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O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) inaugura hoje (30) a primeira estação brasileira dedicada a sensoriamento remoto marinho. A estação, localizada em Cachoeira Paulista (SP), irá receber, processar, armazenar e distribuir imagens do satélite Envisat, da Agência Espacial Europeia, que serão utilizadas para monitorar a costa brasileira.
“Esta é a primeira estação no Brasil dedicada ao sensoriamento remoto marinho. As imagens serão recebidas em tempo quase real e serão utilizadas para a detecção de poluentes na superfície do mar, para o estudo de ecossistemas e recursos naturais marinhos e, ainda, para estimar parâmetros como direção e intensidade de correntes e campo de ventos, altura de ondas, entre outros”, disse Ivan Barbosa, chefe da Divisão de Geração de Imagens do INPE, em nota distribuída pelo Instituto.
A Estação de Sensoriamento Remoto Marinho foi viabilizada por meio de convênio firmado entre o INPE, a Petrobras e a Agência Nacional do Petróleo (ANP), devendo atender especialmente demandas da estatal brasileira. Até então, a Petrobras dependia da aquisição e processamento de imagens no exterior, resultando em maior custo operacional e tempo para a obtenção das imagens.
Em janeiro deste ano, o blog já havia abordado a construção de uma estação de recepção de dados do Envisat no Brasil (ver "Brasil terá estação de recepção de dados do Envisat"), que também será pioneira na recepção de imagens geradas por sensores-radar (SAR), uma das maiores carências brasileiras em termos de sensoriamento remoto. O investimento total na nova estação foi de cerca de R$ 7 milhões.
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quarta-feira, 30 de setembro de 2009
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Congresso sobre satélites no Rio de Janeiro
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Acontece nos próximos dias 1 e 2, no Rio de Janeiro, o 9º Congresso Latino-Americano de Satélites, evento anual que reúne representantes da indústria de satélites de telecomunicações, operadores e autoridades para discutir os temais cruciais do setor.
A edição deste ano contará com palestras sobre os projetos de satélites de comunicações em desenvolvimento na América Latina, como o programa Arsat, da Argentina, e o colombiano Satcol, entre outros assuntos.
No segundo e último dia haverá uma apresentação do presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem, sobre o "Plano estratégico do governo brasileiro para o setor espacial", além de palestras sobre o projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB) e aplicações em controle de tráfego aéreo e controle do espaço aéreo.
O blog estará presente no segundo dia e fará uma cobertura do evento.
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Acontece nos próximos dias 1 e 2, no Rio de Janeiro, o 9º Congresso Latino-Americano de Satélites, evento anual que reúne representantes da indústria de satélites de telecomunicações, operadores e autoridades para discutir os temais cruciais do setor.
A edição deste ano contará com palestras sobre os projetos de satélites de comunicações em desenvolvimento na América Latina, como o programa Arsat, da Argentina, e o colombiano Satcol, entre outros assuntos.
No segundo e último dia haverá uma apresentação do presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem, sobre o "Plano estratégico do governo brasileiro para o setor espacial", além de palestras sobre o projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB) e aplicações em controle de tráfego aéreo e controle do espaço aéreo.
O blog estará presente no segundo dia e fará uma cobertura do evento.
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segunda-feira, 28 de setembro de 2009
INPE: 1 milhão de imagens distribuídas
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O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgou hoje (28) que ultrapassou a marca de um milhão de imagens distribuídas pela internet, gratuitamente. Destas, pouco mais de 716 mil foram imagens geradas pelos satélites da família CBERS (CBERS 1, 2 e 2B), e as demais dos satélites norte-americanos da série Landsat.
"A política de dados livres adotada pelo INPE fez do Brasil um exemplo mundial na área de Observação da Terra, tornando o Sensoriamento Remoto uma ferramenta de fácil acesso", informou em nota o Instituto.
"A distribuição gratuita através da internet começou em 28 de junho de 2004, com as imagens do CBERS-2 (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres). Logo após, o INPE tornou livre o acesso às imagens históricas dos satélites LANDSAT. Atualmente o Centro de Dados de Sensoriamento Remoto do Instituto, instalado em Cachoeira Paulista (SP), tem disponíveis imagens dos satélites CBERS-2 e 2B e Landsat 1, 2, 3, 5 e 7. As imagens de todos estes satélites são fornecidas sem custo para qualquer usuário do mundo."
Para ler a notícia divulgada pelo INPE sobre a marca atingida, clique aqui.
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O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgou hoje (28) que ultrapassou a marca de um milhão de imagens distribuídas pela internet, gratuitamente. Destas, pouco mais de 716 mil foram imagens geradas pelos satélites da família CBERS (CBERS 1, 2 e 2B), e as demais dos satélites norte-americanos da série Landsat.
"A política de dados livres adotada pelo INPE fez do Brasil um exemplo mundial na área de Observação da Terra, tornando o Sensoriamento Remoto uma ferramenta de fácil acesso", informou em nota o Instituto.
"A distribuição gratuita através da internet começou em 28 de junho de 2004, com as imagens do CBERS-2 (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres). Logo após, o INPE tornou livre o acesso às imagens históricas dos satélites LANDSAT. Atualmente o Centro de Dados de Sensoriamento Remoto do Instituto, instalado em Cachoeira Paulista (SP), tem disponíveis imagens dos satélites CBERS-2 e 2B e Landsat 1, 2, 3, 5 e 7. As imagens de todos estes satélites são fornecidas sem custo para qualquer usuário do mundo."
Para ler a notícia divulgada pelo INPE sobre a marca atingida, clique aqui.
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domingo, 27 de setembro de 2009
Cooperação Brasil - Bélgica
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Entre os dias 4 e 5 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará visita oficial à Bélgica, acompanhado de importante comitiva do governo e de setores empresariais. Segundo informações divulgadas pelo Palácio do Planalto, durante a visita serão assinados alguns atos e instrumentos bilaterais, inclusive um na área espacial: um acordo de cooperação entre a Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Centro Espacial de Liège, ligado à Universidade de Liège. O comunicado do Planalto não fornece maiores detalhes sobre a natureza do acordo e os tópicos envolvidos.
O Centro Espacial de Liège (Centre Spatial de Liège - CSL) é um instituto de pesquisa e testes belga especializado em aplicações e cargas úteis relacionadas a instrumentos óticos, detectores, metrologia e equipamentos para testes. O CSL está envolvido em grandes projetos, como o do telescópio JWST (futuro substituto do famoso telescópio espacial Hubble, da NASA), além de outras iniciativas e missões da Agência Espacial Europeia.
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Entre os dias 4 e 5 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará visita oficial à Bélgica, acompanhado de importante comitiva do governo e de setores empresariais. Segundo informações divulgadas pelo Palácio do Planalto, durante a visita serão assinados alguns atos e instrumentos bilaterais, inclusive um na área espacial: um acordo de cooperação entre a Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Centro Espacial de Liège, ligado à Universidade de Liège. O comunicado do Planalto não fornece maiores detalhes sobre a natureza do acordo e os tópicos envolvidos.
O Centro Espacial de Liège (Centre Spatial de Liège - CSL) é um instituto de pesquisa e testes belga especializado em aplicações e cargas úteis relacionadas a instrumentos óticos, detectores, metrologia e equipamentos para testes. O CSL está envolvido em grandes projetos, como o do telescópio JWST (futuro substituto do famoso telescópio espacial Hubble, da NASA), além de outras iniciativas e missões da Agência Espacial Europeia.
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sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Mercado para lançador de pequeno porte
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Um dado interessante para se dimensionar o tamanho em potencial do mercado de lançamentos espaciais de pequenas cargas úteis em órbita baixa. Em outubro de 2008, segundo dados repassados por integrante do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/CTA), havia aproximadamente 250 projetos de desenvolvimento e construção de micro e minissatélites em curso no mundo.
A tendência é que o número de projetos cresça no futuro, se for levado em conta o estudo da consultoria Euroconsult sobre o mercado mundial de satélites para os próximos dez anos (período de 2009 a 2018) (vejam a postagem "Mercado mundial de satélites entre 2009-2018"). É com base nestes números que o IAE/CTA considera uma parceria com algum player estrangeiro para o desenvolvimento e operação de lançador de pequeno porte. Como já noticiou o blog no passado, a europeia EADS Astrium, e empresas da Rússia e Ucrânia demonstraram interesse nesta parceria.
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Um dado interessante para se dimensionar o tamanho em potencial do mercado de lançamentos espaciais de pequenas cargas úteis em órbita baixa. Em outubro de 2008, segundo dados repassados por integrante do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/CTA), havia aproximadamente 250 projetos de desenvolvimento e construção de micro e minissatélites em curso no mundo.
A tendência é que o número de projetos cresça no futuro, se for levado em conta o estudo da consultoria Euroconsult sobre o mercado mundial de satélites para os próximos dez anos (período de 2009 a 2018) (vejam a postagem "Mercado mundial de satélites entre 2009-2018"). É com base nestes números que o IAE/CTA considera uma parceria com algum player estrangeiro para o desenvolvimento e operação de lançador de pequeno porte. Como já noticiou o blog no passado, a europeia EADS Astrium, e empresas da Rússia e Ucrânia demonstraram interesse nesta parceria.
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quinta-feira, 24 de setembro de 2009
"O Brasil e o Espaço"
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Reproduzimos abaixo artigo escrito por José Nivaldo Hinckel, engenheiro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) com uma análise e visão pessoais sobre o Programa Espacial Brasileiro.
O Brasil e o Espaço
José Nivaldo Hinckel*
1. Porque um programa espacial brasileiro
A razão primordial para um programa espacial é o acesso aos recursos ímpares da visada global proporcionada pela grande altitude. A visada global abre amplo leque de missões de comunicação e observação com cobertura de grandes extensões da superfície terrestre.
A exploração destes recursos, inicialmente para fins estratégicos militares e de defesa, e posteriormente para fins comerciais e científicos, deu origem aos abrangentes programas espaciais americanos e soviético das décadas de 50 a 70 do século passado, refletindo a atuação e interesse globais dos mesmos neste período crítico da Guerra Fria. A partir da década de 70 a Europa (ESA), China, Índia Japão e Brasil deram também grande impulso aos seus respectivos programas espaciais. Estas iniciativas foram também impulsionadas em grande parte por interesses estratégicos destes países; interesses estes relativos aos seus próprios (e vastos) territórios e crescente ampliação de atividades e interações comerciais com outros países e exploração de recursos marítimos.
O Brasil, por sua extensão territorial e distribuição populacional, vastas regiões de fronteira e costa marítima e crescente projeção no cenário internacional é claramente grande beneficiário potencial de exploração intensiva de recursos espaciais.
2. Diagnóstico: Situação atual
Uma análise, mesmo superficial, das atividades e projetos em andamento dos programas mencionados acima, torna evidente o descolamento do programa espacial brasileiro em relação aos outros programas, especialmente a partir do início da década de 90. Enquanto esses programas avançaram, tanto na parte de acesso ao espaço com o desenvolvimento de veículos lançadores capazes, com cobertura de largo espectro de missões espaciais, quanto na produção de satélites de comunicações, observação da Terra e exploração científica, o escopo e objetivos do programa brasileiro foram progressivamente encolhidos e postergados.
O programa de veículos lançadores, após três tentativas mal-sucedidas de lançamento, encontra-se em estado vegetativo, com perspectivas praticamente nulas de reativação. O VLS, em sua configuração atual é, para todos os fins práticos, um veículo desacreditado e não há como reaprumá-lo. Efetivamente, os responsáveis pelo programa estão perdidos quanto ao rumo a dar a este VLS, ou o que colocar em seu lugar.
Entra em cena a ACS (Alcântara Cyclone Space). Ao ser desmembrada da União Soviética, a Ucrânia herdou um espólio espacial, com capacidade de produzir foguetes, porém sem ter de onde lançá-los. O que pareceu inicialmente uma barganha para o lado brasileiro e uma redenção para o lado ucraniano, revela-se, entretanto, pesadelo.
O foguete Cyclone 4 utiliza os propelentes NTO/UDMH (Tetróxido de di-nitrogênio / Dimetil Hidrazina Assimétrica). A origem de utilização destes propelentes remonta à corrida por produção de mísseis de longo alcance da segunda metade do século passado. Estes propelentes são estocáveis e podem ficar carregados nos tanques dos foguetes por anos, prontos para o lançamento. E tem também boas características energéticas e propriedades termofísicas que facilitam o projeto e produção dos propulsores destes mísseis.
Entretanto, são altamente tóxicos e os riscos de catástrofe de grandes proporções associada a uma falha nos instantes iniciais do lançamento se revelam difíceis de serem justificados num programa de veículos lançadores. De fato, grande parte dos veículos lançadores que utilizam ou utilizavam estes propelentes; derivados em sua maioria de mísseis balísticos, foi, ou está em vias de desativação. É difícil entender porque o Brasil vai ingressar nesta área seguindo uma trilha que está sendo abandonada por todos os outros competidores.
Politicamente, o programa envolve também um risco considerável, visto que o foguete produzido pela Ucrânia depende, em subsistemas essenciais, de licenças ou itens produzidos na Rússia, que talvez preferisse tratar diretamente com o Brasil.
Logisticamente, a situação não é menos complicada. O foguete é produzido no leste europeu, devendo seguir um longo trajeto para chegar a Alcântara. O deslocamento de pessoal envolvido no lançamento, alojamento e entretenimento acarretam custos elevados. E há adicionalmente o problema de transporte e armazenamento de centenas de toneladas de propelentes altamente tóxicos, que devem ser adquiridos do outro lado do mundo, visto que econômica e ecologicamente a produção local destes não é justificável.
A insistência dos dirigentes da ACS em prever a entrada em operação comercial num prazo inferior a dois anos revela o seu despreparo técnico e gerencial e desconexão com a realidade. A implementação de um programa deste porte, contando com um gerenciamento ágil e proficiente, uma equipe técnica experimente e fluxo de recursos adequado requer pelo menos cinco anos. É difícil assegurar que a ACS conte com este suporte.
Em contraposição, o acordo entre a Arianespace e a Rússia para o estabelecimento e operação de uma plataforma de lançamento do veículo Soyuz a partir da base de lançamento de Kourou, demorou quase uma década e consumiu recursos da ordem de meio bilhão de euros. Há que se perguntar, o que os dirigentes da ACS sabem e que os dirigentes da ESA não sabem, que lhes permita realizar uma tarefa de mesma complexidade, num prazo muito mais curto e com recursos muito mais limitados?
O programa de satélites demonstrou vitalidade inicial com a construção e lançamento dos satélites de coleta e dados. Os satélites de observação, a serem desenvolvidos internamente a partir da década de 80, sofreram sucessivas metamorfoses e adiamentos, sem nenhum lançamento com sucesso até o presente, e com perspectivas pouco promissoras no horizonte previsível.
O programa de desenvolvimento de satélites de sensoriamente remoto em cooperação com a China foi iniciado como uma parceria razoavelmente equilibrada quanto a decisões programáticas e gerenciais e atribuições técnicas. Entretanto, como reflexo do grande descompasso dos respectivos programas nacionais, cresceu enormemente a ascendência técnica, gerencial e programática da parte chinesa, ficando a parte brasileira relegada a atuação coadjuvante, apesar de crescente participação orçamentária no programa.
O desenvolvimento de satélites de comunicações foi praticamente abandonado.
É notável e preocupante a desconexão do programa de satélites conduzido no INPE com os seus clientes potencialmente mais importantes. Um programa de caráter nacional, como se pretende o brasileiro, somente faz sentido se atender a uma gama de missões de interesse nacional amplo; sistema de defesa e uma grande quantidade de organismos que necessitam de comunicações e informações geográficas com cobertura total e contínua do território terrestre e marítimo.
3. Sustentabilidade técnica e econômica
Uma característica importante de atividades econômicas envolvendo complexidade e diversidade tecnológica, ampla infra-estrutura e com longos prazos de maturação, é a elevação crescente do patamar de sustentabilidade técnica e econômica destas empreitadas. Haja vista a grande consolidação empresarial ocorrida em áreas como automobilística, aeronáutica, eletrônica, farmacêutica e inúmeras outras. Não há razão para esperar que a área espacial seja uma exceção a esta tendência.
O ritmo atual de produção e lançamento de 3 a 5 satélites por década é claramente insuficiente para a sustentabilidade técnica e econômica a esta atividade. Do ponto de vista técnico, este ritmo é insuficiente para manter um quadro técnico suficientemente motivado e proficiente para a condução das atividades num patamar mínimo de confiabilidade. Neste ritmo, a proficiência do quadro técnico tende a regredir e é praticamente impossível agregar e treinar novos profissionais para perpetuar o conhecimento adquirido anteriormente.
A ociosidade da infra-estrutura dedicada torna-se também extremamente alta, comprometendo seriamente a proficiências dos operadores de equipamentos caros e complexos.
O envolvimento e contratação de empresas privadas para prestação de serviços e componentes torna-se igualmente proibitivamente caro e arriscado, sobretudo daquelas empresas com grande dependência e dedicação a esta área. A alta intermitência de atividades nestas empresas ocasiona uma grande rotatividade de profissionais e dificuldade de manutenção de capacitação técnica. A inserção destas empresas em outras áreas de atividade é altamente desejável, mas difícil de ser realizada.
4. O que deve ser feito
Do ponto de vista puramente técnico, a formulação de um programa espacial sustentável e compatível com as necessidades e recursos do Brasil é tarefa que pode ser realizada com razoável confiança por profissionais com vivência prolongada na área e familiaridade com os principais programas espaciais desenvolvidos em outros países. A tarefa consiste em extrair destes programas um núcleo de missões com grau de complexidade não muito elevado, mas que ainda atendam a uma ampla gama de demandas dos diversos setores clientes potenciais de serviços de natureza espacial. Não se pode deixar de notar que os clientes iniciais destes serviços são em sua maioria os diversos órgãos do Estado.
Estas missões devem atender primordialmente demandas de comunicações e observação da Terra e devem prever um ritmo mínimo de três a seis missões anuais num prazo de cinco a dez anos para prover sustentabilidade técnica e econômica ao programa.
É razoavelmente seguro antever que tais missões envolvam a construção de plataformas com massa total de 500 a 4.000 kg em órbita baixa e massa de até 1.500 kg em órbita geoestacionária.
Esta definição fecha também os requisitos básicos de lançamento para um programa de veículos lançadores.
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José Nivaldo Hinckel é coordenador do grupo de propulsão de Departamento de Mecânica Espacial e Controle da ETE/INPE. Responsável técnico pelo projeto de desenvolvimento de propulsores monopropelentes a hidrazina para sistemas de guiagem e controle de atitude e órbita de satélites. É também coordenador do convênio de cooperação técnica entre o MCT/INPE e o MAI (Moscow State Aviation Institute).
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Reproduzimos abaixo artigo escrito por José Nivaldo Hinckel, engenheiro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) com uma análise e visão pessoais sobre o Programa Espacial Brasileiro.
O Brasil e o Espaço
José Nivaldo Hinckel*
1. Porque um programa espacial brasileiro
A razão primordial para um programa espacial é o acesso aos recursos ímpares da visada global proporcionada pela grande altitude. A visada global abre amplo leque de missões de comunicação e observação com cobertura de grandes extensões da superfície terrestre.
A exploração destes recursos, inicialmente para fins estratégicos militares e de defesa, e posteriormente para fins comerciais e científicos, deu origem aos abrangentes programas espaciais americanos e soviético das décadas de 50 a 70 do século passado, refletindo a atuação e interesse globais dos mesmos neste período crítico da Guerra Fria. A partir da década de 70 a Europa (ESA), China, Índia Japão e Brasil deram também grande impulso aos seus respectivos programas espaciais. Estas iniciativas foram também impulsionadas em grande parte por interesses estratégicos destes países; interesses estes relativos aos seus próprios (e vastos) territórios e crescente ampliação de atividades e interações comerciais com outros países e exploração de recursos marítimos.
O Brasil, por sua extensão territorial e distribuição populacional, vastas regiões de fronteira e costa marítima e crescente projeção no cenário internacional é claramente grande beneficiário potencial de exploração intensiva de recursos espaciais.
2. Diagnóstico: Situação atual
Uma análise, mesmo superficial, das atividades e projetos em andamento dos programas mencionados acima, torna evidente o descolamento do programa espacial brasileiro em relação aos outros programas, especialmente a partir do início da década de 90. Enquanto esses programas avançaram, tanto na parte de acesso ao espaço com o desenvolvimento de veículos lançadores capazes, com cobertura de largo espectro de missões espaciais, quanto na produção de satélites de comunicações, observação da Terra e exploração científica, o escopo e objetivos do programa brasileiro foram progressivamente encolhidos e postergados.
O programa de veículos lançadores, após três tentativas mal-sucedidas de lançamento, encontra-se em estado vegetativo, com perspectivas praticamente nulas de reativação. O VLS, em sua configuração atual é, para todos os fins práticos, um veículo desacreditado e não há como reaprumá-lo. Efetivamente, os responsáveis pelo programa estão perdidos quanto ao rumo a dar a este VLS, ou o que colocar em seu lugar.
Entra em cena a ACS (Alcântara Cyclone Space). Ao ser desmembrada da União Soviética, a Ucrânia herdou um espólio espacial, com capacidade de produzir foguetes, porém sem ter de onde lançá-los. O que pareceu inicialmente uma barganha para o lado brasileiro e uma redenção para o lado ucraniano, revela-se, entretanto, pesadelo.
O foguete Cyclone 4 utiliza os propelentes NTO/UDMH (Tetróxido de di-nitrogênio / Dimetil Hidrazina Assimétrica). A origem de utilização destes propelentes remonta à corrida por produção de mísseis de longo alcance da segunda metade do século passado. Estes propelentes são estocáveis e podem ficar carregados nos tanques dos foguetes por anos, prontos para o lançamento. E tem também boas características energéticas e propriedades termofísicas que facilitam o projeto e produção dos propulsores destes mísseis.
Entretanto, são altamente tóxicos e os riscos de catástrofe de grandes proporções associada a uma falha nos instantes iniciais do lançamento se revelam difíceis de serem justificados num programa de veículos lançadores. De fato, grande parte dos veículos lançadores que utilizam ou utilizavam estes propelentes; derivados em sua maioria de mísseis balísticos, foi, ou está em vias de desativação. É difícil entender porque o Brasil vai ingressar nesta área seguindo uma trilha que está sendo abandonada por todos os outros competidores.
Politicamente, o programa envolve também um risco considerável, visto que o foguete produzido pela Ucrânia depende, em subsistemas essenciais, de licenças ou itens produzidos na Rússia, que talvez preferisse tratar diretamente com o Brasil.
Logisticamente, a situação não é menos complicada. O foguete é produzido no leste europeu, devendo seguir um longo trajeto para chegar a Alcântara. O deslocamento de pessoal envolvido no lançamento, alojamento e entretenimento acarretam custos elevados. E há adicionalmente o problema de transporte e armazenamento de centenas de toneladas de propelentes altamente tóxicos, que devem ser adquiridos do outro lado do mundo, visto que econômica e ecologicamente a produção local destes não é justificável.
A insistência dos dirigentes da ACS em prever a entrada em operação comercial num prazo inferior a dois anos revela o seu despreparo técnico e gerencial e desconexão com a realidade. A implementação de um programa deste porte, contando com um gerenciamento ágil e proficiente, uma equipe técnica experimente e fluxo de recursos adequado requer pelo menos cinco anos. É difícil assegurar que a ACS conte com este suporte.
Em contraposição, o acordo entre a Arianespace e a Rússia para o estabelecimento e operação de uma plataforma de lançamento do veículo Soyuz a partir da base de lançamento de Kourou, demorou quase uma década e consumiu recursos da ordem de meio bilhão de euros. Há que se perguntar, o que os dirigentes da ACS sabem e que os dirigentes da ESA não sabem, que lhes permita realizar uma tarefa de mesma complexidade, num prazo muito mais curto e com recursos muito mais limitados?
O programa de satélites demonstrou vitalidade inicial com a construção e lançamento dos satélites de coleta e dados. Os satélites de observação, a serem desenvolvidos internamente a partir da década de 80, sofreram sucessivas metamorfoses e adiamentos, sem nenhum lançamento com sucesso até o presente, e com perspectivas pouco promissoras no horizonte previsível.
O programa de desenvolvimento de satélites de sensoriamente remoto em cooperação com a China foi iniciado como uma parceria razoavelmente equilibrada quanto a decisões programáticas e gerenciais e atribuições técnicas. Entretanto, como reflexo do grande descompasso dos respectivos programas nacionais, cresceu enormemente a ascendência técnica, gerencial e programática da parte chinesa, ficando a parte brasileira relegada a atuação coadjuvante, apesar de crescente participação orçamentária no programa.
O desenvolvimento de satélites de comunicações foi praticamente abandonado.
É notável e preocupante a desconexão do programa de satélites conduzido no INPE com os seus clientes potencialmente mais importantes. Um programa de caráter nacional, como se pretende o brasileiro, somente faz sentido se atender a uma gama de missões de interesse nacional amplo; sistema de defesa e uma grande quantidade de organismos que necessitam de comunicações e informações geográficas com cobertura total e contínua do território terrestre e marítimo.
3. Sustentabilidade técnica e econômica
Uma característica importante de atividades econômicas envolvendo complexidade e diversidade tecnológica, ampla infra-estrutura e com longos prazos de maturação, é a elevação crescente do patamar de sustentabilidade técnica e econômica destas empreitadas. Haja vista a grande consolidação empresarial ocorrida em áreas como automobilística, aeronáutica, eletrônica, farmacêutica e inúmeras outras. Não há razão para esperar que a área espacial seja uma exceção a esta tendência.
O ritmo atual de produção e lançamento de 3 a 5 satélites por década é claramente insuficiente para a sustentabilidade técnica e econômica a esta atividade. Do ponto de vista técnico, este ritmo é insuficiente para manter um quadro técnico suficientemente motivado e proficiente para a condução das atividades num patamar mínimo de confiabilidade. Neste ritmo, a proficiência do quadro técnico tende a regredir e é praticamente impossível agregar e treinar novos profissionais para perpetuar o conhecimento adquirido anteriormente.
A ociosidade da infra-estrutura dedicada torna-se também extremamente alta, comprometendo seriamente a proficiências dos operadores de equipamentos caros e complexos.
O envolvimento e contratação de empresas privadas para prestação de serviços e componentes torna-se igualmente proibitivamente caro e arriscado, sobretudo daquelas empresas com grande dependência e dedicação a esta área. A alta intermitência de atividades nestas empresas ocasiona uma grande rotatividade de profissionais e dificuldade de manutenção de capacitação técnica. A inserção destas empresas em outras áreas de atividade é altamente desejável, mas difícil de ser realizada.
4. O que deve ser feito
Do ponto de vista puramente técnico, a formulação de um programa espacial sustentável e compatível com as necessidades e recursos do Brasil é tarefa que pode ser realizada com razoável confiança por profissionais com vivência prolongada na área e familiaridade com os principais programas espaciais desenvolvidos em outros países. A tarefa consiste em extrair destes programas um núcleo de missões com grau de complexidade não muito elevado, mas que ainda atendam a uma ampla gama de demandas dos diversos setores clientes potenciais de serviços de natureza espacial. Não se pode deixar de notar que os clientes iniciais destes serviços são em sua maioria os diversos órgãos do Estado.
Estas missões devem atender primordialmente demandas de comunicações e observação da Terra e devem prever um ritmo mínimo de três a seis missões anuais num prazo de cinco a dez anos para prover sustentabilidade técnica e econômica ao programa.
É razoavelmente seguro antever que tais missões envolvam a construção de plataformas com massa total de 500 a 4.000 kg em órbita baixa e massa de até 1.500 kg em órbita geoestacionária.
Esta definição fecha também os requisitos básicos de lançamento para um programa de veículos lançadores.
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José Nivaldo Hinckel é coordenador do grupo de propulsão de Departamento de Mecânica Espacial e Controle da ETE/INPE. Responsável técnico pelo projeto de desenvolvimento de propulsores monopropelentes a hidrazina para sistemas de guiagem e controle de atitude e órbita de satélites. É também coordenador do convênio de cooperação técnica entre o MCT/INPE e o MAI (Moscow State Aviation Institute).
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quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Participação do Brasil no COSPAS-SARSAT
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FAB coloca o Brasil entre os países com tecnologia de ponta em sistema de busca
22/09/2009
A estação MEOLUT brasileira de dois canais iniciou sua operação nas instalações do Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I), em Brasília, no último dia 3 de julho.
O fato reveste-se de importância ímpar para o Brasil, que assume a posição como 4º país do mundo - atrás do Canadá, Inglaterra e França, a implantar a tecnologia de ponta do Sistema COSPAS-SARSAT, a primeira estação instalada no Hemisfério Sul.
O Programa COSPAS-SARSAT é um esforço conjunto internacional com o objetivo de salvar vidas através da localização de radiobalizas de emergência. Seu segmento espacial é mantido pelos quatro países fundadores – EUA, Rússia, Canadá e França – cujos satélites são dotados de processadores para localização das balizas de emergência.
O segmento terrestre - composto por Estações de Usuário Local (LUT) e Centros de Controle de Missão (MCC) – é mantido pelos países signatários, mas viável a quaisquer interessados. Assim, o funcionamento do Sistema COSPAS-SARSAT pode ser explicado da seguinte forma: uma radiobaliza de emergência é acionada, seu sinal é recebido por satélites que o retransmite para as estações em terra (LUT), que automaticamente o processam e enviam sua localização aos MCC do país responsável pela região de busca e salvamento onde a baliza acionada se encontra.
Este MCC, por sua vez, analisa e encaminha esta posição aos Centros de Coordenação de Salvamento (RCC), aeronáuticos ou marítimos, que assumem a responsabilidade por prestar o Serviço de Busca e Salvamento, em nome do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) – elo central do Sistema de Busca e Salvamento (SAR).
Como funciona hoje - Atualmente, o segmento espacial do COSPAS-SARSAT conta com dois sistemas satelitais: o de órbita polar baixa (LEOSAR) e o geoestacionário (GEOSAR).
O LEOSAR é composto por satélites cujas órbitas são baseadas nos pólos terrestres, estando a uma altitude aproximada de 1.000 km, possuem a capacidade de calcular a posição das radiobalizas de emergência através do efeito Doppler, ou seja, mantendo sua velocidade constante, são capazes de identificar a diferença na frequência ao passar próximo a uma baliza, identificando sua posição por meio de cálculos efetuados pelas LUT, que recebem esses sinais dos satélites. No entanto, para garantir a precisão da posição, é necessária, ao menos, uma segunda passagem de um dos satélites da mesma constelação.
O GEOSAR funciona como complemento ao sistema LEOSAR, uma vez que esses satélites permanecem geoestacionários a 35.800 km da Terra, cobrindo cerca de um terço da superfície terrestre. Por não estarem em movimento em relação à superfície terrestre, esses satélites somente são capazes de localizar a baliza acionada se a mesma possuir um sistema de navegação GPS acoplada ao seu transmissor. Caso contrário, assumirá a função de fornecer o alerta antecipado, cientificando o segmento terrestre de que há uma baliza acionada e que se prepare para o recebimento de novos dados a partir do LEOSAR.
Por envolver tecnologia de ponta destinada ao salvamento de vidas humanas, o Sistema COSPAS-SARSAT não pode se dar ao luxo de estacionar no tempo e, desde o seu início na década de 80, se mantém em constante evolução. O estado da arte do Sistema, tecnologia já em estado operacional, é o sistema MEOSAR.
Fique por dentro
SAR: MEOSAR
Este novo sistema emprega satélites com órbitas médias (aproximadamente 2000 km), com a capacidade de procurar por sinais de emergência em um raio muito maior em comparação com os satélites de órbita polar baixa e, por utilizar os mesmos satélites dos sistemas de navegação.
MEOLUT (Medium-Earth Orbiter Local User Terminal - Terminal de Usuário Local de Órbita Média)
São estações terrestres especialmente desenvolvidas para receber e processar os sinais captados pelos satélites MEOSAR satelital (GPS, Galileo e GLONASS), tem a previsão de formar sua constelação com um número acima da constelação LEOSAR.
A previsão é que, em 2014, qualquer ponto da superfície terrestre seja visualizado simultaneamente por, pelo menos, cinco satélites, o que provocará um salto de qualidade na precisão da localização e reduzirá sobremaneira o tempo necessário à localização da posição, contribuindo diretamente para a economia e eficiência do emprego dos meios SAR em atendimento às emergências.
Além da capacidade de utilizar o efeito Doppler, o satélite MEOSAR usará o mesmo princípio utilizado pelos aparelhos GPS para determinar a posição: a diferença de tempo na recepção do sinal de diferentes satélites visualizados ao mesmo tempo. No entanto, esse cálculo não será feito pela baliza de emergência, mas diretamente nas MEOLUT, estações terrestres especialmente desenvolvidas para receber e processar os sinais captados pelos satélites MEOSAR.
Fonte: Revista Aeroespaço, produzida pela Assessoria de Comunicação do DECEA, disponível em http://www.decea.gov.br/sala-de-imprensa/revista-aeroespaco/
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FAB coloca o Brasil entre os países com tecnologia de ponta em sistema de busca
22/09/2009
A estação MEOLUT brasileira de dois canais iniciou sua operação nas instalações do Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I), em Brasília, no último dia 3 de julho.
O fato reveste-se de importância ímpar para o Brasil, que assume a posição como 4º país do mundo - atrás do Canadá, Inglaterra e França, a implantar a tecnologia de ponta do Sistema COSPAS-SARSAT, a primeira estação instalada no Hemisfério Sul.
O Programa COSPAS-SARSAT é um esforço conjunto internacional com o objetivo de salvar vidas através da localização de radiobalizas de emergência. Seu segmento espacial é mantido pelos quatro países fundadores – EUA, Rússia, Canadá e França – cujos satélites são dotados de processadores para localização das balizas de emergência.
O segmento terrestre - composto por Estações de Usuário Local (LUT) e Centros de Controle de Missão (MCC) – é mantido pelos países signatários, mas viável a quaisquer interessados. Assim, o funcionamento do Sistema COSPAS-SARSAT pode ser explicado da seguinte forma: uma radiobaliza de emergência é acionada, seu sinal é recebido por satélites que o retransmite para as estações em terra (LUT), que automaticamente o processam e enviam sua localização aos MCC do país responsável pela região de busca e salvamento onde a baliza acionada se encontra.
Este MCC, por sua vez, analisa e encaminha esta posição aos Centros de Coordenação de Salvamento (RCC), aeronáuticos ou marítimos, que assumem a responsabilidade por prestar o Serviço de Busca e Salvamento, em nome do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) – elo central do Sistema de Busca e Salvamento (SAR).
Como funciona hoje - Atualmente, o segmento espacial do COSPAS-SARSAT conta com dois sistemas satelitais: o de órbita polar baixa (LEOSAR) e o geoestacionário (GEOSAR).
O LEOSAR é composto por satélites cujas órbitas são baseadas nos pólos terrestres, estando a uma altitude aproximada de 1.000 km, possuem a capacidade de calcular a posição das radiobalizas de emergência através do efeito Doppler, ou seja, mantendo sua velocidade constante, são capazes de identificar a diferença na frequência ao passar próximo a uma baliza, identificando sua posição por meio de cálculos efetuados pelas LUT, que recebem esses sinais dos satélites. No entanto, para garantir a precisão da posição, é necessária, ao menos, uma segunda passagem de um dos satélites da mesma constelação.
O GEOSAR funciona como complemento ao sistema LEOSAR, uma vez que esses satélites permanecem geoestacionários a 35.800 km da Terra, cobrindo cerca de um terço da superfície terrestre. Por não estarem em movimento em relação à superfície terrestre, esses satélites somente são capazes de localizar a baliza acionada se a mesma possuir um sistema de navegação GPS acoplada ao seu transmissor. Caso contrário, assumirá a função de fornecer o alerta antecipado, cientificando o segmento terrestre de que há uma baliza acionada e que se prepare para o recebimento de novos dados a partir do LEOSAR.
Por envolver tecnologia de ponta destinada ao salvamento de vidas humanas, o Sistema COSPAS-SARSAT não pode se dar ao luxo de estacionar no tempo e, desde o seu início na década de 80, se mantém em constante evolução. O estado da arte do Sistema, tecnologia já em estado operacional, é o sistema MEOSAR.
Fique por dentro
SAR: MEOSAR
Este novo sistema emprega satélites com órbitas médias (aproximadamente 2000 km), com a capacidade de procurar por sinais de emergência em um raio muito maior em comparação com os satélites de órbita polar baixa e, por utilizar os mesmos satélites dos sistemas de navegação.
MEOLUT (Medium-Earth Orbiter Local User Terminal - Terminal de Usuário Local de Órbita Média)
São estações terrestres especialmente desenvolvidas para receber e processar os sinais captados pelos satélites MEOSAR satelital (GPS, Galileo e GLONASS), tem a previsão de formar sua constelação com um número acima da constelação LEOSAR.
A previsão é que, em 2014, qualquer ponto da superfície terrestre seja visualizado simultaneamente por, pelo menos, cinco satélites, o que provocará um salto de qualidade na precisão da localização e reduzirá sobremaneira o tempo necessário à localização da posição, contribuindo diretamente para a economia e eficiência do emprego dos meios SAR em atendimento às emergências.
Além da capacidade de utilizar o efeito Doppler, o satélite MEOSAR usará o mesmo princípio utilizado pelos aparelhos GPS para determinar a posição: a diferença de tempo na recepção do sinal de diferentes satélites visualizados ao mesmo tempo. No entanto, esse cálculo não será feito pela baliza de emergência, mas diretamente nas MEOLUT, estações terrestres especialmente desenvolvidas para receber e processar os sinais captados pelos satélites MEOSAR.
Fonte: Revista Aeroespaço, produzida pela Assessoria de Comunicação do DECEA, disponível em http://www.decea.gov.br/sala-de-imprensa/revista-aeroespaco/
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terça-feira, 22 de setembro de 2009
Cooperação Brasil - Ucrânia
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Encontro dos Presidentes da Ucrânia e do Brasil em Nova York
O presidente da Ucrânia, Victor Yushchenko, reuniu-se nesta terça-feira (22) em Nova York com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. As partes discutiram o desenvolvimento das relações bilaterais dos dois países.
Conforme a declaração do V. Yushchenko para jornalistas depois da reunião, as partes chegaram ao acordo sobre a criação dos grupos de trabalho ucranianos e brasileiros para preparação da visita do presidente Lula da Silva à Ucrânia na primeira metade de novembro deste ano. O líder da Ucrânia demonstrou a certeza de que "esta será uma visita que resultará no novo status e novo conteúdo para nossas relações bilaterais".
Segundo o presidente, a Ucrânia propôs ao Brasil assinar seis ou sete acordos sobre a cooperação bilateral no âmbito da visita. "Temos interesse em aprofundar a cooperação com o Brasil, em particular em construção de aviões, área técnico-militar", destacou V. Yushchenko.
Durante o encontro, líderes dos países também enfatizaram a necessidade de intensificar as áreas prioritárias da cooperação entre os dois paises, tais como área espacial e de energia nuclear. As partes também discutiram andamento de realização do projeto conjunto na área espacial Cyclone-4. Trata-se do término dos trabalhos com este projeto e início de lançamentos em 2010 do centro de lançamento brasileiro.
V.Yushchenko informou que pediu ao seu homólogo brasileiro apoio à consignação de empréstimo no valor de US$ 260 milhões para a Agência Nacional Espacial da Ucrânia (NSAU) com vistas a terminar a formação do capital social da Empresa Binacional Alcântara Cyclone Space, bem como para finalizar trabalhos do projeto.
"Nós propusemos à parte brasileira analisar a questão de elevação das nossas relações ao nível das relações estratégicas", informou o presidente ucraniano.
Fonte: governo ucraniano, via ACS
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Encontro dos Presidentes da Ucrânia e do Brasil em Nova York
O presidente da Ucrânia, Victor Yushchenko, reuniu-se nesta terça-feira (22) em Nova York com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. As partes discutiram o desenvolvimento das relações bilaterais dos dois países.
Conforme a declaração do V. Yushchenko para jornalistas depois da reunião, as partes chegaram ao acordo sobre a criação dos grupos de trabalho ucranianos e brasileiros para preparação da visita do presidente Lula da Silva à Ucrânia na primeira metade de novembro deste ano. O líder da Ucrânia demonstrou a certeza de que "esta será uma visita que resultará no novo status e novo conteúdo para nossas relações bilaterais".
Segundo o presidente, a Ucrânia propôs ao Brasil assinar seis ou sete acordos sobre a cooperação bilateral no âmbito da visita. "Temos interesse em aprofundar a cooperação com o Brasil, em particular em construção de aviões, área técnico-militar", destacou V. Yushchenko.
Durante o encontro, líderes dos países também enfatizaram a necessidade de intensificar as áreas prioritárias da cooperação entre os dois paises, tais como área espacial e de energia nuclear. As partes também discutiram andamento de realização do projeto conjunto na área espacial Cyclone-4. Trata-se do término dos trabalhos com este projeto e início de lançamentos em 2010 do centro de lançamento brasileiro.
V.Yushchenko informou que pediu ao seu homólogo brasileiro apoio à consignação de empréstimo no valor de US$ 260 milhões para a Agência Nacional Espacial da Ucrânia (NSAU) com vistas a terminar a formação do capital social da Empresa Binacional Alcântara Cyclone Space, bem como para finalizar trabalhos do projeto.
"Nós propusemos à parte brasileira analisar a questão de elevação das nossas relações ao nível das relações estratégicas", informou o presidente ucraniano.
Fonte: governo ucraniano, via ACS
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AEB: GT sobre geoposicionamento e navegação
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Presidente da AEB estabelece novo grupo de trabalho sobre Geonsat
22/09/2009
O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem, estabeleceu, por meio da Portaria nº 164, de 15 de abril, a nova composição do Grupo de Trabalho (GT) sobre Geoposicionamento e Navegação por Satélites (Geonsat). Presidido por Raimundo Mussi, coordenador técnico científico da AEB, o grupo conta com a participação de representantes do Ministério das Relações Exteriores, Ciência e Tecnologia, Defesa, setor industrial e da comunidade científica.
Segundo Mussi, o grupo tem como função acompanhar a evolução e a participação brasileira nos sistemas de geoposicionamento do mundo todo. O GPS, dos Estados Unidos, o Glonas, da Rússia e o Galileo, da União Européia são exemplos desses sistemas. Outro objetivo do GT será a análise e o acompanhamento de sistemas locais de geoposicionamento e navegação por satélites, como o chinês, o japonês e o indiano.
Fonte: AEB
Comentários: existem no Brasil vários esforços paralelos relacionados a sistemas de posicionamento e navegação por satélites. Existem instrumentos de cooperação assinados com a Rússia relacionado ao sistema GLONASS (vejam a postagem "Glonass, Rússia e Brasil"), e no passado também houve discussões avançadas com países europeu visando a um possível envolvimento brasileiro no programa Galileo. Nesta mesma linha, é executado no País, com a participação da Atech e com recursos da Comissão Europeia, o Projeto Celeste.
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Presidente da AEB estabelece novo grupo de trabalho sobre Geonsat
22/09/2009
O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem, estabeleceu, por meio da Portaria nº 164, de 15 de abril, a nova composição do Grupo de Trabalho (GT) sobre Geoposicionamento e Navegação por Satélites (Geonsat). Presidido por Raimundo Mussi, coordenador técnico científico da AEB, o grupo conta com a participação de representantes do Ministério das Relações Exteriores, Ciência e Tecnologia, Defesa, setor industrial e da comunidade científica.
Segundo Mussi, o grupo tem como função acompanhar a evolução e a participação brasileira nos sistemas de geoposicionamento do mundo todo. O GPS, dos Estados Unidos, o Glonas, da Rússia e o Galileo, da União Européia são exemplos desses sistemas. Outro objetivo do GT será a análise e o acompanhamento de sistemas locais de geoposicionamento e navegação por satélites, como o chinês, o japonês e o indiano.
Fonte: AEB
Comentários: existem no Brasil vários esforços paralelos relacionados a sistemas de posicionamento e navegação por satélites. Existem instrumentos de cooperação assinados com a Rússia relacionado ao sistema GLONASS (vejam a postagem "Glonass, Rússia e Brasil"), e no passado também houve discussões avançadas com países europeu visando a um possível envolvimento brasileiro no programa Galileo. Nesta mesma linha, é executado no País, com a participação da Atech e com recursos da Comissão Europeia, o Projeto Celeste.
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segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Colômbia terá satélite de comunicações
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O governo da Colômbia deu na semana passada mais um passo em direção ao seu satélite próprio de comunicações. No dia 16, foi aberto o prazo para a entrega de propostas de empresas para o fornecimento de um satélite geoestacionário de comunicações, que será chamado Satcol, também conhecido pela sigla CSCSS (Colombian social communications Satellite System). As propostas podem ser entregues até 11 de novembro, e a expectativa é que um contrato seja assinado no final do mesmo mês.
O objetivo da Colômbia é ter o satélite em órbita em meados de 2012, e todo o sistema conta com um orçamento pouco inferior a US$ 250 milhões para o projeto, desenvolvimento, fabricação e entrega do satélite em órbita. A concorrência está sendo coordenada pela Satel Conseil International, empresa francesa de consultoria em sistemas espaciais, pelo grupo local de telecomunicações STI, e pelo banco Incorbank.
Com o Satcol, a Colômbia segue o caminho da Venezuela (Venesat) e da Argentina (Arsat), que contrataram ou estão construindo os seus próprios satélites governamentais.
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O governo da Colômbia deu na semana passada mais um passo em direção ao seu satélite próprio de comunicações. No dia 16, foi aberto o prazo para a entrega de propostas de empresas para o fornecimento de um satélite geoestacionário de comunicações, que será chamado Satcol, também conhecido pela sigla CSCSS (Colombian social communications Satellite System). As propostas podem ser entregues até 11 de novembro, e a expectativa é que um contrato seja assinado no final do mesmo mês.
O objetivo da Colômbia é ter o satélite em órbita em meados de 2012, e todo o sistema conta com um orçamento pouco inferior a US$ 250 milhões para o projeto, desenvolvimento, fabricação e entrega do satélite em órbita. A concorrência está sendo coordenada pela Satel Conseil International, empresa francesa de consultoria em sistemas espaciais, pelo grupo local de telecomunicações STI, e pelo banco Incorbank.
Com o Satcol, a Colômbia segue o caminho da Venezuela (Venesat) e da Argentina (Arsat), que contrataram ou estão construindo os seus próprios satélites governamentais.
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sábado, 19 de setembro de 2009
SARA e o túnel hipersônico do IEAv
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Túnel hipersônico será usado para reproduzir condições atmosféricas em desenvolvimento de satélite
18/09/2009
O Instituto de Estudos Avançados (IEAv), um dos centros de pesquisa do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), concluiu no início deste semestre (julho) o projeto “Determinação de novas condições de ensaio do túnel hipersônico T2 para o veículo SARA”.
Financiado pela Agência Espacial Brasileira (AEB), o principal objetivo do trabalho foi investigar em que medida o túnel T2, em operação no Laboratório "Prof. Henry T. Nagamatsu", poderia ser utilizado para a reprodução de condições enfrentadas pelo Satélite de Reentrada Atmosférica (SARA) durante a sua trajetória de reentrada na atmosfera terrestre.
O veículo espacial SARA está sendo desenvolvido no Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), outro centro de pesquisa do DCTA, para servir como uma plataforma reutilizável para a realização de experimentos em ambiente de microgravidade, em órbita circular baixa (da ordem de 300 km) e por um período máximo de 10 dias. A versão atualmente em desenvolvimento prevê emprego em voos suborbitais.
Os resultados do projeto mostram que por meio da utilização de combinações adequadamente escolhidas, de gás do "driver" (região de alta pressão do túnel de choque), de pressão inicial do "driven" (região de baixa pressão) e de diâmetros de garganta e tubeira, é possível atingir, na seção de testes do túnel T2, escoamentos com números de Mach superiores a Mach 12 (ou seja, doze vezes a velocidade do som) e, por exemplo, pressões equivalentes à altitudes da ordem de 50 km.
Estes e outros resultados indicam que o túnel hipersônico T2 é útil não apenas para ensaios que deem suporte ao projeto do veículo SARA, mas também a projetos de outros veículos espaciais, tais como o da aeronave hipersônica 14-X, em desenvolvimento no IEAv.
Fonte: IEAv/DCTA
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Túnel hipersônico será usado para reproduzir condições atmosféricas em desenvolvimento de satélite
18/09/2009
O Instituto de Estudos Avançados (IEAv), um dos centros de pesquisa do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), concluiu no início deste semestre (julho) o projeto “Determinação de novas condições de ensaio do túnel hipersônico T2 para o veículo SARA”.
Financiado pela Agência Espacial Brasileira (AEB), o principal objetivo do trabalho foi investigar em que medida o túnel T2, em operação no Laboratório "Prof. Henry T. Nagamatsu", poderia ser utilizado para a reprodução de condições enfrentadas pelo Satélite de Reentrada Atmosférica (SARA) durante a sua trajetória de reentrada na atmosfera terrestre.
O veículo espacial SARA está sendo desenvolvido no Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), outro centro de pesquisa do DCTA, para servir como uma plataforma reutilizável para a realização de experimentos em ambiente de microgravidade, em órbita circular baixa (da ordem de 300 km) e por um período máximo de 10 dias. A versão atualmente em desenvolvimento prevê emprego em voos suborbitais.
Os resultados do projeto mostram que por meio da utilização de combinações adequadamente escolhidas, de gás do "driver" (região de alta pressão do túnel de choque), de pressão inicial do "driven" (região de baixa pressão) e de diâmetros de garganta e tubeira, é possível atingir, na seção de testes do túnel T2, escoamentos com números de Mach superiores a Mach 12 (ou seja, doze vezes a velocidade do som) e, por exemplo, pressões equivalentes à altitudes da ordem de 50 km.
Estes e outros resultados indicam que o túnel hipersônico T2 é útil não apenas para ensaios que deem suporte ao projeto do veículo SARA, mas também a projetos de outros veículos espaciais, tais como o da aeronave hipersônica 14-X, em desenvolvimento no IEAv.
Fonte: IEAv/DCTA
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sexta-feira, 18 de setembro de 2009
AEB: missão empresarial à Suécia
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AEB participa de missão empresarial à Suécia
18-09-2009
Visando fomentar e qualificar a indústria nacional, a Agência Espacial Brasileira (AEB), juntamente com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) – órgão ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – participa, de 19 a 25 de setembro, de uma missão empresarial à Suécia. A visita técnica também tem por finalidade fortalecer a cooperação industrial entre o Brasil e a União Européia por meio da capacitação e da formação de executivos em internacionalização de pequenas e médias empresas.
Conforme o diretor de Política Espacial e Investimentos da AEB e um dos integrantes da missão, Himilcon Carvalho, a atividade vem ao encontro das estratégias da Agência no sentido de aumentar a competitividade do setor industrial brasileiro. “Queremos estreitar a cooperação industrial aeroespacial com a União Européia, ao mesmo tempo em que vamos analisar as práticas e legislações governamentais européias que possam ser adotadas no Brasil para incrementar a nossa cadeia produtiva espacial”, diz. A Suécia é amplamente conhecida pela alta tecnologia aplicada no setor aeroespacial.
Mercado - Desde 2006, a área aeroespacial vem obtendo destaque na balança comercial brasileira, quando se classificou em quinto lugar no ranking de maiores exportadores, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, Alemanha, França e Canadá.
Participam ainda da comitiva representantes do Centro de Competitividade e Inovação do Cone Leste Paulista (CECOMPI), Consórcio High Technology Aeronautics (HTA), Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX-Brasil) e Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), que farão visitas técnicas a empresas e centros tecnológicos.
Fonte: AEB
Comentários: o Brasil já há alguns anos conversa com instituições suecas visando a uma possível cooperação na área espacial. Em julho de 2008, uma delegação do Conselho Espacial Nacional Sueco (SNSB) este em Brasília para se reunir com a direção da AEB e discutir o assunto (leiam mais aqui). Curiosamente, ao mesmo tempo em que ocorre esta missão empresarial, um grande grupo aeroespacial sueco, a SAAB, participa da concorrência F-X2, da Força Aérea Brasileira (FAB), promovendo o seu caça Gripen NG. Também em julho de 2008, a SAAB vendeu a sua divisão espacial para o grupo austríaco RUAG, por não ter encontrado sinergias com as outras divisões da corporação sueca.
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AEB participa de missão empresarial à Suécia
18-09-2009
Visando fomentar e qualificar a indústria nacional, a Agência Espacial Brasileira (AEB), juntamente com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) – órgão ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – participa, de 19 a 25 de setembro, de uma missão empresarial à Suécia. A visita técnica também tem por finalidade fortalecer a cooperação industrial entre o Brasil e a União Européia por meio da capacitação e da formação de executivos em internacionalização de pequenas e médias empresas.
Conforme o diretor de Política Espacial e Investimentos da AEB e um dos integrantes da missão, Himilcon Carvalho, a atividade vem ao encontro das estratégias da Agência no sentido de aumentar a competitividade do setor industrial brasileiro. “Queremos estreitar a cooperação industrial aeroespacial com a União Européia, ao mesmo tempo em que vamos analisar as práticas e legislações governamentais européias que possam ser adotadas no Brasil para incrementar a nossa cadeia produtiva espacial”, diz. A Suécia é amplamente conhecida pela alta tecnologia aplicada no setor aeroespacial.
Mercado - Desde 2006, a área aeroespacial vem obtendo destaque na balança comercial brasileira, quando se classificou em quinto lugar no ranking de maiores exportadores, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, Alemanha, França e Canadá.
Participam ainda da comitiva representantes do Centro de Competitividade e Inovação do Cone Leste Paulista (CECOMPI), Consórcio High Technology Aeronautics (HTA), Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX-Brasil) e Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), que farão visitas técnicas a empresas e centros tecnológicos.
Fonte: AEB
Comentários: o Brasil já há alguns anos conversa com instituições suecas visando a uma possível cooperação na área espacial. Em julho de 2008, uma delegação do Conselho Espacial Nacional Sueco (SNSB) este em Brasília para se reunir com a direção da AEB e discutir o assunto (leiam mais aqui). Curiosamente, ao mesmo tempo em que ocorre esta missão empresarial, um grande grupo aeroespacial sueco, a SAAB, participa da concorrência F-X2, da Força Aérea Brasileira (FAB), promovendo o seu caça Gripen NG. Também em julho de 2008, a SAAB vendeu a sua divisão espacial para o grupo austríaco RUAG, por não ter encontrado sinergias com as outras divisões da corporação sueca.
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quinta-feira, 17 de setembro de 2009
CBERS 2B: 2 anos em órbita
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Mais informações no site http://www.cbers.inpe.br/
CBERS-2B completa 2 anos em órbita
17/09/2009
No dia 19 de setembro, completa dois anos em órbita o CBERS-2B, terceiro satélite lançado pelo Programa CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, na sigla em inglês).
O CBERS-2B possui três câmeras imageadoras a bordo: CCD, WFI e HRC. Esta diversidade de câmeras atende a múltiplas necessidades - do planejamento urbano, que requer alta resolução espacial, a aplicações que precisam de dados freqüentes mas não tão detalhados, como monitorar desmatamentos e a expansão da agropecuária.
Imagens em alta resolução de todas as capitais brasileiras e de algumas áreas de países da América do Sul estão disponíveis na página: http://www.dgi.inpe.br/pesquisa2007/galeria/linux_E_galeria/galeriaCD.html
Cooperação
Atualmente um dos principais programas de sensoriamento remoto em todo o mundo, o CBERS é um exemplo bem-sucedido de cooperação Sul-Sul em matéria de alta tecnologia e um dos pilares da parceria estratégica entre o Brasil e a China.
Os satélites do Programa CBERS são o resultado do acordo, assinado em 22 de agosto de 1988, entre a Academia de Tecnologia Espacial da China (CAST) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
O CBERS-1 foi lançado em outubro de 1999 e o CBERS-2, em outubro de 2003. Antes disso, o Brasil dependia exclusivamente das imagens de satélites estrangeiros. E até 2014 estão previstos os lançamentos de mais dois satélites: CBERS-3 e CBERS-4.
O domínio da tecnologia para o fornecimento de dados de sensoriamento remoto também permitiu a implantação de uma pioneira política de livre acesso a estes dados, que tem levado outros países, como os Estados Unidos, a seguir o exemplo e disponibilizar gratuitamente dados orbitais de média resolução.
Já foram distribuídas pela internet mais de meio milhão de imagens para aproximadamente 20 mil usuários, em cerca de duas mil instituições públicas e privadas. Em média, têm sido registrados diariamente 750 downloads no Catálogo CBERS.
Além da livre distribuição das imagens, que contribuiu para a popularização do sensoriamento remoto e para o crescimento do mercado de geoinformação brasileiro, o Programa CBERS promove a inovação na indústria espacial nacional, gerando empregos em um setor de alta tecnologia fundamental para o crescimento do País.
As imagens CBERS são fornecidas gratuitamente para todo e qualquer usuário. Os países da América do Sul que estão na abrangência das antenas de recepção do INPE em Cuiabá (MT) são os mais beneficiados por esta política. Em breve os países da África também poderão contar com imagens gratuitas de seus territórios, pois já foram assinados memorandos para a recepção do satélite sino-brasileiro CBERS em estações de Ilhas Canárias, África do Sul e Egito, e está em negociação a instalação de uma antena no Gabão.
Mais informações no site http://www.cbers.inpe.br/
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Peru lança novo foguete
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A agência espacial do Peru (Comisión Nacional de Investigación y Desarrollo Aeroespacial - CONIDA) realizou no início deste mês, em 2 de setembro, mais um lançamento de foguete de sondagem, o Paulet 1M, versão melhorada do Paulet 1 testado em dezembro de 2006. O lançamento foi executado a partir da base científica de Punta Lobos (Pucusana).
A operação contou com o apoio da Força Aérea Peruana, que também trabalhou no projeto e construção do foguete. O Paulet 1M tem 2,8 metros, massa aproximada de 90 kg e é destinado a realização de experimentos científicos em alta atmosfera, medição de contaminação ambiental, excesso de carbono, pesquisas relacionadas à camada de ozônio e sobre os efeitos ionosféricos influenciados pelo Sol.
O Peru é um dos países sul-americanos, como Brasil, Argentina, Chile, Colombia e Venezuela com atividades no campo espacial. Para saber mais sobre o seu programa, acessem as postagens "Programa Espacial Peruano" e "Chasqui I: o CubeSat peruano".
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A agência espacial do Peru (Comisión Nacional de Investigación y Desarrollo Aeroespacial - CONIDA) realizou no início deste mês, em 2 de setembro, mais um lançamento de foguete de sondagem, o Paulet 1M, versão melhorada do Paulet 1 testado em dezembro de 2006. O lançamento foi executado a partir da base científica de Punta Lobos (Pucusana).
A operação contou com o apoio da Força Aérea Peruana, que também trabalhou no projeto e construção do foguete. O Paulet 1M tem 2,8 metros, massa aproximada de 90 kg e é destinado a realização de experimentos científicos em alta atmosfera, medição de contaminação ambiental, excesso de carbono, pesquisas relacionadas à camada de ozônio e sobre os efeitos ionosféricos influenciados pelo Sol.
O Peru é um dos países sul-americanos, como Brasil, Argentina, Chile, Colombia e Venezuela com atividades no campo espacial. Para saber mais sobre o seu programa, acessem as postagens "Programa Espacial Peruano" e "Chasqui I: o CubeSat peruano".
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quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Atualizações sobre o ACDH da PMM
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Esta semana, o blog entrou em contato com o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Gilberto Câmara, e com o coordenador de Engenharia e Tecnologia Espacial, Mário Quintino, a fim de obter informações sobre o atual status da contratação do subsistema de controle de atitude e supervisão de bordo (ACDH, sigla em inglês), para a Plataforma Multimissão (PMM), fechada no início deste ano com a empresa argentina INVAP (para saber mais, leiam a postagem “Entrevista com Gilberto Câmara – Parte II”, de março deste ano).
Segundo Quintino, o INPE mantém uma equipe de até oito pessoas nas instalações da INVAP em Bariloche, envolvidas no processo de transferência de tecnologia por meio da estratégia “on job training”. Conforme a necessidade, o Instituto também envia à empresa argentina missões para tratar de pontos específicos, referentes, por exemplo, à interface do ACDH com o satélite de observação Amazônia-1, que será a primeira missão a utilizar a PMM.
De acordo com os dirigentes do INPE, o contrato segue conforme o planejado. “Em linhas gerais, a relação com a INVAP é excelente, e eles estão cumprindo todos os itens do contrato", afirmou Gilberto Câmara. "Tudo indica que a escolha da INVAP foi acertada e que finalmente saímos de um impasse que durou mais de 10 anos. Finalmente, o INPE terá todo o conhecimento necessário para fazer o ACDH dos próximos satélites do programa espacial brasileiro", completou.
"O modelo implementado, a meu ver, atenderá plenamente nossos anseios de ganho de conhecimento em todo o conteúdo da tecnologia de ACDH", destacou Quintino.
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Esta semana, o blog entrou em contato com o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Gilberto Câmara, e com o coordenador de Engenharia e Tecnologia Espacial, Mário Quintino, a fim de obter informações sobre o atual status da contratação do subsistema de controle de atitude e supervisão de bordo (ACDH, sigla em inglês), para a Plataforma Multimissão (PMM), fechada no início deste ano com a empresa argentina INVAP (para saber mais, leiam a postagem “Entrevista com Gilberto Câmara – Parte II”, de março deste ano).
Segundo Quintino, o INPE mantém uma equipe de até oito pessoas nas instalações da INVAP em Bariloche, envolvidas no processo de transferência de tecnologia por meio da estratégia “on job training”. Conforme a necessidade, o Instituto também envia à empresa argentina missões para tratar de pontos específicos, referentes, por exemplo, à interface do ACDH com o satélite de observação Amazônia-1, que será a primeira missão a utilizar a PMM.
De acordo com os dirigentes do INPE, o contrato segue conforme o planejado. “Em linhas gerais, a relação com a INVAP é excelente, e eles estão cumprindo todos os itens do contrato", afirmou Gilberto Câmara. "Tudo indica que a escolha da INVAP foi acertada e que finalmente saímos de um impasse que durou mais de 10 anos. Finalmente, o INPE terá todo o conhecimento necessário para fazer o ACDH dos próximos satélites do programa espacial brasileiro", completou.
"O modelo implementado, a meu ver, atenderá plenamente nossos anseios de ganho de conhecimento em todo o conteúdo da tecnologia de ACDH", destacou Quintino.
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terça-feira, 15 de setembro de 2009
"Um caso para ninguém ver ou saber"
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O experiente jornalista Júlio Ottoboni, especializado em jornalismo científico e aeroespacial, escreveu uma análise sobre a questão Roberto Amaral versus Brig. Chaves. No texto, divulgado pelo Observatório da Imprensa, Ottoboni aborda não apenas o histórico do acordo especial entre Brasil e Ucrânia, mas também trata da Missão Centenário (voo espacial do astronauta brasileiro, Cel. Marcos Pontes) e da "falecida" participação brasileira na Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês).
Para acessar o artigo, o qual recomendamos a leitura, clique sobre o seu título: "Um caso para ninguém ver ou saber".
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O experiente jornalista Júlio Ottoboni, especializado em jornalismo científico e aeroespacial, escreveu uma análise sobre a questão Roberto Amaral versus Brig. Chaves. No texto, divulgado pelo Observatório da Imprensa, Ottoboni aborda não apenas o histórico do acordo especial entre Brasil e Ucrânia, mas também trata da Missão Centenário (voo espacial do astronauta brasileiro, Cel. Marcos Pontes) e da "falecida" participação brasileira na Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês).
Para acessar o artigo, o qual recomendamos a leitura, clique sobre o seu título: "Um caso para ninguém ver ou saber".
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segunda-feira, 14 de setembro de 2009
"Rabo de foguete"
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A edição desta semana da revista "IstoÉ" traz uma reportagem abordando as "brigas, influência política e gestão sem controle [que] ameaçam projeto da base espacial de Alcântara". Para acessá-la, clique sobre o título: "Rabo de foguete".
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A edição desta semana da revista "IstoÉ" traz uma reportagem abordando as "brigas, influência política e gestão sem controle [que] ameaçam projeto da base espacial de Alcântara". Para acessá-la, clique sobre o título: "Rabo de foguete".
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sábado, 12 de setembro de 2009
Resposta de Amaral ao artigo "Uma bomba política"
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Em mais um capítulo da polêmica discussão havida entre Roberto Amaral, diretor-geral da empresa ucraniano-brasileira Alcântara Cyclone Space (ACS) e o então diretor de Transporte Espacial e Licenciamento da Agência Espacial Brasileira, Brig. Antonio Hugo Pereira Chaves, a ACS disponibilizou em seu web-site uma carta de Roberto Amaral em resposta ao artigo "Uma bomba política", publicado por Merval Pereira na edição do último 10 no jornal "O Globo", no qual narra a discussão ocorrida em 26 de agosto (para saber mais sobre a discussão, acesse "Exoneração do Brig. Chaves da AEB").
Abaixo, reproduzimos a íntegra da carta:
"Caro Merval Pereira,
Sua sempre oportuna e sempre isenta coluna não teria sido publicada, hoje, com as falhas que a seguir indico, caso você me tivesse ouvido antes de escrevê-la.
Primeiro de tudo, o nela mencionado major brigadeiro da reserva não era representante da Força Aérea na Agência Espacial Brasileira, AEB. Para o cargo que ocupava fora convidado diretamente pelo presidente da Agência, Carlos Ganem. Sua demissão foi solicitada pelo Ganem ao MCT logo após o incidente, pois, antes de mim, na reunião citada, fora ele desrespeitado pelo seu hoje ex-auxiliar.
Em segundo lugar, não é correta a afirmação segundo a qual o acordo (na verdade Tratado) entre o Brasil e a Ucrânia, visando ao projeto Cyclone-4, fora objeto de 'polêmica logo no início do governo Lula'. A polêmica foi relativa ao Acordo de Salvaguardas firmado pelo governo anterior com os EUA. O Tratado com a Ucrânia foi assinado por mim, em nome do governo brasileiro, em 21.10.2003, e promulgado, após aprovação pelo Congresso Nacional, em 28.4.2005. O Acordo de salvaguardas com a Ucrânia foi promulgado em 2004. E não contém as restrições que nos foram impostas pelos EUA e aceitas pelo governo anterior. Aproveito para dizer-lhe: está havendo transferência de tecnologia.
Em terceiro lugar, a versão relativa à discussão comigo é fantasiosa. Não se tratou de quilombolas. A pacificação com os quilombolas foi comandada e levada a cabo por mim e concluída em março último nos Autos de uma Assentada perante a Justiça Federal do Maranhão. As dificuldades, que não foram criadas pela ACS, pertencem ao passado. Não se falou em PAC. Estou, realmente, empenhado em que as obras do Centro de Lançamento de Alcântara, pela seu caráter estratégico, sejam incluídas no PAC para que assim possamos promover ainda em 2010 o voo de qualificação, como determinou o Presidente da República. Mas essa é discussão que se trava em outro nível, com a Ministra Dilma e o presidente Lula. A reunião era puramente técnica: pretendia-se discutir a compatibilidade dos cronogramas de obras e serviços da ACS e da AEB. O ex-diretor foi grosseiro com o diretor-geral da parte ucraniana, O. Serdyuk, e com o vice-diretor técnico brasileiro, João Ribeiro Jr. Cumpri o dever de defendê-los e daí resultou o incidente, muito medíocre, sem os lances rocambolescos (à maneira dos westerns italianos) que lhe descreveram. Para você ter idéia, eu e meu agressor estávamos distantes um do outro por algo como dez metros e umas duas dezenas de diretores e técnicos.
Abraços de seu sempre devedor
Roberto Amaral"
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Em mais um capítulo da polêmica discussão havida entre Roberto Amaral, diretor-geral da empresa ucraniano-brasileira Alcântara Cyclone Space (ACS) e o então diretor de Transporte Espacial e Licenciamento da Agência Espacial Brasileira, Brig. Antonio Hugo Pereira Chaves, a ACS disponibilizou em seu web-site uma carta de Roberto Amaral em resposta ao artigo "Uma bomba política", publicado por Merval Pereira na edição do último 10 no jornal "O Globo", no qual narra a discussão ocorrida em 26 de agosto (para saber mais sobre a discussão, acesse "Exoneração do Brig. Chaves da AEB").
Abaixo, reproduzimos a íntegra da carta:
"Caro Merval Pereira,
Sua sempre oportuna e sempre isenta coluna não teria sido publicada, hoje, com as falhas que a seguir indico, caso você me tivesse ouvido antes de escrevê-la.
Primeiro de tudo, o nela mencionado major brigadeiro da reserva não era representante da Força Aérea na Agência Espacial Brasileira, AEB. Para o cargo que ocupava fora convidado diretamente pelo presidente da Agência, Carlos Ganem. Sua demissão foi solicitada pelo Ganem ao MCT logo após o incidente, pois, antes de mim, na reunião citada, fora ele desrespeitado pelo seu hoje ex-auxiliar.
Em segundo lugar, não é correta a afirmação segundo a qual o acordo (na verdade Tratado) entre o Brasil e a Ucrânia, visando ao projeto Cyclone-4, fora objeto de 'polêmica logo no início do governo Lula'. A polêmica foi relativa ao Acordo de Salvaguardas firmado pelo governo anterior com os EUA. O Tratado com a Ucrânia foi assinado por mim, em nome do governo brasileiro, em 21.10.2003, e promulgado, após aprovação pelo Congresso Nacional, em 28.4.2005. O Acordo de salvaguardas com a Ucrânia foi promulgado em 2004. E não contém as restrições que nos foram impostas pelos EUA e aceitas pelo governo anterior. Aproveito para dizer-lhe: está havendo transferência de tecnologia.
Em terceiro lugar, a versão relativa à discussão comigo é fantasiosa. Não se tratou de quilombolas. A pacificação com os quilombolas foi comandada e levada a cabo por mim e concluída em março último nos Autos de uma Assentada perante a Justiça Federal do Maranhão. As dificuldades, que não foram criadas pela ACS, pertencem ao passado. Não se falou em PAC. Estou, realmente, empenhado em que as obras do Centro de Lançamento de Alcântara, pela seu caráter estratégico, sejam incluídas no PAC para que assim possamos promover ainda em 2010 o voo de qualificação, como determinou o Presidente da República. Mas essa é discussão que se trava em outro nível, com a Ministra Dilma e o presidente Lula. A reunião era puramente técnica: pretendia-se discutir a compatibilidade dos cronogramas de obras e serviços da ACS e da AEB. O ex-diretor foi grosseiro com o diretor-geral da parte ucraniana, O. Serdyuk, e com o vice-diretor técnico brasileiro, João Ribeiro Jr. Cumpri o dever de defendê-los e daí resultou o incidente, muito medíocre, sem os lances rocambolescos (à maneira dos westerns italianos) que lhe descreveram. Para você ter idéia, eu e meu agressor estávamos distantes um do outro por algo como dez metros e umas duas dezenas de diretores e técnicos.
Abraços de seu sempre devedor
Roberto Amaral"
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SARA: Satélite de Reentrada Atmosférica
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Brasil desenvolve satélite para pesquisa de microgravidade
11/09/2009
Imagine uma plataforma espacial para realizar experiências em um ambiente de gravidade reduzida (microgravidade). Trata-se de uma carga especial lançada por um foguete e que permanece no espaço por um certo tempo, decisiva para a realização de pesquisas estratégicas para o país. Agora, saiba que o projeto é de um satélite brasileiro, feito pela indústria nacional e com mão-de-obra própria, treinada e qualificada no Brasil, exatamente em uma área do conhecimento em que o país que domina a técnica não ensina ninguém, mas vende a tecnologia. É um tesouro a ser conquistado.
O nome do projeto é SARA, sigla para Satélite de Reentrada Atmosférica, em desenvolvimento pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), um dos centros de pesquisa do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), do Comando da Aeronáutica, em São José dos Campos (SP).
O SARA propõe o desenvolvimento de uma plataforma orbital para a realização de experimentos em ambiente de microgravidade, destinada a operar em órbita baixa, a 300 km de altitude, por um período máximo de dez dias. No futuro, o equipamento abrirá novas possibilidades na realização de projetos de pesquisa e desenvolvimento nas mais diversas áreas e especialidades, tais como biologia, biotecnologia, medicina, materiais, combustão e fármacos, entre outros.
Outro objetivo do projeto SARA é o desenvolvimento de estruturas que possam suportar o severo ambiente de reentrada na atmosfera terrestre. Para este fim, os quatro veículos que compõem o programa, dois suborbitais e dois orbitais, deverão alcançar gradativamente o conhecimento necessário. A sequência é semelhante ao do programa alemão Shefex (Sharp Edge Experiment), destinado à pesquisa de formas aerodinâmicas para a reentrada de veículos espaciais em regime hipersônico. Tanto o Sara como o Shefex visam o desenvolvimento de tecnologias para a criação de aeronaves e veículos hipersônicos através da análise da reentrada de veículos espaciais na atmosfera terrestre.
No primeiro veículo do programa, o SARA Suborbital, serão desenvolvidas as tecnologias de eletrônica embarcada, do módulo para a realização de experimentos e do sistema de recuperação através de pára-quedas. Segundo o gerente do projeto, Luís Loures, pesquisador da Divisão de Sistemas Espaciais do IAE, as maiores dificuldades até agora envolvem exatamente o desenvolvimento do sistema de recuperação.
Dados revelados pelos europeus dão conta de que as taxas de falha neste sistema podem chegar a 20%. A maneira que o projeto encontrou de reverter esta expectativa foi a de investir em ensaios funcionais. Todos os eventos, componentes e equipamentos deste sistema estão sendo sistematicamente investigados e seus desempenhos avaliados. “Nós não temos receio em repetir ensaios caso achemos que valha a pena”, afirma o pesquisador.
O cronograma do SARA Suborbital prevê o término do projeto detalhado para o final deste ano e a qualificação em 2010, quando a plataforma deverá estar pronta para lançamento.
Os demais veículos do programa são o SARA Suborbital 2, destinado a implementar o controle de atitude em voo e o motor de indução de reentrada, o SARA Orbital, para verificar a capacidade de controle e o ambiente tanto em órbita como na reentrada e, por fim, o SARA Orbital 2, que qualificará o sistema de proteção térmica reutilizável. Essas etapas são necessárias para desenvolver e aprimorar cada tecnologia desse importante projeto, que cresce nas mãos dos cientistas brasileiros como um filho, que primeiro aprende a engatinhar, depois a andar e por fim a correr.
Nacionalização - A entrada na sala do projeto SARA não envolve grandes surpresas: nas paredes, os usuais gráficos de cronograma, desenhos técnicos e um quadro repleto de croquis e cálculos em vermelho. Ao fundo, Artur Cristiano Arantes, estudante da Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP), verifica as últimas alterações de projeto do Módulo de Experimentação. Resultados da análise estrutural mostraram uma frequência baixa no prato que abriga os experimentos. Uma consulta aos projetistas da empresa CENIC e logo surge uma solução: o aumento da espessura da colméia que o bolsista já implementou e que agora observa os resultados. O diálogo próximo entre fabricante e projetista é uma das características do Sara: só se propõe algo que possa ser produzido pela indústria nacional.
A CENIC é a empresa responsável pela industrialização da plataforma, situação definida em contrato com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e o IAE. Para tanto, a empresa mantém um profissional constantemente à disposição do projeto. No fundo da sala, Tiago Gonçalves Faria, outro estudante da Univap, observa a versão do artigo a ser apresentado na conferência sobre veículos espaciais na Alemanha. Ambos os estudantes embarcaram no mês de junho para a Europa para representar o grupo.
Loures ressalta a política de desenvolver a capacitação da mão de obra por meio da atribuição gradativa de responsabilidades. Os trabalhos correm com supervisão de engenheiros experientes do IAE: os cálculos de Artur, por exemplo, são avaliados pelo pesquisador Guido Damilano, do Grupo de Estruturas.
A ocorrência de revisões de projeto, como nos EUA e na Europa, é comum e realizada por uma banca composta de especialistas do IAE, do INPE e da Embraer, que avalia o estágio de desenvolvimento do projeto. O engenheiro Tertuliano, bolsista AEB/CNPq, coordenador dos trabalhos entre o IAE e a Mectron, responsável pelas Redes Elétricas do Sara, organizava no momento a documentação para uma revisão de projeto a ser realizada nesta semana na sede da empresa.
Parte da tecnologia a ser empregada nos próximos veículos SARA já está em desenvolvimento: a plataforma para controle de atitude será a desenvolvida pelo projeto SIA (Sensores Inerciais Aeroespaciais), os materiais para alta temperatura estão sendo testados pela Divisão de Materiais do IAE e deverão voar como experimentos na plataforma Shefex 2, enquanto a capacidade de modelar o ambiente aerotermodinâmico e sua averiguação em túnel (Mach 7 a 25) correm em conjunto com o projeto do veículo hipersônico 14-X do Instituto de Estudos Avançados (IEAv), outro núcleo de pesquisa do DCTA. Criar as sinergias necessárias para o desenvolvimento é uma estratégia clara do projeto, afinal, “nossos recursos financeiros e humanos são limitados”, explica Loures.
No futuro, o SARA pretende ser uma plataforma industrial orbital para a qualificação de componentes e equipamentos espaciais a um baixo custo, o que abre interessantes chances de negócios no Brasil e no exterior, além de realizar pesquisas científicas em microgravidade. Ao mesmo tempo, os desenvolvimentos em curso de materiais especiais, como o carbono/carbeto de silício, e da capacidade de modelar os fenômenos físicos, permitirão que o país se mantenha conectado com uma nova geração de veículos de reentrada.
Outras aplicações estão relacionadas com as pesquisas para a 2ª geração de veículos lançadores reutilizáveis (a 1ª foi o Space Shuttle, da NASA, e o russo Buran) e com a tecnologia a ser empregada em aeronaves hipersônicas, capazes de realizar um voo de Los Angeles a Sidney em poucas horas.
Na prática, o SARA vem aperfeiçoando a forma do IAE conduzir projetos, com novas técnicas de gestão e uma nova aproximação da industrial nacional. “É um projeto pequeno, porém muito complexo. Nós não temos todas as respostas, mas não temos receio de procurá-las, pois contamos com fatores que superam obstáculos: o entusiasmo e a determinação da nossa equipe”, afirma o gerente do projeto.
Fonte: IAE
Comentários: uma das mais importantes tecnologias que precisam ser desenvolvidas para um artefato de reentrada atmosférica é o escudo de proteção térmica, normalmente fabricado com materiais cerâmicos. Esse tipo de material tem sua comercialização restrita no mundo, uma vez que também pode ser utilizado em ogivas de mísseis intercontinentais. A DLR, agência espacial da Alemanha coopera com o IAE/TA nesta área. Para mais informações sobre o Projeto SARA, clique aqui.
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Brasil desenvolve satélite para pesquisa de microgravidade
11/09/2009
Imagine uma plataforma espacial para realizar experiências em um ambiente de gravidade reduzida (microgravidade). Trata-se de uma carga especial lançada por um foguete e que permanece no espaço por um certo tempo, decisiva para a realização de pesquisas estratégicas para o país. Agora, saiba que o projeto é de um satélite brasileiro, feito pela indústria nacional e com mão-de-obra própria, treinada e qualificada no Brasil, exatamente em uma área do conhecimento em que o país que domina a técnica não ensina ninguém, mas vende a tecnologia. É um tesouro a ser conquistado.
O nome do projeto é SARA, sigla para Satélite de Reentrada Atmosférica, em desenvolvimento pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), um dos centros de pesquisa do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), do Comando da Aeronáutica, em São José dos Campos (SP).
O SARA propõe o desenvolvimento de uma plataforma orbital para a realização de experimentos em ambiente de microgravidade, destinada a operar em órbita baixa, a 300 km de altitude, por um período máximo de dez dias. No futuro, o equipamento abrirá novas possibilidades na realização de projetos de pesquisa e desenvolvimento nas mais diversas áreas e especialidades, tais como biologia, biotecnologia, medicina, materiais, combustão e fármacos, entre outros.
Outro objetivo do projeto SARA é o desenvolvimento de estruturas que possam suportar o severo ambiente de reentrada na atmosfera terrestre. Para este fim, os quatro veículos que compõem o programa, dois suborbitais e dois orbitais, deverão alcançar gradativamente o conhecimento necessário. A sequência é semelhante ao do programa alemão Shefex (Sharp Edge Experiment), destinado à pesquisa de formas aerodinâmicas para a reentrada de veículos espaciais em regime hipersônico. Tanto o Sara como o Shefex visam o desenvolvimento de tecnologias para a criação de aeronaves e veículos hipersônicos através da análise da reentrada de veículos espaciais na atmosfera terrestre.
No primeiro veículo do programa, o SARA Suborbital, serão desenvolvidas as tecnologias de eletrônica embarcada, do módulo para a realização de experimentos e do sistema de recuperação através de pára-quedas. Segundo o gerente do projeto, Luís Loures, pesquisador da Divisão de Sistemas Espaciais do IAE, as maiores dificuldades até agora envolvem exatamente o desenvolvimento do sistema de recuperação.
Dados revelados pelos europeus dão conta de que as taxas de falha neste sistema podem chegar a 20%. A maneira que o projeto encontrou de reverter esta expectativa foi a de investir em ensaios funcionais. Todos os eventos, componentes e equipamentos deste sistema estão sendo sistematicamente investigados e seus desempenhos avaliados. “Nós não temos receio em repetir ensaios caso achemos que valha a pena”, afirma o pesquisador.
O cronograma do SARA Suborbital prevê o término do projeto detalhado para o final deste ano e a qualificação em 2010, quando a plataforma deverá estar pronta para lançamento.
Os demais veículos do programa são o SARA Suborbital 2, destinado a implementar o controle de atitude em voo e o motor de indução de reentrada, o SARA Orbital, para verificar a capacidade de controle e o ambiente tanto em órbita como na reentrada e, por fim, o SARA Orbital 2, que qualificará o sistema de proteção térmica reutilizável. Essas etapas são necessárias para desenvolver e aprimorar cada tecnologia desse importante projeto, que cresce nas mãos dos cientistas brasileiros como um filho, que primeiro aprende a engatinhar, depois a andar e por fim a correr.
Nacionalização - A entrada na sala do projeto SARA não envolve grandes surpresas: nas paredes, os usuais gráficos de cronograma, desenhos técnicos e um quadro repleto de croquis e cálculos em vermelho. Ao fundo, Artur Cristiano Arantes, estudante da Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP), verifica as últimas alterações de projeto do Módulo de Experimentação. Resultados da análise estrutural mostraram uma frequência baixa no prato que abriga os experimentos. Uma consulta aos projetistas da empresa CENIC e logo surge uma solução: o aumento da espessura da colméia que o bolsista já implementou e que agora observa os resultados. O diálogo próximo entre fabricante e projetista é uma das características do Sara: só se propõe algo que possa ser produzido pela indústria nacional.
A CENIC é a empresa responsável pela industrialização da plataforma, situação definida em contrato com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e o IAE. Para tanto, a empresa mantém um profissional constantemente à disposição do projeto. No fundo da sala, Tiago Gonçalves Faria, outro estudante da Univap, observa a versão do artigo a ser apresentado na conferência sobre veículos espaciais na Alemanha. Ambos os estudantes embarcaram no mês de junho para a Europa para representar o grupo.
Loures ressalta a política de desenvolver a capacitação da mão de obra por meio da atribuição gradativa de responsabilidades. Os trabalhos correm com supervisão de engenheiros experientes do IAE: os cálculos de Artur, por exemplo, são avaliados pelo pesquisador Guido Damilano, do Grupo de Estruturas.
A ocorrência de revisões de projeto, como nos EUA e na Europa, é comum e realizada por uma banca composta de especialistas do IAE, do INPE e da Embraer, que avalia o estágio de desenvolvimento do projeto. O engenheiro Tertuliano, bolsista AEB/CNPq, coordenador dos trabalhos entre o IAE e a Mectron, responsável pelas Redes Elétricas do Sara, organizava no momento a documentação para uma revisão de projeto a ser realizada nesta semana na sede da empresa.
Parte da tecnologia a ser empregada nos próximos veículos SARA já está em desenvolvimento: a plataforma para controle de atitude será a desenvolvida pelo projeto SIA (Sensores Inerciais Aeroespaciais), os materiais para alta temperatura estão sendo testados pela Divisão de Materiais do IAE e deverão voar como experimentos na plataforma Shefex 2, enquanto a capacidade de modelar o ambiente aerotermodinâmico e sua averiguação em túnel (Mach 7 a 25) correm em conjunto com o projeto do veículo hipersônico 14-X do Instituto de Estudos Avançados (IEAv), outro núcleo de pesquisa do DCTA. Criar as sinergias necessárias para o desenvolvimento é uma estratégia clara do projeto, afinal, “nossos recursos financeiros e humanos são limitados”, explica Loures.
No futuro, o SARA pretende ser uma plataforma industrial orbital para a qualificação de componentes e equipamentos espaciais a um baixo custo, o que abre interessantes chances de negócios no Brasil e no exterior, além de realizar pesquisas científicas em microgravidade. Ao mesmo tempo, os desenvolvimentos em curso de materiais especiais, como o carbono/carbeto de silício, e da capacidade de modelar os fenômenos físicos, permitirão que o país se mantenha conectado com uma nova geração de veículos de reentrada.
Outras aplicações estão relacionadas com as pesquisas para a 2ª geração de veículos lançadores reutilizáveis (a 1ª foi o Space Shuttle, da NASA, e o russo Buran) e com a tecnologia a ser empregada em aeronaves hipersônicas, capazes de realizar um voo de Los Angeles a Sidney em poucas horas.
Na prática, o SARA vem aperfeiçoando a forma do IAE conduzir projetos, com novas técnicas de gestão e uma nova aproximação da industrial nacional. “É um projeto pequeno, porém muito complexo. Nós não temos todas as respostas, mas não temos receio de procurá-las, pois contamos com fatores que superam obstáculos: o entusiasmo e a determinação da nossa equipe”, afirma o gerente do projeto.
Fonte: IAE
Comentários: uma das mais importantes tecnologias que precisam ser desenvolvidas para um artefato de reentrada atmosférica é o escudo de proteção térmica, normalmente fabricado com materiais cerâmicos. Esse tipo de material tem sua comercialização restrita no mundo, uma vez que também pode ser utilizado em ogivas de mísseis intercontinentais. A DLR, agência espacial da Alemanha coopera com o IAE/TA nesta área. Para mais informações sobre o Projeto SARA, clique aqui.
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sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Exoneração do Brig. Chaves da AEB
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O Brig. Antonio Hugo Pereira Chaves, que ocupava a direção de Transporte Espacial e Licenciamento da Agência Espacial Brasileira foi oficialmente exonerado ontem (10), com a publicação de portaria da Casa Civil no Diário Oficial da União.
Para mais informações sobre a exoneração, leiam a notícia "Diretor da Agência Espacial Brasileira é exonerado", publicada no site de notícia G1, e a reportagem "Um barraco aeroespacial", do jornal Correio Braziliense de 1º de setembro.
Um novo diretor ainda não foi indicado, mas seguindo a tradição, deverá ser um brigadeiro do Comando da Aeronáutica.
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quinta-feira, 10 de setembro de 2009
CLBI e foguetes médios
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CLBI pronto para lançar foguetes de porte médio
10/09/2009
Nessa terça-feira (08), o Diretor-Geral do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, Ten Brig Ar Cleonilson Nicácio Silva, descerrou a placa de revitalização do Lançador MRL (Medium Class Rocket Launcher – Lançador de Foguetes de Porte Médio), na área das plataformas do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), localizado em Parnamirim (RN).
O Projeto de Revitalização do Lançador, iniciado em meados de 2008, representou um desafio aos técnicos, engenheiros e militares do CLBI, pois exigiu análise detalhada do sistema elétrico, mecânico, estrutural e de sensoriamento do MRL. Todo o esforço resultou na recuperação total da capacidade de elevação de carga do lançador, o que garante a excelência de futuras atividades de lançamento.
MRL – Instalado em uma base de concreto, o Lançador de Foguetes de Porte Médio do CLBI, com capacidade de elevação de carga para foguetes de múltiplos estágios com até 7.5 toneladas de peso, é usado para posicionar o foguete (em elevação e azimute) e prover trilhos-guias para sua decolagem. A elevação e a orientação do lançador são eletricamente controladas, quer a partir das proximidades do lançador, quer a partir de local remoto.
Fonte: CTA
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CLBI pronto para lançar foguetes de porte médio
10/09/2009
Nessa terça-feira (08), o Diretor-Geral do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, Ten Brig Ar Cleonilson Nicácio Silva, descerrou a placa de revitalização do Lançador MRL (Medium Class Rocket Launcher – Lançador de Foguetes de Porte Médio), na área das plataformas do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), localizado em Parnamirim (RN).
O Projeto de Revitalização do Lançador, iniciado em meados de 2008, representou um desafio aos técnicos, engenheiros e militares do CLBI, pois exigiu análise detalhada do sistema elétrico, mecânico, estrutural e de sensoriamento do MRL. Todo o esforço resultou na recuperação total da capacidade de elevação de carga do lançador, o que garante a excelência de futuras atividades de lançamento.
MRL – Instalado em uma base de concreto, o Lançador de Foguetes de Porte Médio do CLBI, com capacidade de elevação de carga para foguetes de múltiplos estágios com até 7.5 toneladas de peso, é usado para posicionar o foguete (em elevação e azimute) e prover trilhos-guias para sua decolagem. A elevação e a orientação do lançador são eletricamente controladas, quer a partir das proximidades do lançador, quer a partir de local remoto.
Fonte: CTA
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quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Thales Alenia participa do Arsat-1
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A exemplo da EADS Astrium (veja a nota EADS Astrium conquista negócios na Argentina), a companhia franco-italiana Thales Alenia Space também anunciou ontem a assinatura de contrato com a ARSAT para o fornecimento das cargas úteis do satélite geoestacionário de comunicações Arsat-1, parte do Sistema Satelital Geoestacionario Argentino de Telecomunicaciones (SSGAT).
"Este contrato mais uma vez confirma nossa liderança no mercado de cargas úteis de telecomunicações", afirmou em nota Reynald Seznec, presidente e CEO da Thales Alenia Space. "Nós estamos muito contentes de apoiar tanto o crescimento do operador ARSAT e o surgimento de um novo player espacial nacional. Graças a este contrato, a INVAP irá ampliar o seu escopo de conhecimentos para telecomunicações", completou Seznec.
O relacionamento da Thales Alenia Space com o Programa Espacial Argentino já é antigo. A empresa forneceu vários componentes e cargas úteis para satélites desenvolvidos pela Comision Nacional de Actividades Espaciales (CONAE), e também fabricou o Nahuelsat-1, satélite de comunicações operado pela ARSAT.
O Arsat-1 terá 24 transpônderes de banda Ku, vida útil estimada em 15 anos, e massa total de 2,8 toneladas. Sua massa é superior à capacidade do foguete Cyclone 4, da Alcântara Cyclone Space, o que na prática descarta as chances do lançamento ser realizado pela binacional ucraniano-brasileira, como chegou a ser especulado.
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A exemplo da EADS Astrium (veja a nota EADS Astrium conquista negócios na Argentina), a companhia franco-italiana Thales Alenia Space também anunciou ontem a assinatura de contrato com a ARSAT para o fornecimento das cargas úteis do satélite geoestacionário de comunicações Arsat-1, parte do Sistema Satelital Geoestacionario Argentino de Telecomunicaciones (SSGAT).
"Este contrato mais uma vez confirma nossa liderança no mercado de cargas úteis de telecomunicações", afirmou em nota Reynald Seznec, presidente e CEO da Thales Alenia Space. "Nós estamos muito contentes de apoiar tanto o crescimento do operador ARSAT e o surgimento de um novo player espacial nacional. Graças a este contrato, a INVAP irá ampliar o seu escopo de conhecimentos para telecomunicações", completou Seznec.
O relacionamento da Thales Alenia Space com o Programa Espacial Argentino já é antigo. A empresa forneceu vários componentes e cargas úteis para satélites desenvolvidos pela Comision Nacional de Actividades Espaciales (CONAE), e também fabricou o Nahuelsat-1, satélite de comunicações operado pela ARSAT.
O Arsat-1 terá 24 transpônderes de banda Ku, vida útil estimada em 15 anos, e massa total de 2,8 toneladas. Sua massa é superior à capacidade do foguete Cyclone 4, da Alcântara Cyclone Space, o que na prática descarta as chances do lançamento ser realizado pela binacional ucraniano-brasileira, como chegou a ser especulado.
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terça-feira, 8 de setembro de 2009
EADS Astrium conquista negócios na Argentina
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A companhia europeia EADS Astrium anunciou hoje (08) ter sido escolhida pela Empresa Argentina de Soluciones Satelitales Sociedad Anonima (ARSAT) para o fornecimento de várias tecnologias-chave para o satélite geoestacionário de telecomunicações Arsat-1, como a unidade de processamento do satélite (SPU, sigla em inglês), a plataforma principal, e o subsistema de propulsão.
O Arsat-1 é o primeiro satélite da série Arsat, e uma vez em órbita, cobrirá toda a América Latina. Seu lançamento está previsto para 2012, sendo que a binacional ucraniano-brasileira Alcântara Cyclone Space (ACS) é uma das potenciais candidatas a realizar a colocação em órbita. A construção do Arsat-1 tem como contratante principal a empresa INVAP, de Bariloche.
O SPU nada mais é do que o computador de bordo do satélite, sendo considerado um de seus componentes-chave. A unidade adquirida pela Argentina deverá contar com software desenvolvido localmente no país sul-americano. A estrutura, por sua vez, terá massa de apenas 50 kg devido ao uso de materiais leves como fibra de carbono.
Em nota divulgada à imprensa, a EADS Astrium informou que foi selecionada pela ARSAT para o fornecimento do SPU e da plataforma em competição internacional. A opção argentina pela companhia franco-alemã de certo modo surpreende, tendo em vista que o mercado argentino nos últimos anos foi mercado cativo da também europeia Thales Alenia Space, resultado da joint-venture entre o grupo francês Thales e o italiano Finmeccanica.
O valor do negócio não foi divulgado, mas dada a natureza dos subsistemas adquiridos, deve atingir dezenas de milhões de dólares.
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A companhia europeia EADS Astrium anunciou hoje (08) ter sido escolhida pela Empresa Argentina de Soluciones Satelitales Sociedad Anonima (ARSAT) para o fornecimento de várias tecnologias-chave para o satélite geoestacionário de telecomunicações Arsat-1, como a unidade de processamento do satélite (SPU, sigla em inglês), a plataforma principal, e o subsistema de propulsão.
O Arsat-1 é o primeiro satélite da série Arsat, e uma vez em órbita, cobrirá toda a América Latina. Seu lançamento está previsto para 2012, sendo que a binacional ucraniano-brasileira Alcântara Cyclone Space (ACS) é uma das potenciais candidatas a realizar a colocação em órbita. A construção do Arsat-1 tem como contratante principal a empresa INVAP, de Bariloche.
O SPU nada mais é do que o computador de bordo do satélite, sendo considerado um de seus componentes-chave. A unidade adquirida pela Argentina deverá contar com software desenvolvido localmente no país sul-americano. A estrutura, por sua vez, terá massa de apenas 50 kg devido ao uso de materiais leves como fibra de carbono.
Em nota divulgada à imprensa, a EADS Astrium informou que foi selecionada pela ARSAT para o fornecimento do SPU e da plataforma em competição internacional. A opção argentina pela companhia franco-alemã de certo modo surpreende, tendo em vista que o mercado argentino nos últimos anos foi mercado cativo da também europeia Thales Alenia Space, resultado da joint-venture entre o grupo francês Thales e o italiano Finmeccanica.
O valor do negócio não foi divulgado, mas dada a natureza dos subsistemas adquiridos, deve atingir dezenas de milhões de dólares.
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segunda-feira, 7 de setembro de 2009
Declaração Brasil - França: cooperação espacial
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Reproduzimos abaixo o trecho sobre cooperação na área espacial da Declaração Conjunta Brasil-França, divulgada hoje (7), por conta da visita do Presidente da República Francesa, Nicolas Sarkozy, ao Brasil:
"3. Cooperação na área espacial:
No contexto dos diferentes acordos firmados em dezembro passado, os dois Presidentes saudaram os trabalhos desenvolvidos por ambas as agências espaciais, os quais vêm avançando de forma consistente, com perspectivas de resultados promissores em matéria de observação do ciclo da água, satélite geoestacionário e plataforma multimissão."
Para acessar a declaração conjunta na íntegra, clique aqui.
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Reproduzimos abaixo o trecho sobre cooperação na área espacial da Declaração Conjunta Brasil-França, divulgada hoje (7), por conta da visita do Presidente da República Francesa, Nicolas Sarkozy, ao Brasil:
"3. Cooperação na área espacial:
No contexto dos diferentes acordos firmados em dezembro passado, os dois Presidentes saudaram os trabalhos desenvolvidos por ambas as agências espaciais, os quais vêm avançando de forma consistente, com perspectivas de resultados promissores em matéria de observação do ciclo da água, satélite geoestacionário e plataforma multimissão."
Para acessar a declaração conjunta na íntegra, clique aqui.
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sábado, 5 de setembro de 2009
Satélites: avanços em 7 de setembro
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As comemorações do Dia da Independência, 7 de setembro, na capital federal prometem muitas discussões e evoluções de negócios entre o governo brasileiro e empresas francesas na área de defesa. Por conta do Ano da França no Brasil, o convidado de honra da festa brasileira será o presidente francês, Nicolas Sarkozy, que lidera comitiva formada por vários ministros e executivos de seu país. Serão assinados os contratos finais da compra de helicópteros de transporte EC 725, que serão fabricados no Brasil, de submarinos pela Marinha, e outros instrumentos, como uma carta de intenções sobre o projeto “Combatente do Futuro”, do Exército Brasileiro, notícia esta divulgada com exclusividade (clique aqui) pelo web-site da revista Tecnologia & Defesa. Evoluções na área espacial são também aguardadas.
Há algumas semanas, o blog ouviu de pessoa intimamente ligada aos setores Aeroespacial e de Defesa que a visita oficial francesa em 7 de setembro deve dar significativo impulso às discussões para a compra (ou desenvolvimento conjunto) de satélites de observação terrestre por parte do Ministério da Defesa. Não é segredo que dois grandes grupos europeus - o franco-alemão EADS, por meio de sua divisão espacial Astrium, e a Thales, através de sua joint-venture franco-italiana Thales Alenia Space, estão "batalhando" pelo negócio (veja a postagem "Satélite para o Ministério da Defesa").
A mesma pessoa também disse que as chances de se ter algo mais concreto em relação ao projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB) antes das eleições presidenciais em 2010 são pequenas. "Não acredito", afirmou. Acrescentou também que o SGB, projeto que deve atingir a casa dos bilhões de reais, será uma "briga de foice" entre os interessados (“players” da Europa, Rússia, Ucrânia, Canadá e talvez, surpreendentemente, até mesmo dos EUA).
Nessa toada, vão surgindo aos poucos novas informações sobre as características dos projetos de satélites pensados pelo Ministério da Defesa. Em entrevista publicada na edição da revista “IstoÉ Dinheiro” que começa a circular neste final de semana, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, deu alguns detalhes, que reproduzimos abaixo:
"Dinheiro - E qual o volume total de investimentos previstos?
Jobim - Ainda não temos isso fechado, mas temos vários projetos em andamento. E ainda tem os programas de mobilidade estratégica do Exército. A Iveco, da Fiat, desenvolveu o protótipo de um novo tipo de blindado, que estamos chamando de Urutu 3. Mais para a frente vamos discutir os programas do Exército. Temos os programas dos satélites brasileiros.
Dinheiro - Como serão os satélites?
Jobim - Satélites de monitoramento do mar e da Amazônia. Vamos monitorar toda a linha entre Amapá e o início do Paraná, uma área com cerca de dez mil quilômetros de extensão. Tem muita coisa que nós estamos construindo."
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As comemorações do Dia da Independência, 7 de setembro, na capital federal prometem muitas discussões e evoluções de negócios entre o governo brasileiro e empresas francesas na área de defesa. Por conta do Ano da França no Brasil, o convidado de honra da festa brasileira será o presidente francês, Nicolas Sarkozy, que lidera comitiva formada por vários ministros e executivos de seu país. Serão assinados os contratos finais da compra de helicópteros de transporte EC 725, que serão fabricados no Brasil, de submarinos pela Marinha, e outros instrumentos, como uma carta de intenções sobre o projeto “Combatente do Futuro”, do Exército Brasileiro, notícia esta divulgada com exclusividade (clique aqui) pelo web-site da revista Tecnologia & Defesa. Evoluções na área espacial são também aguardadas.
Há algumas semanas, o blog ouviu de pessoa intimamente ligada aos setores Aeroespacial e de Defesa que a visita oficial francesa em 7 de setembro deve dar significativo impulso às discussões para a compra (ou desenvolvimento conjunto) de satélites de observação terrestre por parte do Ministério da Defesa. Não é segredo que dois grandes grupos europeus - o franco-alemão EADS, por meio de sua divisão espacial Astrium, e a Thales, através de sua joint-venture franco-italiana Thales Alenia Space, estão "batalhando" pelo negócio (veja a postagem "Satélite para o Ministério da Defesa").
A mesma pessoa também disse que as chances de se ter algo mais concreto em relação ao projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB) antes das eleições presidenciais em 2010 são pequenas. "Não acredito", afirmou. Acrescentou também que o SGB, projeto que deve atingir a casa dos bilhões de reais, será uma "briga de foice" entre os interessados (“players” da Europa, Rússia, Ucrânia, Canadá e talvez, surpreendentemente, até mesmo dos EUA).
Nessa toada, vão surgindo aos poucos novas informações sobre as características dos projetos de satélites pensados pelo Ministério da Defesa. Em entrevista publicada na edição da revista “IstoÉ Dinheiro” que começa a circular neste final de semana, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, deu alguns detalhes, que reproduzimos abaixo:
"Dinheiro - E qual o volume total de investimentos previstos?
Jobim - Ainda não temos isso fechado, mas temos vários projetos em andamento. E ainda tem os programas de mobilidade estratégica do Exército. A Iveco, da Fiat, desenvolveu o protótipo de um novo tipo de blindado, que estamos chamando de Urutu 3. Mais para a frente vamos discutir os programas do Exército. Temos os programas dos satélites brasileiros.
Dinheiro - Como serão os satélites?
Jobim - Satélites de monitoramento do mar e da Amazônia. Vamos monitorar toda a linha entre Amapá e o início do Paraná, uma área com cerca de dez mil quilômetros de extensão. Tem muita coisa que nós estamos construindo."
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Imagens do CBERS para o Gabão
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INPE e Instituto da França discutem parceria para monitorar florestas no Gabão
04/09/2009
Na mesma semana em que o presidente Nicolas Sarkozy visita o País, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Institut de Recherche por le Développement (IRD) acertam detalhes do projeto “Brasil-França em favor do Gabão - O Espaço a Serviço do Manejo Sustentável das Florestas".
O projeto será discutido em Brasília durante reunião nesta terça-feira (8/9) na Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores.
A parceria com o Instituto francês permitirá a instalação de uma antena de recepção de dados de satélites no Gabão, um importante passo para o monitoramento global de florestas proposto pelo INPE.
Por meio do programa “CBERS for Africa”, Brasil e China já estão trabalhando pela recepção de imagens do satélite sino-brasileiro nas estações de Ilhas Canárias, África do Sul e Egito. Junto à estação do Gabão, que será financiada pela França e receberá dados também de outros satélites, a cobertura do continente ficará completa e os países da África poderão monitorar não só o desmatamento, mas também desastres naturais, ameaças à produção agrícola e riscos à saúde pública.
Conduzida pelo ministro Marco Farani, da ABC, a reunião terá a presença do diretor-geral do IRD, Michel Laurent, e de representante do governo do Gabão. O INPE será representado por Cláudio Almeida, chefe do Centro Regional da Amazônia (CRA), unidade recém-criada pelo Instituto em Belém para, entre outros objetivos, medir e mapear o desmatamento das florestas tropicais em todo o planeta.
Para este monitoramento global, além da oferta gratuita dos dados de satélite, o INPE irá estabelecer cooperação com países interessados em implementar sistemas de monitoramento de alteração da cobertura florestal, assegurando a transferência das tecnologias para processamento das imagens e manipulação de grandes bancos de dados.
Fonte: INPE
Comentários: para saber mais sobre a política de distribuição de imagens geradas pelo CBERS, acessem as postagens "Avanços na distribuição de imagens CBERS", e "CBERS: ampliação do acordo".
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INPE e Instituto da França discutem parceria para monitorar florestas no Gabão
04/09/2009
Na mesma semana em que o presidente Nicolas Sarkozy visita o País, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Institut de Recherche por le Développement (IRD) acertam detalhes do projeto “Brasil-França em favor do Gabão - O Espaço a Serviço do Manejo Sustentável das Florestas".
O projeto será discutido em Brasília durante reunião nesta terça-feira (8/9) na Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores.
A parceria com o Instituto francês permitirá a instalação de uma antena de recepção de dados de satélites no Gabão, um importante passo para o monitoramento global de florestas proposto pelo INPE.
Por meio do programa “CBERS for Africa”, Brasil e China já estão trabalhando pela recepção de imagens do satélite sino-brasileiro nas estações de Ilhas Canárias, África do Sul e Egito. Junto à estação do Gabão, que será financiada pela França e receberá dados também de outros satélites, a cobertura do continente ficará completa e os países da África poderão monitorar não só o desmatamento, mas também desastres naturais, ameaças à produção agrícola e riscos à saúde pública.
Conduzida pelo ministro Marco Farani, da ABC, a reunião terá a presença do diretor-geral do IRD, Michel Laurent, e de representante do governo do Gabão. O INPE será representado por Cláudio Almeida, chefe do Centro Regional da Amazônia (CRA), unidade recém-criada pelo Instituto em Belém para, entre outros objetivos, medir e mapear o desmatamento das florestas tropicais em todo o planeta.
Para este monitoramento global, além da oferta gratuita dos dados de satélite, o INPE irá estabelecer cooperação com países interessados em implementar sistemas de monitoramento de alteração da cobertura florestal, assegurando a transferência das tecnologias para processamento das imagens e manipulação de grandes bancos de dados.
Fonte: INPE
Comentários: para saber mais sobre a política de distribuição de imagens geradas pelo CBERS, acessem as postagens "Avanços na distribuição de imagens CBERS", e "CBERS: ampliação do acordo".
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sexta-feira, 4 de setembro de 2009
T&D: entrevista com Roberto Amaral, da ACS
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A reportagem de Tecnologia & Defesa teve a oportunidade de conversar ontem (3) com Roberto Amaral, ex-ministro de Ciência e Tecnologia (2003-2004), e atualmente diretor-geral da binacional ucraniano-brasileira Alcântara Cyclone Space (ACS), sobre o projeto da empresa para a exploração comercial do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.
Em breve conversa, T&D abordou vários pontos do projeto da ACS, como o início das obras de infraestrutura, suas perspectivas comerciais, a necessidade de acordo de salvaguardas tecnológicas com os Estados Unidos, cooperação tecnológica com a Ucrânia, Programa VLS, participação da indústria nacional, entre outros.
Para acessar a entrevista, clique aqui.
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quinta-feira, 3 de setembro de 2009
INPE no 1º Workshop de Astronomia Espacial
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INPE participa do 1º Workshop de Astronomia Espacial
02/09/2009
O 1º Workshop de Astronomia Espacial acontece nesta quinta-feira (3/9) no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG/USP). Este workshop é uma iniciativa conjunta da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Astrofísica (INCT-Astrofísica), do Instituto Nacional de Tecnologias e Ciências do Espaço (INEspaço), da Agência Espacial Brasileira (AEB) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
O objetivo do workshop é aproximar a comunidade interessada para discussão das experiências de astronomia espacial envolvendo o Brasil – como o satélite de raios X Mirax, desenvolvido pelo INPE – e a apresentação e discussão de propostas de construção de um telescópio espacial brasileiro e da participação nacional em projetos no exterior.
Os participantes também discutirão o Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) e as ações para construção de uma estratégia comum para a astronomia espacial, como a proposta de um edital do Programa Uniespaço, da AEB, que estimule uma demanda competitiva por projetos espaciais.
As apresentações serão transmitidas ao vivo pela IPTV USP: http://iptv.usp.br
Mais informações sobre o 1º Workshop de Astronomia Espacial na página www.astro.iag.usp.br/~iwae
MIRAX
Primeira missão astronômica brasileira em satélite, o MIRAX (Monitor e Imageador de Raios X) investigará a região central do plano galáctico e seus objetos, como buracos negros e estrelas de nêutrons. Estará a bordo do LATTES, um satélite científico desenvolvido pelo INPE e com lançamento previsto para 2014, que atenderá não só aos objetivos astronômicos do Mirax como também a missão Equars, esta voltada para estudos na baixa, média e alta atmosfera e ionosfera na região equatorial. No caso da missão Mirax, o objetivo é o estudo de raios X do centro da galáxia, observando continuamente a região central do plano galáctico para realizar estudos espectroscópicos de banda larga.
O MIRAX fará um levantamento espectroscópico (DE~5 keV) por imagem (resolução de ~7 arcmin) de uma grande região do céu (~1000 graus quadrados), ao longo da região central do Plano Galáctico, em uma ampla faixa de energia (~2 a 200 keV).
Pela primeira vez, será feito um acompanhamento quase contínuo, simultâneo, de uma grande variedade de fenômenos transientes, como transições espectrais e ejeções colimadas de matéria em binárias de raios X, bursts e superbursts etc., em escalas de tempo de minutos a aproximadamente nove meses.
Fonte: INPE
Comentárioa: as missões MIRAX e Equars aproveitarão um único modelo da Plataforma Multimissão (PMM), ora em desenvolvimento pelo INPE e por indústrias espaciais nacionais. Para mais informações sobre as iniciativas brasileiras em astronomia espacial (Programa CoRot, por exemplo), acessem a postagem "Astronomia Espacial no Brasil".
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quarta-feira, 2 de setembro de 2009
VSB-30: final de ano agitado
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O final desse ano deve ser agitado para o foguete de sondagem brasileiro VSB-30. Serão realizadas nada menos do que três operações de lançamento, duas a partir do centro espacial de Esrange, próximo a Kiruna, no norte da Suécia, e outra do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), no Rio Grande do Norte.
As missões no exterior, do programa TEXUS (experimentos científicos), são coordenadas pela Swedish Space Corporation, agência espacial alemã (DLR) e EADS Astrium, contando também com a participação de especialistas do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/CTA). Deveriam ter sido realizadas no meio deste ano, mas acabaram sendo adiadas para novembro.
O programa TEXUS começou em 1977, inicialmente com o foguete britânico Skylark 7. Desde 2005, o foguete brasileiro substitui o veículo britânico, não mais fabricado. O VSB-30 tem apogeu (ponto mais alto que atinge durante o lançamento) de 250 km, e capacidade de transporte de 400 kg.
A missão brasileira, que deve realizada entre novembro e dezembro, faz parte do Programa Microgravidade, da Agência Espacial Brasileira (AEB). Inicialmente, deveria ser realizada do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), que por sua dimensão é considerado um centro espacial mais seguro para missões de maior porte.
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terça-feira, 1 de setembro de 2009
'Um barraco aeroespacial"
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Um barraco aeroespacial
Reunião para discutir lançamento de foguete acaba em briga entre ex-ministro da Ciência e Tecnologia e um major-brigadeiro
Noelle Oliveira
O que era para ser mais uma das 20 reuniões já realizadas pela cúpula Agência Espacial Brasileira (AEB) para discutir a questão espacial brasileira acabou em xingamentos e quase em agressão física na última quarta-feira. O resultado da confusão será o afastamento de um dos diretores da agência, cuja exoneração deve ser publicada nos próximos dias no Diário Oficial da União (DOU). A confusão envolveu o diretor-geral brasileiro da Alcântara Cyclone Space (ACS), o ex-ministro da Ciência e Tecnologia Roberto Amaral, e o então diretor de Transporte Espacial e Licenciamento da AEB, major-brigadeiro Antonio Hugo Pereira Chaves (1).
A reunião realizada no início da tarde na sede da AEB, no Setor Policial Sul, tinha como pauta alguns ajustes com relação ao lançamento do primeiro foguete da empresa, o Cyclone 4, previsto para dezembro do ano que vem. Durante a discussão, no entanto, Amaral teria cobrado alguns posicionamentos da agência. O ex-ministro e outro integrante da Cyclone foram interrompidos várias vezes pelo diretor Antonio Chaves, o que irritou Amaral. Chaves e Amaral chegaram a esmurrar a mesa, até que o diretor da Cyclone xingou verbalmente o major-brigadeiro que, irritado, jogou um copo de água em Amaral. Segundo um funcionário presente à reunião, a discussão só não terminou em pancadaria pela intervenção dos presentes. Fontes do setor afirmam que o major-brigadeiro Antonio Chaves foi demitido no mesmo dia. Já Amaral, com 70 anos de idade, acabou indo parar em um hospital no dia seguinte, apresentando quadro de pressão alta.
Procurado pelo Correio, Amaral confirmou por meio de sua assessoria a ocorrência do incidente. Ele destacou que as relações da AEB com a Cyclone são harmônicas e que ficarão “melhores ainda a partir de agora”. A agência, por sua vez, esclareceu em nota que “no calor dos debates técnicos, houve um acirramento pontual de ânimos entre dois interlocutores, que, no entanto, não comprometeu as relações institucionais e nem os prazos de andamento do referido projeto”. A agência não informou quem substituirá o diretor exonerado.
Segunda empresa binacional do país, a ACS nasceu há menos de dois anos, criada pelos governos do Brasil e da Ucrânia, para inserir os dois países no mercado mundial de lançamento de satélites, que movimenta, anualmente, mais de US$ 1 bilhão. No tratado firmado entre os dois países, cabe ao Brasil cuidar da infraestrutura do Centro de Lançamento de Alcântara (MA) e à Ucrânia, o desenvolvimento do foguete Cyclone-4. Até abril deste ano, a binacional já havia recebido US$ 72 milhões dos US$ 105 milhões previstos para serem repassados pelos dois países. O governo brasileiro investiu US$ 50 milhões, e o ucraniano, US$ 22 milhões.
A empresa publicou no último 14 de agosto os editais referentes às licitações das obras dos sítios de lançamentos do Cyclone 4. Outra etapa importante para a construção desses locais é a concessão da licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que já está em andamento.
Apesar dos objetivos em comum, fontes dão conta de que o relacionamento entre a AEB e a Cyclone não anda em seus melhores dias, como afirmou Amaral. A situação ficaria ainda mais complicada porque envolveria militares ligados à Aeronáutica. A rixa estaria no fato de a binacional permear um setor historicamente ligado ao comando da coorporação. No entanto, o primeiro foguete só será lançado, agora, sob a administração da recém-criada binacional. Dois militares chegaram a trabalhar na Cyclone, mas foram demitidos.
Outro problema seria a forte influência política quando o assunto é o programa espacial brasileiro. Além de ser dirigida no Brasil por Amaral, vice-presidente nacional do PSB, a Alcântara Cyclone Space tem em seus quadros pessoas ligadas ao partido. A chefe de gabinete de Amaral é Patrícia Patriota, filha do deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE). Em uma outra reportagem, o Correio questionou Amaral sobre o fato. “Aqui, o critério é currículo. Ela é uma expert no setor”, disse o ex-ministro na ocasião.
1 - O militar
O major-brigadeiro Antonio Hugo Pereira Chaves foi cadete da Academia da Força aérea, em 1967. Concluiu os cursos acadêmicos da carreira de oficial-aviador. Formou-se em engenharia eletrônica no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e é doutor engenheiro em automatismo pela Escola Nacional Superior de Aeronáutica e Espaço, em Toulose (França). Orientador acadêmico nos cursos de pós-graduação do ITA, foi também diretor do Instituto de Estudos Avançados (IEAv).
O POLÍTICO
Vice-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral foi ministro da Ciência e Tecnologia entre 2003 e 2004, no primeiro governo Lula. Ficou mais conhecido pelas declarações sobre a bomba atômica do que por sua atuação à frente da pasta, apesar de ter permanecido um ano na função. “Nós somos contra a proliferação nuclear, nós somos signatários do tratado de não proliferação (de armas nucleares), mas não podemos renunciar ao conhecimento científico”, afirmou.
Fonte: Jornal Correio Braziliense, 01/09/2009, via NOTIMP.
Comentários: o acontecimento em si não merece muitos comentários. A piada que tem circulado no meio especializado é que baixou o "Hugo Chávez" venezuelano no Brig. Hugo Chaves, brasileiro. O interessante é que a velha divergência entre setores do Ministério da Ciência e Tecnologia e do Comando da Aeronáutica sobre lançadores espaciais continua a existir. Há alguns anos, outro diretor de Transporte Espacial e Licenciamento da AEB foi também exonerado por razões parecidas (embora menos agressivas!).
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