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Abaixo, reproduzimos artigo enviado ao blog por José Monserrat Filho, da Agência Espacial Brasileira, sobre oportunidades para empresas brasileiras relacionadas à construção de um grande telescópio (ELT) no norte do Chile:
Oportunidades para empresas brasileiras nas obras do maior telescópio do planeta
Albert Bruch* e José Monserrat Filho**
Importantes empresas brasileiras de média e alta tecnologia participaram do “Dia da Indústria”, promovido por iniciativa da Organização Europeia de Pesquisa Astronômica no Hemisfério Austral (ESO), com a qual o Brasil firmou acordo para tornar-se seu membro pleno, em 29 de dezembro de 2010.
A ideia era mostrar aos empresários brasileiros o que eles podem faturar nas obras que a ESO realizará nos Andes do Chile, o melhor lugar do planeta para se observar o Universo.
A ESO, na realidade, promoveu dois “Dia da Indústria”: um na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), na capital paulista, e outro no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos, SP, em 23 e 24 de agosto, respectivamente.
Eis as empresas e entidades brasileiras presentes nos encontros industriais com a ESO: Acrux Solutions, Avionics Services, Construtora OAS, Construtora Queiroz Galvão, Critical Software, Equatorial Sistemas, Equitron Automação, Fibraforte, Flight Technologies, Gerdau, Incubaero, Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Konatus Soluções Inteligentes, Mectron, Opto Eletrônica, Orbital Engenharia e Rede Paulista de Inovação (TPI).
Foram ocasiões especiais para os empresários brasileiros conhecerem em detalhes as oportunidades e vantagens abertas a eles pela ESO na construção do maior equipamento astronômico do mundo, o Telescópio Extremamente Grande (Extremely Large Telescope – ELT), bem como em outros empreendimentos tecnológicos e industriais da organização.
Cinco membros da alta administração da ESO vieram ao Brasil especialmente para os dois encontros. Eles explicaram de forma minuciosa os procedimentos pelos quais as empresas brasileiras de base tecnológica poderão participar das licitações e aproveitar as múltiplas oportunidades oferecidas pela ESO na construção do ELT, na produção de instrumentação periférica para os telescópios, e em outras atividades tecnológicas.
A equipe do ESO também buscou se informar, o mais amplamente possível, inclusive por meio de visitas a empresas, sobre a capacidade disponível no Brasil para o fornecimento de bens e serviços de alto valor tecnológico às instalações no Chile.
Criada por 14 países europeus, a ESO é a maior organização mundial de pesquisa astronômica terrestre. O Brasil será seu 15º membro e o primeiro membro não-europeu, se o Congresso Nacional ratificar o acordo assinado pelo Governo brasileiro em dezembro passado.
A ESO ergueu e opera grandes observatórios na região andina chilena e está prestes a iniciar a construção de novo e gigantesco telescópio, o ELT, com espelho de cerca de 40 metros de diâmetro. O ELT será de longe o maior instrumento do gênero jamais concebido. Mobilizará investimentos da ordem de um bilhão de Euros.
Confirmado o ingresso do Brasil na ESO, as empresas brasileiras poderão tomar parte ativa na construção do telescópio ELT e prestar outros serviços à organização, em pé de igualdade com as empresas dos demais países membros.
O evento e a visita de gerentes da ESO são parte das ações articuladas pela organização para integrar o Brasil, cientifica e tecnologicamente, na comunidade dos seus países membros.
O Gerente do Projeto ETL, Alistair McPerson, assim resumiu suas observações sobre as movimentadas reuniões em São Paulo e São José dos Campos: “Fiquei profundamente impressionado com o alcance da perícia e da experiência que encontrei nas empresas brasileiras que tive ocasião de visitar. Vejo ampla gama de oportunidades para a ESO colaborar com os contratados brasileiros e possibilidades estimulantes em áreas de alta tecnologia. Creio que as empresas que conheci estão bem preparadas para os desafios do futuro.”
Além de promover o avanço da ciência em geral, a entrada do Brasil na ESO tem enorme potencial para impulsionar o desenvolvimento tecnológico brasileiro, porque nos abre a oportunidade única de participar de grandes desafios tecnológicos inerentes ao desenvolvimento, à construção e à operação de complexos instrumentos, como o ELT. Isso é parte da motivação e da justificativa para o Brasil investir no ESO, certo de estar construindo um presente e um futuro em sintonia com as conquistas incomparáveis do século XXI.
Os contatos com dirigentes da ESO deixaram evidentes a vontade e a capacidade de muitas empresas brasileiras, determinadas a tirar o máximo proveito das novas oportunidades.
* Albert Bruch, ex-diretor do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), co-organizador dos dois “Dia da Indústria” da ESO no Brasil; ** José Monserrat Filho é chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da Agência Espacial Brasileira (AEB).
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