo para 2014!

Brazilian Space disse...

Olá Rondini!

Esse é o novo prazo para o lançamento do quarto vôo de qualificação do foguete. No entanto, segundo o novo cronograma, em 2011 haverá um vôo com uma configuração para testar o primeiro e segundo estágios ativos com os outros dois desativados. Já em 2012 ou 2013, haverá um segundo vôo teste com os quatros estágios ativos, mais sem qualquer carga útil abordo (satélite) e por fim o quarto vôo de qualificação em 2014, já com um satélite abordo (talvez o ITASAT ou uma SARA Suborbital). Porém, não acredito que o MCT/AEB/DCTA/IAE pecam a oportunidade de colocar alguma carga útil (um pequeno satélite tecnológico tipo o SATEC que é barato) abordo do segundo vôo teste. Vamos aguardar.

Abs

Duda Falcão

rondini disse...

Agradeço a resposta, Duda!
Confesso que quando eu vi mais um adiamento no cronograma de lançamento,perdi um pouco do antigo entusiasmo!
Pelos seus comentários, Duda, voce demonstra certo interesse por propulsão liquida, então responda: Segundo o cronograma que vc me apresentou haverá um voo teste com os quatro estágios operantes em 2012 ou 2013, mas em postagens antigas sobre propulsão líquida, ficou a possibilidade do propulsor L75 ficar pronto em 2013.
Logo a proximidade das datas me faz pensar: Afinal em 2013? 2014 teremos o vls ou o vls 1b (alfa) ?
ABS

Brazilian Space disse...

Olá Rondini!

Veja bem amigo, existem certas considerações a serem feitas antes de responder a sua pergunta. Em primeiro lugar esse cronograma que eu lhe passei são possibilidades que poderão ser cumpridas ou não. Na realidade, esse cronograma eu diria que é uma projeção do IAE que pode ser alterada parcialmente ou totalmente pelo PNAE do “Ganem”, que entrará em vigor a partir de 2010. Diferentemente do que o governo divulga, o Programa Espacial Brasileiro não é estratégico para o mesmo, já que o programa não tem a devida atenção que um verdadeiro programa estratégico teria. Além disso, a falta de foco, a incompetência administrativa, a falta de recursos humanos e financeiros adequados e a ingerência política inconseqüente, tornam-se empecilhos difíceis de serem transpostos se não houver seriedade e vontade política. Quanto ao motor L75, o seu desenvolvimento foi iniciado segundo se comenta por volta de 2006 e já conta com três anos de pesquisas. Recentemente foi dado um prazo de mais cinco anos a partir de 2010 para que o seu modelo de vôo fique pronto. Se esse prazo for cumprido, só poderemos contar com o mesmo por volta de 2015, portanto o VLS-1B (Alfa) só sairia a partir dessa época. Agora, se houvesse seriedade, competência gerencial, recursos financeiros, interesse político e um grupo de engenheiros bem coordenados e dirigidos e motivados com o conhecimento já adquirido pelo IAE, faríamos isso em muito menos tempo. Mas infelizmente a realidade do PEB é outra. Como exemplo, veja o caso recente da Coréia do Sul.

Abs

Duda Falcão