domingo, 21 de agosto de 2011

Boeing, Programa F-X2 e satélites

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O programa F-X2, de aquisição de novos aviões de combate para a Força Aérea Brasileira (FAB) parece ter voltado à tona, com os três competidores - a sueca Saab (Gripen NG), a francesa Dassault Aviation (Rafale F3), e a norte-americana Boeing (F-18 E/F Super Hornet), voltando a carga em seus esforços para vencer a competição. Segundo informações dadas por executivos dos competidores, a FAB solicitou que as propostas apresentadas em 2009 tivessem seus prazos de validade estendidos até o final de 2011, o que leva a crer que pode haver uma decisão até o final do ano.

Dentro de sua estratégia para conquistar o contrato no Brasil, a Boeing está apostando fortemente na extensão de seu portfólio de produtos e soluções, que vão muito além de aeronaves de combate. Dennis Muilenburg, presidente e CEO da Boeing Defense, Space & Security, detalhou esta possibilidade em recente entrevista, citando inclusive a área espacial, especificamente, satélites:

"Como a Boeing pode ajudar o Brasil a desenvolver uma capacidade industrial autônoma de defesa?

É importante entender que a Boeing não é apenas uma fabricante de aviões, mas oferece um amplo portfólio de sistemas de defesa e capacidades…. A Estratégia Nacional de Defesa brasileira reconhece que uma parceria com fabricantes estrangeiros pode reduzir os custos e encurtar prazos. Uma parceria econômica poderosa já existe atualmente entre Brasil e Estados Unidos, e o Programa F-X2 oferece uma oportunidade para reforçar ainda mais esta parceria na área de defesa e segurança a nível governamental e industrial. Assim, acreditamos firmemente que a Boeing pode fornecer uma parceria superior àquela proposta por nossos concorrentes. Os produtos da Boeing atendem todos os requerimentos materiais identificados pela Estratégia Nacional de Defesa do Brasil, seja transporte militar, satélites, veículos aéreos não tripulados (VANT), sistemas em rede, segurança cibernética e proteção de infra-estruturas críticas, superioridade aérea e armas. Ter este portfólio diversificado significa que podemos entregar um desempenho maior a custos baixos e ajudar o Brasil a alcançar seu objetivo de autonomia nacional."

Semana passada, num encontro com a imprensa especializada, ao ser questionado por Tecnologia & Defesa sobre o interesse da Boeing na área de satélites, Christopher Raymond, vice-presidente executivo de Estratégias & Desenvolvimento de Negócios, afirmou que existem oportunidades locais em "hosted payloads" para comunicações. O executivo não deu mais detalhes, mas supõe-se que a oportunidade esteja no campo de comunicações militares. Em abril, num seminário realizado na LAAD 2011, a Star One, atual prestadora de serviços de comunicações via satélite para o SISCOMIS, do Ministério da Defesa, destacou o conceito de "hosted payloads" (ver a postagem "O conceito de "hosted payloads" para comunicações militares").

Uma pequena nota da edição da semana passada da revista VEJA também destaca que o novo ministro da Defesa, Celso Amorim, recebeu como uma das prioridades de sua pasta a construção de satélites de comunicações, mais um indicativo de que a materialização de alguns projetos, como o do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB) está se aproximando.
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