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segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Cooperação Chile – França

Em 27 de outubro, Jean-Yves Le Gall, presidente da CNES, a principal instituição espacial da França, e Andres Gomez-Lobo, ministro chileno para os Transportes e Telecomunicações, assinaram uma carta de intenções na Embaixada do Chile em Paris relativa a cooperação entre os dois países para a exploração pacífica do espaço exterior.

A cooperação será estruturada nos campos de observação terrestre, ciências espaciais, navegação e posicionamento por satélites, telecomunicações, clima e direito espacial. Dentre as atividades cobertas estão o treinamento de recursos humanos, desenvolvimento de capacidades e realização de seminários conjuntos de ciência e tecnologia. 

Logo após a cerimônia de assinatura, Jean-Yves Le Gall comentou em nota distribuída pela CNES: “estou satisfeito em assinar esta carta de intenções com Andres Gomez-Lobo, ministro para os Transportes e Telecomunicações do Chile, em sua visita a Paris. A assinatura reflete os laços próximos crescentes entre nossos países e complementa nossas relações com o a Agência Chilena do Espaço (ACE), cujas atividades são supervisionadas pelo Ministério da Defesa do Chile.”


A assinatura da carta de intenções acontece num momento em que o Chile promove uma concorrência internacional para a aquisição de seu futuro satélite de observação, que substituirá o FASat-Charlie (SSOT), processo do qual várias companhias europeias participam. Colocado em órbita em dezembro de 2011, o SSOT foi construído pela francesa EADS Astrium, atual Airbus Defence and Space.
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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

O programa ARSAT em "bullet points"

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Há exatamente uma semana, aconteceu com sucesso o lançamento do Arsat-1, da Argentina, o primeiro satélite geoestacionário de comunicações construído na América Latina (veja aqui). A seguir, apresentamos mais informações sobre o satélite e seu programa, na forma de bullet points:

- O Arsat-1. Com massa total de 2.985 quilos e potência de 4,2 quilowatts, o artefato tem 24 transpônderes de banda Ku, para transmissão de dados, telefonia e serviços de televisão, com cobrindo o Atlântico Sul. Foram investidos 270 milhões de dólares (segmento espacial, frete, seguro e infraestrutura terrestre), e a expectativa é que proporcione ao governo uma economia de 25 milhões de dólares por ano com serviços atualmente prestados por operadores estrangeiros.

- A origem. Logo após o lançamento, autoridades argentinas comemoraram o feito, destacando o papel do governo no programa, e criticando a “solução” adotada no passado. “Decisões [passadas] foram frequentemente feitas de uma perspectiva estrangeira, e muito de nossa soberania [em acessar posições orbitais] esteve próximo de ser perdida”, disse Matias Bianchi, presidente da ARSAT. A principal motivação para a criação do programa estatal, em 2007, tem origem na experiência considerada malsucedida pelo governo com a NahuelSat, um consórcio de empresas privadas europeias contratado pela Argentina na década de noventa para a operação e prestação de serviços de comunicações via satélite ao país.

- Argentino, mas com componentes estrangeiros. O Arsat-1 foi o primeiro satélite geoestacionário construído na América Latina, mas isto logicamente não significa plena autonomia e independência de fornecedores internacionais, responsáveis por componentes críticos. A estatal argentina INVAP atuou como prime contractor, projetando, integrando e testando o satélite. As cargas úteis e o subsistema de TT&C (Telemetria, Rastreio e Comando) foram fornecidos pela Thales Alenia Space. Parte da estrutura (cilindro central), o subsistema de propulsão, a unidade de processamento, alguns componentes do sistema de controle de atitude e órbita, e os painéis solares foram fornecidos pela Astrium (hoje, Airbus Defence and Space). Outros componentes do subsistema de controle de atitude e órbita são da americana Honeywell International. Alguns serviços e consultoria, em especial na fase pós-lançamento ficaram a cargo da agência espacial alemã (DLR), e da Swedish Space Corporation, da Suécia.

- Manobras para colocação em órbita. De acordo com a ARSAT, estatal homônima que operará o satélite, a terceira manobra de apogeu para a inserção do artefato em órbita geoestacionária, foi concluída na última quarta-feira (22). Todas as operações são comandadas a partir da estação terrena de Benavidez, em solo argentino. O Arsat-1, aliás, foi inserido em órbita de transferência geoestacionária pelo último estágio do lançador Ariane 5 com bastante precisão, a menos de um quilômetro da inicialmente prevista.

- Mais dois satélites. Outros dois membros da família estão previstos para os próximos anos: o Arsat-2, que contará com cargas uteis nas bandas Ku e C, e o Arsat-3, que também devera ter alguma capacidade em banda Ka (para conexões em banda larga). Devem subir ao espaço em 2015 e 2017, respectivamente. Uma carga de banda X, para comunicações militares, também é considerada para o futuro.

- Plataforma para cooperação sul-americana? Na região, a Argentina tem sido um dos principais países a estimular iniciativas conjuntas para cooperação no âmbito espacial, e o programa ARSAT pode vir a ser uma de suas plataformas. Indicativos neste sentido já existem. No final de agosto, uma comitiva com representantes da Comisión Nacional de Actividades Espaciales (CONAE), INVAP e ARSAT esteve na Bolívia para uma visita oficial a Agência Boliviana Espacial (ABE), com o propósito de “apresentar as características, desenvolvimento e capacidades do setor espacial argentino” a seus pares bolivianos, além de “avançar em aspectos de interesse mútuo para um próximo acordo de cooperação na área espacial”.
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segunda-feira, 16 de junho de 2014

Airbus e Safran juntas em lançadores

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As companhias europeias Airbus e Safran anunciaram hoje (16) a assinatura de um memorando de entendimentos prevendo a criação de uma joint-venture reunindo suas atividades em veículos lançadores. Neste contexto, os dois grupos concordaram em combinar numa nova empresa, cada qual com participação de 50%, suas respectivas tecnologias em lançadores (hoje na Airbus Defence and Space, anteriormente Astrium) e propulsão (SNECMA, unidade da Safran).

Conforme destacado em nota conjuntas, a "fusão" leva em conta iniciativas industriais em lançadores atualmente em andamento na Europa, como o desenvolvimento do Ariane 5 ME, uma evolução lógica do Ariane 5 baseada num estágio superior de maior capacidade equipado com o motor Vinci, e a definição da configuração do Ariane 6, que no futuro sucederá o Ariane 5 / 5 ME.

A primeira etapa da "união", prevista para ser concluída até o final deste ano, envolverá a constituição de uma empresa de programas conjuntos, na qual serão aportadas os contratos de programas civis e participações relevantes relacionadas ao segmento civil de cada um dos grupos. Subsequentemente, os ativos industriais em lançadores da Airbus e Safran serão contribuídos à nova empresa.

E a Avio?

A "fusão" da Airbus e Safran formalizará uma relação que já existe há décadas, iniciada com o bem sucedido programa Ariane. Será interessante acompanhar os eventuais desdobramentos deste processo de consolidação, em especial considerando as capacidades italianas nesta área, detidas pela Avio Space, prime contractor do foguete de médio porte Vega. A empresa italiana, controlada pelo grupo Finmeccanica e por uma firma de private equity, é frequentemente citada como estando à venda, com interessados como a Airbus e a Safran.

Reflexos no Brasil

A consolidação do segmento europeu de lançadores pode ter também algum reflexo nos futuros planos do Brasil em termos de acesso autônomo ao espaço. Ainda que em fase bem menos avançado que outras iniciativas espaciais (como o SGDC e o PESE, apenas para citar alguns), as intenções brasileiras nesse segmento são conhecidas e têm algumas ações discretas. Nos bastidores, empresas como a Avibras e a Odebrecht Defesa e Tecnologia são citadas como interessadas em assumir papéis relevantes em tais projetos, que necessariamente, por razões de natureza tecnológica, terão parceiros estrangeiros.

Dentro deste contexto, recomendamos também a leitura da nota "AEB, Airbus DS e Safran juntas em educação espacial", sobre um projeto de cooperação anunciado pela Agência Espacial Brasileira na semana passada.
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quarta-feira, 11 de junho de 2014

AEB, Airbus DS e Safran juntas em educação espacial

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AEB firma programa de cooperação em educação espacial

Brasília, 11 de junho de 2014 – Com a finalidade de criar e implementar um projeto de educação espacial sob a forma de cooperação a Agência Espacial Brasileira (AEB) firmou nesta quarta-feira (11) um programa de cooperação em educação espacial com três instituições francesas e duas nacionais.

Pela França participam a Astrium SAS – BU Space Transportation, a Safran S.A. e o Instituto Superior de Aeronáutica e do Espaço (Isae) e pelo Brasil o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e a Fundação Universidade de Brasília (FUB).

O principal objetivo do programa é estabelecer missões de ensino e tutoria, com cursos de treinamento e workshops para estudantes brasileiros do programa Ciência sem Fronteiras (CsF) no âmbito do Projeto de Veiculo Lançador da Astrium e Safran para Estudantes Brasileiros.

O programa será coordenado e implementado por um comitê composto por representantes das seis entidades envolvidas.

A Astrium e a Safran pretendem promover o incremento de cooperações em pesquisa com o ITA, FUB e o Isae e desenvolver projetos de Pesquisa e Desenvolvimento envolvendo seus alunos. Tais projetos devem ser discutidos em base bilateral entre os parceiros e ser implementados com acordos de cooperação específicos.

Para o presidente da AEB, José Raimundo Braga Coelho, essa parceria tem um significado especial porque reúne duas questões fundamentais para que um empreendimento tenha sucesso que é a soma de objetivos comuns e o trabalho conjunto.

Em sua opinião, o programa firmado é de fundamental importância, pois “responde ao esforço nacional de formar recursos humanos para enfrentar os desafios tecnológicos impostos pelos avanços do mundo moderno”.

O reitor do ITA, Carlos Américo Pacheco, lembrou que França e Brasil têm uma longa trajetória de cooperação na área educacional e o acordo assinado vem ampliar a qualidade e o intercâmbio entre os dois países. Segundo ele, o programa também permite aumentar as oportunidades de intercâmbio para estudantes das duas nações.

O representante da Astrium, Jean Noel Hardy, disse que hoje é fundamental para todos os países o investimento na capacitação de recursos humanos, “dai a grande importância da parceria que estamos firmando”.

Na mesma direção se posiciona Michel Provost, representante da Safran, que considera esse acordo como um reforço no interesse que Brasil e França têm na área educacional ao mesmo tempo em que “convida dirigentes de outras instituições de ensino e pesquisa a se integrarem a essa iniciativa”.

O reitor da Universidade de Brasília (UnB), Ivan Marques de Camargo, foi representado na solenidade pela professora Ana Flávia Granja e Barros. Participaram ainda do evento os diretores da AEB, Carlos Gurgel, de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento; Petrônio Noronha de Souza, de Política Espacial e Investimentos Estratégicos; Marco Antônio Vieira de Rezende, de Transporte Espacial e Licenciamento; o chefe da Assessoria de Cooperação Internacional, José Monserrat Filho, e o Coordenador de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, Jean Robert Batana.

Fonte: AEB

Comentários do blog: embora ainda mantenha sua estrutura jurídica como Astrium, esta, desde o início do ano, faz parte da Airbus Defence and Space (Airbus DS), unidade do grupo europeu criada a partir da "fusão" entre a Cassidian (defesa), Airbus Military (aviões militares) e Astrium (espaço). É também interessante observar o enfoque no acordo de cooperação, direcionado em veículos lançadores. Como já abordamos em algumas ocasiões, há a alguns anos no governo discussões de alto nível envolvendo uma possível parceria internacional para o desenvolvimento de projetos de lançadores, com países como a França, Itália ou Rússia.
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quinta-feira, 24 de abril de 2014

Peru escolhe Airbus DS para satélite de observação

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[Nota atualizada às 19h00]

A empresa europeia Airbus Defence and Space (Airbus DS), que no início do ano incorporou as atividades da Astrium, anunciou na tarde de hoje (24) sua seleção como contratada principal para a construção do primeiro sistema satelital de observação terrestre do Peru.

O projeto, estimado em cerca de 200 milhões de dólares, inclui um satélite ótico de última geração dotado de um sensor de alta resolução (derivado da família Naomi), assim como um segmento terreno de controle, recepção e processamento de imagens. O satélite será baseado na plataforma Astrobus, utilizada em missões como as do Pléiades, SPOT 6 e 7, Ingenio (Espanha) e KazEOSat-1 (Cazaquistão).

Também faz parte um programa completo de formação de engenheiros e técnicos peruanos, que abrange desde a operação do satélite até o desenvolvimento de aplicações baseadas em suas imagens.

Até que o satélite seja colocado em órbita, a Airbus DS fornecerá imagens geradas por sua constelação de satélites óticos e de radar por meio de uma estação de recepção instalada em território peruano. A previsão é que o lançamento ocorra em maio de 2016.

Em janeiro, repercutindo informações da imprensa local, o blog Panorama Espacial já havia indicado que o Peru estava próximo de anunciar a escolha de seu primeiro satélite (veja a postagem "Peru próximo de seu primeiro satélite").

Com este anúncio, o país andino se soma à Argentina, Brasil, Chile e Venezuela, nações sul-americanas que já contam com sistemas espaciais próprios de observação terrestre. Outros países da região, como a Bolívia e a Colômbia também têm planos de adquirir seus meios próprios.
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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Cooperação Brasil - Alemanha

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Entre os dias 13 e 23 de outubro de 2013, uma comitiva do governo brasileiro, chefiada pelo Major-Brigadeiro José Euclides da Silva Gonçalves, diretor do Departamento de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa, esteve na Alemanha para discussões e busca de oportunidades envolvendo as bases industriais do Brasil e do país europeu. Algumas das discussões envolveram parcerias no campo espacial.

A comitiva visitou instalações do Centro Aeroespacial Alemão (DLR, sigla em alemão) em Berlim e Bremen, onde pode conhecer tecnologias relacionadas a sensores de alta resolução espectral, na área visível e infravermelha da radiação eletromagnética, bem como processamento de dados de imagem em tempo real. Foi discutida a possibilidade de intensificar o intercâmbio de atividades do DLR com o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), de São José dos Campos (SP), além de possibilidades em satélites de observação relacionadas ao Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), do Ministério da Defesa. O DCTA e o DLR cooperam há mais de quarenta anos, com importantes projetos em foguetes de sondagem, tecnologias de reentrada atmosférica e no VLM.

O roteiro de visitas também incluiu a empresa OHB-System, que tem sede em Bremen e integra alguns dos programas de satélites chaves da Europa e Alemanha, como o sistema de navegação Galileo e os satélites de observação SAR-Lupe (do Ministério da Defesa alemão), entre outros.

A OHB informou o MD sobre seu interesse em buscar fornecedores de componentes qualificados, havendo possibilidade para indústrias brasileiras, como a Opto Eletrônica, a Fibraforte e a Mectron. Na área de satélites, foram citadas ainda possíveis colaborações com a Bradar (antiga Orbisat), o DCTA e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Outra empresa visitada foi a divisão alemã da Astrium (hoje, Airbus Defence & Space), líder no setor espacial na Europa, com capacitações em todos segmentos (satélites, sondas, missões tripuladas, serviços e veículos de lançamento). Foram mencionadas possibilidades de parcerias com a Visiona Tecnologia Espacial e Opto Eletrônica, além de veículos lançadores.
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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Argentina: avanços do ARSAT-1

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Se a economia argentina não se encontra nos seus melhores dias, o mesmo não se pode dizer de seu programa espacial. Na semana passada, o Ministerio de Planificación, Inversión Publica e Servicios divulgou ontem (10) nota informando sobre a finalização dos ensaios de vibração do modelo de voo do ARSAT-1, primeiro satélite geoestacionário de comunicações desenhado, integrado e testado pelo país sul-americano.

O satélite, aliás, tem sido submetido a ensaios no Centro de Ensayos de Alta Tecnología (CEATSA), localizado dentro das instalações da fabricante INVAP, em Bariloche. O CEATSA foi constituído em 2010 sob a forma de uma sociedade anônima e tem por sócios as estatais INVAP e ARSAT, esta última a operadora do satélite homônimo quando em órbita. Anteriormente, os satélites argentinos (de aplicações científicas e observação) e inclusive partes do ARSAT-1, foram testados no Brasil, nas instalações do Laboratório de Integração e Testes (LIT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP).

No momento, o satélite está passando por ensaios acústicos e, em seguida, será submetido à campanha de ensaios de rádio-frequência. No mês de maio, o satélite deve ser transportado para Kourou, na Guiana Francesa. de onde deve ser lançado ao espaço no início de julho por um Ariane 5, operado pela Arianespace.

Segundo o ministro Julio de Vido, "com o avanço satisfatório das provas, estamos mais próximos do objetivo de pôr em órbita um satélite de comunicações completamente nacional, alcançando nossa independência e soberania satelital". "Estes satélites não são um feito isolado, mas são parte de uma política impulsionada por Néstor Kirchner e continuada pela presidente Cristina Fernández de Kirchner, que permitiu criar a ARSAT, como uma ferramenta que em princípio nos permitirá manter o serviço satelital e que hoje possibilita avançar com a soberania aeroespacial, e que, com o forte impulso que está dando a presidente, nos permitirá realizar uma missão satelital completa, incluindo a colocação em órbita", completou.

A nota do governo também faz referência a importância estratégica do projeto. "Cabe destacar a importância estratégica do desenvolvimento deste satélite em nosso país, não apenas do ponto de vista comercial mas também geopolítico, abrindo uma nova fonte de ingressos [de recursos] para o país a partir da comercialização de serviços satelitais a nível internacional."

Com vida útil estimada em 15 anos, o ARSAT-1 ocupará a posição orbital 72º Oeste e contará com 24 transpônderes em banda Ku para fornecer serviços de transmissão de dados, telefonia e televisão para a região do Cone-Sul. Seus subsistemas críticos foram fornecidos pela Airbus Defence & Space (antiga Astrium), e as cargas úteis contratadas junto à Thales Alenia Space.

ARSAT-2

Enquanto o ARSAT-1 se aproxima do lançamento, seu "irmão" ARSAT-2 se encontra numa etapa avançada de integração, próxima da junção dos módulos de serviço e de comunicações. A expectativa é que a campanha de ensaios ambientais seja iniciada em setembro, de forma que o satélite esteja pronto para voo em meados de 2015.
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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Peru próximo de seu primeiro satélite

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Há grande expectativa de que, muito em breve, possivelmente neste mës de janeiro, o governo do Peru finalmente anuncie a compra de seu primeiro satélite de observação terrestre. Em 14 de dezembro, foi publicado um decreto que declarou de interesse nacional a "contratação de um sistema satelital para a implementação e desenvolvimento do Centro Nacional de Operações de Imagens Satelitais do Peru - CNOIS".

O decreto é baseado em expediente preparado pela agência espacial do país, a Comisión Nacional de Investigación y Desarollo Aeroespacial - CONIDA, que conta ainda com um estudo de mercado e informe técnico-econômico. Segundo notícias da imprensa local, a proposta apresentada pela companhia francesa Astrium (hoje, Airbus Defence & Space), envolvendo um satélite com resolução submétrica (70 cm com faixa de 14 km) seria a favorita. Outros proponentes seriam a Surrey Satellite Technology Limited (SSTL), do Reino Unido (87 cm de resolução, com faixa de 21 km), e empresas da Coréia do Sul, Espanha e Israel.

As intenções peruanas datam de meados de 2005, mas foram aceleradas a partir do momento em que o Chile, um rival histórico, passou a contar com seu sistema próprio, o SSOT, adquirido junto à Astrium em 2008 e colocado em órbita em dezembro de 2011. Nas últimas semanas, as forças armadas peruanas anunciaram importantes aquisições de equipamentos militares, como aeronaves de transporte da Itália e helicópteros da Rússia.
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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Satélite da Astrium para a DIRECTV Latin America




A companhia europeia Astrium anunciou hoje (24) a sua contratação pela DIRECTV Latin America, dos EUA, para a construção de um novo satélite de comunicações a ser colocado em órbita no início de 2016.

O satélite, baseado na bem sucedida família Eurostar E3000, contará com 60 transpônderes em banda Ku para transmissão de sinal de TV em alta definição por todo o Brasil.

"A DIRECTV está buscando estender seu forte relacionamento com a Astrium para o desenvolvimento de seus satélites críticos de alta potência de transmissão", afirmou em nota Phil Goswitz, vice-presidente sênior da divisão Space and Communications da DIRECTV. "O novo satélite nos permitirá continuar a tomar vantagem da tremenda oportunidade para crescimento no Brasil."

Este novo contrato é mais um sinal sobre o bom momento por que passa o setor de comunicações via satélite na América Latina. Nos últimos meses, foram várias as notícias sobre novos satélites contratados ou colocados em órbita para operadores como a SES, Eutelsat, Hispasat e Star One.
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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Novos contratos da Arianespace: Brasil é destaque

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No início desta semana, por ocasião do World Satellite Business Week 2013, tradicional evento do setor comercial espacial organizado pela Euroconsult a cada em Paris, França, a europeia Arianespace anunciou a assinatura de cinco novos contratos de lançamento, além de sua seleção pela Visiona Tecnologia Espacial para a colocação em órbita do SGDC-1, já noticiada pelo blog em meados de agosto.

O Brasil ocupou posição de destaque nos anúncios. Além da assinatura do contrato para o Star One D1, da operadora Star One, subsidiária da Embratel, outro satélite destinado ao mercado nacional, da norte-americana DIRECTV, voará a bordo de um Ariane 5. O nome, aliás, é sugestivo: SKY Brasil-1 (IS-32). Em construção pela Astrium (Airbus Defence & Space), o satélite terá mais de 6 toneladas e contará com 81 transpônderes operando nas bandas Ku e Ka. Seu lançamento está previsto para o terceiro trimestre de 2016.

"O IS-32 será um dos dois satélites que apoiarão nosso negócio SKY Brasil, provendo capacidade para a entrega de produtos e serviços para nossa crescente base de clientes no Brasil", declarou em nota Bruce Churchill, presidente da DIRECT Latin America.

Desde o início do ano, a Arianespace assinou um total de treze contratos de lançamento, num valor total estimado em mais de um bilhão de euros, equivalente a 62% do mercado.

Ainda este ano, previsto para dezembro, deve acontecer o lançamento do Amazonas 4A, da Hispasat, que atenderá o mercado latino-americano e o Brasil (banda Ku). O satélite está sendo construído pela Orbital, dos EUA, e também voará a bordo de um Ariane 5.

Nos últimos meses, aliás, foram várias as notícias sobre o mercado de comunicações por satélite na região e no Brasil em especial, o que dá uma ideia sobre o grau de "aquecimento" em que se encontra. A seguir, reproduzimos algumas das mais recentes:

- "Space Systems/Loral fabricará Star One D1", agosto.

- "SGDC: Thales Alenia Space e Arianespace são escolhidas", agosto.

- "Novo satélite da Eutelsat para o Brasil", julho.

- "SES-6, Oi e o mercado de comunicações por satélite", junho.

- "Amazonas 3 em órbita", fevereiro.

- "Star One C3, Amazonas 3, Telespazio e Anik G1...", janeiro.
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sábado, 7 de setembro de 2013

Peru: satélite de observação em 2014?

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O Peru está prestes a adquirir o seu primeiro satélite de observação, de acordo com informações publicadas na imprensa local e especializada.

O processo de busca e negociação do satélite já foi iniciado, sendo vários os candidatos ao seu fornecimento, oriundos de países como França, Israel, Coréia do Sul, Reino Unido e Espanha. De acordo com parlamentares do Congresso peruano, o contrato de aquisição do satélite, que pode envolver investimentos de mais de 200 milhões de dólares, deve ser assinado no primeiro semestre de 2014, após o término do processo de seleção. Um dos requisitos mais importantes será a transferência tecnológica, a ser negociada entre governos.

As intenções peruanas datam de meados de 2005, mas foram aceleradas a partir do momento em que o Chile, um rival histórico, passou a contar com seu sistema próprio, o SSOT, adquirido junto à europeia Astrium e colocado em órbita no final de 2011.
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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Satélites de observação na América do Sul

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Satélites de Observação Terrestre na América do Sul - Um panorama

André M. Mileski

Nos últimos anos, o número de países que passaram a deter meios autônomos de observação terrestre a partir do espaço cresceu consideravelmente. Na América do Sul, não tem sido diferente, com aqueles que já têm tradição em atividades espaciais, como Brasil e Argentina, lançando novas missões, o Chile e a Venezuela se juntando ao clube, e outros como Colômbia, Peru e Bolívia prestes a integrá-lo.

Argentina

O programa argentino de satélites de observação é hoje um dos mais avançados da América do Sul, ao lado do brasileiro, abrangendo missões tanto óticas como radar, geralmente implementadas em parceria internacional. Seu primeiro sistema de sensoriamento remoto foi o SAC-C, lançado em 21 de novembro de 2000, e que contava com dois sensores óticos com resoluções nas faixas de 35 a 350 metros, destinados a produzir imagens multiespectrais para estudos da Terra, além de sensores científicos específicos. A missão foi realizada em cooperação com a agência espacial norte-americana (NASA), e institutos de pesquisas da Europa e o Brasil, que executou os testes finais do artefato no Laboratório de Integração e Testes (LIT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP).

Passo seguinte foi dado com o SAC-D/Aquarius, desenvolvido em regime de cooperação internacional, com participação de institutos dos Estados Unidos, França, Itália, Canadá e Brasil, e colocado em órbita em 10 de junho de 2011. Muito embora tenha caráter mais científico (o sensor Aquarius, fornecido pela NASA, é um radiômetro em banda L para medição da salinidade dos oceanos), o satélite também foi equipado com uma câmera de alta sensibilidade (visualização de iluminação urbana, embarcações, tormentas elétricas, cobertura de neves), com 200/300 metros de resolução, e um sensor infravermelho (imageamento de incêndios e atividades vulcânicas), com resolução de 350 metros.

Atualmente, a Argentina é o único país sul-americano a desenvolver de fato uma constelação de satélites com tecnologia de radar de abertura sintética (SAR, sigla em inglês), capaz de imagear a superfície terrestre independente de luz e cobertura de nuvens, no âmbito do projeto SAOCOM. O projeto, que integra o Plano Espacial Nacional e é tocado pela Comisión Nacional de Actividades Espaciales (CONAE), prevê a construção de duas constelações, a SAOCOM 1 e SAOCOM 2, cada uma sendo composta por dois satélites. Os artefatos da primeira constelação estão em desenvolvimento e devem ser lançados a partir do ano que vem, tendo vida útil estimada em cinco anos. Contarão com um sensor radar operando em banda L, com resolução espacial entre 10 e 100 metros e cobertura de 35 a 350 km, com diferentes ângulos de observação. Quando em operação, o SAOCOM integrará o Sistema Ítalo-Argentino de Satélites para a Gestão de Emergências (SIASGE), considerado único no mundo, que envolverá a integração dos engenhos argentinos com a constelação italiana COSMO-SkyMed.

Outro plano é o do Satélite Argentino-Brasileiro de Informações Ambientais Marítimas - SABIA-Mar (designado localmente como SAC-E), discutido desde o final de 1998 com o vizinho, mas que apenas recentemente recebeu um novo impulso para a sua viabilização.

Brasil

O Brasil foi o sul-americano pioneiro na exploração espacial, inclusive em sensoriamento remoto a partir do espaço. Em abril de 1973, o País se tornou o terceiro no mundo – depois dos Estados Unidos e do Canadá – a dispor de uma estação terrena de imagens de satélite, no caso, o norte-americano ERTS-1 (que originou a família Landsat), instalada em Cuiabá (MT) e operada pelo INPE.

A busca pelo desenvolvimento de alguma autonomia em imageamento a partir do espaço veio com a Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), lançada no final da década de 1970, objetivando capacitações nos segmentos de lançadores (programa VLS), satélites e infraestrutura terrestre (laboratórios e centros de lançamentos). A MECB previu o desenvolvimento e construção de dois satélites de sensoriamento, começando-se pelo SSR-1, que mais tarde veio a ser conhecido pelo nome Amazônia-1.

O Amazônia-1 ainda não teve seu projeto concluído, o que é aguardado para os próximos anos, em 2015. Baseado na Plataforma Multimissão (PMM), desenvolvida pelo INPE em conjunto com a indústria nacional, será equipado com uma câmera de 40 metros de resolução e faixa de cobertura de 750 quilômetros, que produzirá imagens da Terra para aplicações no agronegócio, meio-ambiente, monitoramento de recursos naturais e em outros fins. Após o lançamento do Amazônia-1, espera-se que outros dois modelos sejam colocados em órbita, o Amazônia-1B, em 2017, e o Amazônia-2, em 2019.

Quase dez anos após a MECB, os governos do Brasil e da China assinaram um acordo de cooperação tecnológica visando ao desenvolvimento de dois avançados satélites de sensoriamento remoto, dentro do programa CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite), que desde então tem contribuído significativamente para a capacidade nacional em obter, processar e interpretar imagens geradas a partir do espaço.

O acordo, assinado em 1988, contemplava o desenvolvimento e construção de dois satélites idênticos de sensoriamento remoto equipados com sensores óticos. Nos dois primeiros satélites, as responsabilidades não foram divididas igualitariamente: à China, caberia o desenvolvimento, fabricação e custeio do equivalente a 70% do total, enquanto que à parte brasileira, os 30% restantes. O CBERS 1 foi colocado em órbita heliossíncrona, a 778 km de altitude, em 14 de outubro de 1999, e operou até 2003, superando em quase 100% o tempo de sua vida útil estimada, de dois anos. O segundo, por sua vez, subiu ao espaço em 21 de outubro de 2003. Em novembro de 2002, os dois governos firmaram um novo acordo prevendo a continuidade do CBERS com a construção de outras duas unidades - CBERS 3 e 4, maiores e mais sofisticados, com sensores óticos com resoluções na faixa de 5 a 70 metros. Foi definida, também, uma nova divisão dos investimentos, agora igualitária, cada um respondendo por 50%.

Depois da entrada em órbita do CBERS 2, e considerando-se na época que o CBERS 3 o seria apenas em 2009 (este satélite ainda não foi lançado, com previsão para o final de 2013), o INPE e sua contraparte chinesa decidiram construir um novo, idêntico aos de primeira geração, chamado CBERS 2B, de modo a cobrir o hiato da retirada de operação do último exemplar da série inicial, e a entrada de seu sucessor da segunda série. O CBERS 2B foi lançado em setembro de 2007.

O INPE vem trabalhando há vários anos no conceito de um satélite radar (SAR) que, inicialmente, seria desenvolvido em conjunto com instituições da Alemanha, baseado na PMM [Nota do blog: na ilustração acima, no início da reportagem, o MAPSAR]. O sistema é tido como essencial para as necessidades brasileiras, em particular no monitoramento do desmatamento na Amazônia, tendo em vista a sua capacidade de imageamento em quaisquer condições de tempo. No projeto atual, conforme previsto no Programa Nacional de Atividades Espaciais - PNAE 2012 - 2021, o SAR deverá ser dotado de um imageador radar de abertura sintética, operando em vários modos, com múltiplas resoluções na faixa de 5 a 30 metros, destinado à aplicações voltadas ao meio-ambiente, agricultura, defesa, etc. Seu lançamento é previsto para 2020.

Das missões espaciais de observação terrestre, a mais recente é a SABIA-Mar, desenvolvida pelo Brasil e pela Argentina. Trata-se de um sistema completo de observação da Terra dedicado ao sensoriamento remoto de sistemas aquáticos oceânicos e costeiros, baseado em uma constelação de dois satélites. Além da missão primária, os artefatos poderão, também, observar águas interiores, e obter dados em escala global da cor dos oceanos. Suas imagens poderão ser usadas em aplicações relacionadas à pesca e na aquicultura, no gerenciamento costeiro, no monitoramento de recifes de coral, de florações de algas nocivas e de derrames de óleo, na previsão do tempo, na análise da qualidade das águas, entre outras.

Os artefatos terão cerca de 500 kg, baseados na PMM, e cada um levará uma câmera multiespectral, com possibilidade de cargas úteis secundárias. A partilha das tarefas será de 50% para cada país. Estão em desenvolvimento as Fases 0 (análise da missão e identificação das necessidades) e A (análise de viabilidade técnica e industrial) da missão, tocadas pelo INPE, do lado brasileiro, e pela CONAE, do argentino. O primeiro modelo deve estar em órbita em 2019.

Chile

Em julho de 2008, após um processo de seleção que envolveu os principais fabricantes mundiais, o Chile se tornou o terceiro país do subcontinente a contratar um sistema espacial de observação, encomendando um microssatélite junto à europeia Astrium, do grupo EADS, num negócio avaliado em US$ 72 milhões.

Lançado no final de 2011, o SSOT (Sistema Satelital de Observación de la Tierra) é dual, com aplicações civis e militares. O satélite tem 117 kg de massa e conta com um sensor ótico capaz de produzir imagens com 1,45 metros de resolução, para aplicações como mapeamento, agricultura e gerenciamento de recursos e desastres naturais. Sua vida útil é estimada em cinco anos. A partir de uma estação terrestre em Santiago, o satélite é operado por uma equipe de engenheiros chilenos, treinados nas instalações da Astrium, em Toulouse, no sul da França, onde o sistema e o satélite foram desenvolvidos e construídos. Segundo informações de bastidores, o governo chileno já considera alternativas para a manutenção e mesmo ampliação de sua capacidade de observação a partir do espaço.

Venezuela

Em seu governo, o falecido presidente Hugo Chávez buscou colocar a Venezuela em situação de independência em alguns setores considerados estratégicos, como comunicações e observação terrestre. Isso começou com a aquisição de um satélite de comunicações, o Venesat-1, comprado da fabricante chinesa China Great Wall Industry Corporation (CGWIC) e inserido em órbita no final de 2008. A seguir, conforme a tendência mundial, obteve um satélite de observação terrestre, gozando da parceria espacial mantida com os chineses desde o Venesat-1, num investimento de US$ 140 milhões.

A contratação para a construção do satélite, chamado de Francisco Miranda, mas também designado como VRSS-1 (Venezuelan Remote Sensing Satellite) ocorreu em maio de 2011, e foi o segundo feito pela estatal CGWIC para o governo venezuelano. O VRSS-1 também representou o primeiro satélite de observação exportado pela China, que busca firmar-se como player nesse segmento, a exemplo do que já acontece nas comunicações.

O Francisco Miranda foi ao espaço em outubro de 2011, através de um foguete Longa Marcha 2D, a partir do centro espacial de Jiquan, no noroeste da China. De acordo com informações creditadas pela imprensa internacional a Jorge Arreaza, ministro venezuelano da Ciência, Tecnologia e Inovação, por ocasião do lançamento, o VRSS-1 é capaz de produzir imagens com 2,5 metros de resolução, gerando em torno de 350 imagens por dia ao longo de cinco anos. Seus dados têm sido utilizados para operações de planejamento urbano, monitoramento ambiental, de combate à mineração ilegal e ao tráfico de drogas, junto a aplicações em defesa.

Colômbia

Um dos países da América Latina que mais tem crescido nos últimos anos - a previsão é de que nos próximos anos supere a Argentina, tornando-se a terceira maior economia da região, atrás apenas do Brasil e México - a Colômbia também considera em seus planos estratégicos a obtenção de capacidade autônoma de observação terrestre a partir do espaço. Há gestões da Comisión Colombiana del Espacio (CCE) para o desenvolvimento de um programa satelital, iniciativa que deverá envolver parcerias com governos e indústrias estrangeiras. Diversas notícias sobre possíveis parceiros chegaram a ser publicadas, com destaque para Israel - importante parceiro no setor de defesa, e França, e a expectativa é de que a definição sobre o caminho a ser trilhado para a concretização do projeto colombiano ocorra muito em breve.

Recentemente, em fevereiro de 2013, numa entrevista dada à imprensa local, o vice-presidente colombiano, Angelino Garzón, deu enfáticas declarações sobre a necessidade do país em dispor de capacidade própria de observação: “Não é justo que a Colômbia, hoje dispondo de uma Força Aérea como a que tem, um instituto geográfico como o Geográfico Agustín Codazzi, tenha que pedir a utilização de parte de satélites para observar nosso próprio território”.

Peru

O Peru também está próximo de concretizar seu programa satelital, segundo indicações dadas por notícias e declarações de autoridades. As intenções peruanas datam de 2006, mas foram aceleradas a partir do momento em que o Chile, um rival histórico, passou a contar com seu sistema próprio, em julho de 2008.

Reportagens e declarações dadas por membros do governo sinalizam que a pretensão é contar com um pequeno satélite de observação com sensores óticos de mesma resolução ou superiores (em torno de 1 metro) ao do SSOT chileno, a ser adquirido junto a fabricantes estrangeiros. Lima, por meio do Ministério da Defesa e da Agencia Espacial del Peru (CONIDA), tem mantido contato com governos e fabricantes interessados em fornecer o sistema satelital, como a França, Israel e Coréia do Sul, entre outros.

Na SITDEF 2013, feira sobre sistemas de defesa, segurança e desastres naturais realizada no último mês de maio em Lima, o projeto peruano foi um dos destaques, abordado em apresentações de entidades envolvidas e também de empresas interessadas em fornecê-lo.

Bolívia

Apesar de ser um dos países mais pobres da América do Sul, durante o governo de Evo Morales, a Bolívia buscou estruturar um programa espacial, e seu primeiro projeto concretizado foi o de um satélite geoestacionário de comunicações, o Tupac Katari, adquirido na China em dezembro de 2010, e previsto para ser colocado em órbita no final de 2013. Um sistema de observação também está nos planos de La Paz para aplicações como o monitoramento de recursos minerais, muito embora não existam indicativos claros sobre a negociação e mesmo disponibilização de recursos para a aquisição.

Fonte: Revista Tecnologia & Defesa n.º 133, julho de 2013.
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domingo, 4 de agosto de 2013

Entrevista com Jean Noel Hardy, diretor da Astrium no Brasil

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Crescer em todas as áreas

O diretor-geral da Astrium do Brasil fala à T&D

Com mais de trinta anos de experiência no Brasil nos setores aeroespacial, de defesa e tecnologia, Jean-Noel Hardy é graduado em engenharia aeronáutica e espacial pela Ecole Nationale Supérieure de l’Aéronautique et de l’Espace, em Toulouse, França, e em direito empresarial pela Universidade de Paris Panthéon-Sorbonne, tendo concluído seu MBA pela Essec Business School, em Paris em 1975. Também é diplomado em matemática e física pela Universidade de Limoges, França. Entre 2004 e 2009, foi diretor-presidente da Helibras, tendo sido figura-chave na negociação de venda de helicópteros EC725 para as Forças Armadas brasileiras, um dos maiores e mais importantes projetos de transferência tecnológica no setor de defesa já firmados pelo País. A partir de julho de 2009, assumiu um novo desafio como diretor para a América Latina da Astrium, divisão espacial do grupo europeu EADS, sendo, em paralelo, diretor-geral da Astrium do Brasil, com a missão de consolidar e ampliar os negócios do grupo na região. É atualmente conselheiro da Equatorial Sistemas, de São José dos Campos (SP), diretor do COMDEFESA, entidade da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), e conselheiro do Comércio Exterior da França.

Jean-Noel gentilmente concedeu esta entrevista exclusiva a André M. Mileski, editor-adjunto de Tecnologia & Defesa, na qual fala sobre a presença e perspectivas da Astrium no Brasil e na América do Sul.

Tecnologia & Defesa - Em 2012, a Astrium anunciou a criação de uma subsidiária no País, a Astrium Brasil. Qual é o seu significado e objetivo?

Jean-Noel Hardy - Se possível, gostaria em primeiro lugar, de lembrar alguns detalhes sobre a Astrium. Ela é de fato a maior empresa do setor espacial na Europa, e de longe. Ela se situa em terceiro lugar no ranking mundial.

Duas interessantes peculiaridades: a empresa não é ligada a um único país, mas é genuinamente europeia, com instalações significativas em cinco países: França, Alemanha, Reino Unido, Espanha e Países Baixos. Com cerca de 18 mil funcionários, tem um faturamento anual da ordem de 5 bilhões de euros. Além disso, é uma das poucas empresas do setor que dominan todo o leque de atividades espaciais, dos lançadores, como o Ariane, até os serviços ao usuário final, passando por todos os tipos de satélites, de comunicação, de observação ou mesmo científicos. 

Não há dúvida de que o Brasil tem todas as características para se tornar, para valer, uma potência espacial, e a ambição de nossa empresa é de ser um parceiro essencial deste destino. Para concretizar essa visão, se tornou evidente que tínhamos que ter uma base permanente e sólida no País para mostrar a seriedade de nosso propósito, e também para termos uma ferramenta prática para construir parcerias, alianças; em uma palavra, para contribuirmos da melhor maneira possível aos atuais e futuros programas espaciais brasileiros. A Astrium Brasil tem também a vocação de operar, a partir daqui, nos principais países da América Latina.

T&D - A Astrium não foi préselecionada para o projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), anunciado no início de maio. Isso muda algo nos planos da companhia para o Brasil?

Hardy - Seria desonesto de minha parte dizer que não foi uma grande decepção, ainda mais que objetivamente a Astrium é uma das pouquíssimas empresas que tem real experiência, comprovada nos fatos, de construir um satélite para cumprir a missão do SGDC. Mas, não nos cabe comentar o processo de seleção conduzido com seriedade pela Visiona. No entanto, acreditamos que o Brasil oferecerá muitas outras oportunidades de desenvolver as parcerias que desejamos, e sabemos de experiência que o espaço é uma atividade de longo prazo. O episódio do SGDC não altera de maneira alguma nosso compromisso com o Brasil e suas ambições espaciais.

T&D - Qual é a sua visão sobre o mercado brasileiro de comunicações por satélite, tanto governamental como privado?

Hardy - No que diz respeito ao mercado civil de comunicações por satélite, acreditamos que as tendências que se verificam no resto do mundo devam se repetir no Brasil, adaptadas às condições locais. Os drivers que estão atualmente levando o mercado para a frente são TVHD, TV3D e “High Speed Internet”. Tudo isso leva a satélites maiores e mais possantes. Do ponto de vista governamental, temos, no Brasil, que contar com um território imenso, uma infraestrutura no solo às vezes insuficiente para garantir, sem falhas ou riscos, o perfeito funcionamento das comunicações do poder público. Isso deve favorecer, em médio prazo, o surgimento de um satélite de telecomunicações administrativas governamentais.

Para as comunicações ligadas à defesa, o SGDC, que deve ser contratado em breve, irá trazer uma solução, pelo menos para um certo tempo. Todavia, as exigências de comunicações ligadas ao desdobramento dos sistemas integrados de vigilância, tais como o SISFRON ou o SisGAAz, sobre áreas gigantescas, poderão evidenciar a necessidade de mais capacidade, que poderá ser resolvida a prazo com um satélite adicional dedicado às comunicações estratégicas e, pontualmente, com a contratação de “airtime” nas bandas pertinentes, tais como a banda-X.

T&D - A Astrium é uma das poucas empresas internacionais do setor espacial com presença industrial no Brasil, por meio da Equatorial Sistemas. O senhor poderia falar um pouco sobre esta plataforma local e como ela pode contribuir para o desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro?

Hardy - A parceria com a Equatorial Sistemas é bastante antiga. Na verdade, começou em torno do ano 2000, quando as duas empresas cooperaram no projeto HSB (Humidity Sounder Brazil), um dos seis instrumentos embarcados a bordo do satélite de observação AQUA, lançado pela NASA, norte-americana, em 2002.

De lá para cá, as relações se estreitaram e a Astrium se tornou acionista da Equatorial Sistemas em 2006. Em seguida, participou de vários aumentos de capital com o objetivo de reforçar a empresa. Em paralelo, as duas cooperaram em vários programas brasileiros, entre os quais o mazônia-1, para o qual fornece o “Digital Data Recorder” (DDR), equipamento de última geração. A Equatorial Sistemas, em parceria com a Opto, também desenvolve e fornece o instrumento “Wide Field Instrument”(WFI) para o programa CBERS, do INPE. Interessante salientar que a Equatorial obteve ao apoio da FINEP para vários programas de pesquisa e desenvolvimento nas áreas de optrônica aplicada ao espaço e à defesa.

A Equatorial Sistemas, ao longo de seus anos de existência, construiu uma fama justificada de credibilidade e competência no setor espacial brasileiro. A aproximação com a Astrium e seu acervo tecnológico só faz reforçar a legitimidade técnica e industrial da empresa. Assim, ela tem todas as condições para ser um “player” de primeiro plano nos próximos programas nacionais de satélites, quer sejam civis, quer sejam mais voltados para o lado de defesa. Há uma grande probabilidade que os próximos programas sejam de observação, campo no qual a Equatorial tem ampla experiência...

Além de suas instalações próprias em São José dos Campos, com várias salas limpas e equipamentos altamente especializados, a empresa tem acordos de parceria com empresas brasileiras dos ramos que apresentam competências complementares. A visão da Astrium é que a Equatorial Sistemas se fortifique cada vez mais no País e se torne o nosso verdadeiro braço industrial brasileiro. Tudo indica que isso pode acontecer num futuro próximo.

T&D - A Astrium tem uma importante presença no País com a sua divisão de imagens de satélite, a Astrium GEO-Information Services. O senhor poderia nos dar um panorama sobre a divisão e seus negócios?

Hardy - A Astrium GEO-Information Services é uma líder mundialmente reconhecida no setor e se beneficia de mais de 25 anos de experiência das empresas Spot Image e Infoterra. Tem acesso exclusivo aos dados dos satélites TerraSARX, Pléiades, SPOT e distribui dados de outros sensores de diversas características, podendo assim atender uma grande variedade de necessidades dos usuários finais. A empresa se estabeleceu no Brasil, em São Paulo, no início de 2009, para se aproximar do mercado brasileiro e assim atendê-lo melhor. No País, ela dispõe de uma rede de parceiros, todos especialistas em imagens de satélites e suas mais diversas aplicações. Com esses parceiros, já produzimos mosaicos de imagens de satélite de alta resolução de mais de oito estados da Federação.

Além de grandes empresas como a Petrobras ou a Vale, atendemos também o agronegócio e vários ministérios, tais como Defesa, Meio Ambiente e Agricultura, além de várias ONGs. Vale a pena destacar que nossos produtos foram usados e testados em projetos de produção do Cadastro Ambiental Rural, também conhecido como CAR. Com o novo Código Florestal, outros grandes projetos dessa natureza deverão sustentar a demanda por imagens no futuro.

T&D - No ano passado, o grupo anunciou sua participação no programa Ciência sem Fronteiras, do Governo Federal, ao oferecer vagas de estágios para profissionais brasileiros. O senhor poderia comentar sobre o envolvimento da Astrium com esta iniciativa?

Hardy - Ciente do interesse do Governo Federal em incentivar a ida ao exterior de estudantes brasileiros, notadamente no âmbito do programa Ciência sem Fronteiras, a Astrium, concomitantement com uma visita da presidente Dilma Rousseff à França, em final de 2012, ofereceu 20 vagas de estágios nas suas instalações europeias para serem ocupadas por brasileiros. A implementação deste compromisso assumido pelo CEO mundial da Astrium, François Auque, está atualmente acontecendo de acordo com as modalidades técnicas do programa.

A Astrium acredita muito nas virtudes da pesquisa tecnológica, da inovação e da formação superior e, nesse sentido, tem tomado algumas iniciativas interessantes. Por exemplo, o melhor aluno de engenharia aeroespacial do ITA recebeu um convite para passar alguns meses nas instalações da Astrium na Europa para acompanhar pesquisas do interesse dele, na área da propulsão, se não me engano. Existem outras iniciativas, cujos resultados não foram ainda publicados. Posso, todavia, adiantar que, após um processo de seleção, a Astrium e a Equatorial irão apoiar, inclusive financeiramente, um ou dois projetos de pesquisas conduzidos por laboratórios ou universidades
brasileiras.

T&D - Recentemente, a Astrium inaugurou no Rio de Janeiro um escritório para sua divisão de serviços em comunicações. Qual é a atuação da empresa nesse campo no País?

Hardy - Na realidade, é a consequência direta da aquisição da empresa Vizada por nosso grupo em 2012. Estamos reorganizando a operação da Vizada no Brasil numa nova empresa que acabamos de criar efetivamente, a Astrium Serviços de Comunicação. A atuação dessa empresa será orientada essencialmente para dois segmentos: primeiro, o de comunicação marítima (“Maritime”) provendo soluções de comunicação de voz, dados e internet via satélite para embarcações que naveguem na costa brasileira; segundo, é o de soluções móveis via satélite (MSS), que abrange o portfólio de serviços INMARSAT, como BGAN para comunicação terrestre; FLEET BROADBAND, para comunicação embarcada; SWIFT BROADBAND, para comunicação aeronáutica; e ISATPHONE, para telefonia. Dentro deste segmento a Astrium também dispõe de soluções de telefonia via satélite IRIDIUM e soluções de comunicação M2M SKYWAVE.

T&D - E as expectativas?

Hardy – São de crescimento em todas as áreas. A Astrium atuará como provedora desses serviços através de canais e também diretamente. Nossa ambição é nos tornarmos um “player” importante no segmento “Maritime”, onde a Astrium tem grande participação e experiência internacional, junto a empresas transportadoras e ligadas a atividades do pré-sal. No segmento MSS, nosso objetivo é atuar em parceria com nossos canais para que estes aumentem sua participação de mercado. No nosso negócio, o “céu” não tem limites, apenas oportunidades!

T&D - A empresa é também um importante player mundial no campo de lançadores espaciais, e o Brasil está em busca de acesso autônomo ao espaço. A empresa tem olhado oportunidades neste segmento?

Hardy - Efetivamente, a Astrium é um “player” de primeira linha em nível mundial na área de lançadores de satélite e, certamente, o líder europeu neste setor. Basta lembrar que a Astrium é o “prime contractor” do foguete europeu Ariane, lançado de Kourou, na Guiana Francesa, e que, no dia 5 de junho, alcançou a marca incrível de 55 tiros seguidos bem sucedidos; desta vez, ele levou com sucesso o veículo de reabastecimento automático (ATV 4 - “Albert Einstein”), também construído pela Astrium, até a ISS (International Space Station). O ATV4 é a maior carga já transportada pelo Ariane: 20,2 toneladas. Além do Ariane, Astrium contribui para outro programa europeu de lançador, o Vega, com elementos essenciais, tais como os algoritmos de guiagem e controle, o software embarcado, o sistema de controle de atitude e equipamentos aviônicos e componentes estruturais.

Com tal experiência, é óbvio que acompanhamos com interesse os esforços brasileiros para alcançar o acesso autônomo ao espaço que o País legitimamente vem buscando. Neste contexto, a abertura para o diálogo tem sido evidente e sempre mantemos contatos regulares com o DCTA e o IAE há já vários anos.

T&D - Além do Brasil, há na América do Sul outros importantes mercados no campo espacial. A Astrium, por exemplo, já tem negócios na Argentina e no Chile, para citar dois países. Quais são as perspectivas de outros na região?

Hardy - A América do Sul é, de maneira geral, uma região que está com perspectivas promissoras no campo espacial. E é verdade que, além das fronteiras do Brasil, existem perspectivas na área.

A Argentina tem sido para a Astrium um importante cliente. Vem construindo seu primeiro satélite de telecomunicações, o Arsat-1, para o qual fornecemos importantes componentes da plataforma. Esperam-se as gerações seguintes Arsat-2 e Arsat-3 cuja cobertura deverá ser maior do que o primeiro.

O Chile é também um cliente significativo, sendo o primeiro país da região a adquirir seu próprio satélite de observação de alta resolução, o SSOT (ou FASat- Charlie), colocado em órbita em dezembro de 2011. Com uma resolução de 1,5 metros, o satélite de pouco mais de 100 kg de massa ao lançamento, foi desenvolvido e construído pela Astrium em Toulouse, com um time de engenheiros chilenos acompanhando as operações fabris “in situ”. Existem no Chile ideias para a próxima geração de satélites de observação, e também se comenta a respeito de um possível programa de satélite de telecomunicações, já que o último terremoto mostrou a vulnerabilidade das infraestruturas de “telecom” no solo, cujo disfuncionamento na ocasião foi crítico.

Outros países, como o Peru e a Colômbia, apresentam perspectivas comerciais interessantes, a médio prazo. Constata-se um interesse importante para os sistemas de observação da Terra por satélite cujas aplicações vão desde a segurança das fronteiras até o monitoramento ambiental, passando pela agricultura, a prevenção dos riscos naturais ou o monitoramento do crescimento urbano.

Em todos os casos, a América do Sul é um vasto mercado para o fornecimento de imagens ópticas ou radar de observação da Terra, bem como para serviços de comunicações comerciais ou públicas. A região toda oferece espaço para crescer, sem trocadilho!

Fonte: Tecnologia & Defesa n.º 133, julho de 2013.

Nota do blog: na última quarta-feira (31), A EADS anunciou uma ampla restruturação de suas unidades, a ser implementada em 2014, e que resultará na alteração de seu nome para Airbus Group. A companhia passará a ser formada por três divisões: a já existente Airbus, responsável por aeronaves comerciais; Airbus Defence & Space, que resultará da fusão da unidade Cassidian, de defesa e segurança, da Astrium, de espaço, e da Airbus Military, de aeronaves militares; e a Airbus Helicopters (novo nome da Eurocopter). A restruturação deverá ter reflexos em todo o mundo, inclusive no Brasil, onde a Astrium, Cassidian e Airbus Military já estão presentes.
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quarta-feira, 12 de junho de 2013

ACS e lançadores no Valor Econômico

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Brasil e Ucrânia ampliam capital da binacional ACS

Por Virgínia Silveira | Para o Valor, de São José

O governo brasileiro aprovou, no dia 29 de maio, aumento de capital na empresa binacional ACS (Alcântara Cyclone Space), no valor de aproximadamente US$ 420 milhões. Com a decisão, que também já havia recebido sinal verde do governo ucraniano, sócio na companhia, o capital da ACS passará dos atuais US$ 498 milhões para US$ 920 milhões. Os custos desse aumento serão divididos em partes iguais entre os dois países, informou o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marco Antônio Raupp.

O aumento de capital, segundo Raupp, acontece porque os recursos destinados às atividades da ACS - desenvolvimento do foguete Cyclone 4 e a construção de uma base de lançamento para o foguete em Alcântara - foram considerados insuficientes.

Com a injeção de novos recursos, de acordo com Raupp, as obras no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, para o Cyclone 4 poderão ser retomadas. As obras tinham sido paralisadas por conta da falta de pagamento às empreiteiras, informação que o ministro não confirma.

"As obras não foram paralisadas. Apenas diminuíram de intensidade por causa do regime de chuvas na região. A ACS é devedora às empreiteiras, mas como essas empresas são grandes, as obras não são paralisadas porque se deixou de pagar um mês", explicou.

O aumento de capital e a melhoria da questão meteorológica, na opinião do ministro, devem resolver de vez os problemas relacionados à preparação da base de Alcântara para o Cyclone 4.

Atualmente, segundo o ministro, 40% das obras do sítio do Cyclone 4 estão concluídas. Na área de lançamento do VLS, o governo finalizou a construção da Torre de Lançamento, assim como pequenas melhorias e modernizações dos sistemas de operação da base. A nova torre de lançamento custou cerca de R$ 44 milhões.

O Centro de Lançamento de Alcântara apresenta uma localização estratégica, próximo da linha do Equador e a vantagem de ter o Oceano Atlântico a leste e ao norte. Desta forma, parte dos foguetes lançados dali caem no mar, longe de áreas habitadas. Segundo estudos feitos pela ACS, a estimativa para lançamento de satélites até 2020 é da ordem de 1.145, dos quais 244 são satélites comerciais. O objetivo da binacional é lançar de três a quatro satélites por ano.

"O programa com a Ucrânia se justifica comercialmente por ter a oportunidade de prestar esse serviço de lançamento e por razões estratégicas e de interesse do Brasil de ter em Alcântara dois sítios de lançamento, um para o VLS e outro para o Cyclone 4", disse.

A operação comercial de lançamentos de satélites em Alcântara, no entanto, depende de um acordo com os Estados Unidos, já que mais de 80% dos satélites comerciais lançados hoje no mundo são de origem americana.

"O Ministério das Relações Exteriores já retomou as negociações com os EUA em relação à definição de um novo acordo de salvaguardas tecnológicas. O acordo do passado está sendo rediscutido em outras condições", disse o ministro. Raupp se refere ao acordo de salvaguardas tecnológicas barrado pelo Congresso em 2002, principalmente por conta das restrições feitas ao desenvolvimento do Brasil na área espacial.

Com o novo acordo, segundo ele, o negócio da ACS tem mais condições de ser viabilizado, já que os clientes americanos representam uma parcela significativa desse mercado. "Se fizermos acordo com os EUA, não será difícil depois fazer o mesmo com o Japão e a Europa", disse. O ministro lembra que o Brasil já tem acordos de salvaguarda tecnológica com a Ucrânia e a Rússia.

Com a Ucrânia, especialistas argumentam que o acordo assinado não é vantajoso para o Brasil, porque não permite que o país tenha acesso às tecnologias espaciais associadas ao Cyclone 4, de forma proporcional à participação financeira brasileira no programa.

Programa de lançadores sofre escassez de investimento

De São José dos Campos

O programa brasileiro de lançadores também sofre com a falta de investimentos. Segundo o Valor apurou, os recursos que estavam previstos no PNAE (Programa Nacional de Atividades Espaciais) para os foguetes em 2013 ainda não foram liberados. Os foguetes VLS Alfa e VLS Beta, por exemplo, que tinham R$ 19 milhões planejados, não receberam nada até agora.

No VLM (Veículo Lançador de Microssatélites), dos R$ 25 milhões programados, chegaram somente R$ 10 milhões. O VLS-1 recebeu R$ 16 milhões, de um total de R$ 45,7 milhões previstos no orçamento do PNAE. Os voos de qualificação do foguete, que estavam previstos para o primeiro trimestre de 2014, foi replanejado para entre 2016 e 2017.

Para tentar resolver o problema, o ministro de Ciência e Tecnologia, Marco Antônio Raupp, disse que propôs em parceria com o ministro da Defesa, Celso Amorim, reformulação do orçamento previsto para o desenvolvimento de foguetes no PNAE.

O ministro admite que existe um déficit e que a revisão dos valores de investimento é necessária. "Necessitamos de um pouco mais de investimento para dar prosseguimento aos projetos. Já estamos negociando os novos valores com os órgãos financeiros do governo", disse.

Segundo ele, a proposta que será levada à presidente Dilma prevê um valor de R$ 293 milhões para a qualificação do VLS-1 e do VLM. No PNAE, os dois projetos têm recursos previstos da ordem de R$ 270 milhões.

O pedido de revisão já foi assinado pelo ministro, que aguarda apenas a assinatura de Amorim, para encaminhar a exposição de motivos à presidente Dilma.

O volume reduzido de aportes em projetos como o VLS e o VLM, segundo o Valor apurou, também já afeta as empresas fornecedoras do programa espacial que, devido à falta de contratos e de novos projetos, estão fazendo demissões. Este é o caso das empresas Orbital, Mectron e Equatorial.

A reformulação do orçamento ao programa de lançadores, de acordo com o ministro, foi proposta pela Agência Espacial Brasileira (AEB) em conjunto com o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), órgão responsável pelo desenvolvimento dos foguetes do programa espacial.

Para dinamizar ainda mais o processo de domínio do Brasil na área de lançadores de satélites, o governo incentiva a formação de uma empresa integradora de lançadores, a exemplo do que foi feito com a Visiona, na área de satélites.

A Visiona, criada a partir de uma associação entre a Telebrás (49%) e a Embraer (51%), tem como foco o programa do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). O primeiro satélite, que está sendo adquirido de fornecedores externos, está previsto para ser lançado entre o fim de 2014 e início de 2015.

O ministro disse que empresas como a Odebrecht já teriam manifestado o interesse em participar de uma composição empresarial na área de lançadores, assim como a Avibras.

"Seria uma formulação empresarial com diferentes acionistas, inclusive uma empresa internacional, mas a articulação do programa continuaria nas mãos do DCTA." Entre as empresas internacionais interessadas, o ministro citas as europeias Astrium e Avio. (VS)

Fonte: Valor Econômico, via NOTIMP.
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segunda-feira, 10 de junho de 2013

SES-6, Oi e o mercado de comunicações por satélite

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No segmento de comunicações comerciais por satélite, a principal notícia na semana passada foi o lançamento do satélite SES-6, da operadora SES, com sede em Luxemburgo, no dia 2, missão com significado especial para o mercado brasileiro: o SES-6, construído pela europeia Astrium e baseado na tradicional e confiável plataforma Eurostar E3000, teve toda a sua capacidade em banda Ku (28 transpônderes operacionais) contratada pela empresa de comunicações Oi, tornando-se a principal cliente do satélite.

O contrato é considerado relevante, uma vez que aquisições de capacidade nesta extensão são incomuns. Indicativo da relevância do contrato, que foi inclusive objeto de reportagem no boletim especializado Space News, foi a colocação do logotipo da Oi na coifa do lançador Proton (no canto superior, acima do logotipo da SES), algo raro (usualmente, são inseridos os logotipos dos operadores do satélite e do lançador, e não de clientes).

Mercado aquecido

O lançamento do SES-6 e o contrato com a Oi são os mais recentes elementos que demonstram o aquecimento do mercado de comunicações por satélite no continente latino-americano, embora não os únicos. Especificamente sobre o Brasil, em setembro de 2012 publicamos uma nota sobre o interesse da Telespazio Brasil em deter uma posição orbital brasileira e operar um satélite de comunicações até o início de 2016, possivelmente com um parceiro local.

A companhia europeia Astrium, do grupo EADS, também está em processo de constituição de uma empresa no Rio de Janeiro (RJ) para o fornecimento de serviços de telecomunicações via satélite para o mercado brasileiro.

No início do ano, foi colocado em órbita o Amazonas 3, primeiro satélite com capacidade em banda Ka para a América Latina, operado e comercializado pela Hispamar (joint-venture da Oi com a operadora espanhola Hispasat). O Brasil, aliás, hoje responde por metade do faturamento da Hispasat, sendo o seu maior mercado. A banda Ka é ideal para disponibilização de internet em banda larga.

Para os próximos meses, é aguardada a publicação pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de editais sobre novas posições orbitais brasileiras para satélites geoestacionários operando em banda Ka, processo que deve gerar grande disputa entre operadores. Em agosto de 2011, a Anatel licitou quatro direitos, arrecadando mais de R$254 milhões.
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terça-feira, 7 de maio de 2013

Vega: segunda missão bem-sucedida


Ontem (06) a noite, ocorreu com sucesso a partir do Centro Espacial da Guiana, em Kourou, na Guiana Francesa, a segunda missão de lançamento do foguete europeu Vega, executada pela Arianespace. O lançador colocou em órbita três satélites de pequeno porte, incluindo dois de observação terrestre: o VNREDSat-1, desenvolvido e fabricado pela Astrium para o governo do Vietnã, e o ESTCube-1, primeiro satélite da Estônia, construído por estudantes da Universidade Nacional de Tartu.

A Astrium recebeu a encomenda do programa VNREDSat-1, da Academia de Ciência e Tecnologia do Vietnã (VAST), em julho de 2010, sob um acordo assinado em 2009 entre os governos francês e vietnamita. Nos termos deste contrato, a Astrium é responsável pelo desenvolvimento, construção e lançamento do satélite óptico VNREDSat-1, capaz de capturar imagens da Terra  com uma resolução de 2,5 metros. No Vietnã, a Astrium também foi a contratante principal do projeto e da construção do segmento de controle em terra do satélite e das estações de processamento e recepção de imagens de satélite. A empresa também foi responsável por treinar os 15 engenheiros vietnamitas que vão operar o satélite.

"O VNREDSat-1 é um dos sucessos de exportação da Astrium Satellites", disse Eric Béranger, CEO da Astrium Satellites. "Este novo satélite é mais uma prova de que as nossas equipes estão entre as melhores do mundo. Além de sua expertise tecnológica e gestão de custos exemplar, eles também fornecem excelente suporte ao cliente abrangendo desde o projeto do sistema até o treinamento de operadores no local. Nós pretendemos continuar trabalhando nesse sentido, estimulando ainda mais nossa competitividade e consolidando nossa posição como principal exportadora mundial de satélites de observação da Terra”.

Com mais este sucesso, a Arianespace confirma a sua posição como a única operadora de serviços de lançamento no mundo com capacidade de lançar ao espaço cargas úteis em todos os tipos de órbitas, dos maiores aos menores satélites geoestacionários, a constelações de satélites e missões para a Estação Espacial Internacional.
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quarta-feira, 1 de maio de 2013

Astrium: plataforma Eurostar bate recorde em órbita


O PRIMEIRO SATÉLITE EUROSTAR DA ASTRIUM BATE RECORDE DE LONGEVIDADE EM ÓRBITA

O satélite Inmarsat-2 F1 foi aposentado após mais de 22 anos e meio em operação bem sucedida, em órbita geoestacionária, sobrevivendo por muito mais tempo que a vida útil projetada que era de 10 anos

30 de abril de 2013 – O primeiro satélite Eurostar, o Inmarsat-2 F1, projetado e construído pela Astrium, empresa líder em tecnologia espacial da Europa, foi aposentado do serviço operacional nesta semana e descontinuado com segurança depois de ter completado uma longa e impecável missão em órbita geoestacionária. Ele permaneceu em operação por 22 anos e meio – sobrevivendo por muito mais tempo que a vida útil projetada que era de 10 anos.

Lançado em outubro de 1990, o Inmarsat 2 F1 foi o primeiro satélite Eurostar da Astrium, e o primeiro satélite comercial do mundo a contar inteiramente com um sistema digital que poderia ser reprogramado em órbita. Os operadores foram beneficiados com um novo conceito de facilidade de operações de satélites, com a navegação solar e autonomia, proporcionando um risco muito menor de erros operacionais, resultando em um excelente histórico de disponibilidade para esta classe de satélite.

O Inmarsat-2 F1 foi o primeiro de uma série de quatro satélites Eurostar E1000 construídos para a Inmarsat. Todas as quatro espaçonaves superaram em muito os seus requisitos de projeto, ultrapassando largamente suas vidas úteis projetadas para 10 anos em órbita: os Inmarsat 2 F3 e F4 foram descontinuados com segurança após mais de 15 e 20 anos em operação, respectivamente, e o F2 ainda está em operação há mais de 22 anos depois de seu lançamento, em março de 1991.

Eric Béranger, CEO da Astrium Satellites, comentou: “A longevidade de 22 anos e meio do Inmarsat-2 F1, inicialmente projetado para uma vida útil de 10 anos, é uma grande conquista que demonstra a expertise das operações da Inmarsat e das equipes de engenharia e apoio da Astrium. A plataforma Eurostar tem evoluído ao longo dos anos, sua performance e sua capacidade foram consideravelmente aprimoradas, mais de 15 anos de vida agora, mas, mais do que nunca, o nosso produto estrela conta com uma forte habilidade de projeto, processos de qualidade e organização, que são fundamentais para garantir a confiabilidade dos nossos produtos.”

O Eurostar é o principal produto carro-chefe da Astrium para satélites geoestacionários de comunicações, no qual muitos satélites bem sucedidos foram construídos, incluindo a altamente sofisticada constelação Inmarsat-4, que oferece serviços de banda larga em uma escala global, de transmissão em alta capacidade e os satélites de banda larga para operadoras líderes em todo o mundo, bem como os satélites de comunicações militares seguras Skynet 5.

Um total de 54 satélites Eurostar foram lançados com sucesso, até hoje, e provam uma alta confiabilidade em órbita. Nenhum jamais foi perdido em órbita. Treze foram aposentados do serviço operacional após ter concluído com sucesso sua missão, excedendo vida útil projetada em média 79%. Quarenta e um deles ainda estão em serviço, incluindo 10 em operação em média 27% além de sua vida útil projetada. Ao todo, os satélites Eurostar da Astrium acumulam mais de 470 anos de operações bem sucedidas em órbita, incluindo 125 anos para o mais avançado modelo Eurostar E3000, colocado em órbita em 2004, e, agora, um best-seller em sua classe. A Astrium entregou e lançou uma média de mais de quatro satélites Eurostar E3000 por ano, durante os últimos cinco anos, e é o que espera fazer nos próximos anos: 12 satélites Eurostar E3000 estão atualmente em vários estágios de produção em instalações da Astrium.

Fonte: Astrium
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quinta-feira, 18 de abril de 2013

Astrium Services: cobertura global em banda X


Os satélites militares de comunicações seguras da Astrium agora cobrem o mundo

18 de abril de 2013 - A Astrium, empresa líder na Europa em tecnologias espaciais, em breve será capaz de oferecer uma cobertura quase global em banda X, com a bem sucedida entrada em serviço do Skynet 5D e o lançamento do saltélite Anik G1, da Telesat, com hosted payload nesta banda.

Evert Dudok, CEO da Astrium Services disse: "Nós somos a única operadora no mundo a fornecer uma cobertura quase global reservada exclusivamente para o uso governamental e militar. Alcançando de 180 graus Oeste a 135 graus Leste, com 75 transponders de banda X, nossa constelação possui um total de 2.2 GHz - e agora nós oferecemos mais capacidade disponível para nossos clientes".

A Astrium Services tem um contrato de 15 anos com a Telesat para uso exclusivo da hosted payload de banda X. O satélite Anik G1, lançado no dia 16 de abril a partir da base de Baikonur, deverá ser posicionado a 107,3 ​​graus Oeste. Ele irá fornecer a primeira cobertura comercial em banda X sobre as Américas do Norte e Latina, com uma cobertura substancial do Oceano Pacífico, alcançando o Havaí e a Ilha de Páscoa..

No dia 2 de abril, a Astrium colocou em serviço com êxito o seu satélite Skynet 5D após o seu lançamento  por meio de um Ariane 5, em dezembro de 2012. Ele foi posicionado sobre o Oriente Médio a 53 graus Leste - tomando o lugar do Skynet 5B - tornando-se o mais ativo satélite militar de comunicação da Astrium Services. Seus tanques de combustível maiores lhe permitirão ser reposicionado com mais freqüência para atender às necessidades operacionais. A frota Skynet agora compreende oito satélites: Skynet 5A, 5B, 5C e 5D, combinados com três satélites Skynet 4 (C, E e F) e um satélite NATO IV (veja abaixo as posições orbitais). Os 10 canais UHF no Skynet 5D já foram totalmente vendidos para clientes, incluindo o Harris CapRock e o Ministério da Defesa da Holanda.

O Skynet 5 é um grande sucesso do programa PFI (Iniciativa Financeira Privada) no valor de 4 bilhões de Libras Esterlinas, assinado em outubro de 2003 com o Ministério da Defesa britânico. Por meio da concessão Skynet, a Astrium Services opera a constelação de satélites militares Skynet e a rede de solo para fornecer todas as comunicações Beyond Line of Sight (BLOS), além do horizonte, para o Ministério da Defesa britânico. A PFI permitiu à Astrium Services também prestar serviços de comunicação via Skynet para outras instituições governamentais, incluindo o Gabinete do Governo do Reino Unido e as forças armadas de outras nações, como EUA, Canadá, Austrália e também à OTAN.

O coronel Justin Hodges, Chefe-Adjunto do time Beyond Line of Sight (BLOS), da Organização de Defesa, Equipamentos e Apoio, do Ministério de Defesa, disse: "A entrada em serviço do Skynet 5D é outro marco significativo neste programa de sucesso. Ele marca o ápice de uma década de trabalho duro da equipe ISS Networks  do Ministério da Defesa e da Astrium para fornecer capacidade adicional de comunicações para as Forças Armadas”.

Fonte: Astrium

Comentário do blog: para saber mais sobre o Anik G1, acesse a postagem "Star One C3, Amazonas 3, Telespazio e Anik G1...", de janeiro deste ano.
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quarta-feira, 17 de abril de 2013

LAAD 2013: o SGDC

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No setor espacial, embora não tenha sido único, o projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), tocado pela Visiona Tecnologia Espacial, joint-venture entre a Embraer e a estatal Telebrás, foi o grande destaque na LAAD Defence & Security 2013.

As propostas

No último dia 8, sete propostas foram entregues à Visiona. Apresentaram suas ofertas as europeias Astrium e Thales Alenia Space, as norte-americanas Boeing e Space Systems Loral, a japonesa Mitsubishi Electric, a Israel Aerospace Industries (IAI), e a russa ISS Reshetnev. As propostas da IAI e Reshetnev tem como parceira a canadense MDA, que seria responsável pelo fornecimento das cargas úteis das bandas Ka e X. É curioso observar o fato de que a MDA é controladora da Loral, adquirida em 2012.

"Short list" e definição

A expectativa é que a Visiona anuncie uma lista reduzida com três propostas (conhecida pelo termo em inglês "short list") em maio. A decisão do fabricante é aguardada para junho, com a assinatura do contrato nos meses seguintes.

Encontros

A LAAD 2013 foi o ambiente propício para encontros entre os interessados no SGDC. Executivos sêniores dos principais fabricantes, como Astrium, Thales Alenia Space e Boeing, além de Nelson Salgado, presidente da Visiona, estiveram circulando na feira e se reunindo com parceiros e governo. José Raimundo Coelho, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB) e Petrônio Noronha, diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos da AEB também compareceram ao evento, com agendas cheias.

Movimentação israelense

Chama atenção o grande interesse da estatal IAI em participar dos projetos espaciais brasileiros. O grupo, que atua nos setores aeroespacial e de defesa, tem em seu portfólio de produtos espaciais soluções em lançadores (Shavit, de pequeno porte) e satélites de comunicações e imageamento, tanto ótico como radar. Em entrevista dada a uma publicação especializada, um representante da IAI no Brasil destacou o interesse do grupo no País em satélites geoestacionários e de monitoramento ambiental. Na semana passada, a IAI anunciou a aquisição de participação na IACIT, empresa de São José dos Campos especializada na área de radares e sistemas eletrônicos. Há meses, o blog Panorama Espacial também tem ouvido rumores sobre discussões para parcerias e/ou iniciativas conjuntas entre a IAI e a Opto Eletrônica, de São Carlos (SP). A IAI e seus interesses espaciais na América do Sul será objeto em breve de uma postagem com análise específica.

Escolha comercial versus escolha estratégica

A pergunta que todos se fazem é sobre os critérios que pautarão a decisão do SGDC, e qual é a extensão do mandato dado pelo governo à Visiona. Será meramente uma escolha comercial, em que o preço é item crítico, ou a Visiona e o governo também levarão em consideração compromissos e ações voltadas a transferência de tecnologia e contrapartidas, entre outros?
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quinta-feira, 4 de abril de 2013

Astrium na LAAD 2013


Astrium na LAAD: imagens & observação da Terra, telecomunicações, lançadores

* A Astrium, empresa número três no mundo em tecnologias espaciais, é a única empresa a projetar e construir veículos lançadores e satélites e a fornecer serviços de telecomunicações e serviços de imagens via satélite.

* Na LAAD Defence & Security 2013 – Feira Internacional de Defesa e Segurança no Rio de Janeiro (Brasil), de 9 a 12 de abril de 2013, a Astrium está reafirmando sua posição como líder mundial da indústria espacial e serviços espaciais (estande da EADS, Pavilhão 4, H50)

* A Astrium vai mostrar, em especial, suas soluções de imagens via satélite e de vigilância (coletivas de imprensa nos dias 10 e 11 de abril, às 15h30, no estande da Astrium), juntamente com suas soluções de telecomunicações civis e militares.

4 de abril de 2013 – A Astrium, líder europeu e terceira empresa no mundo todo na indústria espacial, estará apresentando os seguintes produtos e serviços em seu estande (EADS, Pavilhão 4, H50) na LAAD Defence & Security 2013 - Feira Internacional de Defesa e Segurança, de 9 a 12 de abril, no Centro de Convenções Riocentro, no Rio de Janeiro (Brasil):

Imagens & Observação da Terra:

* Os satélites Pléiades e SPOT 6, comprovados em órbita, são capazes de tirar imagens em alta e altíssima resolução de qualquer ponto da Terra todos os dias.
* A Astrium é líder mundial no desenvolvimento e na fabricação de satélites de observação da Terra, operando nos modos óptico ou de radar (SAR), e nas mais variadas resoluções, tendo inclusive fornecido sustemas sateliais a vários países, para atender necessidades civis e militares.
* Go Monitor, um serviço de vigilância civil para monitorar as mudanças diárias de um determinado site em qualquer lugar do mundo e, soluções de imagens da Astrium Services, notadamente usadas ​​para monitorar estruturas de engenharia civil, como estádios.
* Pierre Duquesne, gerente-geral da Astrium no Brasil para serviços de geoinformação, vai apresentar as soluções de imagens via satélite para o Brasil e responderá às dúvidas da imprensa em relação aos serviços de imagens via satélite nos dias 10 e 11 de abril, às 15h30, durante a Coletiva de Imprensa no estande da Astrium (EADS, Pavilhão 4, H50; por gentileza, confirmar presença com a Assessoria de Imprensa da Astrium na LAAD por meio dos contatos abaixo)

Telecomunicações:

* Eurostar E3000, a plataforma de comunicação via satélite, que perfez 450 anos acumulados de operação em órbita com sucesso e é exportado em todo o mundo.
* Serviços de telecomunicações civis e militares, em todas as faixas de freqüência, já em uso pelo setor privado, ONGs, órgãos públicos e departamentos de defesa em todo o mundo.

Lançadores:

* Ariane 5, o veículo de lançamento mais confiável atualmente em operação no mercado comercial, para o qual a Astrium é a contratante principal.
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